segunda-feira, 10 de maio de 2021

Mediunidade de Cura - por Alexandre Cardia Machado

Mediunidade de Cura 

Neste ano de 2021 resolvi publicar uma série de artigos sobre este tema, vou adicionar todos neste mesmo link, assim que, se você gosta do assunto, salve este link.

Alexandre Cardia Machado

 

Allan Kardec trata do assunto especialmente no Livro dos Médiuns na questão 175 / 176 – Médiuns curadores, de onde destacamos:

“Diremos apenas que este gênero de mediunidade consiste, principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação. Dir-se-á, sem dúvida, que isso mais não é do que magnetismo. Evidentemente o fluido magnético desempenha aí importante papel, porém quem examina cuidadosamente o fenômeno sem dificuldade reconhece que há mais alguma coisa”.

“Todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, desde que saibam conduzir-se convenientemente, ao passo que nos médiuns curadores a faculdade é espontânea e alguns até a possuem sem jamais terem ouvido falar de magnetismo”.

“5ª Há pessoas que verdadeiramente possuem o dom de curar pelo simples contato, sem emprego dos passes magnéticos? – certamente; não tens disso múltiplos exemplos?”

“6ª Nesse caso, há também ação magnética, ou apenas influência dos Espíritos? – Uma e outra

Coisa. Essas pessoas são verdadeiros médiuns, pois que atuam sob a influência dos Espíritos; isso, porém, não quer dizer que sejam quais médiuns escreventes, conforme o entende”.

No ano de 1991, fazíamos parte do GPCEB – Grupo de Pesquisas Científicas Ernesto Bozzano, formado por cinco jovens oriundos da MEEV – Mocidade Espírita Estudantes da Verdade do Centro Espírita Allan Kardec (CEAK) de Santos e fomos procurados pelo médium de curas que reside em Santos – Bernardino Pereira Via Júnior, então com 24 anos. Ele veio ao CEAK indicado pelo médium Chico Xavier, que lhe dissera, procure o CEAK, por que lá eles estudam os fenômenos espíritas.

O Médium nos procurou para que fizéssemos uma investigação dos fenômenos que ele vinha desenvolvendo em seu Centro Espírita.

Nosso grupo era formado na época por: Ademar Arthur Chioro dos Reis, Alexandre Cardia Machado, Marcelo Coimbra Régis, Reinaldo di Lucia e Vladmir Grijó. Depois Gisela Régis Henrique se juntou ao grupo. Fizemos uma reunião com o médium Bernardino num domingo pela manhã no CEAK e resolvemos investigar os trabalhos por ele desenvolvidos.

Desta primeira experiência surgiu um trabalho que foi apresentado no III SBPE – Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita em 1993, assim denominado: Caso Friermann: Pesquisa de um caso que sugere cura espiritual através de médium.

O caso Friermann:

Este estudo nos abrigou a trabalhar em quatro campos ao mesmo tempo:

1.       Pesquisa de campo;

2.       Pesquisa biográfica de outros médium curadores;

3.       Seleção de pacientes que seriam utilizados para avaliar a eficácia do diagnóstico;

4.       Investigação Espiritual – utilizando o Espírito chamado Dr. Porchat, médico que trabalha há mais de 50 anos no CEAK.

Para que isto fosse possível desenvolvemos um projeto de pesquisa, nesta época nosso companheiro de GPCEB, Ademar Arthur acabava seu mestrado e desenvolveu o projeto de pesquisa de campo, de nossas leituras identificamos um estudo realizado com o médium José Arigó que poderíamos reproduzir, mas desta vez com muito mais controle.

Desta forma decidimos avaliar a capacidade do conjugado Médium/ espírito diagnosticar os pacientes, sem que nenhum deles pudessem conversar, assim o processo era o seguinte:

1.       Dr. Ademar selecionava os pacientes que concordassem em passar pelo tratamento médico espiritual;

2.       Dr. Ademar fazia anamnese, conferia os registros médicos e passava ao grupo de campo, o nome da pessoa – ninguém do grupo de campo sabia nada sobre o diagnóstico e acompanhávamos o paciente na primeira vez que eles se apresentavam para tratamento.

3.       Gravávamos tudo que o médium dizia e preenchíamos a ficha correspondente ao paciente, o paciente neste primeiro contato não podia falar nada;

4.       Os pacientes poderiam ou não seguir com o tratamento, nosso objetivo era apenas detectar o percentual de acerto no diagnóstico, na primeira sessão o espírito observava o paciente e dava o diagnóstico em média em 3 minutos;

5.       Como o processo era de duplo cego, só calculamos o resultado dos acertos ao final do período de testes.

O estudo de comparação que nos utilizamos está descrito no livro: Arigó o cirurgião da faca enferrujada, editora nova época – Fuller, John G. A diferença entre os dois estudos é que a equipe americana, entrevistava as pessoas na fila, antes de serem tratadas, anotava a queixa e comparava com o diagnóstico do Espírito do dr. Fritz. Em nossa pesquisa, como já explicamos tratávamos com pacientes que passavam por consultório e o diagnóstico era muito mais preciso. Em ambos os casos os pacientes não podiam falar com o médium / espírito.

Uma vez feito este trabalho nos dedicamos ao desenvolvimento do processo de mediunidade de cura, apresentamos em 1995, em Porto Alegre, no IV SBPE um trabalho denominado: Estudo Metodológico da Mediunidade de Cura.

A sinopse de inscrição do trabalho foi a seguinte:

Durante o período em que o GPCEB elaborava a pesquisa de campo do médium e Espírito Bernardino / Friermann, tratamos de arguir um conjunto de médicos espirituais a respeito de uma série de questões relacionadas à mediunidade curadora e o seu processo.

Para a realização deste trabalho se fez necessário a realização de 12 sessões mediúnicas nas quais concorreram quatro médicos espirituais. São eles os Dr. Friermann, dr. Porchat, Dr. Ângelo e Dr. Sérgio.

Para tanto foi desenvolvido um questionário com 52 questões.

Ao longo do ano, na coluna Abrindo a Mente estaremos trazendo detalhes destas e outras pesquisa sobre este tema tão controverso, como a mediunidade de cura.

Abrindo a mente – Mediunidade de Cura – primeira parte

Estaremos em 2021 fazendo uma série de artigos cobrindo diversos aspectos da chamada mediunidade de cura, começaremos por onde sempre devemos nos basear, em Allan Kardec.

No ano de 1867, em várias edições da Revista Espírita, Allan Kardec mencionou, comentou e tratou da mediunidade curadora.

Na edição de outubro de 1867, assim se refere Kardec “Há mais de dois anos os espíritos nos haviam anunciado que a mediunidade curadora tomaria grandes desenvolvimentos, e se via um poderoso meio de propagação do Espiritismo. Até então não tinha havido senão curadores operando, por assim dizer, na intimidade e sem ruídos. Dissemos aos Espíritos que, a propagação fosse mais rápida, era preciso que eles fossem muito poderosos para que as curas tivessem repercussão no público. Isto acontecerá, foi a resposta, e haverá mais um”.

Na mesma edição, numa comunicação datada de 12 de março de 1867, o abade príncipe Hohenlohe, que foi médium curador quando encarnado, afirma, através de médium Desliens que mediunidade curadora “é chamada a desempenhar um grande papel no período atual da revelação”.

Médicos – Médiuns

No artigo sobre a condessa de Clérament, que possuía faculdade curadora, embora sem se dizer médium ou espírita, Kardec a chama, devido aos seus conhecimentos de plantas medicinais e de medicina, embora não fosse médica, de “médicos-médiuns, como também haveria os médiuns-médicos”.

Kardec expõe que, sendo a mediunidade curadora uma faculdade capaz de ser desenvolvida por pessoas de variadas posições, não haveria surpresa que entre os médiuns, muitos fossem também médiuns. Então, haveria uma ligação, pois, estes “à ciência adquirida, juntarão as faculdades mediúnicas especiais”.

“O Médium curador, deve usar sua mediunidade gratuitamente (...) deve achar os meios no trabalho ordinário, como o teria feito antes de conhecer a mediunidade”. Isso porque “a faculdade do médium curador nada lhe custou; não lhe exigiu estudo; nem trabalho; nem despesas; recebeu-a gratuitamente”. Por isso ele não deve dar “ao exercício de sua faculdade senão tempo que lhe pode consagrar materialmente. Se tira este tempo de seu repouso e se emprega em tornar-se útil aos seus semelhantes o que teria consagrado a distrações mundanas, é o verdadeiro devotamento e nisto só tem mais mérito. Os Espíritos não pedem mais e não exigem nenhum sacrifício desarrazoado. Não se poderia considerar devotamento e abnegação o abandono de seu trabalho para entregar-se a um trabalho penoso e mais lucrativo”.

Quanto aos médicos e no seu campo, os psicólogos clínicos, acrescentaríamos que, também sejam médiuns, Kardec vê a coisa diferente. São profissionais que possuem um gabarito científico. “ A medicina é uma das carreiras socias que se abraça para dela fazer uma profissão e a ciência médica só se adquire a título oneroso, por um trabalho assíduo, por vezes penoso;  o saber médico é, pois, uma conquista pessoal, o que não é o ocaso da mediunidade”, argumenta Kardec.

Finaliza Kardec; “ se, ao saber humano, os Espíritos juntam seu concurso pelo dom de uma aptidão mediúnica, é para o médico um meio a mais para se esclarecer, para agir mais segura e eficazmente, pelo que deve ser reconhecido, mas não deixa de se médico, é a sua profissão, que não deixa para ser médium”.

Kardec finaliza recomendando que o médico-médium não pode deixar de ser médico e tornar-se um médium profissional. E acrescenta “saberá conciliar seus interesses com os deveres de humanidade”.

Para abrir a sua mente: Leia a revista Espírita – ano de 1867.


Metodologia para provar as curas espirituais

Voltando ao ano de 1986 durante a realização do 7° Congresso Espírita Estadual da USE, o dr. Abrahão Rotberg, professor de Dermatologia e 2° vice-presidente da Associação Médica Espírita de São Paulo, apresentou trabalho sobre “Metodologia da Avaliação das Curas por Entidades Espirituais”.

Os conceitos apresentados pelo dr. Rotberg causaram repercussões negativas em muitos congressistas, que diante do rigor da metodologia proposta, chegaram até a perguntar, se ele era realmente espírita. Este congresso foi o estopim da separação do grupo de Espíritas laicos da USE.  O choque se deu pela abordagem e pela falta absoluta de qualquer rigor científico na análise dos fenômenos mediúnicos ocorridos nos Centros Espíritas e a facilidade com que a maioria se entrega, deslumbrada, a médiuns curadores que, vez por outra, surgem como portadores de cura de todas as doenças, fazendo operações, inclusive com instrumentos cirúrgicos.

O Jornal Espiritismo e Unificação, antecessor de nosso ABERTURA em outubro de 1986 publicou um resumo que disponibilizaremos no blog do ICKS para revisão de nossos leitores.

O trabalho escrito pelo dr. Rotberg era e segue sendo muito sério, calcado em princípios rígidos, que na verdade são os que, efetivamente podem levar a uma avaliação correta e segura se a cura é realmente proveniente de entidades espirituais. Neste artigo faz-se um resumo da proposição do dr. Rotberg.

Segundo o dr. Abrahão, a cura de doenças orgânicas e funcionais por ação de entidades espirituais é francamente admitida pelo Espiritismo kardequiano. Por isso, afirma que “o médico espírita admite, portanto, a possibilidade da intervenção do mundo espiritual nos mecanismos, ainda que apenas por coerência com a doutrina que abraçou”.

Entretanto, adverte que “transformar essa possibilidade em probabilidade ou certeza, é problema completamente diferente. “Será necessário, como em todas as outras ciências, instituir uma metodologia de trabalho que possa produzir provas satisfatórias desse tipo de atividade espiritual”.

Exigências metodológicas:

Exigência n°1 - O diagnóstico correto e documentado e fundamentado da doença que se pretende curar antes de iniciar o tratamento de cura espiritual.

Exigência n°2 - Exclusão de doenças espontaneamente involutivas, ou seja, doenças involutivas por mecanismos imunológicos, salvas algumas exceções por ele informadas.

Exigência n° 3 - Exclusão de doenças psicossomáticas e/ou influenciáveis por psicoterapia, para evitar que a cura não se dê pela fama do médium ou do local onde se realiza junto com psicoterapia.

Exigência n° 4 – ausência de terapêutica paralela, considerando claro que o objetivo é a prova da cura espiritual por via mediúnica, uma terapêutica paralela poderia ser a causadora da cura.

Exigência n° 5 – Exclusão da possível atividade curadora direta do próprio médium, ou seja, o médium pode ser capaz de animicamente ajudar pelo passe a cura do doente.

Exigência n° 6 – exigência de acompanhamento da evolução por médico especialista

Exigência n° 7 – exigência de ambiente reservado e calmo

Exigência n° 8 – exigência de documentação científica e comunicação ética

Em conclusão estas exigências podem ser excessivas e rigorosas, mas, haja visto o que é feito pela ANVISA no caso das vacinas de COVID-19, nada do que se pede aqui está em desacordo com a ciência, se quiséssemos determinar a validade ou efetividade de um tratamento espiritual de cura, todo este processo deveria ser seguido.

Para abrir mais a sua mente: veja o artigo completo no blog do ICKS - Metodologia para provar as curas espirituais – Dr. Abrahão Rotberghttps://www.blogger.com/blog/post/edit/8190435979242028935/7213755444912145183


Página 6 – Estudo metodológico da Mediunidade de Cura - IV – SBPE – Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita – Porto alegre -1993.

 

No artigo inicial desta série descrevemos a pesquisa realizada pelo GPCEB – Grupo de Pesquisas Científicas Ernesto Bozzano, formado por cinco jovens oriundos da MEEV – Mocidade Espírita Estudantes da Verdade do Centro Espírita Allan Kardec (CEAK) de Santos. Formado na época por: Ademar Arthur Chioro dos Reis, Alexandre Cardia Machado, Marcelo Coimbra Régis, Reinaldo di Lucia e Vladmir Grijó e Gisela Régis Henrique.

Leia o texto completo no link abaixo:

https://www.blogger.com/blog/post/edit/8190435979242028935/7494983987218963669


Desta primeira experiência surgiu um trabalho relatado em Janeiro e que foi apresentado no III SBPE – Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita em 1993, assim denominado: Caso Friermann: Pesquisa de um caso que sugere cura espiritual através de médium.

Durante o período em que o GPCEB elaborava a pesquisa de campo do médium e Espírito Bernardino / Friermann, tratamos de arguir um conjunto de médicos espirituais a respeito de uma série de questões relacionadas à mediunidade curadora e o seu processo.

Para a realização deste trabalho se fez necessário a realização de 12 sessões mediúnicas nas quais concorreram seis médicos espirituais. São eles os Dr. Friermann, dr. Porchat, Dr. Ângelo e Dr. Sérgio, dr.Ivon Mesquita e dr. João Neves.

Para tanto foi desenvolvido um questionário com 52 questões.

Ao longo deste ano digitalizaremos o trabalho e o disponibilizaremos no blog do ICKS.

O trabalho aborda a questão sob a ótica dos médicos desencarnados.

Destaques do trabalho:

Da Evocação dos espíritos:

Quando decidimos aprofundar a pesquisa tratamos de informar a equipe Espiritual do CEAK da necessidade de contarmos com um grupo de médicos Espirituais que nos possibilitassem ampliar o grupo pesquisado. Isto foi prontamente atendido, fato que deve ser destacado, porque, de uma forma geral a evocação direta, não tem sido bem sucedida, nas nossas reuniões de pesquisa.

Durante este período de pesquisa pudemos contar com várias reuniões onde tivemos 3 médiuns atuando ao mesmo tempo permitindo o debate entre as entidades e a equipe do GPCEB.

Marco Teórico Referencial:

Foram feitas 20 perguntas, com sub questões, totalizando 29 respostas.

Apresentaremos como ilustração apenas uma perguntas e resposta dada pelo Dr. Ângelo.

- Quais são as bases da cirurgia espiritual em termos conceituais?

Temos um material completamente diferente do que vocês usam. Mas usamos os instrumentos que são necessários, nosso campo é mais atuante no campo vibratório, nós conseguimos armazenar as vibrações dos amigos que estão neste grupo e vamos levar a estas criaturas (refere-se às pessoas que estão sendo tratadas) tudo aquilo que nós conseguimos, e durante a noite, muitas vezes o tratamento é demorado, não é imediato, não é um processo milagroso também, onde se toca e a ferida cessa, não. Muitas vezes temos o trabalho bem longo.

Continuaremos a descrever este trabalho nos próximas edições.

Para saber mais: Estudo metodológico da Mediunidade de Cura - IV – SBPE – Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita – Porto alegre -1993 a ser disponibilizado no blog do ICKS.

 Nota: Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.

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