sábado, 8 de julho de 2017

Não existem duas pessoas iguais por Alexandre Cardia Machado


Não existem duas pessoas iguais

Se pararmos para pensar, não existem mesmo, nem mesmo gêmeos univitelíneos são iguais, portanto a regra geral para  humanidade é, somos todos diferentes.

Ora, se somos todos diferentes por que estamos o tempo todo discutindo, brigando, querendo convencer outras pessoas a serem iguais a nós, a pensarem da mesma forma que pensamos?

Porque todos nós, seres humanos, nos acostumamos a enxergar padrões, buscamos semelhanças, nosso cérebro foi treinado durante gerações a buscar estes padrões, eliminando ou não levando em considerações muitas informações secundárias, focando na semelhança. Esta forma de pensar, parece ter sido capaz de nos fazer evoluir, pois nos ajuda a identificar riscos, é a tal regra de aprendizado conhecida como tentativa e erro, ao enfrentarmos uma situação semelhante onde tivemos insucesso tenderemos a mudar o comportamento para não errar novamente.

Isto foi também muito útil no desenvolvimento da cultura pré-histórica, mas com o desenvolvimento da civilização, novos componentes passaram a surgir com muito mais frequência, como a convivência multiracial ou multicultural. Não preciso nem comentar que nem sempre funcionou muito bem esta relação. Logo surgiram conflitos e a valorização de outros instintos humanos como o de enfrentar ou fugir, povos se degladiaram por riquezas, para apoderar-se da riqueza gerada pelo grupo rival, logo um grupo diferente, em alguns casos os vencedores matavam todos os rivais, em outros os escravizavam e em poucos casos os absorviam. Toda esta herança cultural nos chega através dos atuais preconceitos socias.

Excluíndo as ditaduras que cerceiam as liberdades individuais tais como: crenças, culturas, ou comportamentos, nos dias de hoje, no mundo livre, vivemos um momento historicamente muito importante que é o da busca pela aceitação das diferenças. As grandes empresas possuem políticas internas de inclusão, ninguém deve ser preterido, escolhido ou julgado por razões de sexo, raça, paixão clubística, convicção política ou religiosa, em contra partida ninguém deve expressar-se fortemente, no trabalho sobre estes pontos. Busca-se um meio termo que permita a convivência tranquila com as naturais diferenças.

Trago este assunto por que, logo após o resultado das eleições para Presidente da República, no Brasil surgiu uma forte confrontação nas mídias sociais eletrônicas, ideias separatistas, que em nada contribuem para o crescimento harmônico de nossa nação. Em uma eleição sempre alguém ganha e alguém perde, isto é da natureza do processo democrático.

Aos vencedores cabe o trabalho de reaglutinar as forças de oposição às que lhe suportam com vistas ao bem comum. O grande movimento de acensão da classe C no Brasil demonstra que posições políticas também mudam, o que era bom há quatro anos atrás talvez já não seja hoje tão bom, por isto o equilíbrio de forças que vimos neste pleito. Mais uma vez conviver com as diferenças, encontrando pontos em comum deverá ser o grande desafio. Se somos todos diferentes, ao mesmo tempo também somos todos humanos e isto nos iguala.

O que diferencia uma empresa de um país é o objetivo, na empresa está muito claro e todos focam suas ações em atender o que a empresa entende que seja este objetivo, quer seja vender um produto ou prestar um ou vários serviços. Para a Nação, cabe ao estadista eleito capitalizar as intenções de seu povo em uma determinada direção, para isto claro ouvindo o cliente, que nada mais é que o próprio povo.

Como espíritas acreditamos no progresso individual e da socidade, devemos ombrear os esforços para aceitação das diferenças, sempre que mantido o respeito às Leis Morais ou Naturais.
Publicado no jornal ABERTURA em Novembro de 2014

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