Não existem duas pessoas iguais
Se pararmos para
pensar, não existem mesmo, nem mesmo gêmeos univitelíneos são iguais, portanto
a regra geral para humanidade é, somos
todos diferentes.
Ora, se somos
todos diferentes por que estamos o tempo todo discutindo, brigando, querendo
convencer outras pessoas a serem iguais a nós, a pensarem da mesma forma que
pensamos?
Porque todos nós,
seres humanos, nos acostumamos a enxergar padrões, buscamos semelhanças, nosso
cérebro foi treinado durante gerações a buscar estes padrões, eliminando ou não
levando em considerações muitas informações secundárias, focando na semelhança.
Esta forma de pensar, parece ter sido capaz de nos fazer evoluir, pois nos ajuda
a identificar riscos, é a tal regra de aprendizado conhecida como tentativa e erro,
ao enfrentarmos uma situação semelhante onde tivemos insucesso tenderemos a
mudar o comportamento para não errar novamente.
Isto foi também
muito útil no desenvolvimento da cultura pré-histórica, mas com o
desenvolvimento da civilização, novos componentes passaram a surgir com muito
mais frequência, como a convivência multiracial ou multicultural. Não preciso
nem comentar que nem sempre funcionou muito bem esta relação. Logo surgiram
conflitos e a valorização de outros instintos humanos como o de enfrentar ou
fugir, povos se degladiaram por riquezas, para apoderar-se da riqueza gerada
pelo grupo rival, logo um grupo diferente, em alguns casos os vencedores matavam
todos os rivais, em outros os escravizavam e em poucos casos os absorviam. Toda
esta herança cultural nos chega através dos atuais preconceitos socias.
Excluíndo as
ditaduras que cerceiam as liberdades individuais tais como: crenças, culturas,
ou comportamentos, nos dias de hoje, no mundo livre, vivemos um momento historicamente
muito importante que é o da busca pela aceitação das diferenças. As grandes
empresas possuem políticas internas de inclusão, ninguém deve ser preterido,
escolhido ou julgado por razões de sexo, raça, paixão clubística, convicção
política ou religiosa, em contra partida ninguém deve expressar-se fortemente,
no trabalho sobre estes pontos. Busca-se um meio termo que permita a
convivência tranquila com as naturais diferenças.
Trago este assunto
por que, logo após o resultado das eleições para Presidente da República, no
Brasil surgiu uma forte confrontação nas mídias sociais eletrônicas, ideias
separatistas, que em nada contribuem para o crescimento harmônico de nossa
nação. Em uma eleição sempre alguém ganha e alguém perde, isto é da natureza do
processo democrático.
Aos vencedores
cabe o trabalho de reaglutinar as forças de oposição às que lhe suportam com
vistas ao bem comum. O grande movimento de acensão da classe C no Brasil
demonstra que posições políticas também mudam, o que era bom há quatro anos
atrás talvez já não seja hoje tão bom, por isto o equilíbrio de forças que
vimos neste pleito. Mais uma vez conviver com as diferenças, encontrando pontos
em comum deverá ser o grande desafio. Se somos todos diferentes, ao mesmo tempo
também somos todos humanos e isto nos iguala.
O que diferencia
uma empresa de um país é o objetivo, na empresa está muito claro e todos focam
suas ações em atender o que a empresa entende que seja este objetivo, quer seja
vender um produto ou prestar um ou vários serviços. Para a Nação, cabe ao
estadista eleito capitalizar as intenções de seu povo em uma determinada
direção, para isto claro ouvindo o cliente, que nada mais é que o próprio povo.
Como espíritas
acreditamos no progresso individual e da socidade, devemos ombrear os esforços
para aceitação das diferenças, sempre que mantido o respeito às Leis Morais ou
Naturais.
Publicado no jornal ABERTURA em Novembro de 2014
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