Kardec o
filme
Foi assim no
Brasil inteiro, o filme Kardec – história
por trás do nome - arrastou muita gente para o cinema e todos queriam tirar
uma foto junto ao cartaz. Não poderíamos ficar fora desta onda.
Na foto: Carolina
e Reinaldo di Lucia; Heloisa e Evaristo da Lopestur amigos e nossos Apoiadores Culturais
do ABERTURA, Palmyra Régis e Cláudia e Alexandre Machado um pequeno grupo entre
tantos grupos santistas que foram prestigiar o filme.
Kardec: A história
por trás do nome - tem a duração de 1hora e 38 minutos, aborda os momentos que
antecedem o aparecimento e fundação do Espiritismo. Em sua resenha apresenta “ história do educador francês
Hypolite Leon Denizard Rivail, reconhecido mais tarde como Allan Kardec. Além
de tradutor e escritor, Kardec é conhecido por ter codificado o espiritismo”
O filme tem a
direção de Wagner de Assis e foi lançado em 16 de maio de 2019. O roteiro é uma
adpatação do livro Kardec – A Biografia
de Marcel Souto Maior que escreveu também a biografia de Chico Xavier.
O filme balanceia
bem as dificuldades, dúvidas e o intenso trabalho do professor Rivail e de sua
esposa Amelié Boudet. A história é conhecida, mas talvez em função do trabalho
biográfico ter sido feito por um jornalista não espírita tenha contribuído para
uma edição mais realistas e menos corporativa do filme, comparado aos
produzidos anteriormente.
Do site de FEB
extraímos para os nossos leitores trechos da entrevista que foi publicada na
Revista Reformador, trazemos Marcel Souto Maior o biógrafo, com Wagner de Assis
o diretor e Leornardo Medeiros que protagonizou Kardec no
filme:
Reformador: O que chamou a sua atenção para contar a história de Allan
Kardec?
Marcel Souto Maior: Fui movido por uma pergunta-chave: o que
faz um professor cético mudar de vida e de nome, aos 53 anos, para dar voz aos
Espíritos? Quis contar a história desta transformação radical – a do
pesquisador cético, que se torna um missionário. O que o moveu? Que obstáculos
– e preconceitos – ele enfrentou nesta caminhada?
O processo de escrita de uma biografia requer uma grande pesquisa. Nessa
pesquisa você se identificou, de alguma forma, com Allan Kardec, no processo de
Codificação da Doutrina Espírita?
Marcel Souto Maior: Sim. Eu me identifiquei com Kardec (ou com o
professor Rivail) em dois pontos fundamentais: o cuidado com a pesquisa
(precisamos estar sempre checando e “rechecando” informações para evitar erros)
e o ceticismo (um dos traços marcantes de sua personalidade, como professor e
pesquisador, na primeira etapa de sua vida). Moveu-nos um misto de curiosidade
e de desconfiança.
Como é adaptar para o cinema a história do responsável por codificar a
Doutrina Espírita?
Wagner de Assis: Por um lado, um novo desafio cinematográfico,
com grande complexidade de realização, pois é um filme de época, cuja história
se passa num outro país. Por outro lado, um respeito absurdo, uma humildade
extrema e uma alegria imensurável. Não temos a pretensão de ser definitivos a
respeito de Kardec. Há diversos trabalhos e estudos sobre ele e acho que devem
ser feitos cada vez mais. Também não temos a pretensão de contar toda a sua
vida, embora seja uma cinebiografia como gênero. Nós nos concentramos no que de
mais importante aconteceu na vida dele. É um recorte, uma escolha e assim
seguimos adiante. Vale lembrar também que não é um documentário, mas sim uma
ficção, dramaturgia, que precisa respeitar algumas leis quando se conta uma
história. O filme tem como base a forma como o Marcel Souto Maior escreveu a
biografia.
Queremos contar um pouco da vida do professor Rivail para os que o
conhecem, mas também para os que não o conhecem. Porque os primeiros sempre
podem se surpreender com detalhes, aspectos humanos pouco comentados em geral.
Os demais, com certeza, vão se surpreender muito ao encontrar um homem de seu
tempo, um homem de ciências, um educador e professor à frente de seu tempo, e,
acima de tudo, um homem de muita coragem e bom senso.
Está gostando? Quer ler no original? está disponível em pdf.
O que representa para você interpretar Allan Kardec?
Leonardo Medeiros: Sinto-me ao mesmo tempo imensamente agradecido e
temeroso. Estou representando um ícone que faz parte da minha vida dentro de
uma família espírita.
Como foi a escolha do elenco para este filme?
Wagner de Assis: Costumo dizer que é maravilhoso ver quando o
filme tem vida própria e vai “escolhendo” os profissionais que nele tomarão
parte. Claro que procuramos artistas que possam estar sintonizados com os
personagens, na verdade sintonizados com pessoas que fazem parte de toda a
história de Kardec. Mas a escolha em si tem sempre algo “mágico”, que foge aos
aspectos puramente “acidentais”.
Um desses casos, por exemplo, foi Leonardo Medeiros. Nós nos
conhecemos, falamos do projeto, lemos um pouco o roteiro e vimos
claramente que ali havia um profissional absolutamente capaz de
defender a história do professor Rivail na tela. Só depois é que, para
nossa surpresa, soubemos de sua ligação com o tema, com a
família do Eurípedes Barsanulfo. Isso é muito legal, mas de
forma alguma representa um peso para a sua escolha. Assim o fizemos com
todos do elenco. Os personagens vão se afeiçoando aos seus intérpretes e
pronto. Ganham vida.
Rivail mudou de vida e de nome. Tornou-se Allan Kardec para
dar voz aos Espíritos… A história de Kardec é a história de uma
conversão, citou Marcel Souto Maior. O que podemos esperar desta
adaptação nos cinemas?
Wagner de Assis: Uma jornada de transformação, movida por uma busca incessante pela verdade, com um pano de fundo de uma sociedade muito sofrida, com índices altos de suicídio, qualidade de vida baixíssima e uma guerra de ideologias. Não poderemos jamais entender o passado com os olhos do presente. Mas podemos delinear como era a Paris de 1850, por exemplo. E buscar entender o papel das instituições como a Ciência, a Igreja, o Estado francês, para que os personagens possam vivenciar os dramas, os receios, os sonhos daquela época. Esta é a história de um homem que aceitou recomeçar de certa forma uma nova vida depois dos 50 anos. Costumo pensar metaforicamente que ele descobriu um tesouro e quis compartilhar com o mundo. Mas, claro, tinha um preço muito alto. E ele pagou para ver.
Wagner de Assis: Uma jornada de transformação, movida por uma busca incessante pela verdade, com um pano de fundo de uma sociedade muito sofrida, com índices altos de suicídio, qualidade de vida baixíssima e uma guerra de ideologias. Não poderemos jamais entender o passado com os olhos do presente. Mas podemos delinear como era a Paris de 1850, por exemplo. E buscar entender o papel das instituições como a Ciência, a Igreja, o Estado francês, para que os personagens possam vivenciar os dramas, os receios, os sonhos daquela época. Esta é a história de um homem que aceitou recomeçar de certa forma uma nova vida depois dos 50 anos. Costumo pensar metaforicamente que ele descobriu um tesouro e quis compartilhar com o mundo. Mas, claro, tinha um preço muito alto. E ele pagou para ver.
Sem dar muito spoiler,
resumimos que o filme é muito bom e vale a pena conferir.
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