Amazônia em chamas
O mundo inteiro está com os olhos no Brasil, o número
de queimadas no mês de agosto deu um salto, São Paulo escureceu e o Presidente
Brasileiro brigou com o Presidente Francês.
O que está por trás disso? Qual a política de longo
prazo para a Amazônia?
Escrevendo como engenheiro que sou sabemos que a
Amazônia não é o pulmão do mundo, mas tem um papel importantíssimo no regime de
chuvas da América do Sul. Anos com o fenômeno chamado “El Niño” – ou seja
aquecimento da água junto à costa da América do Sul no oceano Pacífico, provoca
mais chuvas no sudeste do Brasil e nos altiplanos Bolivianos e Peruanos, mas o
efeito do “El Niño” praticamente acabou em junho de 2019 de acordo com o INPE. Ou seja, perdemos uma fonte importante de
umidade que chegava ao Brasil. Como consequência temos seca no cerrado e nos
países citados.
Portanto fiquemos atentos, entendamos que existem
coisas que são sazonais, mas muitos problemas dependem somente de nós
brasileiros. Para isso revisar esta questão do Livro dos Espíritos nos ajuda a
entender nossas ações no planeta. A nossa Amazônia precisa ser cuidada, pois o
seu equilíbrio é tênue. Recorremos ao Livro dos Espíritos, questão 735.
Destruição
necessária e destruição abusiva
735. Que se deve pensar da
destruição, quando ultrapassa os limites que as necessidades e a segurança
traçam? Da caça, por exemplo, quando não objetiva senão o prazer de destruir
sem utilidade?
“Predominância da bestialidade sobre
a natureza espiritual. Toda destruição que excede os limites da necessidade é
uma violação da lei de Deus. Os animais só destroem para satisfação de suas
necessidades; enquanto que o homem, dotado de livre-arbítrio, destrói sem
necessidade. Terá que prestar contas do abuso da liberdade que lhe foi
concedida, pois isso significa que cede aos maus instintos.”
Sobre o regime de chuvas na
Amazônia.
O sul da Amazônia, área onde estão os maiores
incêndios, é fortemente influenciado
pela temperatura das águas no Atlântico, conforme destaca o estudo dos
professores Rafael Rodrigues da Franca e Francisco de Assis Mendonça: “ O
recorte espacial de estudo apresentado neste texto encontra-se no sul da
Amazônia, no qual apresenta-se uma análise da pluviosidade (variabilidade
temporal e espacial) a partir de suas determinantes locais e de suas conexões extra
regionais (índices oceânicos). Foram tratados (estatística descritiva) dados
provenientes de 41 estações meteorológicas distribuídas pela área de estudo
concernentes ao período 1981-2011. Os resultados confirmam o conhecimento
prévio sobre o clima dessa região da Amazônia, onde a sazonalidade pluvial é
uma característica marcante; eles mostram que a pluviosidade na Amazônia
Meridional é largamente influenciada por características vigentes na região
tropical do Oceano Atlântico, de onde provém importante parcela da umidade
presente na região. Essas características produzem repercussões importantes
sobre a fauna, a flora, os rios e as populações ribeirinhas e urbanas da área.”
Segundo o site da Clima Tempo no começo de setembro
podemos ver que “Houve um resfriamento (do
oceano Atlântico) durante o inverno e atualmente a temperatura está próxima da
normalidade e já se observam até áreas com temperatura abaixo da média em
alto-mar.”, ou seja as condições necessárias para a chuva de intensidade na
Amazônia estão se organizando no mês atual.
Sobre as Queimadas.
Em resumo, condições de seca que permitem que as
queimadas não planejadas ocorram por precipitações de raios por exemplo, estivessem
presentes no mês de agosto – cerrado e a mata sem cobertura florestal densa
queimam facilmente, somadas a isso as queimadas propositais e a falta de
combatividade das organizações governamentais especialmente estaduais, pois os
estados é que são responsáveis pelo combate ao fogo. Evidência disto é o nível
de umidade do ar que está no cerrado a cerca de 15%.
Gostou do artigo, quer ler o Jornal Abertura de setembro de 2019:
A nível Federal é evidente que o Ibama tem um papel
importante no combate ao desmatamento e sua consequência que é a queimada.
Talvez tudo o que estamos presenciando estimule que nosso Presidente saia do
seu discurso ideológico e vá para o campo prático, precisamos ter, manter e
aprimorar as políticas de sustentabilidade, entendendo que a população precisa
sim participar, precisa ser educada e o povo da Amazônia, necessita de
alternativas viáveis de convivência com o patrimônio da Floresta.
Digo isto porque quem queima, quem corta as árvores,
quem minera ouro, quem extrai pedras preciosas são pessoas e elas estão
tentando sobreviver, fazendo o mal é claro, ou fazendo de forma incorreta, sem
autorização e sem analisar o impacto ambiental.
Imagino que não haja ninguém contra a Amazônia, mas um
caminhoneiro ou uma pessoa qualquer dirigindo um automóvel e que joga a ponta
do cigarro pela janela do carro, pode e causa um incêndio e nem se dá conta,
acontece o tempo todo, nesta época do ano, durante o inverno no interior do
Brasil.
Pode ter havido ação combinada criminosa, incentivada
pela pretensa falta de interesse do governo em combater estas ações, de
qualquer forma a reação internacional colocou as coisas nos eixos, ouviremos
muito bate-boca, parece ser algo incontrolável no Presidente Bolsonaro, mas por
trás do discurso haverão ações organizadas para combater o risco que as
queimadas trazem ao Brasil.
Alexandre Cardia Machado
Nota: Artigo
originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.
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