quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Abrindo a Mente - Amazônia em chamas por Alexandre Cardia Machado


Amazônia em chamas

O mundo inteiro está com os olhos no Brasil, o número de queimadas no mês de agosto deu um salto, São Paulo escureceu e o Presidente Brasileiro brigou com o Presidente Francês.

O que está por trás disso? Qual a política de longo prazo para a Amazônia?

Escrevendo como engenheiro que sou sabemos que a Amazônia não é o pulmão do mundo, mas tem um papel importantíssimo no regime de chuvas da América do Sul. Anos com o fenômeno chamado “El Niño” – ou seja aquecimento da água junto à costa da América do Sul no oceano Pacífico, provoca mais chuvas no sudeste do Brasil e nos altiplanos Bolivianos e Peruanos, mas o efeito do “El Niño” praticamente acabou em junho de 2019 de acordo com o INPE.  Ou seja, perdemos uma fonte importante de umidade que chegava ao Brasil. Como consequência temos seca no cerrado e nos países citados.

Portanto fiquemos atentos, entendamos que existem coisas que são sazonais, mas muitos problemas dependem somente de nós brasileiros. Para isso revisar esta questão do Livro dos Espíritos nos ajuda a entender nossas ações no planeta. A nossa Amazônia precisa ser cuidada, pois o seu equilíbrio é tênue. Recorremos ao Livro dos Espíritos, questão 735.

Destruição necessária e destruição abusiva

735. Que se deve pensar da destruição, quando ultrapassa os limites que as necessidades e a segurança traçam? Da caça, por exemplo, quando não objetiva senão o prazer de destruir sem utilidade?

“Predominância da bestialidade sobre a natureza espiritual. Toda destruição que excede os limites da necessidade é uma violação da lei de Deus. Os animais só destroem para satisfação de suas necessidades; enquanto que o homem, dotado de livre-arbítrio, destrói sem necessidade. Terá que prestar contas do abuso da liberdade que lhe foi concedida, pois isso significa que cede aos maus instintos.”

Sobre o regime de chuvas na Amazônia.
O sul da Amazônia, área onde estão os maiores incêndios,  é fortemente influenciado pela temperatura das águas no Atlântico, conforme destaca o estudo dos professores Rafael Rodrigues da Franca e Francisco de Assis Mendonça: “ O recorte espacial de estudo apresentado neste texto encontra-se no sul da Amazônia, no qual apresenta-se uma análise da pluviosidade (variabilidade temporal e espacial) a partir de suas determinantes locais e de suas conexões extra regionais (índices oceânicos). Foram tratados (estatística descritiva) dados provenientes de 41 estações meteorológicas distribuídas pela área de estudo concernentes ao período 1981-2011. Os resultados confirmam o conhecimento prévio sobre o clima dessa região da Amazônia, onde a sazonalidade pluvial é uma característica marcante; eles mostram que a pluviosidade na Amazônia Meridional é largamente influenciada por características vigentes na região tropical do Oceano Atlântico, de onde provém importante parcela da umidade presente na região. Essas características produzem repercussões importantes sobre a fauna, a flora, os rios e as populações ribeirinhas e urbanas da área.”

Segundo o site da Clima Tempo no começo de setembro podemos ver que  “Houve um resfriamento (do oceano Atlântico) durante o inverno e atualmente a temperatura está próxima da normalidade e já se observam até áreas com temperatura abaixo da média em alto-mar.”, ou seja as condições necessárias para a chuva de intensidade na Amazônia estão se organizando no mês atual.

Sobre as Queimadas.

Em resumo, condições de seca que permitem que as queimadas não planejadas ocorram por precipitações de raios por exemplo, estivessem presentes no mês de agosto – cerrado e a mata sem cobertura florestal densa queimam facilmente, somadas a isso as queimadas propositais e a falta de combatividade das organizações governamentais especialmente estaduais, pois os estados é que são responsáveis pelo combate ao fogo. Evidência disto é o nível de umidade do ar que está no cerrado a cerca de 15%.

Gostou do artigo, quer ler o Jornal Abertura de setembro de 2019:


A nível Federal é evidente que o Ibama tem um papel importante no combate ao desmatamento e sua consequência que é a queimada. Talvez tudo o que estamos presenciando estimule que nosso Presidente saia do seu discurso ideológico e vá para o campo prático, precisamos ter, manter e aprimorar as políticas de sustentabilidade, entendendo que a população precisa sim participar, precisa ser educada e o povo da Amazônia, necessita de alternativas viáveis de convivência com o patrimônio da Floresta.
Digo isto porque quem queima, quem corta as árvores, quem minera ouro, quem extrai pedras preciosas são pessoas e elas estão tentando sobreviver, fazendo o mal é claro, ou fazendo de forma incorreta, sem autorização e sem analisar o impacto ambiental.

Imagino que não haja ninguém contra a Amazônia, mas um caminhoneiro ou uma pessoa qualquer dirigindo um automóvel e que joga a ponta do cigarro pela janela do carro, pode e causa um incêndio e nem se dá conta, acontece o tempo todo, nesta época do ano, durante o inverno no interior do Brasil.
Pode ter havido ação combinada criminosa, incentivada pela pretensa falta de interesse do governo em combater estas ações, de qualquer forma a reação internacional colocou as coisas nos eixos, ouviremos muito bate-boca, parece ser algo incontrolável no Presidente Bolsonaro, mas por trás do discurso haverão ações organizadas para combater o risco que as queimadas trazem ao Brasil.

Alexandre Cardia Machado

Nota: Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.

Gostou? Você pode encontrar muito mais no Jornal Abertura – digital, totalmente gratuito.

Acesse: CEPA Internacional



Nenhum comentário:

Postar um comentário