A Neca e eu
As vidas de todas as pessoas têm
coisas diferentes e particulares, algumas positivas, outras engraçadas, eu e
minha irmã somos assim. Eu nasci 10 meses e 25 dias depois dela, de tal forma
que todos os anos brincávamos que por 35 dias ao ano éramos gêmeos.
A última vez que isto aconteceu, foi no ano passado quando completei 63 anos no dia 1° de maio e terminou no dia 5 de junho, quando a Mariângela fez 64 anos, este é o nome da Neca, apelido que ele mesma escolheu para si mesma.
Bem esta nossa brincadeira
aconteceu novamente, pela última vez este ano, minha querida
irmã mais velha desencarnou vitimada de um câncer extremamente agressivo que
entre o primeiro sintoma e a passagem dela para o Mundo dos Espíritos foram
apenas 60 dias.
Toda a morte traumatiza, nos deixa
perplexos diante de nossa incapacidade de mudar o curso dos acontecimentos,
minha irmã mais velha era espiritualizada, participava do CCEPA – Centro de
Cultura Espírita de Porto Alegre, de nosso bairro o Menino Deus. Pelo fato de ter
entendimento de que vida e a transitoriedade no mundo dos espírito são dois
lados da mesma moeda, lutou o quanto pode, mas, em um determinado momento me
disse “Xande se o pior ocorrer estou preparada, não temo a morte”.
A Neca tem três filhos maravilhosos,
Marcela, Gabriel e Guilherme, um genro e duas noras e três netinhos. Ficaram todos e nós também, minha mãe Regina e eu, afastados temporariamente dela.
A Mana viveu e aproveitou o mundo o
quanto pode, foi professora do município de Porto Alegre, diretora de escola,
Pedagoga e Bacharel em Direito, ela estava sempre estudando e buscando por novos
conhecimentos.
Quando pequenos, ela era a maior de
nosso grupo de primos e mandava em todos, na minha casa, em nossa família coube
a ela, mulher abrir os caminhos que sempre ficavam mais fáceis para mim que
vinha em seguida.
Vamos sentir muitas saudades, do
afeto, do sorriso e das broncas também, porque ninguém ela não era de ferro.
Tive a incumbência de dizer, em nome
da família as últimas palavras, num salão muito cheio de parentes, amigos dela,
de minha mãe e de seus filhos, e disse que como espíritas sabíamos que a
imortalidade dinâmica existe e que não deveríamos ficar tristes, que podíamos
chorar, mas que ela estaria bem, no seu novo local de crescimento espiritual.
Até logo Mana.
Neca ou Mary ou Mariângela Cardia Machado (5/6/1957 - 24/3/2022)
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