Compaixão,
Solidariedade e Generosidade. Onde se situa o Espiritismo?
"E disse
Jesus: Ame o seu próximo como a si mesmo" ( Mateus 22:39).
"Amar ao
próximo como a si mesmo é uma frase alienante. Por que eu deveria amar a
quem eu nem conheço?" (Sigmund Freud).
Se não me falha a memória foi Frei Beto quem disse ser a compaixão
a maior virtude do cristianismo. Meu grande amigo espírita e
intelectual Ciro Felice Pirondi diz ser a generosidade a maior virtude que
um ser humano pode aspirar. A solidariedade, diz ele, pode valer até para
situações de autoritarismo como ser solidário ao nazismo por exemplo, lembrando
que a solidariedade, na maior parte dos casos, está cercada de bons propósitos.
O Espiritismo no
seu aspecto mais religioso se prende à prática da caridade, tanto que todo
Centro Espírita que se preze sempre procura estar ligado a alguma Casa
Assistencial.
Segundo o Espiritismo, o amor é o sentimento por excelência. Jesus
promoveu o amor a lei maior a ser seguida. Mas para praticar o amor qual
a virtude maior que devemos possuir ou buscar em obtê-la?
Vamos a um exemplo:
um homem sempre que ia ao supermercado notava que o rapaz que ajudava a guardar
a compra tinha uma das mãos com os dedos todos fechados. Aquilo um dia o
comoveu. Perguntou ao moço: você nasceu assim? Sim, respondeu o rapaz. Você já
procurou tratamento? Sim, mas eu teria que fazer várias cirurgias segundo os
médicos e depois realizar várias fisioterapias. Além de não ter dinheiro eu não
posso parar de trabalhar.
Eu vou ajudar você
disse o homem. Estaria ele movido pela compaixão, generosidade ou
solidariedade? De que forma se manifestou neste homem o amor ao próximo?
Esse homem pagou todas as cirurgias e fisioterapias e ao mesmo tempo deu
uma ajuda financeira à família no período em que o rapaz não podia trabalhar.
Depois de todo tratamento esse homem pensou: a mão dele agora está boa, mas
para continuar fazendo o mesmo serviço de auxiliar de supermercado? Resolveu
então o homem pagar ao rapaz um curso profissionalizante e lhe deu um empego na
sua microempresa depois de terminado o curso. O rapaz, agora um homem, seguiu
sua vida nova, inclusive se transferindo para um emprego melhor. Alguns dirão
que o homem ajudou porque tinha dinheiro. Será apenas isso? Eu prefiro
acreditar na virtude humana. A judia Anne Frank, morta pelos nazistas, em seu
famoso diário escreveu que "apesar de tudo eu ainda acredito na bondade
humana".
Amigos espíritas coloquei abaixo a definição de compaixão, solidariedade
e generosidade obtidas no wikipedia. Em qual das três definições se encaixaria
o homem que citei acima? Em qual delas você se coloca?
O corpo teórico do
Espiritismo nos leva a qual comportamento após o desenvolvimento moral e
intelectual apregoado pela Doutrina Espírita? Felicidades a todos.
Compaixão (do termo latino compassione)[1] pode ser
descrito como uma compreensão do estado emocional de outra pessoa. Não deve ser confundida
com empatia. A compaixão
frequentemente combina-se a um desejo de aliviar ou minorar o sofrimento de outro ser senciente, bem como demonstrar
especial gentileza para com aqueles que sofrem.
A
compaixão pode levar alguém a sentir empatia pelo
outro. A compaixão é, frequentemente, caracterizada através de ações, quando
uma pessoa, agindo com espírito de compaixão, busca ajudar aqueles pelos quais
se compadece.
Ter
compaixão é permanecer num estado emotivo positivo, enquanto tenta-se
compreender o outro, sem invadir, no entanto, o seu espaço.[2]
A
compaixão diferencia-se de outras formas de comportamento prestativo humano no
sentido de que seu foco primário é o alívio da dor e sofrimento alheios.[3] Atos
de caridade que
busquem principalmente conceder benefícios em vez de aliviar a dor e o
sofrimento existentes, são mais corretamente classificados como atos de altruísmo,
embora, neste sentido, a compaixão possa ser vista como um subconjunto do
altruísmo, sendo definida como o tipo de comportamento que busca beneficiar os
outros minorando o sofrimento destes.
Solidariedade é
um ato de bondade e compreensão com o próximo ou um sentimento, uma união de
simpatias, interesses ou propósitos entre os membros de um grupo:
1.
Cooperação mútua
entre duas ou mais pessoas;
2.
Identidade entre
seres;
3.
Interdependência
de sentimentos, de ideias, de doutrinas.
Na sociologia,
existe o conceito de solidariedade social,
que subentende a ideia de que os seus praticantes se sintam integrantes de uma
mesma comunidade e, portanto, sintam-se interdependentes.
O
que forma a base da solidariedade e como ela é implementada varia entre as
sociedades. Nas sociedades mais pobres, pode basear-se principalmente no
parentesco e nos valores compartilhados, enquanto nas sociedades mais
desenvolvidas acumulam-se várias teorias sobre o que contribui para um senso de
solidariedade, também chamada de coesão social.
Generosidade é
a virtude em
que a pessoa tem quando acrescenta algo ao próximo. Ela se aplica também quando
a pessoa que dá algo a alguém tem o suficiente para dividir ou não. Não se
limita apenas em bens materiais. Generosos são tanto as pessoas que se sentem
bem em dividir um tesouro com mais pessoas porque isso as fará bem, tanto
quanto aquela pessoa que dividirá um tempo agradável para outros sem a
necessidade de receber algo em troca.[carece de
fontes]
Já
segundo René Descartes,
em Tratado das paixões e também nos Princípios de
filosofia, a generosidade é apresentada como uma despertadora do real valor
do eu e
ao mesmo tempo como mediadora para que a vontade se disponha a aceitar o
concurso do entendimento, acabando assim a causa do erro. Neste caso, passa a
ser um conceito de mediação entre a vontade e o entendimento.[1]
Roberto Rufo.
Este artigo foi publicado no jornal Abertura de maio de 2022, você pode acessar o jornal na integra no link abaixo:
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