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quinta-feira, 7 de maio de 2015

  "O EXERCICIO DA LIBERDADE" 

                                            por Gisela Régis

                    Nesse exato momento, existe um sentimento em quase toda a população de que nos encontramos numa situação lastimável, somos um país doente, fraco. A grande questão que se coloca é como curar essa doença cronica, qual a verdadeira origem desses males que nos afligem há séculos, com apenas breves intervalos de saúde e disposição?
                    É senso comum que para ter um corpo saudável você precisa exercitá-lo, praticar esportes, andar, correr, caso contrário os músculos atrofiam. Quando falamos em liberdade, nunca vi nem ouvi alguém recusar ou ser contrário. Todos nós queremos e defendemos ser livres. O problema é que, por essas bandas do nosso Brasil, estamos atrofiados, somos sedentários da liberdade. Nunca tivemos a oportunidade de exercitar plenamente esse músculo e o resultado é que mal reconhecemos sua existencia, não sabemos ao certo como funciona, como deve ser treinada e estimulada para que cresça e nos transforme em um país mais saudável, mais próspero e mais admirado.
                    Somos um país em que as pessoas buscam e defendem constantemente a solução dos problemas através dos governos e esperam dos políticos decisões e atitudes que solucionem esses problemas. Ao longo de toda a nossa história o Brasil  sempre foi marcado por um profundo paternalismo, uma presença intensa e constante das estruturas de governo no direcionamento dos rumos da economia, da cultura, chegando até as questões familiares e religiosas em muitos casos.
                    Parece que a fórmula não deu certo. Nesse exato momento, existe um sentimento em quase toda população de que  de que encontramos numa situação lastimável, somos um país doente, fraco. Conhecemos os sintomas dessa doença. Empobrecemos rapidamente com uma moeda exatamente fragilizada, inflação crescente e quase fora de controle, juros altíssimos que invibializam investimentos, desemprego batendo na porta de milhões de trabalhadores, serviços públicos de saúde, educação e segurança que simplesmente não funcionam, aumentos de impostos e, coroando isso tudo, escândalos de corrupção cada vez maiores e mais frequentes. Esses sintomas são percebidos facilmente pelo povo brasileiro, muito poucos não os sentem.
                   Portanto, a grande questão que se coloca é como curar essa doença crônica, qual a verdadeira origem desses males que nos afligem há séculos, com apenas breves intervalos de saúde e disposição? E aqui temos um problema. Cada brasileiro, com sua forte cultura paternalista e os músculos da liberdade atrofiados, procura os remédios que necessariamente passam pelo governo e não demandam o exercício pleno de sua liberdade. A pessoa cansada de tanta corrupção defende a proibição das doações de empresas e indivíduos aos partidos políticos e defende a adoação exclusiva do financiamento público de campanhas com recursos distribuídos pelo governo. O trabalhador quer benefícios, como seguro-desemprego e fundo de garantia, gerenciados pelo governo. O empresário industrial quer incentivos do governo na forma de juros subsidiados e proteção contra produtos importados. E tem até quem defenda que o governo tem que cuidar do nosso petróleo.
                    Mas se a doença existe há tantos anos, se os remédios ministrados são os mesmos há tanto tempo e ninguém está satisfeito com os resultados, porque insistimos em pedir uma dose maior dos mesmos remédios? Por que continuamos pedindo mais e mais governo em nossas vidas? Será que não está na hora de invertermos essa lógica? Será que não precisamos, na verdade, pedir ao governo que fique longe e faça apenas o mínimo necessário para garantir nossa segurança e a concorrência nos mercados? Que nos devolva o dinheiro que toma de nós com tantos impostos e nos permita fazer as nossas próprias escolhas? Será que temos medo dessa liberdade? Medo de errar sozinho? Medo do próprio fracasso, ou pior, do sucesso do vizinho? Porque, errar em conjunto já o fazemos há muito tempo.
                    Se você quer menos corrupção, ao invés de pedir ao governo que controle as verbas de campanha política, peça ao governo que devolva o dinheiro que foi tomado de você para essa verba, e escolha você mesmo o político pra quem doar seu dinheiro, depois o monitore e cobre os resultados. Se você quer ter uma poupança para passar pelos momentos de crise e desemprego ou para comprar uma casa, exija que o governo devolva a você o dinheiro tomado para o seguro-desemprego e FGTS, e cuide você mesmo de sua poupança. Se você quer fazer sua empresa crescer e prosperar, não peça incentivos ao governo, pois mais cedo ou mais tarde você receberá uma conta muito maior na forma de impostos. Apenas peça que o governo garanta que as regras do jogo sejam cumpridas, sem trapaças por seus concorrentes, pois você com certeza não é um trapaceiro.
                    Aquilo que amamos e desejamos tanto - quando falamos em liberdade - é ainda apenas um conceito abstrato, uma palavra bonita, simpática, mas que não conseguimos até hoje exercitar na prática mais simples e corriqueira de nossas vidas. Enquanto não assumirmos essas responsabilidades individualmente, praticando o exercício da liberdade de forma intensa exaustiva, estaremos fadados a morrer sem conhecermos o país do futuro. Temos que aceitar que, como qualquer outro exercício, esse também levará ao cansaço e causará dores em alguns momentos. Mas ao final de alguns anos de treinamento consistente e paciente, estaremos em forma, fortes, curados da doença que nos assola há tanto tempo. E seremos finalmente um país admirado no presente.

"Quanto mais inteligência tenho o homem para compreender um princípio, menos escusável será de não o aplicar a si mesmo." (828- Livro dos Espíritos por Allan Kardec).
"Deus é justo e tudo leva em conta, mas vos deixa a responsabilidade dos poucos esforços que fazeis para superar os obstáculos". (850 - Livro dos Espíritos por Allan Kardec).


domingo, 11 de janeiro de 2015

Je suis Charlie - ABERTURA



E você?

Somos parte de uma organização cultural e nossa arma é a razão em suas várias expressões. Não podemos jamais concordar com atos terroristas, vivemos e defendemos a liberdade e os direitos fundamentais do Espírito.

O Jornal Abertura, o ICKS e seu blog demonstram claramente seu desagrado com o ocorrido em Paris, é preciso caminhar na direção do entendimento e da fraternidade.

Dê a sua opinião espírita sobre o ocorrido.

Alexandre Machado

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quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O Boom da Literatura Espírita

Alguns dados interessantes sobre a venda de livros espíritas, que são classificados no Brasil como literatura religiosa. Com um  percentual declarado em censo de 2% da população, nós espíritas consumimos 33% do mercado religioso.

Um fenômeno recente foi a descoberta, deste mercado, pelas grandes produtoras de livros  que provocou a elevação do preço médio do livro espírita, tornando-o o mais caro , na média 30% que os católicos e evangélicos.

Alguns dados de venda obtidos em diversos sites, via pesquisa livre pelo google:

Chico Xavier – 50 milhões de livros; (450 títulos psicografados)
Zíbia Gasparetto – 16 milhões de livros; (30 títulos psicografados )
Allan Kardec – 12 milhões de livros ; (8 títulos organizados por ele, incluíndo a Revista Espírita como um só )
Vera Lúcia Marizenck de Carvalho – 3,5 milhões de livros. (26 títulos picografados)

Não estamos considerando nesta relação a Bíblia que junto com O Livro Vermelho de Mao Tse-Tung são os livros mais vendidos ou de maior edição no mundo com cerca de 900 milhões de cópias, cada um deles. Como refêrencia ao nosso leitor,  o livro brasileiro mais vendido é O Alquimista  de Paulo Coelho, com 66 milhões de cópias, nada menos que o 24° livro mais vendido de mundo.


Concluímos que lemos bastante, mas discutimos muito pouco, a maioria das casas espíritas não valoriza a discussão, preferindo o tradicional modelo de cursos discursivos, mas ao menos estão lendo sobre imortalidade, mediunidade e evolução, quem sabe, com o passar do tempo passem a discutir com a sociedade e não simplesmente entre paredes.

NR: Originalmente publicado no Jornal Abertura de outubro de 2014

Alexandre Machado

Livros publicados pelo ICKS: livros do ICKS

quinta-feira, 10 de julho de 2014

AUTO-CONHECIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA - Jaci Régis

A questão do autoconhecimento para o desenvolvimento da evolução consciente, proposta no Congresso da CEPA de Porto Alegre em 2000 é muito interessante e nos faz pensar diante de uma proposta tão globalizadora.

Em torno do tema, faço algumas reflexões que coloco à disposição dos que se interessarem por elas.




Introdução

Podemos definir a evolução consciente como a deliberação espontânea da pessoa em explorar suas potencialidades para determinar o ritmo de seu crescimento espiritual.

Já o autoconhecimento, que seria a base dessa evolução consciente, demanda uma auto-análise capaz de detectar as falhas mais evidentes no seu caráter e que se tornam impecilhos à consecução de seu projeto.

Segundo a Teoria Espírita da Evolução, o princípio espiritual evoluiu em segmentos mais elementares da vida antes de alcançar o nível hominal. Quando atinge esse nível hominal, tornando-se um Espírito, desenvolve sua auto consciência, que é a percepção de si mesmo como um ser distinto do ambiente. Entretanto, só se identifica como humano, só ganha uma identidade pessoal, na medida em que percebe a existência do outro. O outro é que nos identifica, nos torna humano.

Para o filósofo Hegel, a consciência só se transforma em auto consciência quando o ser desenvolve o desejo, como força propulsora do Humano, isso quando reconhece o desejo do outro.

“O que nos interessa para a explicação do desejo em Hegel é a passagem da Consciência (Bewusstsein) para a Autoconsciência (Selbstbewusstsein) passagem essa que é feita pelo Desejo (Begierde). Assim sendo para que o Desejo se torne humano e para que constitua um Eu humano, ele só pode ter por objeto um outro Desejo” (trecho de Freud e o Inconsciente de Alfredo Garcia-Roza, Zahar Editores, 1984, Rio de Janeiro).

Assim, a autoconsciência é um passo definitivo na identificação e consolidação do ser como ser humano, ou talvez mais precisamente, essa autoconsciência torna o principio espiritual num ser humano.

É o que nos ensina O Livro dos Espíritos.

190. Qual o estado da alma em sua primeira encarnação?

- O estado de infância na vida corpórea. Sua inteligência apenas desabrocha: ela ensaia para a vida.

191. As almas dos nossos selvagens estão no estado de infância?

- Infância relativa, pois são almas já desenvolvidas, dotadas de paixão.

191a. As paixões, então, indicam desenvolvimento?

- Desenvolvimento sim, mas não perfeição. São um sinal de atividade e de consciência própria, enquanto na alma primitiva a inteligência e a vida estão em estão em estado de germes.

Comentando a questão Allan Kardec diz: “as paixões são alavancas que decuplicam as forças do Espírito e o ajudam a cumprir os desígnios da Providência”

As paixões são a base da vida, como o é o desejo e tirá-los da alma é deixá-la vazia, atônita. Viver sem paixão é ser uma espécie de legume. Saber usar a força da paixão é o caminho correto na busca da espiritualização. Aceitar o desejo e transforma-lo em alavanca de realizações úteis e produtivas é sinal de inteligência e aproveitamento das energias do coração.

Na seqüência evolutiva, a paixão inaugura no ser o nível afetivo no conflito do Desejo com o Desejo do outro.





O Inconsciente Espírita



A possibilidade do ser autoconhecer-se, no seu sentido mais agudo, é bastante problemática.

A nível de consciência, nosso horizonte de autoconhecimento, é muito limitado, uma vez que nesse nível, a percepção pessoal é extremamente influenciada pelo princípio de autodefesa e pelos valores correntes, advindo da própria estrutura do ser, como das circunstâncias vivenciais do meio ambiente.

Desde que Freud constatou que a pessoa possui duas instâncias afetivas, o consciente e o inconsciente, verificamos que uma parte de nossa personalidade está oculta da consciência.

Ou seja, a totalidade dos sentimentos, medos, culpas e outros fatores que compõem a personalidade permanecem inacessíveis ao consciente, no jogo das realidades interiores e as expressões exteriores na vida da pessoa.

Reflito, todavia, nesse inconsciente dentro da Teoria Espírita da Evolução e os segmentos reencarnatórios que a compõe.

O ser espiritual constitui uma individualidade permanente, imortal e progressiva. Ele estrutura uma mente onde se localizam os conteúdos das experiências afetivo-racionais de sua vivência nos constantes processos reencarnatórios.

O processo evolutivo da individualidade espiritual é elaborado em cada segmento encarnatório, resultando uma penosa relação de aprendizado que se sedimenta como base de seu caráter. Considerando ainda que há a possibilidade de mudança de sexo em encarnações sequenciais, com todas as consequências dessa mutação orgânico-mental-afetiva, compreendemos que tudo isso compõe um quadro de difícil definição.

Em cada encarnação, essa individualidade se exterioriza no mundo corpóreo, atendendo os fatores hereditários e recebendo as pressões ambientais em que se localiza, criando uma personalidade apropriada para o momento vivencial que experiencia.

Entretanto, sua estrutura mental não se apresenta totalmente na consciência. Certos fatores de ordem afetiva na estrutura mental da individualidade, muitas vezes são negados na personalidade consciente.

Poderíamos pensar num inconsciente espírita para designar com propriedade o repertório mento-afetivo resultante das experiências significativas do Espírito em sua estrutura mental permanente. Aí seria o lugar onde se fixam os traços mnêmicos, com imagens e sensações correspondentes, residuais, da sua vivência. Essas vivências serão a base e se projetam na personalidade de cada encarnação como idéias inatas, tendências genéticas para alguns, personalidades complexas e sentimentos confusos.

Daí, na minha visão, ser difícil realizar um completo autoconhecimento, porque a construção da individualidade é realizada num processo helicoidal, na repetição de experiências, na fragmentação de sentimentos e composição de grades de insegurança, medo, autodefesas virulentas e patológicas que criam uma personalidade típica. Por isso a personalidade existencial é elástica ou rígida, às vezes pouco delineada, difusa. Essa a razão por na Psicologia existem muitas Teorias da Personalidade segundo as premissas de seus autores.

Em resumo, cada pessoa é uma individualidade espiritual definida em sua essência, mas complexa e inacabada em sua estrutura. E que se exprime na vida corpórea por uma personalidade que apresenta lacunas, retratando as complexidades do Espírito como unidade intelecto-afetiva, em processo de crescimento.



NR – Artigo original foi apresentado por Jaci Régis no XVIII Congresso Espírita Pana-americano, em 2000 na cidade de Porto Alegre. O trabalho integral pode ser acessado pelo site da CEPA - http://www.cepainfo.org/

Joaquim Barbosa vai se aposentar e sua relação com o Espiritismo, por Alexandre Cardia Machado

Barbosa vai se aposentar


Creio que boa parte da população brasileira ficou decepcionada, afinal, depois de muito tempo tivemos um “paladino da justiça” uma pessoa séria, de gestos exagerados mas com firmeza de propósitos.

Joaquim Barbosa sofre de uma doença degenerativa que lhe cause mauitas dores, tornando um sacrifício participar dos longos debates que ocorrem no Supremo Tribunal Federal - STF, certamente será uma grande perda para a justiça brasileira.



Qual a razão real da aposentadoria? Teria sido a dor, mesmo ou a falta de motivação para Barbosa antecipar sua aposentadoria? Ou o fato de ele estar um tanto isolado na presidencia do Supremo, com posições destoantes da maioria dos juízes o maior fator gerador da decisão?

Acreditamos que pela sua trajetória, não teria sido este último motivo, o principal, Barbosa deve ter seus planos futuros, quem sabe embalado pela alta popularidade. Talvez não se aproveite dela neste momento quando ainda não está resolvido o chamado “mensalão” e, quem sabe, saindo antes, não ficaria comprometido com o resultado final de todas as revisões processuais.

Seu par no STF, o ministro Marco Aurélio Mello disse “lamentar a saída do presidente do STF e entende devido ao seu estado de saúde. “(Barbosa) Veio a ser relator de uma ação penal importantíssima no que o supremo como colegiado acabou por reafirmar que a lei é lei para todos, indistintamente. Acabou por revelar que o processo em si não tem capa, processo tem conteúdo”, disse Mello, referindo-se ao julgamento do mensalão” Segundo o portal Terra.

A verdade que fica é que por alguns anos tivemos uma luz brilhando em Brasília, não o vimos como perfeito, mas pelo menos víamos um baluarte contra a corrupção.

O Livro dos Espíritos nos ensina que devemos trabalhar até o limite de nossas forças, Barbosa não é espírita, mas é um homem de bem, ele certamente se aposentará, mas não parará de trabalhar, aguardemos seus próximos passos.

Quanto ao STF, a Presidência da República terá oportunidade de indicar o seu substituto, como reza a constituição brasileira, se pensarmos bem, este dispositivo deveria ser modificado, quem sabe um modelo mais democrático, onde a população de alguma forma pudesse participar.

Vemos em outros países supremas cortes que simplesmente ali estão para aprovar atos do Executivo, não estamos assim no Brasil, seria injusto nos referirmos aos nossos ministros, desta maneira, temos sim escolas distintas de formação que neste momento, em sua maioria, não seguem o mesmo caminho de Joaquim Barbosa.

Como espíritas e cidadãos nos interessa um judiciário forte, capaz de usar do seu poder de decisão, na forma mais equilibrada possível. Ficaremos atentos.

 

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Tudo pronto para o XIII SBPE - Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita


Marque na agenda XIII SBPE em outubro - tudo pronto só falta a sua inscrição!

O Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita será realizado de 25 a 27 de outubro, em Santos, na Avenida Francisco Glicério, 261 – Gonzaga.

Estamos quase lá! Os trabalhos a serem apresentados e autores já estão definidos. Vejam abaixo que serão 12 temas distintos, ou abordados de forma diferente.

A programação do evento será feita de forma que todos os participantes possam assistir a qualquer trabalho, sem precisar escolher entre eles.

Como nesta edição serão apenas três dias, ao contrário dos encontros anteriores que eram realizados em feriados, buscamos favorecer a ampla participação. Ainda há tempo de se inscrever e os detalhes podem ser encontrados no blog do ICKS: http://icksantos.blogspot.com.br ou pelo telefone da secretaria do evento (13) 3321-3452.

Haverá um bom equilíbrio entre estudos individuais (nove) e trabalhos produzidos por grupos de estudos (três), demonstrando que a cada dia mais grupos se dedicam ao estudo contínuo da Doutrina Kardecista.

Relação de trabalhos:

AUTOR TÍTULO CIDADE
Ademar Arthur Chioro dos Reis Politicas publicas para  álcool e drogas e o papel dos espiritas Santos -SP
Alcione Moreno Sexualidade e Espiritismo São Paulo - SP
Alexandre Cardia Machado O desenvolvimento do Espírito, até o surgimento da vida na Terra, uma hipótese livre pensadora Kardecista Santos -SP
Eugenio Lara Os Desertores de Kardec São Vicente -SP
Eugenio Lara Uma análise Kardecista da desobediência civil São Vicente -SP
Grupo Livre Pensador Pesquisa Mediúnica sobre Reencarnação São Paulo - SP
Herivelto Carvalho A Filosofia Espírita de Torres-Solanot Ibatiba -ES
ICKS - Grupo de Estudos Pode o espiritismo ser considerado ciência da alma?  - Uma análise epistemológica da  proposta do pensador espírita Jaci Régis  Santos -SP
Mocidade Espírita Estudantes da Verdade Direito à Vida Santos -SP
Reinaldo di Lucia Livre Arbítrio Santos -SP
Ricardo Nunes Jaci Régis e o Jardim de Epícuro Guarujá -SP
Roberto Rufo O Livre Arbítrio e os seus inimigos Santos -SP

 

sexta-feira, 15 de março de 2013

Habemus Papum - O novo Papa é Latino Americano por Alexandre Cardia Machado

Amigos, somos espíritas e portanto não deveria ser de nossa alçada comentar tudo isto que está ocorrendo com a Igreja Católica, mas foi uma surpresa geral o fato de um Argentino torna-se Papa. Francisco I, um Latino Americano no centro da igreja deve trazer uma mensagem embutida.



Casualmente, no momento que escrevo estou em uma cidade que está escrita na história da civilização ocidental - Istambul, antiga Constantinopla e a primeira sede da Igreja Católica fundada por Constantino, nada menos que um Cezar Romano que expulso de Roma, transfere-se para estas terras e por aqui inicia a existência da Igreja.

Como so tive acesso a sites brasileiros e a TVs estrangeiras, minha observação é que gostaram da novidade.

De nosso lado, esperamos que venham idéias renovadoras que possam melhorar a humanidade, já que uma parcela muito importante segue esta religião.

Por eu não ser religioso e acreditar muito mais na razão do que na doutrinação que as religiões pregam, não acredito que o novo Papa faça grandes mudanças, estando agora num país 99% muçulmano, posso dizer a vocês que quando os religiosos podem atuar, usam a força para manter as tradições. Aqui na Turquia e em qualquer lugar no mundo mulheres só entram nas mesquitas com a cabeça coberta e todos tem que estar descalços. As mulheres podem rezar nas mesquitas, mas o fazem ao fundo, a frente é reservada aos homens.

Mas a Turquia é um país maravilhoso, progressista onde existe respeito às diferenças - um exemplo a ser seguido por outras nações muçulmanas.

E você nosso leitor, o que pensa desta alta exposição televisiva que acompanhou todo o processo? Deixa a sua opinião.


Artigo relacionado - O Papa desistiu por Alexandre Machado
http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8190435979242028935#editor/target=post;postID=90970163556552414

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Considerações sobre a Reencarnação - Jaci Régis

A Lei divina não cogita de ética ou moral. Ou seja, Lei Natural não é uma lei moral.


A ética e a moral são estágios criados a partir da racionalidade.




Nos estágios pré-humanos da vida terrena, o princípio da sobrevivência determina o comportamento, sem considerações de reciprocidade. Apenas o treinamento dos fatores que, posteriormente, comporão o comportamento do ser racional.

Na visão evolucionista, o princípio inteligente conhece nos conflitos da experiência que define o seu processo de desenvolvimento, a reciprocidade natural entre ação e reação, nos campos das relações de sobrevivência. Depois, no desencadeamento das mutações, ele sofrerá as consequências do choque da convivência e inscreverá na sua mente perene os rigores das respostas. A decorrência será a estruturação dos valores que se chamarão depois de “ética”, ou seja, a definição básica do certo e errado, bem e mal.

Já a moral é estabelecida pela autoridade, dentro de padrões criados pela observância das necessidades de manter um relativo equilíbrio nas relações humanas no círculo em que se desenvolvem, e também para garantir o poder.

Aí nascem as noções sobre o poder sobrenatural, a delegação de poderes a missionários e profetas, com as noções da culpa e da punição.

Ainda que esses sejam elementos historicamente encontrados nas civilizações de todos os tempos, constituem uma moral relativamente mutável, adaptável.

Não se pode confundir a reciprocidade da lei de causa e efeito com a polarização entre culpa e castigo, que numa serie infinita limitaria drasticamente o desenvolvimento do ser espiritual, perdido na circularidade permanente.

Somente essa perspectiva poderá dissolver a aparente contradição entre o livre-arbítrio como instrumento de expansão e evolução do ser espiritual e a Lei. Isto é, não existem limites morais na Lei. Os limites não estão fora, mas delineados e funcionam inevitavelmente dentro do universo pessoal, nos mecanismo do processo de causa e efeito.

A lei de causa e efeito é o princípio fundamental de balanceamento e reajuste constante da rota desdobrada pelo ser, na trilha evolutiva. Esse jogo permite a construção e reconstrução do equilíbrio interno.

Não se confunde, todavia, a questão da culpa como conseqüência da infrigência dos valores elegidos pessoal ou coletivamente, com o instituto da culpa como ação divina, resultado de um julgamento exterior. A pena de Talião é expediente que o próprio ser promove nos trâmites da culpa e da reparação.

A própria Lei Natural ou divina estabelece os mecanismos de manutenção do equilíbrio, definido como fator de balanceamento dos fatores concorrentes, visando o objetivo de manutenção e expansão positiva do conjunto.

O processo evolutivo do ser é instável porquanto ele estagia no nível de imperfeição natural em constante mutação, gerando desequilíbrio que, na reciprocidade da lei de causa e efeito, promove o equilíbrio, seja internamente, seja na relação com o outro, com o ambiente.

O livre-arbítrio, essa liberdade essencial, poderia levar à anarquia incontrolável, não estivessem gravados na consciência os parâmetros da Lei, construídos no conflito existencial.

Na trajetória evolutiva do ser espiritual, os fatores externos provocam repercussões que mobilizam suas potencialidades, reestruturando níveis mentais e motivações. Esses confrontos causam dor e sofrimentos que produzem situações penosas e insatisfatórias.

O equilíbrio é a felicidade ou a condição de satisfação e compensação do ser, ou se quisermos, podemos chamar de Eros.

A infelicidade é a quebra do equilíbrio com a criação de estados de desconforto e desintegração mental, ou se quisermos, podemos chamar de Morte ou Tanatos.

O interesse de preservação, ou instinto de conservação, que se instala no ser desde o início, e a necessidade que lhe é inerente de participar de relações compensatórias com semelhantes, são as forças propulsoras que o movem para a procura da homeostase.

A “inscrição na consciência” dos valores da Lei se dá, como se viu, na própria vivência dos conflitos e pelo desejo de preservação do ser e constitui, no tempo, os fundamentos da ética, considerada como o fator que estabelece o julgamento dos fatores para a persistência do ser.

No período humano, a ética e a moral se expressam, inicialmente, com o nascimento dos tabus, dos medos diante dos fatores naturais, nos mistérios do nascimento e da morte, e apelação para as forças sobrenaturais, no interesse da preservação pessoal e grupal.

Assim, como as forças do universo energético seguem um curso aparentemente ao acaso, mas permanecem dentro do fluxo orientador da Lei, o ser espiritual também parece seguir uma forma anárquica, sem limitações. Todavia, através dos mecanismos da Lei instalados pela experiência na mente do Espírito, o equilíbrio se faz invariável, mas não imediato.

Na dinâmica do processo, o que, dentro da visão sensorial sugere o caos, o acaso, na verdade, caminha para a busca do equilíbrio. A questão, nessa visão sensorial, se complica pela variável do tempo, cronológico ou sensível.

No modelo que estamos pensando, a evolução do ser inteligente só tem sentido se considerarmos a vida dele como uma estrutura imortal, dotado de um sentido natural de autopreservação, de imortalidade, realizada atemporalmente, da mesma forma que as mutações do mundo energético se impõem como condição de efetivação.

Nesse modelo não cabe o acaso, nem a vacuidade de intenções, pois há sempre a intenção de alcançar o patamar da satisfação, tanto na realização dos fenômenos biológicos e físicos, como nos fenômenos da consciência.

Não fora assim e o universo energético e a vida inteligente não teriam sido possíveis.

Não se trata de nenhuma imposição moral ou retaliação divina. O que se grava na consciência, quer dizer na memória profunda do Espírito, é os resultados das contradições vividas a partir do exercício vital, dentro do básico princípio de causa e efeito. Essa “consciência” retrata a realidade das reações aos atos e ações realizadas que, ao longo da experiência, estabelecem uma reação automática, condicionante, a motivando e ajuste imprescindível para o equilíbrio do ser, no conflito do conforto e desconforto existencial.

Não estamos esquecendo o valor das interações, dos conflitos entre as pessoas e a influência dos mortos na vida dos vivos. Nem a influência de entidades mais equilibradas na indução de encontros e respostas. Estamos enfatizando a auto-evolução, a escolha e principio do certo e do errado na decisão pessoal e coletiva.

Artigo recuperado e publicado no Jornal Abertura em agosto de 2012

Outros artigos de Jaci Régis:


Livros de Jaci Régis a venda pela Internet:

http://icksantos.blogspot.com/2011/12/livros-de-jaci-regis-venda-pela.html

Um ano sem a presença física de Jaci Régis

http://icksantos.blogspot.com/2011/12/um-ano-sem-presenca-fisica-de-jaci.html

Do Jesus Pré-cristão ao Jesus Cristão - Jaci Régis

http://icksantos.blogspot.com/2011/10/do-jesus-pre-cristao-ao-jesus-cristao.html



Jaci Régis biografia e vida – por Ademar Arthur Chioro dos Reis

http://icksantos.blogspot.com/2011/10/jaci-regis-bibliografia.html

Ligação espírito cérebro

http://icksantos.blogspot.com/2009/08/ligacao-espirito-cerebro-jaci-regis.html

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Sobre o Pseudônimo de Rivail - Eugenio Lara

Artigo originalmente publicado no Jornal ABERTURA - Agosto de 2012

Deixe o seu comentário, qual teria sido afinal a orígem do nome Allan Kardec?


Sobre o Pseudônimo de Rivail - Eugenio Lara

Já perdi a conta das vezes que me perguntaram, durante a palestra em centros espíritas, sobre a origem do pseudônimo Allan Kardec, adotado pelo grande pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804-1869) na assinatura de sua obra espírita. Teria sido mesmo ele um druida? Em que época viveu? Por que Rivail adotou esse estranho pseudônimo? Trata-se de um tema controverso, principalmente devido à carência de fontes fidedignas.


Nós, espíritas, aceitamos que Allan Kardec foi uma das encarnações de Rivail, mais pela tradição oral, pelo argumento de autoridade do que pela escrita. O primeiro biógrafo de Rivail, Henri Sausse (1851-1923), afirmou em uma conferência comemorativa da desencarnação de Kardec, em 1896, que o fundador do Espiritismo teria tido uma encarnação entre os celtas: “segundo lhe revelara o guia, ele tivera ao tempo dos Druidas.” Um detalhe: esse guia a que Sausse se refere é o Zéfiro (ou Zephyr), espírito protetor de Rivail.

Sausse não cita a fonte dessa informação e nem afirma que ele teria sido um druida. Muito provavelmente teve acesso a dados biográficos compartilhados por contemporâneos e amigos mais íntimos de Rivail, à sua correspondência e seus manuscritos, ainda intactos, mas que seriam em quase sua totalidade destruídos durante a II Guerra Mundial, quando os nazistas invadiram a França, ocuparam Paris e destruíram quase todo o legado kardequiano.

Todavia, Sausse não é a única fonte. Se formos confrontá-la com outras disponíveis, a compreensão torna-se mais obscura ainda, controversa, deixando o tema ainda em aberto.

A seguir, o leitor poderá apreciar um panorama das fontes existentes, de fontes primárias, apesar de contraditórias, que evitariam afirmações equivocadas e pouco fiéis acerca da origem do pseudônimo do fundador do Espiritismo.



HENRI SAUSSE

“Esse livro [O Livro dos Espíritos] era em formato grande, in-4, em duas colunas, uma para as perguntas e outra, em frente, para as respostas. No momento de publicá-lo, o autor ficou muito embaraçado em resolver como o assinaria, se com o seu nome — Denizard-Hippolyte-Léon Rivail, ou com um pseudônimo. Sendo o seu nome muito conhecido do mundo científico, em virtude dos seus trabalhos anteriores, e podendo originar uma confusão, talvez mesmo prejudicar o êxito do empreendimento, ele adotou o alvitre de o assinar com o nome de Allan Kardec que, segundo lhe revelara o guia, ele tivera ao tempo dos Druidas.”



“Assim, também, se deu a respeito do seu pseudônimo. Numerosas comunicações, procedentes dos mais diversos pontos, vieram reafirmar e corroborar a primeira comunicação obtida a esse respeito.”

(Biografia de Allan Kardec - FEB – Grifo meu).



CANUTO ABREU

“Uma noite veio o Professor com Madame RIVAIL. Nosso Guia os recebeu amistosamente, saudando o professor com estas palavras: — ‘Salve, caro Pontífice, três vezes salve!’. Lida, em voz alta, a saudação, todos rimos. Para nós, ZEPHYR estava pilheriando. Papai, então, explicou ao Professor o costume do Espírito Familiar apelidar quase todos os visitantes. O senhor RIVAIL não se agastou e respondeu ao Guia, sorrindo — ‘Minha bênção apostólica, prezado filho’. Nova risada geral. ZEPHYR, porém, respondeu ter feito uma saudação respeitosa, a um verdadeiro pontífice, pois RIVAIL havia sido, no tempo de Júlio CÉSAR, um chefe druídico.”



“— UMA NOITE, INESPERADAMENTE, disse-nos ZEPHYR: — Vocês irão brevemente para Paris. BAUDIN arrumará os seus negócios; Emile entrará na Escola Naval; Caroline e Julie tomarão professoras mais competentes e... encontrarão seus noivos; e eu, ZEPHYR, procurarei contato com um velho amigo e chefe desde o ‘nosso’ tempo de Druidas.” (O Livro dos Espíritos e Sua Tradição Histórica e Lendária - Ed. LFU – grifo meu).



LÉON DENIS

O continuador da obra kardequiana, Léon Denis (1846-1927), sustenta que Allan Kardec não teria encarnado como druida na Bretanha, mas sim na Escócia. O próprio Denis considerava-se um druida reencarnado, chamado por Arthur Conan Doyle de “O Druida de Lorena”:

“Foi nessas profundas fontes que Allan Kardec ilustrara seu espírito; foi com meios idênticos que ele viveu outrora. Não na Bretanha, talvez, mas antes na Escócia, segundo a indicação de seus guias.”

(...)

“Kardec ali aprendeu a filosofia dos Druidas; preparava-se no estudo e na meditação para as grandes empresas futuras.”

“(...) Até o nome de Allan Kardec, que escolheu, até este dólmen erigido no seu túmulo por sua expressa vontade, tudo, digo eu, lembra o homem do visco do carvalho, que voltou a esta Gália para despertar a fé extinta e fazer reviver nas almas o sentimento da imortalidade.” (O Mundo Invisível e a Guerra, cap. VI - Ed. CELD).



ALEXANDRE DELANNE

O pai de Gabriel Delanne, grande amigo, vizinho de Rivail, ao lado do filho e da esposa, médium da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas (SPEE), fundam o periódico Le Spiritisme, em março de 1883. Em um artigo deste periódico, Alexandre Delanne revela um dado bem interessante, que destoa das fontes conhecidas:

“Há ainda um outro detalhe que temos do próprio autor [Kardec]. Veja como ele apresenta o pseudônimo que haveria de assinar seus escritos: Você tomará o nome de Allan Kardec, que nós te damos. Não se preocupe com isto, ele é seu, você já propiciou muita dignidade em uma encarnação anterior, quando vivia na antiga Armórica.” (Le Spiritism, maio de 1888 – Grifo meu).

Na Antiguidade, Armórica era o nome de uma região da lendária Gália, território dos celtas gauleses, que incluía a península da Bretanha, localizada a oeste da atual França.



AMÉLIE BOUDET

“— Todos os literatos – responde Madame Kardec – adotam pseudônimos. Meu marido jamais pilhou coisa alguma”. Em resposta à insinuação do promotor público de que Rivail teria retirado o pseudônimo Allan Kardec de um manual de magia negra. (Mme. Leymarie - Processo dos Espíritas - FEB).



GEORGES D’HEILLY

O escritor francês Georges D'Heilly publicou um interessante livro em 1867, intitulado Dicionário de Pseudônimos. O autor afirma que o próprio Rivail contou-lhe a origem de seu codinome:

“Quanto à escolha de seu pseudônimo, ele próprio [Rivail] contou sua origem. Tinha-lhe sido revelado, diz ele, pelos espíritos, que numa encarnação bem anterior à vida presente, chamava-se realmente assim, e também, como tal, foi chefe de um clã bretão no século XII.” (Dictionnaire des Pseudonymes, recueillis par Georges D'Heilly, p. 7 - 2ª ed. E.Dentu, Libraire-Éditeur - Libraire de la Société des Gens de Lettres, Paris-France [1869]. Tradução de Eugenio Lara.)=







ALLAN KARDEC

Não há fonte mais convincente do que ouvir do próprio Rivail o que ele tem a dizer sobre seu pseudônimo. Entretanto, ele sempre foi discreto quanto à sua origem. Nada consta em sua obra publicada. Pelo fato de seu nome civil ser muito notório e reconhecido nos meios culturais e científicos franceses, o fundador do Espiritismo preferiu assinar com outro nome, um pseudônimo, a exemplo de escritores e literatos, a fim de não causar confusão. Como sempre fazia, consultou os espíritos, certamente O Espírito de Verdade, seu guia espiritual. Todos os biógrafos de Kardec são unânimes quanto a esse seu procedimento.

O ideal seria termos acesso à correspondência e manuscritos de Rivail. No entanto, o que não foi destruído também não é divulgado. Boa parte do patrimônio kardequiano encontra-se em poder da família do historiador e tradutor Silvino Canuto Abreu (1892-1980). O Museu Espírita de São Paulo, localizado na Lapa, Grande São Paulo, fundado e dirigido por Paulo Toledo Machado, expõe uma pequena parte deste patrimônio, doado pela família.

Deste acervo, temos acesso a uma carta de Rivail ao barão e empresário Tiedeman, “amigo seu e dos espíritas”, segundo o biógrafo André Moreil, que hesitou em investir no projeto da Revista Espírita:

“Duas palavras ainda a propósito do pseudônimo. Direi primeiramente que neste assunto lancei mão de um artifício, uma vez que dentre 100 escritores há sempre ¾ que não são conhecidos por seus nomes verdadeiros, com a só diferença de que a maior parte toma apelidos de pura fantasia, enquanto que o pseudônimo Allan Kardec guarda uma certa significação, podendo eu reivindicá-lo como próprio em nome da Doutrina. Digo mais: ele engloba todo um ensinamento cujo conhecimento por parte do público reservo-me o direito de protelar... Existe, ainda, um motivo que a tudo orienta: não tomei esta atitude sem consultar os Espíritos, uma vez que nada faço sem lhes ouvir a opinião. E isto o fiz por diversas vezes e através de diferentes médiuns, e não somente eles autorizaram esta medida, como também a aprovaram.” (Zeus WANTUIL e Francisco THIESEN, Allan Kardec - vol. II, p. 76).



ANNA BLACKWELL

A jornalista, poetisa e tradutora inglesa Anna Blackwell (1834-1900) conheceu pessoalmente, na intimidade, o casal Rivail. Tornou-se correspondente da Revista Espírita na Inglaterra, em 1869. Verteu O Livro dos Espíritos para o inglês, em 1875, tradução esta dedicada à esposa de Rivail, Amélie Boudet:

“E você o publicará [O Livro dos Espíritos], não com seu próprio nome, mas sob o pseudônimo de Allan Kardec (*). Guarde seu próprio nome Rivail para seus próprios livros já publicados, mas tome e guarde o nome que agora lhe demos para o livro que você irá publicar sob nossa ordem, e em geral, para todos os trabalhos que você terá no desempenho da missão que, como já dissemos, lhe foi confiada pela Providência e que será gradualmente aberto a você na medida em que prosseguir nele, sob nossa orientação”.

(*) “Um antigo nome Bretão da família de sua mãe.”

(Prefácio à tradução inglesa, de Anna Blackwell em The Spirit’s Book - FEB, tradução de Myrian de Domênico Rodrigues).



ALEXANDRE AKSAKOF

A partir de depoimentos pessoais de Ruth Celina Japhet, médium colaboradora de Kardec, o pesquisador russo Alexandre Aksakof (1832-1903) publica um artigo em 1875, onde critica a formulação do conceito de reencarnação na França. Editado por ocasião do lançamento da tradução inglesa de O Livro dos Espíritos, por Anna Blackwell, o artigo causou, na época, muita celeuma. Pierre Gaëtan Leymarie e Anna Blackwell contestaram Aksakof de forma contundente. O médium citado, Roze, era membro da SPEE, assim como Japhet:

“Como ele [O Livro dos Espíritos] também foi anexado a um jornal importante, o L’Univers, ele [Rivail] publicou seu livro com os nomes que ele teria tido em suas duas existências anteriores. Um destes nomes era Allan — revelado a ele pela senhora Japhet, e o outro nome, Kardec, foi revelado a ele pelo médium Roze.”

(Pesquisas Sobre a Origem Histórica das Especulações Reencarnacionistas dos Espiritualistas Franceses, artigo originalmente publicado no periódico londrino “The Spiritualist Newspaper”, em 1875. Tradução de Vital Cruvinel – Grifo meu).



JACQUES LANTIER

O sociólogo francês realizou um interessante e abrangente estudo histórico-sociológico sobre o Espiritismo, onde cita trecho de uma carta redigida por Allan Kardec sobre seu pseudônimo:

“O Sr. Leymarie, editor e livreiro, na rua Saint-Jacques nº 32, herdeiro de Pierre-Gaëtan Leymarie, um dos pioneiros do espiritismo, fez-me saber que possuía um documento manuscrito de Allan Kardec, até hoje inédito, no qual este explica a “verdadeira” origem do seu pseudônimo: Rollon, primeiro duque dos Normandos, no século IX, teve um filho que foi curado por um chefe de comunidade que se chamava Allan Kardec. (O Espiritismo, p. 71. - Edições 70 – Grifo meu).



CARLOS IMBASSAHY

Para finalizar, citamos o grande escritor espírita brasileiro Carlos Imbassahy, não por ser uma fonte primária, mas porque seu depoimento é imprescindível neste caso, como argumento de autoridade, que corrobora a existência do misterioso acervo kardequiano, o qual teve acesso, em função da amizade com Canuto Abreu:

“Revelaram os espíritos que Denizard Rivail, em encarnações anteriores, vivera na Gália, onde se chamara Allan Kardec. Daí a proveniência do pseudônimo que adotou. Em nova encarnação fora o infortunado João Huss.”

“A notícia de que Allan Kardec tivera uma existência ao tempo de Júlio César data de 1856; a de ter sido João Huss veio em 1857.”

“Revelaram os Espíritos que Denizard Rivail, em encarnações anteriores, vivera na Gália, onde se chamara Allan Kardec. Daí a proveniência do pseudônimo que adotou. Em nova encarnação fora o infortunado Jean Huss. A notícia de que Allan Kardec tivera uma existência ao tempo de Júlio César data de 1856 e a de ter sido Jean Huss veio em 1857; ambas por via medianímica: a primeira pela cestinha escrevente de Baudin, com a médium Caroline; a última por psicografia de Ermance Dufaux.”

“As fontes preciosíssimas – esclarece o Dr. Canuto Abreu – estavam, em 1921, na Livraria de Leymarie, onde ele as copiara na sua quase totalidade. Passaram em 1925 para o arquivo da Maison des Spirites, onde os alemães, durante a invasão de Paris, as destruíram em 1940.”

Carlos Imbassahy ainda cita uma enciclopédia inglesa que consideramos oportuno transcrever:

“His pseudonym originated in mediumistic communications. Both Allan and Kardec were said to have been his names in previous incarnations”.

“Seu pseudônimo é originado de comunicações medianímicas. Diz-se que Allan e Kardec foram os seus nomes em encarnações anteriores.”

(A Missão de Allan Kardec - Ed. FEP).



Como se vê, as informações são contraditórias. Em encarnação anterior, teria vivido Rivail na Escócia ou na antiga Bretanha? Mas, e a reencarnação como Jean Huss, como fica? Foi druida ou chefe de comunidade? Allan Kardec é um nome próprio ou é junção de Allan com Kardec? A questão se complica ainda mais se formos analisar a origem etimológica do nome próprio Allan Kardec. Não é de origem céltica, porque provem do germânico, melhor dizendo, dos normandos, oriundos da atual Dinamarca. O nome Allan Kardec é de origem normanda, viking. Fosse gaulesa, teria de ser Alan Karderix. Ou seja, nunca existiu um druida de nome Allan Kardec. Mas, essa é uma questão para ser abordada em outra oportunidade...



Eugenio Lara, arquiteto e designer gráfico, é fundador e editor do site PENSE - Pensamento Social Espírita [www.viasantos.com/pense], membro-fundador do Centro de Pesquisa e Documentação Espírita (CPDoc) e autor dos livros em edição digital: Racismo e Espiritismo; Milenarismo e Espiritismo; Amélie Boudet, uma Mulher de Verdade - Ensaio Biográfico; Conceito Espírita de Evolução e Os Quatro Espíritos de Kardec.

E-mail: eugenlara@hotmail.com

Outros artigos de Eugenio Lara:


O Humanismo Espírita - Eugenio Lara

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Entrevista com Eugenio Lara - “O inimigo não está mais lá fora, está aqui dentro”

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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Curiosidade – um dos motores que movem a humanidade



Foto Nasa - Satélite Mars Reconnaissance Orbiter registra a chegada da sonda em Marte


Esta semana, após oito meses viajando no espaço, depois de percorrer a distância de 556 milhões de quilômetros, e após passar pelo processo de entrada na atmosfera marciana a uma velocidade de 21 mil km/h – com uso de escudo protetor, paraquedas e, finalmente, foguetes desenvolvidos para parar no ar e liberar o veículo robô – pousou com absoluto sucesso a nave robô em uma cratera, na busca de uma evidência de vida bacteriana, em Marte.

A nova sonda enviada à Marte pela NASA, que na realidade trata-se de um veículo de uma tonelada, teleguiado, extremamente sofisticado, equipado com uma estação de monitoramento ambiental (REMS), desenvolvido e montado na Espanha, medirá a temperatura do solo e ar, pressão, umidade e radiação ultravioleta, e conta também com uma antena que facilitará o envio de dados e colocará o explorador diretamente em contato com a Terra.

O Robô chama-se Curiosity, ‘curiosidade’ em português. O nome não podia ser mais adequado, pois representa uma das molas propulsoras da humanidade. Orçado em 2,5 bilhões de dólares, tem como maior responsabilidade nos ajudar a conhecer o passado semelhante que Marte e o planeta Terra tiveram em comum e, como prêmio de loteria, nos traz a possibilidade de encontrar evidências de vida fora da Terra.

A pluralidade dos mundos habitados, um dos pilares do Espiritismo é, sem dúvida, o que mais precisa de evidências comprováveis. É lógico pensar que num universo tão grande não apenas a Terra possua vida. A vida, acredita-se, pode se formar em locais onde exista a presença de água. As sondas robôs enviadas previamente já encontraram evidências de minerais que só podem ser produzidos na presença de água, o que nos leva a crer que, em algum momento no passado, Marte tenha tido condições de aparecimento de vida.

É possível que estas condições ainda existam sob a superfície e é este um dos alvos da expedição.

Se descobrirmos que não estamos sós no universo, creio que esta constatação possa ser um motivo a mais para buscarmos uma integração melhor dos humanos, uma compreensão de que a vida inteligente é rara e de que não podemos desperdiçar a oportunidade especial de aqui estarmos como espíritos imortais, vivendo e criando estes equipamentos delicados e mandá-los tão longe, na busca de conhecimento. Que também sirva de estímulo a governos e governantes para que empreguem verbas semelhantes para o desenvolvimento do saber entre nós.

Por Alexandre Cardia Machado

Nota: Editorial de Agosto 2012 - Jornal ABERTURA

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Pode o Pensamento deslocar-se acima da velocidade da luz?

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Abrindo a Mente - Uma entrevista com Hernani Guimarães de Andrade

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Curso sobre a EVOLUÇÃO DO PRINCÍPIO ESPIRITUAL

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Abrindo a mente - A pluralidade dos mundos habitados e o critério de falseabilidade por Alexandre Cardia Machado

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Abrindo a mente:60 bilhões de humanos – nossa história. Por Alexandre Cardia Machado

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Abrindo a Mente - 7 bilhões de humanos – estaríamos ‘raspando’ o umbral? Por Alexandre Machado

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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Experiência de passe em plantas - resultado final 7% a mais de crescimento - ICKS

Já começa a tornar-se uma tradição, nos cursos de Mediunidade, quando do estudo teórico e prático da emissão energética próxima, mas conhecida como passe, a realização de experiência científica comparativa entre um grupo de mudas de feijão que recebem passe dos alunos e que são comparados a grupo semelhante de controle.
Um trabalho recente apresentado no XII SBPE por Alexandre Cardia Machado pode ser encontrado no link abaixo:
http://www.cepainfo.org/index.php?option=com_abook&view=book&catid=31%3Axii-simposio&id=155%3Aexperiencia-do-passe-em-plantas&Itemid=3&lang=pt
Vamos publicar a sequência de fotos, dia a dia e depois o resultado final.
Segue foto do dia 4 ( 25/05/2012 )- Em cima as plantas que estão sendo regadas com água fluidificada e que tiveram até o momento 1 sessão de passe, em baixo as plantas de controle.
Dia 5 ( 26/5/2012) - todas as plantas começaram a crescer, vamos manter a vibração à distãncia, para que no final encontremos um desenvolvimento médio superior ao das plantas de controle.
Dia 6 (27/5/2012) - a Experiência evolui bem, em 2 dias teremos uma nova sessão de passe e na quarta-feira 30/5 faremos a medição e cálculos. Segue para apreciação a foto do dia.
Dia 7 (28/5/2012) - Tudo segue muito bem, as plantas estão se desenvolvendo bem, amanhã haverá mais uma sessão de passe!
Dia 8 (29/5/2012) - hoje é um dia chave para o sucesso da experiência, pois levaremos as plantas para a sala de aula e para nova sessão de passe e irradiação na garrafa de água que é utilizada no teste.
Vejam o grupo dando passe nas plantas - amanhã será o último dia. (29/5/2012)
Hoje é o grande dia, na aparência o grupo de teste está mais desenvolvido que o controle, mas só medindo é que efetivamente saberemos, não é mesmo? Ainda hoje sairão os resultados, vamos deixar a água energizada atuar por mais algumas horas, alunos continuem com a emissão energética e demais blogueiros, torçam. À noite mediremos e pesaremos as plantas e depois publicaremos os resultados.
Após calcularmos, obtivemos um crescimento do caule e folhas de 6,8 % maior que o controle, desprezando-se o maior valor e o menor valor tanto nas plantas de teste, como no controle, chega-se a 6,9% - demonstrado com sucesso que o passe e a água fluidificada em conjunto dão um resultado positivo.

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Curso Teórico de Mediunidade de Cura termina com o sucesso de sempre.

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Curso sobre Mediunidade de Cura - início em 12 de Junho 2012

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Fato Espírita - Fenômeno Zíbia

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GABINETE PSICO-MEDIÚNICO DO ICKS

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segunda-feira, 30 de abril de 2012

O movimento pela ética marca mais pontos - Alexandre Cardia Machado

Este Artigo foi publicado originalmente no Jornal ABERTURA em Dezembro de 2011. A revista Veja publicou na sua edição 23 de Novembro de 2011, um artigo de Renata Betti , sobre um professor de Harvard, o filósofo Michael Sandel, que conseguiu atrair milhões de seguidores pela internet, tornando-se uma celebridade.
Sandel usa o método do filósofo clássico grego Sócrates, jamais respondendo às questões diretamente, mas devolvendo a questão com outra, mais profunda, fazendo assim com que seus alunos pensem cada vez mais em outras possibilidades. Este método chamado maiêutica é interessantíssimo, pois quem chega às conclusões são aqueles que têm a dúvida, ajudados claro pelo sábio professor.
A novidade é que Harvard resolveu inovar e as classes são transmitidas pela internet, infelizmente não em tempo real, mas são transmitidas, inclusive, por redes de televisão como a Japonesa NHK e a rede estatal chinesa. O professor só trata de assuntos ligado à ética, ele lança, por exemplo,o seguinte problema: “o que você faria se por uma decisão sua, você só pudesse salvar um entre dois grupos de pessoas, num deles apenas com uma pessoa e o outro com cinco?” – a partir daí vocês podem imaginar todo o desenrolar do assunto. Suas aulas reúnem mais de 1000 pessoas na platéia entusiasmada.
Sandel lançou um livro em 2009 – O que É fazer a coisa Certa, já traduzido para o Português. Não o encontrei na internet, pois talvez tenha um outro título aqui por nossas terras.
Mas o que há de tão extraordinário nisso tudo? Talvez o brilhantismo deste homem formado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Acredito, porém, que o sucesso se dê porque pensar o que é certo faz bem, atrai energias positivas. O talento da condução da discussão tem todo o mérito, entretanto, mais do que isto há uma carência fora dos movimentos organizados, de ideais morais, que promovam a reflexão, discussão sobre ética e principalmente os bons exemplos.
A internet e as TVs a cabo nos fornecem opções às programações das TVs abertas, focadas nas altas taxas de retorno de propagandas de cervejas, automóveis de luxo e coisas desta natureza. Este, quem sabe, seja um caminho a seguir: lançar nossas boas ideias na “Web”, compartilhar saber e conhecimento parece ser a melhor opção. Temos que considerar que fazer alguém sair de casa para assistir uma palestra exige um esforço enorme de marketing ou mesmo de convencimento. Nada substitui uma boa conversa frente a frente, mas cada vez mais alternativas “on line” concorrem conosco. Fica a boa notícia de que a discussão sobre a ética vem ganhando espaço.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

O Terceiro Chimpanzé - Marcelo Régis

Este Artigo foi originalmente publicado no Jornal ABERTURA em Maio de 2011.
Comente - queremos saber o que você pensa a respeito.


“O Terceiro Chimpanzé” é o título de um dos livros do cientista americano Jared Diamond e indica que o Homem, como espécie, é muito similar a outros dois grandes primatas parentes nossos – bonono e chimpanzé. Na verdade, após o mapeamento genético das três espécies, foi constatado que o código genético humano é 98,4% similar ao dos chimpanzés, ou seja, do ponto de vista genético somos apenas 1,6% distintos de nossos parentes animais mais próximos. Ainda é sabido que do ponto de vista genético, os chimpanzés são mais próximos de nós humanos (1,6% de diferença) do que dos gorilas, com quem possuem 2,3% de diferença genética. Como explicar então a nítida diferença evolutiva entre nós e os animais? Afinal, apenas o Homem desenvolveu linguagem falada e escrita, artes e tecnologia suficientes para povoar todos os continentes, enviar sondas ao espaço e explorar o fundo dos oceanos.
Interessante notar que essa evolução e diferenciação são recentes em termos biológicos. Afinal, o Homo Sapiens sapiens, a espécie a qual pertencemos, evoluiu há apenas 200 mil anos. Dados genéticos indicam que todas as pessoas existentes na Terra descendem diretamente de um pequeno grupo, que viveu entre 100 e 200 mil anos, na África. Anatomicamente éramos o que somos hoje, por certo: pegue um homem de 130 mil anos atrás, faça sua barba, o vista e ninguém, em lugar nenhum, vai considerá-lo mais ou menos diferente. Nos primeiros 80 mil anos do Homo sapiens sapiens na Terra, ele continuava o mesmo bicho nu com suas pedras lascadas. Só que aí, 50 mil anos atrás, aconteceu algo repentinamente. Passamos a costurar e fazer roupas, fizemos arcos para lançar flechas, pintamos nas cavernas. Houve um salto. Buscamos nos fósseis anteriores e posteriores e não há diferença no bicho homem. O crânio é igualzinho, cabe lá um cérebro do mesmo tamanho; as mãos têm os mesmos dedos, pés e pernas, a mesma firmeza. São os ossos do mesmo animal. Mas esse animal tinha adquirido uma miríade de talentos. Esse grande salto para frente, como chamam alguns dos estudiosos, permitiu o aparecimento da cultura. Por quê? Não sabemos. Uma das possibilidades é a de que nossa linguagem tenha se sofisticado. Talvez alguma mudança em nosso aparelho vocal tenha permitido uma quantidade maior de sons, que foi dar na estruturação de línguas complexas. Quando você pode explicar uma coisa direito, começa a comunicar; quando a comunicação é precisa, há troca de idéias; dois ou mais discutindo um problema encontram melhores soluções. Nasce a tecnologia.
Outro grande acontecimento em nossa evolução foi o desenvolvimento da agricultura. A transição do nomadismo da vida de caçadores-coletores para um estilo de vida agrícola sedentário aconteceu há uns 10 ou 15 mil anos e, pode representar a primeira vez que as pessoas tiveram um conceito de lar. Também propiciou a liberação de corpos e mentes para outras tarefas que não exclusivamente procurar o alimento do dia, impulsionando a cultura e a sociedade moderna que conhecemos e isso foi há muito pouco tempo, evolutivamente falando.



Se somos tão similares aos nossos parentes chimpanzés, será que esse 1,6% é tão especial assim para explicar todas essas diferenças? Parece que não, pois as pesquisas atuais ainda não encontraram uma relação direta, de causa e efeito, entre esse 1,6% e nossas habilidades específicas. É aí que se encaixa o espírito. Afinal, se considerarmos que além do corpo físico possuímos uma alma, um espírito capaz de armazenar informações e aprendizados de inúmeras vidas passadas, podemos concluir que temos à nossa disposição infinitamente mais recursos que nossos parentes chimpanzés. Interessante pensar que, muito provavelmente, os chimpanzés também possuem algum componente espiritual, pois parece que na natureza não existem transições bruscas. Portanto, provavelmente, os 1,6% têm alguma relação direta com o fato de possibilitar que Espíritos habitem nossos corpos, enquanto princípios espirituais com capacidade de evolução mais restrita estariam ligados aos chimpanzés. Afinal, os chimpanzés habitam a Terra há mais de 6 milhões de anos, não tendo evoluído nenhuma característica cultural, artística ou tecnológica distintas em todo esse tempo evolutivo. Novamente, apenas a integração das teorias materialista e espiritualista pode ajudar a melhor entender o Homem em sua totalidade. Esforços isolados se mostram incompletos e insuficientes e temos que reconhecer que, apesar de todos os esforços feitos até hoje, ainda estamos longe de entender toda a beleza e complexidade da evolução material-espiritual em sua plenitude. O Espiritismo tem muito a contribuir nesse assunto, pois pode adicionar o componente espiritual à equação humana.

Para saber mais: O TERCEIRO CHIMPANZÉ: A EVOLUÇAO E O FUTURO DO SER HUMANO; Jared Diamond; Editora: Record.

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EVOLUÇÃO DO PRICÍPIO EPIRITUAL:

Reencarnação e o desenvolvimento do homem

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Abrindo a mente - A pluralidade dos mundos habitados e o critério de falseabilidade por Alexandre Cardia Machado

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Abrindo a mente:60 bilhões de humanos – nossa história. Por Alexandre Cardia Machado

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O Ser Humano e a Evolução - Uma análise pré-histórica

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quarta-feira, 28 de março de 2012

Entrevista com Eugenio Lara - “O inimigo não está mais lá fora, está aqui dentro”


Este artigo está sendo publicado no jornal Abertura em duas partes, nas edições de Março e Abril, você blogueiro do ICKS tem a oportunidade de acessar todo o artigo com antecipação.

A presente entrevista foi concedida pelo colaborador do Abertura, Eugenio Lara, em fevereiro deste ano à jornalista Flávia Zanforlim para a revista mensal Ser Espírita, publicada pela Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas (SBEE), de Curitiba-PR. Com o objetivo de servir como fonte e base para uma ampla reportagem sobre a história do Espiritismo no Brasil, são abordados vários temas como o contexto propício em que ele surgiu em terras brasileiras, os fatos importantes ao longo de sua história e as dificuldades encontradas pelos espíritas para conquistarem o respeito, a aceitação social, hoje um fato evidente com o lançamento de filmes, peças teatrais, reportagens e especiais na televisão sobre a filosofia espírita. Leia a seguir, a íntegra da entrevista. Por entendermos que a entrevista provavelmente não será publicada na integra pela SBEE, estamos propiciando ao leitor do Abertura e ao seguidor do blog do ICKS tê-la em primeira mão.

1. Tem alguma opinião do porquê de o Espiritismo ter dado tão certo no Brasil?

O Espiritismo tinha tudo para dar certo na Argentina, o país mais europeu da América Latina. Até hoje observamos, no comportamento dos argentinos, uma influência muito grande da cultura europeia. No entanto, curiosamente, ele inicialmente se desenvolveu com bastante intensidade em Cuba, antes da Revolução Cubana; se disseminou na Argentina e na Venezuela, onde o caráter filosófico e experimental atraiu muitos adeptos e, posteriormente, no Brasil, sob uma feição cristã, religiosa. O contexto por aqui era bastante propício: a partir de 1860 já existia a benzedura, o curandeirismo indígena, as religiões africanas e o catolicismo, fatores bem marcantes no nosso dia-a-dia. O Brasil, apesar de não ter um único santo canonizado, é um dos maiores países católicos do mundo. O caldo cultural místico, religioso, bem cristão mesmo, mas com o espírito aberto a outras manifestações espiritualistas, serviu de substrato para o desenvolvimento do Espiritismo em nosso País. De início, a Doutrina Espírita, como na França, se disseminou na elite, na Corte, em círculos de estudos formados por pessoas cultas, que dominavam o francês, por filhos da elite que tinham condições econômicas de estudar na Europa. Trouxeram de lá os ideais do positivismo, do iluminismo e, também, do Espiritismo.
O Espiritismo, em sua origem, é uma cultura de postura racional, positivista, cartesiana, iluminista e eurocentrista. Enquanto que nossa cultura é toda analógica, gestual, oral. No dizer do grande poeta modernista Oswald de Andrade, o que ocorreu foi uma espécie de antropofagia, isto como metáfora da assimilação transcultural, de uma antropofagia filosófica, doutrinária. Ao tomar contato com nossa cultura religiosa, mística e supersticiosa, o Espiritismo se mesclou, foi “devorado” e assimilado pelo nosso imaginário. O resultado foi a formação de uma religião peculiar, radicalmente distante da matriz kardequiana. No dizer da antropóloga brasileira Sandra Stoll, criamos um “Espiritismo à Brasileira”, conforme os cânones de nossa cultura.
As condições culturais de nosso País foram propícias para o desenvolvimento do Espiritismo, com uma nova cara, nova feição cultural, um novo formato, determinado e adequado à nossa realidade social.

2. Conseguiria listar nomes de personalidades que foram fundamentais no espiritismo no Brasil?

Começo com Afonso Angeli Torteroli, o grande líder dos científicos no século 19, adversário de Bezerra de Menezes, líder dos místicos e outra grande personalidade da história do Espiritismo Brasileiro. Carlos Imbassahy foi o nosso primeiro grande intelectual espírita, seguido por Herculano Pires, Deolindo Amorim, Hernani Guimarães Andrade e, mais recentemente, Jaci Regis. Todas essas personalidades ajudaram a criar o que hoje podemos denominar de cultura espírita ou pensamento espírita, como alternativa e contraponto à religião espírita dominante, criada pela FEB, Chico Xavier e personalidades místico-católicas.

3. Quais momentos considera mais importantes desta história?

Os momentos foram muitos e corremos o risco de deixar de fora muitos fatos importantes para a história do Espiritismo brasileiro. A vitória dos místicos, sob a liderança de Bezerra de Menezes, no século 19, foi o fator de consolidação do Espiritismo religioso e da Federação Espírita Brasileira, que assumiu a hegemonia e a direção política do movimento espírita com o Pacto Áureo, em 1949.
Como reação a esse acordo de cúpula, de lideranças, o chamado Pacto Áureo, Deolindo Amorim fundou o Instituto de Cultura Espírita do Brasil (ICEB) em 1957, iniciativa que inspirou e tem inspirado muitos grupos espíritas por todo o Brasil, preocupados com o desenvolvimento da cultura espírita. Nesse aspecto, deve ser considerada também a fundação da Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas (SBEE), hoje um dos grandes polos de disseminação do pensamento espírita no Paraná e em todo o País, desde os anos 1960.
Cabe lembrar a fundação da USE - União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, em 1947, sob a orientação de Herculano Pires e Edgar Armond, que tornou-se um modelo para o projeto de unificação do Espiritismo brasileiro. Nos anos 1960, também tivemos o aguerrido Movimento Universitário Espírita (MUE), retomado nos anos 1980 com outro formato e sob o nome de Núcleo Espírita Universitário (NEU); nos anos 1970, o projeto Educação Espírita, graças à liderança de Herculano Pires e a criação do COEM - Centro de Orientação e Educação Mediúnica, estruturado pelo pedagogo Ney Albach e o médico psiquiatra Alexandre Sech. Nos anos 1980, a crise entre religiosos e não-religiosos foi um divisor de águas. Nesse período, destaco o Projeto de Espiritização idealizado por Jaci Regis e José Rodrigues, em Santos-SP, através do periódico Espiritismo & Unificação, sucedido pelo jornal de cultura espírita Abertura. Nesta mesma época é importante também mencionar a Campanha de Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, projeto idealizado pelos gaúchos Maurice Herbert Jones e Salomão Benchaya, dirigentes do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, que edita o conhecido periódico Opinião. Nos anos 1990 tivemos a penetração mais intensa da Confederação Espírita Pan-Americana (CEPA), sob a liderança do venezuelano Jon Aizpúrua e a consolidação de projetos alternativos no movimento espírita, como o Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita, em Santos-SP, de grupos de estudos espíritas, grupos de pesquisa e, no final e virada do milênio, a penetração maciça do Espiritismo na internet e nas redes sociais.

4. Quais as facilidades para a entrada e permanência do Espiritismo no Brasil?

O processo de desenvolvimento e consolidação do Espiritismo no Brasil não foi fácil. Foi longo e tortuoso. No início, os espíritas tiveram que enfrentar a Igreja, a classe médica e até o Estado, que sob influência católica, proibiu durante um certo período o funcionamento de centros espíritas, como combate ao “curandeirismo” e às práticas contrárias aos interesses da Igreja. O Espiritismo era um caso de polícia. Possivelmente, não somente pelo espírito de caridade, mas também como uma maneira de ser aceito socialmente, os espíritas desenvolveram um trabalho assistencial muito pujante e respeitadíssimo pela sociedade. Além do fato de personalidades mediúnicas como Chico Xavier, Divaldo Pereira Franco, Yvonne Pereira, Zíbia Gasparetto, Luiz Gasparetto, dentre outras, terem contribuído com seu trabalho, exemplo e carisma para que o Espiritismo fosse cada vez mais aceito pela sociedade.
Quanto à permanência do Espiritismo, isso dependerá dos próprios espíritas, segundo uma frase atribuída a Léon Denis: “o Espiritismo será aquilo que os homens fizerem dele”. E penso que se o Espiritismo seguir o caminho do esclarecimento cultural, ético, procurando demonstrar suas teses através da experimentação e pesquisa sérias, o futuro do Espiritismo estará garantido. O caminho deverá ser, necessariamente, experimental, cultural, filosófico e profundamente ético. A transformação moral deve se impor, sem a qual, seríamos um movimento estéril e improdutivo.

5. Quais as dificuldades que o Espiritismo passou? O que perdemos com elas?

Assim como qualquer movimento de ideias, que aspira pela cidadania e aceitação social, o Espiritismo vem prosseguindo como um movimento bastante respeitado pela sociedade. Primeiramente, as maiores dificuldades enfrentadas, como citamos, foram com agentes externos: a Igreja, o Estado, a classe médica, a imprensa. Hoje, por ser um movimento consolidado, esses fatores externos não são mais tão marcantes assim. As dificuldades maiores encontram-se nos interstícios do Espiritismo. Ou seja, os próprios espíritas tornaram-se, de modo até inconsciente, os maiores inimigos do Espiritismo. O inimigo não está mais lá fora, está aqui dentro.

6. Como avalia o atual momento do Espiritismo no Brasil? Carecemos de um novo líder?

Vejo com otimismo o desenvolvimento do Espiritismo no Brasil. A intensa aceitação social, estimulada por filmes, peças teatrais e minisséries inspiradas na temática espírita, contribui para que haja a curiosidade, uma certa simpatia prévia em relação à filosofia espírita. Não acho que o Espiritismo precise de um líder, nos moldes religiosos. Chico Xavier era chamado, por muitos não-espíritas, de Papa do Espiritismo. No entanto, ele nunca desejou e nem consolidou algum tipo de liderança ideológica. Mesmo quando Bezerra de Menezes presidiu por duas vezes a Federação Espírita Brasileira, ele não era propriamente um líder como se exige de alguém vinculado a um movimento de ideias como o espírita, pois nosso movimento não é, por exemplo, como a Igreja, hierarquizado, com rituais de iniciação etc. Neste sentido, temos que considerar o caráter anárquico do Espiritismo, desde que surgiu por aqui no século 19. Mesmo com todo o processo de unificação, de tentativa de padronização e hierarquização, o que prevalece mesmo é a autonomia das entidades espíritas. A FEB, a USE ou qualquer outra entidade federativa não possuem o “controle” desejado do movimento espírita. Apesar dos “caciques”, o nosso movimento espírita parece ter mais “índio” do que “cacique”. A feição democrática que o fundador do Espiritismo, Allan Kardec, delineou no Projeto 1868, deveria ser uma referência doutrinária para as lideranças espíritas.

7. Como a homeopatia, maçonaria, religiões africanas e ideologia política progressista liberal podem ter colaborado com o Espiritismo no Brasil?

A história da homeopatia está imbricada com a história do Espiritismo. Os primeiros homeopatas brasileiros eram quase todos espíritas. O passe, muito comum hoje nos centros espíritas brasileiros, surgiu com os homeopatas, especialmente Bento Mure e Vicente Martins, pioneiros da homeopatia no Brasil. O primeiro Prolegômenos, em O Livro dos Espíritos (1857), tinha como um de seus autores Samuel Hahnemann, o fundador da Homeopatia.
O mesmo pode-se dizer da Maçonaria. Muitos líderes espíritas foram maçons. Há quem sustente que Kardec teria sido maçom, como foi Léon Denis. No Brasil, a Maçonaria e o Espiritismo foram parceiros em muitas oportunidades, como na Coligação Nacional Pró-Estado Leigo, com ampla participação dos espíritas, o que resultou na criação da Liga Espírita do Brasil, no Rio de Janeiro.
Sobre a questão da religião africana, não há como ignorar a Umbanda, surgida no movimento espírita carioca, na década de 20 do século passado, num meio kardecista. Pode-se dizer que a Umbanda é uma das filhas bastardas do Espiritismo. Apesar da confusão doutrinária que existe até hoje entre ambos, a Umbanda contribui bastante com a prática mediúnica e o ensino da reencarnação, da imortalidade da alma, da mediunidade, dentre outros princípios doutrinários, por influência determinante do Kardecismo nessa religião sincrética, genuinamente brasileira. A seu modo, contribui para divulgar as ideias espíritas. A Umbanda não deve ser vista como inimiga, mas como aliada. A Umbanda é a filha rejeitada devido ao preconceito social dos espíritas e a influência ainda muito marcante do eurocentrismo no estudo do Espiritismo.
Quanto à questão da “ideologia política progressista liberal”, não sei bem o que vc quer dizer com isso. O que é uma ideologia progressista liberal? É o PSDB, o PL, o antigo PFL, atual DEM? É uma ideologia de direita, antissocialista? Seria o Partido dos Trabalhadores uma nova ideologia progressista, depois do sucesso do governo Lula? São questões ainda em aberto...
O que importa ressaltar é que o Espiritismo não é de direita nem de esquerda: ele é humanista, a favor do ser humano, encarnado ou desencarnado, é partidário da liberdade, da igualdade e da fraternidade. Tem características libertárias, democráticas e socialistas. Como afirmou Allan Kardec na Revista Espírita (julho/agosto 1868), ele até poderia ser visto como um partido político: “A palavra partido, aliás, não implica sempre a ideia de luta, de sentimentos hostis. Não se diz: o partido da paz? o partido das criaturas honestas? O Espiritismo já provou, e provará, que pertence a esta categoria.”

8. Se quiser comentar mais alguma coisa, fique à vontade.

A História do Espiritismo no Brasil precisa ser reescrita de modo crítico e contextualizado para que não fiquemos reféns de ideologias que consideram somente a ação de supostos “vultos do Espiritismo”, quando sabemos que essa história é uma construção coletiva, não depende somente de alguns “grandes vultos”, normalmente eleitos por segmentos sectários e autoritários. O Espiritismo é uma obra aberta, uma construção coletiva, da alçada de nós, seres humanos, os verdadeiros elaboradores da Doutrina Espírita. Como afirmou Kardec: “Numa palavra, o que caracteriza a revelação espírita é o ser divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem.” (A Gênese, cap. I – grifo meu).

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