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terça-feira, 16 de junho de 2015

Análise da necessidade de recorrermos à exobiologia , quer física, quer espiritual para explicar o desenvolvimento das civilizações na Terra. por Alexandre Cardia Machado

Título: Análise da necessidade de recorrermos à exobiologia, quer física, quer espiritual para explicar o desenvolvimento das civilizações na Terra.


Autor: Alexandre Cardia Machado

1 - Objetivo:
Este trabalho visa coletar e analisar a bibliografia espírita que recorre a migrações de espíritos de outros planetas como explicação para os “saltos” da humanidade.

Como piloto deste estudo, analisaremos o desenvolvimento de 3 civilizações em 3 continentes, os Sumérios, os Egípcios e os Maias, respectivamente Ásia, África e America Central, outras civilizações poderão ser citadas apenas, como suporte para a argumentação.

Serão usados como referência espírita as seguintes obras: A Genêse os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo; Revista Espírita –1862 ambas de Allan Kardec; A Caminho da Luz, de Emmanuel psicografado por Francisco Candido Xavier e Exilados da Capela de Edgard Armon além de alguns trabalhos de Gabriel Delanne.

Trataremos de demonstrar que Kardec, Armon e Emmanuel tem uma preocupação básica de monstrar que todas as citações bíblicas e as do Novo Testamento são verdadeiras ou quando isto não é possível de ser feito, diretamente, adotam a estratégia de dizer que os eventos bíblicos são escritos em linguagem cifrada, para ser revelada posteriormente.

2 – Características das civilizações de referência:

2.1 - Desenvolvimento intelectual da humanidade:

Uma forma de medir o desenvolvimento intelectual de uma civilização ou uma população é através da medição do avanço científico, artístico e humanístico que tenham atingido. Fazer isto em épocas remotas é uma tarefa mais difícil, mas é isto que pretendemos fazer aqui.

Para mergulharmos na pré-história encontraremos registros humanos que datam de 1 a 10 milhões de anos que são as pedras lascadas, grandes sinais de desenvolvimento da humanidade podem ser observados.

“ As civilizações do paleolítico inferior, que datam do princípio da era quaternária e terminam com a chegada do último período glacial, devem ter abrangido imensa época, durante a qual parece ter havido contínuo aperfeiçoamento da cultura, pelo que se pode verificar na região compreendida pela Inglaterra e França”1

“ O homem do Paleolítico médio ja desenvolviam uma industria de instrumentos domésticos à partir de osso e muito se aperfeiçoou a arte de talhar o siléx. Encontram-se coisas como agulhas com orifício e arpões de duas pontas são provas disto – são desta época as mais antigas pinturas
ruprestres.2




Figura 1: Pintura rupestre encontrada na caverna Perch Merle na França – aqui mostramos apenas parte de um grande painel

Durante o mesolítico (30.000 a 10.000 a.C.) já como o único3 gênero homo existente na terra, desenvolve a habilidade de caça usando o arco e flecha, passando a viver em grupos menores, uma vez que as espécies grandes (de caça) foram extintas na era glacial, com esta nova técnica o homem passou a abater aves, pescar e aumentando a sua capacidade de adaptação ao meio ambiente, também é desta fase o início da domesticação de animais.

No período do Neolítico, o homem já domesticava animais, dominava a agricultura e cerâmica. Instrumentos polidos de silex, ou rocha ignea dura, osso, chifre ou marfim.

“A vida fixa, não nomade, com a agricultura primitiva e as artes, parece haver começado nas bacias dos grandes rios – o Nilo, o Eufrates, o Tigre e o Indio – sugerindo a analogia que também na China isto tenha ocorrido”

“ O homem neolítico revela ainda um outro progresso, estruturas como as de Stonehenge, nas quais uma pedra afilada marca a posição do sol nascente durante o solstício, servem para fins astronômicos e também religiosos”

Ao contrário do que muitos pensam , o Homem do neolítico já pensava matemáticamente, no Instituto Real de Ciências Naturais da Bélgica, existem os bastões de Ishango, que são os primeiros registros numéricos da humanidade e que datam de 20.000 a.C. e que são formados por ossos marcados por riscos, demonstrando quantidades, encontrado em Uganda na África em 1950 pelo arqueólogo Belga Jean de Heinzelin.

Nos tempos pré-históricos, o homem descobriu o emprego das drogas extraídas de ervas e fez experiências combinando com outros materiais criando uma farmacologia primitiva – isto a 10.000 a.C. Os primeiros médicos vem desta época, se utilizavam de ervas e produtos extraídos de animais, mas também de técnicas para afugentar os maus espíritos, consta desta época a utilização de animais como cobaias para verificação da eficácia do tratamento.

Nesta fase o desenvolvimento da agricultura é passado de populações a populações vizinhas de tal forma que entre 9.000 a.C. até 4.000 a.C. estas técnicas são dominadas por toda a humanidade que vivia no supercontinente Eurásia e norte da África.

A idade do Bronze e do Ferro confunde-se com a história, já aparecem as civilizações, as cidades estado, o comércio e principalmente a guerra, assim chega-se a um estágio de grande evolução tecnológica.



Figura 2: Arremessador de dardo entalhado de 10.000 a.C. com cerca de 50 cm, com este tamanho não era muito eficiente, demonstrando o seu uso como adorno.

Trataremos agora das tres civilizações que destacamos, por serem elas sempre referenciadas por seu elevado desenvolvimento comparado aos povos ao seu redor. Na verdade isto não ocorreu e o processo desde as primeiras urbanizações e o aparecimento de grandes impérios levou em cada um destes casos cerca de 6.000 anos de lentos e continuados processo de desenvolvimento.

2.2. – Egipcios:

2.2.1 - Organização social e politica:

A transição de nomades caçadores coletores para agricultores, no vale do Nilo, remonta a 8.000 a.C. de forma isolada e com pouco contato com o que se passava na Mesopotâmia, o que fez com que a idade do Ferro por exemplo só atingisse o Egito na era cristã, quando os Romanos o conquistaram.
O Egito que foi unificado a 4.000 a.C em um estado religioso,onde o seu rei, chamado de Faraó, era considerado como de descendência direta dos deuses. O Egito por 2.500 anos manteve diversas dinastias, sem sofrer nenhuma invasão em contraste com o que se deu nos outros centros de saber da época, com isto foi se organizando um estado burocrático e voltado para aproveitar as cheias do Nilo para produzir alimentos. O Egito desenvolveu-se como se fosse uma ilha, pois ao sul em direção ao Sudão não haviam inimigos a leste e oeste apenas deserto e ao norte o Mediterâneo, onde àquela época ainda não haviam marinhas suficientemente fortes para criar problemas. Isto permitiu que o Egito desenvolvesse técnicas de construção, conservação de alimentos e registro de informações através da utilização do papiro, apropriado para o clima seco do deserto. O Estado preocupava-se com os seus cidadãos e havia uma hieraquia muito bem definida.

Esta característica de certo isolamento, demonstra a capacidade humana de desenvolvimento que aflora à partir do momento em que o homem passa a ter tempo para pensar e analisar o seu ambiente, propiciado pela agricultura que vamos demonstrar mais a frente é o grande diferencial recente da humanidade.

No deserto ao seu redor haviam povos nomades que iniciavam e formação de cidades, como podemos perceber no relato da Bíblia:

“No Velho Testamento encontramos vivído e primitivo relato da vida dos povos nômades.
Também Lot, que foi com Abraão, possuía rebanhos e tendas. E a terra não poderia sustentar os dois, caso quisessem viver juntos... E Abraão disse a Lot... Não existe diante de ti a terra toda...”

2.2.2 - Religião:

Praticava-se a adoração dos ancestrais e dispensava-se muita atenção, aos mortos da realeza, que eram julgados descendentes dos deuses, desenvolveu um clero, como os sumérios.

“ mas as doenças mentais continuam a ser encaminhadas a exorcistas que, com amuletos e passes, se propunham expulsar os maus espíritos”

A religião e a medicina se misturaram, através do culto aos mortos, desenvolveu-se a mumificação.
2.2.3 - Ciência:

“ No que toca à aritmética, utilizava-se um sistema decimal já na primeira dinastia. (3.000 a.C.) Não havia nele símbolo para o zero (criação indiana muito posterior) nem notação de posição, da mesma forma que faltavam símbolos separados para os números entre 1 a 10, de modo que a unidade tinha de ser repetida até perfazer o número desejado. Também se tratavam por unidades as frações assim, por exemplo 7/12 era representada assim 1/3 ¼, implicando adição.

O Calendário Egipcio tinha 365 dias por ano, desenvolveram a agrimensura, utilizando cordas, na astronomia agruparam estrelas em constelações e desenvolveram a medicina e estudos de anatomia ja em 2.500 a.C... no século XII a.C. ja tinham desenvolvido o tear,”

Como característica geral podemos afirmar que a ciência e a matemática Egípcias eram práticas, voltadas para as necessidades ,sem muita preocupação com a teorização, que só viria a ocorrer com os Gregos 2.000 anos depois.

2.3 – Sumérios.

2.3.1 - Organização social e politica;

Entre 10.000 e 5.000 anos a.C. na região entre os rios Tigres e Eufrates, onde hoje situa-se o Iraque, diversas colônias ali se estabeleceram – o clima não era tão favorável como no Egito, mas em compensação era rico em fontes de minérios, argila e betume, além de ficar localizada no centro de uma região rica em povos de grande diversidade.


Ao contrário do Egito, por aqui a guerra era uma constante e os governos se sucediam, conforme a dominação. Ficando no caminho entre a Europa e a índia o comércio floresceu.


Figura 3: Este é um angulo não muito comum de ver esta região, mas demonstra mais claramente quão próxima são as regiões que mais floresceram na antiguidade.

Em 5.000 anos, nesta região, passamos de nomades a moradores de cidades estado, por volta de 4.000 a.C. ,culturas definidas emergiram no Tigre, em Samarra, nas vizinhanças de Jazira e, ao sul, em Ur (atual Nasiriya) e Hajj Muhammad (240km de Bagdá). A fixação do homem, inicia o processo de formação do sentido de pátria, as cidades começam a aumentar e o comércio floresce. A Cidade mais antiga que se tem notícias ficava mais ao sul e chamava-se Jericó (cerca de 8.000 a.C.). A primeira cidade murada foi Uruque, perto do rio Eufrates, isto em 3.000 a.C. Nesta época iniciam-se as primeiras dominações das cidades estado como Uruk, Ur e Kish, aparecem então as primeiras dinastias, moda que vai pegar logo em seguida no mundo todo.

Desenvolveram uma cultura superior aos povos nomades ao seu redor. Os Sumérios dominaram politicamente a região até cerca de 2.300 a.C. quando os Acadianos dominaram o país, assumindo o poder mas não destruindo a cultura. Posteriormente os Assírios conquistaram a região em 1.200 a.C..Durante 800 anos os domínios das diversas cidades, dentre elas a cidade de Babilônia (que no século VII a.C. chegou a ter 10.000 hectares) ficou sendo disputado por assírios e caldeus, o brilhantismo deste povo permaneceu até o domínio pelos Persas em 400 a.C.19 Posteriormente os gregos com Alexandre acabaram por dominá-los.

2.3.2 - Aparecimento da escrita;

Foram desenvolvidos pictogramas que representavam os cereais, animais, seguidos da quantidade, tudo isto em argila, em forma de tabletes. Isto ja por volta de 8.000 a.C. à partir os Sumérios passaram a identificar alguns símbolos que representavam idéias, um exemplo uma boca junto com linhas onduladas (água) representavam a sede. A seguir foram feitas experiências com fonemas. Criaram um instrumento em forma de cunha que facilitava o trabalho do escriba, daí o nome de escrita cuneiforme, finalmente a escrita como um todo foi estabelecida a cerca de 3.000 a.C.20 Uma vez que o homem estabelece a escrita esta prática mostra-se tão eficáz que é transmitida muito rapidamente para todos as regiões conhecidas.




Figura 4:Podemos ver o desenvolvimento da escrita, surgindo na Mesopotâmea e sendo migrada rapidamente para todo o mundo civilizado, basicamente estimulada pelo comércio.

2.3.3- Religião:

Foram os primeiros povos a desenvolverem um clero,pois justamente estes sacerdotes descobriram que precisavam de um método de preservação de registros, como colheitas, impostos e carregamentos comerciais. Foram desenvolvidos pictogramas que deram origem à escrita cuniforme.

O Culto coletivo foi pela primeira vez institucionalizado pouco depois de 5.000 a.C., na cidade de Eridu, a sudoeste de Ur. Em honra de Enki, a divindade que protegia o suprimento de água da cidade. Foi construído um grande edifício em sua homenagem.

2.3.4 – Comércio / Navegação:

Antes mesmo do estabelecimento da agricultura já o comércio ocorria, principalmente com produtos feitos com rochas obsidiana, sal, pedras semi-preciosas, isto ja a 9.000 a.C.22em toda a região do crescente fértil que envolve regiões que hoje pertencem a Israel, Líbano, Turquia, Iraque e Irã. O Comércio era fortemente favorecido pela geografia, pois esta região, apesar de montanhosa, possui vales de rios praticamente interligados, permitindo caravanas se deslocarem desde o Irã até o rio Nilo, sem grandes obstáculos.

2.3.5 – Ciência e a transmissão de conhecimento:

Construções complexas:

Cerca de 6.000 a.C. já muitas cidades atingiam tamanhos de 4 a 5 hectares, com construções em tijolos de barro, argamassa e telhados de madeira, estas casas já dispunham de fogões.23 Ao lado das casas eram mantidos os seleiros e os animais domestificados.

Artesanato:

A 6.000 a.C. ja existiam os artesões profissionais, como na cidade de Beidha, onde se produzia artigos em osso, como alfinetes, agulhas e principalmente objetos de barro e cerâmica, ja à partir
de 4.000 a.C. o processo de produção de cerâmica evoluiu para a utilização de roda de oleiro e fornos tornando a atividade cada vez mais profissional.



Figura 5: Produção em série na antiga Mesopotâmia – isto a 6.000 a.C.

Desvio de rios:

Pela observação de que as terras baixas após as cheias ficavam mais férteis,logo o homem passou a canalisar e desviar o curso dos rios. Estas técnicas foram evoluindo lentamente. Como as cheias eram repetitivas, ou seja era possível determinar o seu calendário (razão pela qual todos os povos antigos desenvolveram calendários bastante precisos, era possível preparar o solo para que com a cheia as áreas a serem plantadas fossem irrigadas. Também várias técnicas de cisternas e captura de água das chuvas foram desenvolvidas.

2.3.6 – A arte da guerra;

Não eram apenas os desastres naturais que atormentavam os agricultores primitivos. A riqueza atraía saqueadores nômades ou vizinhos invejosos, cada vez mais as lanças, fundas e flechas, que antes eram usadas principalmente contra os animais, passavam a voltar-se contra seres humanos, estamos entre 6.000 a.C. e 5.000a.C. e as cidades começam a fortificar-se, aparecem as primeiras muralhas.
A vida confinada trouxe com ela também a doença e as pestes. Nesta época a vida média nas grandes cidades era de 30 anos para os homens e 35 para as mulheres.

Do Oriente médio e daí para o resto de mundo civilizado começaram a existir as cidades muradas, sendo a primeira delas Jericó na atual Israel que tinha fosso e muro defensive feito de tijolos de barro em 8.000 a.C. formadas por casas agrupadas sem ruas internas, isto já em 6700 a.C. como Satal Huyuk, no sul da atual Turquia e posteriromente os muros de pedras se generalizam.
À partir do momento em que a riqueza se acumula, aumenta a disputa e as conquistas, que perdurarm até o onosso século.

2.4 – Maias;
2.4.1 - Organização social e politica;


Escolhemos os Maias por sua avançada constituição e organização enquanto império, mas eles não foram os únicos nem os primeiros na América, o homo spiens quando colonizou a América já possuia um desenvolvimento tal que em condições adequadas pôde demonstrar a sua capacidade. Um artigo publicado no Jornal o Globo em 2001 relata as descobertas arqueológicas no Perú onde uma cidade, no vale do Rio Supe, denominada de Caral, já em 2.600 a.C. - 800 anos antes das grandes civilizações Mexicanas, sendo assim o berço das civilizações americanas e contemporânea dos Egípcios e Sumérios, possuindo cidades com 65 hectares.26 Os Maias floresceram na América Central e México (província de Yucatán) por volta de 300 a.C., existe a possibilidade de que eles tenham se originado da derrocada do império Olmeca pré-existente e que data de 900 a.C. e estes de civilizações anteriores existentes desde 1500 a.C na região. Os Maias criaram a maior civilização do Novo Mundo.

A maior cidade Maia foi Teotijuacán, no final do século VI d.C. sua população atingiu 150.000 habitantes, numa área de 20 KM quadrados. No centro da cidade existe uma pirâmide com 60 m de altura


Figura 6: É a maior zona arqueológica de Cancun, localizada no km.19 de Boulevard Kukulkán. Contém praças delimitadas por edifícios e plataformas que se comunicam por um caminho de 200 m. A zona teve o seu auge no período de 1250 a 1521 d.C.

Os sucessores dos Maias foram os Aztecas, sua capital, quando descoberta por Cortêz em 1519 constava com uma população de 300.000 habitantes, apenas como referencia, a maior cidade europeia da época era Londres com 250.000 habitantes.

2.4.2 - Aparecimento da escrita;

A matemática tem registro nos Maias desde 300 a.C. era uma matemática que usa a base 20 - lembrem-se que nós usamos a decimal ,mas para computação a base binária – usavam uma escrita com base em glifos.

2.4.3 – religião;

A religião Maia, parece ter tido um aspecto sombrio e repulsivo. Praticavam a automutilação e o sacrifício humano, que consistia na tortura, seguida de decapitação, ou na retirada do coração de uma vítima viva.

Praticava-se a adoração dos ancestrais e dispensava-se muita atenção, como no Egito, aos mortos da realeza, que eram julgados descendentes dos deuses, acredita-se que tenha havido uma classe sacerdotal hereditária.

2.4.4 – Ciência;

Um exemplo de desenvolvimento da ciência primitiva na América é a utilização da Mandioca pelos índios americanos na américa central – Cultivava-se mandioca por suas raízes tuberosas, que são empregadas na fabricação de farinha, pão, tapioca, goma para passar roupa e bebida alcólica, mas no seu estado natural o tuberculo é tóxico – o venêno , uma espécie de cianureto – é romovido pelas ações combinadas de ralar, espremer e aquecer os tubérculos . Mas como os índios da América Central descobriram toda esta técnica?

 Este desenvolvimento demonstrou a existência de uma lógica investigadora. Evidentemente o desenvolvimento da técnica levou muito tempo, pois a mandioca era utilizada pelos indígenas em toda a América. O que demonstra que a tranmissão de conhecimento se efetua de forma rápida, mesmo em ambientes onde não se utiliza a escrita.

A Astronomia e a construção de calendários, que nos Maias os mesmos remontam a 3000 a.C.,
anterior mesmo à sua época. Neste período a região de Tehuacan no México era muito desenvolvida. Os calendários estavam muito relacionada com os registro históricos e utilizavam a mesma lógica que mais tarde foi adotada na Europa em 1583 ,no chamado calendário Juliano, por Giuseppe Scaliegero.

3 – Icone de desenvolvimento da humanidade - a agricultura:

“Por dois milhões de anos, o ser humano vagara, alimentando-se do que lhe oferecia a natureza. Vilas como a de Beidha (Palestina) prenunciaram o fim disto. Em todo o Oriente Médio, disseminaram-se assentamentos similares enquanto outros grupos de caçadores-coletores, empenhavam-se em domesticar o campo: desenvolviam técnicas de semeadura, colheita e pastoreio do gado. Tais inovações aparentemente simples, iriam mudar a face do mundo. Em poucos milênios a humanidade errante começou a se organizarem grupos sedentários que pontilhavam todos os vales, estepes, planícies e pampas do globo. Não foi uma revolução repentina. Os hábitos estabelecidos eram abandonados com dificuldadee, no início, os antígos métodos de caça e coleta conviveram com o novo estilo de vida. Mas o padrão da existência humana estava sendo alterado de maneira irrevogável. Esses primeiros lavradores fizerammais do que apenas incrementar os suprimentos alimentares. Deram a si mesmos a oportunidade – controlando as colheitas e as doenças – de viver em maior segurança e aumentar sua expectativa de vida.”

A 8.000 a.C. já se cultivavam cereais no México e a 7.000 a.C. ja técnica chegou ao Perú, demonstrando que a transmissão de conhecimento de tribo a tribo se deu da mesma forma na América como na Ásia.

Este relato, demonstra claramente como se deu a transformação da humanidade de caçadores-coletores a agricultores. A fixação do homem, mudando sua característica nomade para sedentário, fez com que a população começasse a aumentar, agora não mais geograficamente, pois antes o aumento de população sempre obrigava a conquista de novos territórios, com o advento da agricultura, aumenta o comércio, as populações vivem mais, os objetos que são portados por esta população podem aumentar de tamanho, construções maiores começam a se formar.
Uma pequena família nomade de 25 pessoas precisava de 650km2 para garantir o seu sustento, uma vez estabelecido esta mesma área podia confinar milhares de pessoas. Tudo isto começou a ocorrer no Oriente médio por volta de 10.000 a.C. Este período coincidiu com o fim da última
era glacial, com o recuo do gelo, grandes áreas se abriram para o pasto e para a agricultura. A 10.000 anos a população da terra era de cerca de 10 milhões de pessoas.

Assim como antes da agricultura, a capacidade de andar ereto, fabricar objetos primeiro de rochas depois de cerãmica, a domesticação do lobo, craindo o cachorro que serviu de proteção e tração, a construção do arco e flexa, a arte e finalmente a agricultura foram os grandes marcos da humanidade. A agricultura criou as condições de fixação do homem, com isto veio a cultura e o conhecimento, todos os demais avanços são consequência da fixação do homem, da mudança de coletor para agricultor, daí a produção em massa, a ciência foram passos continuos.

Neste período ja existia o comércio, mercadores andavam de lado a lado oferecendo objetos e comida, as trocas de então disseminaram o conhecimento e a técnica de cultivo de terras. A domesticação de animais, pode ser demonstrada como ela foi sendo disseminada, veja a figura abaixo:

Começaram então a selecionar sementes, armazena-las em potes de cerâmica ou buracos forrados com palhas. Com a população fixada, não havia problemas em ter-se uma prole maior e os velhos começaram a ganhar espaço. Em 8.000 a.C. Jericó ja contava com uma cidade de 3 mil habitantes.

A 6.000 a.C. a agricultura se estabeleceu na China, o painço é cultivado e criam-se porcos e cães.

4 – Principais referências ao desenvolvimento da humanidade na bibliografia Espírita - Exobiologia:
Como um princípio geral , vamos encontrar referências bem parecidas em 3 textos, um do próprio Allan Kardec, outro de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier e o terceiro, que parcialmente se baseia no segundo que é de Edgard Armond. Abaixo extraio alguns dos pontos mais importantes destes relatos:

1a Raça emigrada:

Antecedentes, segundo Edgard Armond seriam, na verdade várias as migrações, a primeira migração de espíritos teria ocorrido , no final do terceiro período geológico, como Pitecantropo ( o terciário, corresponde ao período compreendido entre 65 milhões de anos a 2 milhões de anos).

Observação 1:

Neste ponto o autor comete o primeiro erro cronológico, localizando a 1a raça emigrada em um período geológico posterior ao da 2a raça emigrada, mesmo que isto não tenha sido a sua intenção, as referências não se cruzam na ordem certa. Ou, admitindo-se que a referência ao continente esteja certa, ela teria ocorrido no Cretácio – ver observação 2. Agora se nos apegarmos ao nome Pitecantropo, esta é a denominação do Australopitecos que viveram entre 4 a 2,5 milhões de anos atrás, no final do período terciário.

2a Raça emigrada:

Esta segunda raça deve ser considerada como pré-adâmica...evoluiu por muitos milênios, dando tempo a que se procedesse a necessária adaptação ao meio ambiente até que, por fim, com o desabrochar lento e custoso da inteligência, surgiu entre seus componentes o desejo de vida comum, que nessa primeira etapa evolutiva, era visceralmente brutal e violento, porém ainda não fisicamente humanos. Iniciou-se com estes espíritos um estágio de adaptação na crosta planetária tendo como teatro o grande continente da Lemúria”.

Observação 2:

Se este continente da Lemúria um dia existiu, remontaríamos ao período da movimentação da crosta terrestre ou Cretácio, numa época em que predominavam os grandes dinossauros ou a 110 milhões de anos atrás. Isto é pelo menos 50 milhões de anos antes dos primeiros primatas antecessores dos homenídeos que foram os Lemures a 50 milhões de anos.

 Descendentes destes primatas existem até hoje na Ilha de Madagascar. Neste caso teríamos que admitir que espíritos ja evoluídos em outros planetas reencarnassem em corpos de animais que pouco se diferenciam de pequenos ratos, o que não parece nem um pouco razoável, sendo melhor admitir que os princípios espirituias que habitavam os corpos destes animais seguissem a sua trajetória evolutiva natural.
Segundo Emmanuel, em texto produzido por Chico Xavier em 193744, diz ” O homem, para atingir o complexo de suas perfeições biológicas na Terra, teve o concurso de Espíritos exilados de um mundo melhor para o orbe terráqueo, Espíritos esses que se convencionou chamar de componentes da raça adâmica, que foram em tempos remotíssimos desterrados para as sombras e para as regiões selvagens da Terra, porquanto a evolução espiritual do mundo em que viviam não mais a tolerava, em virtudes de suas reincidências no mal. O vosso mundo era então povoado pelos tipos de “primata hominus”, dentro das eras da caverna e do silex, e essas legiões de homens singulares, pelo seu assombroso e incrivel aspecto, se aproximavam bastante do picanthropus erectus...”

Observação 3:

Ou seja, por este relato as primeiras migrações teriam ocorrido entre 3.000.000 a 2.500.000 de anos atrás, ver quadro abaixo, que coincidiria com o aparecimento do homo Erectus – talvez, tenha sido esta a intenção do autor.

3a  Raça emigrada:

Ainda, muito antes do aparecimento das civilizações, segundo Armond teria aparecido a 3a Raça-Mãe- ou terceira migração “ Foi então que seu instinto e as inspirações dos Assistentes Invisíveis o levaram à descoberta providencial do fogo, o novo e precioso elemento de vida”

Observação 4:

Segundo os registros arqueológicos o homem dominou o fogo entorno de 500.000 anos atrás quando coexistiam na crosta terrestre o homo erectus e o Homo habilis, encontram-se sitios arqueológicos em locais como a China e Alemanha que datam desta época.

“A defesa, que abriu à humanidade torturada de então novos recursos de sobrevivência e de conforto. Formada por homens de porte agigantado, cabeça mais bem conformada e mais ereta, braços mais curtos e pernas mais longas, que caminhavam com mais aprumo e segurança em cujos olhos se vislumbravam mais acentuados lampejos de entendimento.

Nasceram principalmente na Lemúria e nas Ásia e suas características etnogeáficas... eram nomades..mas formavam já sociedades mais estáveis e numerosas, do ponto de vista tribal ”


Observação 5:

Novamente a referência a Lemúria, neste caso 100.000.000 de anos defasada, mas se considerarmos, generosamente a Lemúria como sendo o sul da África aí sim estariamos de acordo com o registro destes hominídeos. Podemos ver, no entanto que o autor é bem específico na localização deste continente. Ao fazer isto comete o segundo erro claro, pois à época da existência deste continente o homem não existia, e nem sequer, qualquer forma proto-humana.

Localização da migração:

“ O grande continente da Lemúria que se estendia das alturas da Ilha de Madagascar para o leste e para o sul, cobrindo toda a região ocupada hoje pelo oceano Índico, descendo até a Austrália e incluindo a Polinésia. A região central da Ásia, limitada ao sul pelo Himalaia e que se estende para leste, Pacífico adentro, para oeste terminava nem grande mar, que subia de sul para norte, passando pelas regiões hoje ocupadas pelo Indostão, Beluchistão, Pérsia e Tartária e terminando na região sub-ártica ( Divisão geopolítica da Terra, no início do século XX)

Observação 6:

Esta descrição corresponde aproximadamente à formação existente quando da formação da crosta terrestre com o nome de Pangea. Esta ideia foi primeiramente apresentado por Antonio Snider em 1858 em Paris, sendo que somente em 1915, o meteorologista alemão Alfred Wegener escreveu um livro juntando as evidências a favor desta idéia e a sua comprovação só foi realizada nos anos de 1960 com a descoberta do micro-magnetismo residual existente nas formações rochosas. Assim podemos datar com bastante precisão que esta formação acima descrita é muito similar ao super continente Pangea existente a 200 milhões de anos.49 Assim Armon comete neste caso o terceiro erro. Pois que nesta época , os répteis dominavam o mundo. Tartarugas e ictossauros prosperavam no mar, pterossauros dominavam os ares, enquanto os primeiros dinossauros – e – mamíferos percorriam a terra, sendo que estes mamíferos não eram maiores que os preás de hoje.

Já Emmanuel apresenta uma proposta oposta, declarando que a Lemúrua trata-se de lenda:
“Os Arianos puros, entre os quais cultivavam-se igualmente as lendas de um mundo perdido, no qual o povo hindu colocava as fontes de sua nobre orígem. Alguns acreditavam se tratasse do antigo continente da Lemúria, arrasado em parte pelas águas dos Oceanos Pacífico e Índico... a realidade, porém é que, como os egípcios, os hindus eram um dos ramos da massa de proscritos da Capela, exilados no planeta”

Observação 7:

Como podemos ver, Armon basea-se no livro A Caminho da Luz, mas, no entando não observa esta referência contida no mesmo livro. Or outro lado Emmanuel diz que estes povos teriam evoluído diretamente dos homo erectus/habilis, o que de fato não ocorreu.

4a raça emigrada:

“isto no oriente e no ocidente na região da grande Atlantida e no continente americano no norte na região da atual Groenlândia”

Observação 8:

Não existe nenhuma evidência de que esta formação tenha algum dia existido na Terra.

5a raça emigrada:

“Na região do polo norte até o paralelo 80 e todo o norte do continente europeu. Esta a área ocupada pelos Árias”, mais tarde época não definida.

6a raça emigrada - Enfim os Capelinos:

Segundo Armon, os espíritos superiores escolheram os povos mais adiantados então para que fossem o foco da encarnação dos exilados (muito mais evoluidos), assim escolheram a região da China em suas palavras : “- inegavelmente o mais prístimo foco de todos os surtos evolutivos do globo é a China milenária” ( nota do autor Edgard Armon – Para a ciência oficial a civilização chinesa não vai além de 300 anos antes de nossa era, mas suas tradições fazem-na remontar a mais de 100 mil anos. A civilização chinesa, entretanto, veio de Atlanta primitiva).

Aqui temos uma contradição à comunicação de Emmanuel que diz terem sido as “organizações hindus” que seriam anteriores às Egipcias e Israelitas.

Logo após as primeiras encarnações, segundo o autor dá-se um salto na humanidade ou seja “ de trogloditas habitantes de cavernas e de tribos selvagens aglomeradas em palafitas, passaram, então, os homens, sob o impulso da nova direção, a construir cidades nos lugares altos, mais defensáveis e mais secos, em torno das quais multidões aumentavam dia a dia”.

Observação 9 :

Os autores mais uma vez não combinam e nem um deles combina com as evidências arqueológicas. Armon data a emigração dos Capelinos em 100.000 anos a.C., bem nesta época os primeiros homo sapiens sapiens estavam chegando à região da China, mas a região era principalmente ocupada pelo homo erectus. Os primeiros sitios arqueológicos atribuídos ao Homo sapiens sapiensis, com indicios de utilização da agricultura – que demonstraria o seu grau de evolução - na China remontam a 6.000 anos a.C..5859.

Além disto, as primeiras cidades foram localizadas às margens de rios, em locais baixos onde podia-se aproveitar as cheias dos rios para irrigação, como já demonstrado anteriormente.


Figura 7: Migração do Homo Sapiens

Posição de Allan Kardec:

Evidentemente que pelo contexto das comunicações que Kardec recebia, pelo princípio espírita da pluralidade dos mundos habitados e pela pouca informação científica sobre os planetas do sistema solar, o mesmo só poderia ser favorável a existência de migrações de espíritos de planetas distantes e migrações sucessivas da Terra para outros planetas. Hipótese esta que pode ser aceita porém não se torna tão clara no desenvolvimento da humanidade, como muitos pensaram, inclusive Kardec.
Assim citaremos aqui alguns trechos do artigo publicado pelo próprio Kardec na Revista Espírita de Janeiro de 1862.

“ Como o princípio das coisas está nos segredos de Deus, que não no-lo revela senão à medida que julga adequado, ficamos reduzidos a conjucturas. Muitos sistemas foram imaginados para resolver esta questão e, até hoje, nenhum satisfaz completamente a razão. Nós, também, vamos tentar levantar uma ponta do véu. Seremos mais felizes que os antecessores? Não o sabemos: só o futuro dirá. A teoria que apresentamos é, pois, uma opinião pessoal. Parece-nos em concordância com a razão e com a lógica. É isto o que, aos nossos olhos, lhe dá um certo grau de probabilidade.”

Observação 10:

Alem de deixar bem claro que tratava-se assim de uma teoria pessoal, Kardec vai mais fundo e coloca o seguinte: “ É contra a mania de certos Espíritos, em relação ao principio das coisas, que nós devemos por em guarda; o que, aos nossos olhos prova a sabedoria dos que ditaram O Livro dos Espíritos é a reserva que souberam guardar sobre questões desta natureza.”

Enfim a teoria defendida pelo Prof. Rivail:

“ Embora possam os Espíritos encarnar-se em diversos mundos, parece que, em geral, realizam um certo número de migrações no mesmo globo e no mesmo meio, a fim de melhor aproveitarem a experiência adquirida; não saem desse meio senão para um pior, por punição, ou um melhor, como recompensa. Disso resulta que, durante um certo período, a população do globo é, mais ou menos, composta dos mesmos Espíritos, que aí reaparecem em diversas épocas, até atingirem um grau de depuração que lhes permita morada em mundos mais adiantados. “

E continua no paragrafo seguinte:

“ Conforme o ensino dado pelos Espíritos superiores, essas emigrações dos Espíritos encarnados na Terra ocorrem de tempos em tempos, individualmente; mas em certas épocas, realizam-se em massa, por força das grandes revoluções que os fazem disaparecer em quantidades inumeráveis, sendo substituídos por outros Espíritos que, sobre a Terra, ou sobre uma parte da Terra, constituem uma nova geração.”

Kardec torna-se mais específico ao ligar estas migrações com épocas biblicas e referindo-se a palavras supostamente ditas por Jesus o mesmo acrescenta, dando uma explicação centrada na lei de amor e caridade:

“ A geração a que o Cristo se referia não era a dos homens ( “ Na verdade vos digo que não passará uma geração sem que se cumpram todas estas coisas”) que viviam em seu tempo, incarnados, mas a geração dos Espíritos que na Terra percorreram os diversos períodos de sua reincarnação e que irão deixá-la. Vão ser substituidos por uma nova geração de Espíritos que, moralmente mais adiantados, farão reinar entre si a lei do amor e da caridade ensinada por Cristo e cuja felicidade não será perturbada pelo contacto dos maus, dos orgulhosos, dos egoístas, dos ambiciosos e dos ímpios”

A Raça Adâmica:

Com relação a existência ou não de Adão e da raça Adamica, Kardec diz o seguinte:
“ A questão principal ao nosso ver, não é saber se o personagem Adão existiu realmente, nem em que época viveu, mas se a raça humana, designada como sua posteridade é uma raça decaída. A solução dessa questão não é vazia de conteúdo moral, porque, esclarecendo-nos quanto ao nosso passado, pode orientar a nossa conduta para o futuro”

E diz logo em seguida – falando sobre o mito desta raça adâmica:

“...a idéia de anjos rebeldes, anjos decaídos, paraíso perdido, se acha em quase todas as religiões e no estado de tradição entre quase todos os povos. Ela deve pois, assentar-se numa verdade encontraremos todos os caracteres de uma geração de Espíritos expulsos de outro mundo e exilados, por causas semelhantes, na Terra, já povoada, mas por homens primitivos, mergulhados na ignorãncia e na barbárie e que aqueles tinham por missão fazê-los progregir, trazendo para o seu meio as luzes de uma inteligência já desnvolvida. Não é, realmente, o papel até aqui representado pela raça Adâmica Relegando-a para esta terra de trabalho e de sofrimento...“64
Observação 11:
Kardec acaba não especificando em que momento no passado esta Raça Adâmica acabou migrando para a Terra, mas é favorável a esta hipótese. Apenas temos a contestar o fato de Kardec atribuir que “tradição entre quase todos os povos” deve ser verdade, ora a história da humanidade é repleta de migrações sobre o próprio solo, razões como secas, glaciações, tempestades fizeram com que o homem, por muito tempo nomade buscase um outro local para lá se estabelecer. Esta lembrança “encarnada” seria muito mais forte do que uma possível “lembrança desencarnada” de uma migração de um outro planeta para a Terra. Eu classificaria aqui esta conclusão de Kardec como “erro de Kardec”, pois o mesmo usa esta conclusão como único argumento para a sua tese.

Emmanuel – no Livro A Caminho da Luz, referindo-se a esta raça, especifica que a mesma teria vindo de um planeta distante, este planeta orbitaria a Estrela Capela, na constelação do Cocheiro, mais visível no hemisfério Norte. Chega a especificar que a estrela de Capela estaria a uma distância de 42 anos Luz do Sol. E falando então sobre a recepção destes espíritos, assim ele se refere:
“ Foi assim que Jesus recebeu, à luz do seu reino de amor e de justiça, aquela turba de seres sofredores e infelizes. ...mostrou-lhes os campos imensos de luta que se desdobravam na Terra, envolvendo-as no halo bendito da sua misericórdia e da sua caridade sem limites...aqueles seres angustiados e aflitos, que deixavam para atrás de si todo um mundo de afetos, não obstante os seus corações empedernidos na prática do mal, seriam degredados na face obscura do planeta terrestre...por muitos anos não veriam a suave luz da capela”

Observação 12:

Com relação aos Capelinos, sugiro a leitura do artigo publicado no Jornal Abertura, de minha autoria, no qual teço uma completa análise da possibilidade de ser a estrela Capela a orígem dos Exilados.
A ideia básica defendida é que: por tratar-se a Estrela Capela, na verdade uma estrela dupla, a possibilidade de que a vida tenha se desenvolvido neste sistema é muito remota, tanto assim que a procura por sistemas planetários fora do sitema solar exclui este tipo de estrelas. Pela razão simples que em sistemas duplos uma das estrelas gira muito rapidamente entorno da estrela principal o que eliminaria qualquer possibilidade de existência de planetas em órbita da primeira estrela. Além disto Capela e sua dupla são muito mais novas que o Sol, tendo em volta de si ainda uma nebulosa , que pela existência de um duplo, jamais formará um planeta. Isto nos leva a demonstrar mais um erro de Armon e Emmanuel.




EstrelaEstrela Beta de Capela em órbita
Beta de Capela
Estrela Alfa de Capela
Nebulosa formada pelos restosda grande explosão que deuorígem às estrelas duplas
Figura 8: http://asca.gsfc.nasa.gov/docs/asca/gallery/capella_ring.html aqui podemos ver a estrela dupla de Capela e o anel formado por gases e poeira cósmica ao seu redor.

Emmanuel também trata da orígem da raça branca, dizendo:
“a natureza ainda era, para os trabalhadores da espiritualidade, um campo vasto de experiências infinitas, tanto assim que, se as observações do mendelismo fossem transfridas àqueles milênios distantes, não se encontraria nenhuma equação definitiva nos estudos de biologia. A moderna genética não poderia fixar, como hoje, as expressões dos “genes”, porquanto, no laboratório das forças invisívies, as células ainda sofriam longos processos de acrisolamento, imprimindo-se-lhes elementos de astralidade, consolidando-se-lhes as expressões definitivas, com vistas às organizações do porvir.”

Observação 13:

As técnicas de datação por DNA são utilizadas hoje normalmente na pesquisa arqueológica e a afirmação de que não se encontraria “nenhuma equação definitiva nos estudos de biologia” trata-se de uma total insensatez – tratando-se assim de mais um erro de Emmanuel.
Sobre a orígem da raça branca “em sua maioria, estabeleceram-se na Ásia, de onde atravessaram o istmo de Suez para a África, na região do Egito, encaminhando-se igualmente para a longínqua Atlantida” Com relação à questão da lembrança desta imigração Emmanuel explica que esta memória foi passada de geração a geração até ser gravada nas páginas da Biblia, seguindo neste ponto, a mesma linha de raciocínio de Allan Kardec e que posteriromente também seria seguida por Edgard Armon.

Observação 14:

Por que citar Atlantida? Não existe nenhum indício de que este povo tenha existido novo erro de Emamanuel - e ao que tudo indica a migração do homo sapiens sapiensis se deu ao contrário da África para a Ásia a cerca de 130 mil anos.70 Conforme já demonstrado na Figura 7.
Sobre os povos formados por estes exilados na Terra, “teriam sido os Árias (Indo –européia, os celtas, os gregos e os germanicos e eslavos), a civilização do Egito, o povo de Israel e as castas da índia”.

Observação 15:

A história etnográfica destas populações é diferente, no que se refere aos Egípcios, com relação aos povos da Índia, todos descendem da mesma raça indu-européia. Novo erro de Emmanuel.

Gabriel Delanne:

Gabriel Delanne em seu livro A Evolução Anímica esquiva-se de qualquer hipótese extra-terrestre para explicar o desenvovimento do Homem ,desde seu ancestral mais antigo, recorrendo apenas ao desenvolvimento do espírito e a lei da reencarnação.

“ Nenhuma teoria filosófica pode, como o Espiritismo, explicar todos estes fenômenos. Graças à lei de reencarnação e ao conhecimento da natureza da alma, fácil se torna compreender o progresso do Espírito, desde a modalidades mais rudimentares até as suas manifestações mais altas. O princípio pensante percorreu, lentamente, todas as escalas da vida orgânica, e foi por meio de uma ascensão ininterrupta, em transcurso de séculos inumeráveis, que ele pode pouco a pouco, demoradamente, fixar no invólucro fluídico todas as leis da vida vegetativa, orgânica e psíquica.”

No Livro A Alma é Imortal , Delanne dedica um capítulo completo ao estudo das sociedades antigas ,como os egipcios, os hindus, os Chineses e Gregos, sem recorrer em momento algum à hipótese extraterrestre. Demonstra por exemplo que o culto aos mortos era comum em todas as regiões “verifica-se, com efeito, que os homens da época pré-histórica, a que se deu o nome de magalítica, sepultavam os seus mortos, colocando-lhes nos túmulos armas e adornos”. Ou ainda, referindo-se aos Egipcios que estes a 5000 a.C. já faziam referencia ao culto aos mortos e na crença na sobrevivência.

No livro A Reencarnação, ele diz “ a ciência formulou certo número de hipóteses, para explicar as mutações dos seres. Lamark e Darwin imaginaram teorias sedutoras, que as de Quinton e De Vries completaram até certo ponto. Mas, a verdadeira causa da evolução deve ser procurada, segundo penso, nos esforços que o princípio inteligente tem feito para se ir desprendendo das faixas da matéria”.

Referindo-se aos Egípcios:

Segundo Emmanuel os Egípcios degredados foramos que mais se destacaram na prática do Bem e do Mal, pois seriam os que menos débitos teriam, segundo ele em nenhuma outra civilização da Terra o culto à morte foi tão desenvolvido, sendo que após a saída destes espíritos da Terra “depois de perpetuarem nas pirãmides os seus avavnçados conhecimentos, todos os Espíritos daquela região africana regressaram à pátria sideral”.

A religião era politeísta embora Emmanuel diga que os sacerdotes iniciados teriam conhecimento da existência de um Deus único.

Observação 16:

Esta afirmação parece um tanto absurda segundo Emmanuel os “iniciados’ guardavam segredos da sua condição de exilados”. E que tinham o conhecimento do Deus único, no entanto o Egito antigo foi uma sociedade que adorou diversos deuses e todas as mitologias a eles associados.

Desenvolvimento da ciência e da matemática:

Segundo Emmanuel, “ Aqueles grandes mestres da antiguidade foram, então, compelidos a recolher o acervo de suas tradições e de suas lembranças no ambiente dos templos, mediante os mais terríveis compromissos dos iniciados nos seus mistérios. Os conhecimentos profundos ficaram circunscritos ao círculo dos mais graduados sacerdotes da época, observando-se o máximo cuidado no problema da iniciação”

5 – Conclusões e considerações:

Considero que o passado da humanidade, formado pela luta pela sobrevivência, o crescimento do cérebro e as conquistas, lentas mas determinadas dos homenídeos até a sua forma humana moderna, podem ter tido influência Espiritual, através da ação do Espírito, pelo seu acúmulo de experiência e inteligência.

A possibilidade de migrações, doutrinariamente possível, não encontra eco, no conhecimento que temos de nossa própria orígem. A tentativa de ligar evolução com religião, claramente demonstrada por Edgard Armon e Emmanuel, forçando fatos afim de dar consistência às suas teses em nada ajudam a esclarecer a humanidade.

Kardec também se deixa levar pelo mesmo sentimento, mas tem a clareza de dizer tratar-se apenas de uma hipótese que o mesmo lançava à luz do Espiritismo.

Podemos notar que Gabriel Delanne, muito próximo a Kardec não se deixa contagiar por este e lança suas teses de desenvolvimento do genêro humano apenas baseado nas leis de Reencarnação e Evolução.

Os erros apontados neste trabalho forçam o leitor a pensar. Se os erros ocorreram de duas uma. Ou foram de propósito ou foram por desconhecimento, em qualquer um dos casos põe em dúvida a categoria do Espírito comunicante. Forçando-nos a tomar muito mais cuidado ao lermos as obras psicografadas.

O tema é apaixonante e muito há que ser descoberto, nos estudos arqueológicos, nos próximos anos e, se quisermos que o Espiritismo mantenha a sua base na verdade, muito trabalho teremos para mantê-lo atualizado e livre de misticismos e idiossincrasias.


6 – Bibliografia:
6.1 – História da ciência – William C. Dampier. Edição Brasileira Ibrasa, São Paulo - 1986.
6.2 – O Ser humano e a evolução uma análise Pré-histórica – V SBPE – Alexandre Cardia Machado –Ed. Licespe- Santos SP –1997.
6.3 – História em Revista – a era dos reis divinos; Editora Time-Life Livros, Abril Livros , Rio de Janeiro, 1991.
6.4 – História Ilustrada da Ciência – da Universidade de Cambridge – Colin A. Ronan –Ed. Círculo do Livro – São Paulo –1987.
6.5 – Os Exilados da Capela – Edgard Armond – Editora Aliança – São Paulo, 1999 (2a edição) – 1a edição 1951.
6.6 – Revista Espírita 1862 – Jornal de Estudos Psicológicos – Edicel - São Paulo – tradução de Julio Abreu Filho – sem data
6.7 – A Caminho da Luz – Espírito de Emmanuel - psicografado por Francisco Cândido Xavier . Ed. FEB – Rio de Janeiro -1938
6.8 – A Evolução Anímica – Gabriel Delanne – Ed. FEB – Rio de Janeiro –1976 Edição original francesa de1895. Tradução de Manuel Quintão.
6.9 – A Alma é Imortal – Gabriel Delanne – Ed. FEB – Rio de Janeiro –4a Edição1978 Edição original francesa . Tradução de Guillon Ribeiro
6.10 – A Evolução do Princípio Inteligente – Durval Ciamponi – Ed. FEESP. São Paulo – SP –1999.
6.11 – Superinteressante – 10 anos de revista em CD-rom. Abril SP –2000
6.12 - Enciclopédia Encarta – CD Rom Ed. Microsoft- 2001
6.13 – A Aurora da Humanidade – Coleção História em Revista – Editora Time-Life livros – Abril Coleções –Rio de Janeiro-1993
6.14 – Enciclopédia Compacta de Conhecimentos Gerais – isto é Guiness. Ed Tres, Rio de Janeiro – 1995
6.15 – História Natural da Evolução – Philip Whitfield. Ed. Verbo – 1993
6.16 – O Menor dos Humanos – Kate Wong – artigo - Revista Scientific American – Brasil – Março 2005
6.17 – Atlas da História do Mundo – Folha de São Paulo Editora – Sáo Paulo – 1995
6.18 – O Paradigma das civilizações Adâmicas x descobertas atuais – análise da situação – Alexandre Cardia Machado – Jornal Abertura – ICKS –Santos – Fevereiro 2003
6.19 – Astronomia prática – Atlas do céu – Rio Gráfica editora – Rio de Janeiro –1985
6.20 – Site da Nasa – http://asca.gsfc.nasa.gov/docs/asca/gallery/capella_ring.html
6.21 – O ócio Criativo – Domênico de Masi – Ed. Sextante Rio de Janeiro –2000
6.22 – África berço da matemática – dirk Huylebrouck – artigo - Revista Scientific American - São Paulo –2005
6.23 – Descoberta a mais antiga cidade das américas – Jornal o Globo –27/04/2001

quinta-feira, 7 de maio de 2015

  "O EXERCICIO DA LIBERDADE" 

                                            por Gisela Régis

                    Nesse exato momento, existe um sentimento em quase toda a população de que nos encontramos numa situação lastimável, somos um país doente, fraco. A grande questão que se coloca é como curar essa doença cronica, qual a verdadeira origem desses males que nos afligem há séculos, com apenas breves intervalos de saúde e disposição?
                    É senso comum que para ter um corpo saudável você precisa exercitá-lo, praticar esportes, andar, correr, caso contrário os músculos atrofiam. Quando falamos em liberdade, nunca vi nem ouvi alguém recusar ou ser contrário. Todos nós queremos e defendemos ser livres. O problema é que, por essas bandas do nosso Brasil, estamos atrofiados, somos sedentários da liberdade. Nunca tivemos a oportunidade de exercitar plenamente esse músculo e o resultado é que mal reconhecemos sua existencia, não sabemos ao certo como funciona, como deve ser treinada e estimulada para que cresça e nos transforme em um país mais saudável, mais próspero e mais admirado.
                    Somos um país em que as pessoas buscam e defendem constantemente a solução dos problemas através dos governos e esperam dos políticos decisões e atitudes que solucionem esses problemas. Ao longo de toda a nossa história o Brasil  sempre foi marcado por um profundo paternalismo, uma presença intensa e constante das estruturas de governo no direcionamento dos rumos da economia, da cultura, chegando até as questões familiares e religiosas em muitos casos.
                    Parece que a fórmula não deu certo. Nesse exato momento, existe um sentimento em quase toda população de que  de que encontramos numa situação lastimável, somos um país doente, fraco. Conhecemos os sintomas dessa doença. Empobrecemos rapidamente com uma moeda exatamente fragilizada, inflação crescente e quase fora de controle, juros altíssimos que invibializam investimentos, desemprego batendo na porta de milhões de trabalhadores, serviços públicos de saúde, educação e segurança que simplesmente não funcionam, aumentos de impostos e, coroando isso tudo, escândalos de corrupção cada vez maiores e mais frequentes. Esses sintomas são percebidos facilmente pelo povo brasileiro, muito poucos não os sentem.
                   Portanto, a grande questão que se coloca é como curar essa doença crônica, qual a verdadeira origem desses males que nos afligem há séculos, com apenas breves intervalos de saúde e disposição? E aqui temos um problema. Cada brasileiro, com sua forte cultura paternalista e os músculos da liberdade atrofiados, procura os remédios que necessariamente passam pelo governo e não demandam o exercício pleno de sua liberdade. A pessoa cansada de tanta corrupção defende a proibição das doações de empresas e indivíduos aos partidos políticos e defende a adoação exclusiva do financiamento público de campanhas com recursos distribuídos pelo governo. O trabalhador quer benefícios, como seguro-desemprego e fundo de garantia, gerenciados pelo governo. O empresário industrial quer incentivos do governo na forma de juros subsidiados e proteção contra produtos importados. E tem até quem defenda que o governo tem que cuidar do nosso petróleo.
                    Mas se a doença existe há tantos anos, se os remédios ministrados são os mesmos há tanto tempo e ninguém está satisfeito com os resultados, porque insistimos em pedir uma dose maior dos mesmos remédios? Por que continuamos pedindo mais e mais governo em nossas vidas? Será que não está na hora de invertermos essa lógica? Será que não precisamos, na verdade, pedir ao governo que fique longe e faça apenas o mínimo necessário para garantir nossa segurança e a concorrência nos mercados? Que nos devolva o dinheiro que toma de nós com tantos impostos e nos permita fazer as nossas próprias escolhas? Será que temos medo dessa liberdade? Medo de errar sozinho? Medo do próprio fracasso, ou pior, do sucesso do vizinho? Porque, errar em conjunto já o fazemos há muito tempo.
                    Se você quer menos corrupção, ao invés de pedir ao governo que controle as verbas de campanha política, peça ao governo que devolva o dinheiro que foi tomado de você para essa verba, e escolha você mesmo o político pra quem doar seu dinheiro, depois o monitore e cobre os resultados. Se você quer ter uma poupança para passar pelos momentos de crise e desemprego ou para comprar uma casa, exija que o governo devolva a você o dinheiro tomado para o seguro-desemprego e FGTS, e cuide você mesmo de sua poupança. Se você quer fazer sua empresa crescer e prosperar, não peça incentivos ao governo, pois mais cedo ou mais tarde você receberá uma conta muito maior na forma de impostos. Apenas peça que o governo garanta que as regras do jogo sejam cumpridas, sem trapaças por seus concorrentes, pois você com certeza não é um trapaceiro.
                    Aquilo que amamos e desejamos tanto - quando falamos em liberdade - é ainda apenas um conceito abstrato, uma palavra bonita, simpática, mas que não conseguimos até hoje exercitar na prática mais simples e corriqueira de nossas vidas. Enquanto não assumirmos essas responsabilidades individualmente, praticando o exercício da liberdade de forma intensa exaustiva, estaremos fadados a morrer sem conhecermos o país do futuro. Temos que aceitar que, como qualquer outro exercício, esse também levará ao cansaço e causará dores em alguns momentos. Mas ao final de alguns anos de treinamento consistente e paciente, estaremos em forma, fortes, curados da doença que nos assola há tanto tempo. E seremos finalmente um país admirado no presente.

"Quanto mais inteligência tenho o homem para compreender um princípio, menos escusável será de não o aplicar a si mesmo." (828- Livro dos Espíritos por Allan Kardec).
"Deus é justo e tudo leva em conta, mas vos deixa a responsabilidade dos poucos esforços que fazeis para superar os obstáculos". (850 - Livro dos Espíritos por Allan Kardec).


domingo, 18 de janeiro de 2015

É Preciso saber viver - por Alexandre Cardia Machado

Desta guerra, você participa todos os dias!


Era apenas uma manhã normal de segunda-feira, eu estava indo buscar minha esposa na academia apenas  poucas quadras de minha casa. Para me deslocar de automóvel até la tenho que passar por algumas ruas de pouco movimento e de velocidade máxima de 40 km/h.

Num cruzamento, onde a preferencial era no meu sentido, alguma coisa, talvez um pressentimento me fez reduzir muito a velociade e verificar se na outra via haviam placas de pare, olhei pros dois lados e vi a placa e também a inscrição de pare no asfalto. Foram quem sabe 2 segundos, segui em frente, neste momento passa uma camionete de entrega a mais de 60 km/h, o motorista não quiz saber de nada, passou direto, não deu importância aos sinais claros de trânsito, não parou.

Caso eu, que estava na preferencial, não tivesse reduzido a velocidade potencialmente estaria morto, pois o choque do mesmo seria na minha porta, este editorial só seria possível por via mediúnica.
Este episódio me fez pensar, onde estamos? Ciclistas, pedestres, motoqueiros e entregadores de todos os tipos, simplesmente ignoram a sinalização de trânsito, transformando o ato de dirigir um automóvel, numa verdadeira roleta russa.

Aqui nem se trata da aplicação da lei do mais forte, é uma total insensatez, pois em geral são veículos leves, altamente vulneráveis, dirigidos por pessoas irresponsáveis que arriscam a sua própria vida e colocam a de outrem em risco também.

As vias de circulação das cidades ficaram pequenas com o aumento astronômico do número de veículos. Acidentes de trânsito e mortes por assassinato rivalizam no topo das estatísticas de mortes evitáveis em nosso país.

Como dar um basta a isto, existe um símbolo que está sendo adotado por cidadões conscientes, que param nas faixas de pedestres e que tentam pelo exemplo difundir um pouco de cidadania, mas a maioria não está nem aí! Os jornais impressos ou televisivos mostram as cenas, fotos expõe a estatística mas nada disso tem efeito prático, parece que todos tem muita pressa, mesmo que seja para chegar logo e não fazer nada depois.

Precisamos baixar a velocidade. Na capital paulista todas as vias de circulação, no governo Kassab, tiveram a sua velocidade reduzida, mas cada um de nós, precisa internalizar que, no espaço confinado de uma cidade, onde a população aumenta e os meios de transportes individuais são múltiplos e em excesso, todos devem saber viver e reduzir a velocidade.



Os dados acima são obtidos através da requisição do DPVAT, não contém os mesmos dados do ministério de saúde que são mais amplos,o DPVAT é aquele seguro obrigatório que todos os proprietários de veículos pagam junto com o IPVA, está aqui para demonstrar sem sombra de dúvidas que existe uma tendência de aumento no número de vítimas, ora, como espíritas somos a favor da vida e não podemos ficar calados.
A causa principal é a imprudência, cerca de 90% dos casos esta é a razão do acidente, excesso de velocidade, descuido com a sinalização, falta do uso de cinto de segurança, dirigir embreagado e por aí vai.
Jaci Régis em seu clássico livro Comportamento Espírita de 1981, assim se refere a nós passageiros deste planeta “ ... o homem do nosso século (XX), como vimos, traz uma história, uma ficha de aprendizagem, em que estão inculcadas normas, regras, traumas e pressões a que tem sido submetido no transcorrer  dos tempos ...”  Estes espíritos que hoje estão encarnados expressam o seu comportamento de uma forma complexa, transfere para o automóvel, para a motocicleta a vontade de ser livre, poderoso, alienando-se dos riscos envolvidos, tem o comportamento otimista, de que os outros são tolos eles são espertos, bloqueiam a entrada em suas mentes às estatísticas, como se jamais fossem atingidos por elas,   podemos esperar melhoras? É evidente que sim, chega uma hora em que mais e mais pessoas acidentadas, portadoras de deficiências físicas e psíquicas causadas pelos acidentes de transito se farão presentes, novas regras e ações de engenharia nos obrigarão a reduzir a velocidade a força, o indivíduo pode trasgredir, mas a sociedade termina por reagir e impor limites a liberdade.
Finalmente, como Espíritas devemos dar o exemplo e mostar que é possível saber viver e ao dirigir, ser cuidadoso, dirigir defensivamente – como diz Jaci, no livro citado fazendo referencia a música de Geraldo Vandré – “quem sabe faz a hora não espera acontecer”.


domingo, 11 de janeiro de 2015

Je suis Charlie - ABERTURA



E você?

Somos parte de uma organização cultural e nossa arma é a razão em suas várias expressões. Não podemos jamais concordar com atos terroristas, vivemos e defendemos a liberdade e os direitos fundamentais do Espírito.

O Jornal Abertura, o ICKS e seu blog demonstram claramente seu desagrado com o ocorrido em Paris, é preciso caminhar na direção do entendimento e da fraternidade.

Dê a sua opinião espírita sobre o ocorrido.

Alexandre Machado

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quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O Boom da Literatura Espírita

Alguns dados interessantes sobre a venda de livros espíritas, que são classificados no Brasil como literatura religiosa. Com um  percentual declarado em censo de 2% da população, nós espíritas consumimos 33% do mercado religioso.

Um fenômeno recente foi a descoberta, deste mercado, pelas grandes produtoras de livros  que provocou a elevação do preço médio do livro espírita, tornando-o o mais caro , na média 30% que os católicos e evangélicos.

Alguns dados de venda obtidos em diversos sites, via pesquisa livre pelo google:

Chico Xavier – 50 milhões de livros; (450 títulos psicografados)
Zíbia Gasparetto – 16 milhões de livros; (30 títulos psicografados )
Allan Kardec – 12 milhões de livros ; (8 títulos organizados por ele, incluíndo a Revista Espírita como um só )
Vera Lúcia Marizenck de Carvalho – 3,5 milhões de livros. (26 títulos picografados)

Não estamos considerando nesta relação a Bíblia que junto com O Livro Vermelho de Mao Tse-Tung são os livros mais vendidos ou de maior edição no mundo com cerca de 900 milhões de cópias, cada um deles. Como refêrencia ao nosso leitor,  o livro brasileiro mais vendido é O Alquimista  de Paulo Coelho, com 66 milhões de cópias, nada menos que o 24° livro mais vendido de mundo.


Concluímos que lemos bastante, mas discutimos muito pouco, a maioria das casas espíritas não valoriza a discussão, preferindo o tradicional modelo de cursos discursivos, mas ao menos estão lendo sobre imortalidade, mediunidade e evolução, quem sabe, com o passar do tempo passem a discutir com a sociedade e não simplesmente entre paredes.

NR: Originalmente publicado no Jornal Abertura de outubro de 2014

Alexandre Machado

Livros publicados pelo ICKS: livros do ICKS

quinta-feira, 10 de julho de 2014

AUTO-CONHECIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA - Jaci Régis

A questão do autoconhecimento para o desenvolvimento da evolução consciente, proposta no Congresso da CEPA de Porto Alegre em 2000 é muito interessante e nos faz pensar diante de uma proposta tão globalizadora.

Em torno do tema, faço algumas reflexões que coloco à disposição dos que se interessarem por elas.




Introdução

Podemos definir a evolução consciente como a deliberação espontânea da pessoa em explorar suas potencialidades para determinar o ritmo de seu crescimento espiritual.

Já o autoconhecimento, que seria a base dessa evolução consciente, demanda uma auto-análise capaz de detectar as falhas mais evidentes no seu caráter e que se tornam impecilhos à consecução de seu projeto.

Segundo a Teoria Espírita da Evolução, o princípio espiritual evoluiu em segmentos mais elementares da vida antes de alcançar o nível hominal. Quando atinge esse nível hominal, tornando-se um Espírito, desenvolve sua auto consciência, que é a percepção de si mesmo como um ser distinto do ambiente. Entretanto, só se identifica como humano, só ganha uma identidade pessoal, na medida em que percebe a existência do outro. O outro é que nos identifica, nos torna humano.

Para o filósofo Hegel, a consciência só se transforma em auto consciência quando o ser desenvolve o desejo, como força propulsora do Humano, isso quando reconhece o desejo do outro.

“O que nos interessa para a explicação do desejo em Hegel é a passagem da Consciência (Bewusstsein) para a Autoconsciência (Selbstbewusstsein) passagem essa que é feita pelo Desejo (Begierde). Assim sendo para que o Desejo se torne humano e para que constitua um Eu humano, ele só pode ter por objeto um outro Desejo” (trecho de Freud e o Inconsciente de Alfredo Garcia-Roza, Zahar Editores, 1984, Rio de Janeiro).

Assim, a autoconsciência é um passo definitivo na identificação e consolidação do ser como ser humano, ou talvez mais precisamente, essa autoconsciência torna o principio espiritual num ser humano.

É o que nos ensina O Livro dos Espíritos.

190. Qual o estado da alma em sua primeira encarnação?

- O estado de infância na vida corpórea. Sua inteligência apenas desabrocha: ela ensaia para a vida.

191. As almas dos nossos selvagens estão no estado de infância?

- Infância relativa, pois são almas já desenvolvidas, dotadas de paixão.

191a. As paixões, então, indicam desenvolvimento?

- Desenvolvimento sim, mas não perfeição. São um sinal de atividade e de consciência própria, enquanto na alma primitiva a inteligência e a vida estão em estão em estado de germes.

Comentando a questão Allan Kardec diz: “as paixões são alavancas que decuplicam as forças do Espírito e o ajudam a cumprir os desígnios da Providência”

As paixões são a base da vida, como o é o desejo e tirá-los da alma é deixá-la vazia, atônita. Viver sem paixão é ser uma espécie de legume. Saber usar a força da paixão é o caminho correto na busca da espiritualização. Aceitar o desejo e transforma-lo em alavanca de realizações úteis e produtivas é sinal de inteligência e aproveitamento das energias do coração.

Na seqüência evolutiva, a paixão inaugura no ser o nível afetivo no conflito do Desejo com o Desejo do outro.





O Inconsciente Espírita



A possibilidade do ser autoconhecer-se, no seu sentido mais agudo, é bastante problemática.

A nível de consciência, nosso horizonte de autoconhecimento, é muito limitado, uma vez que nesse nível, a percepção pessoal é extremamente influenciada pelo princípio de autodefesa e pelos valores correntes, advindo da própria estrutura do ser, como das circunstâncias vivenciais do meio ambiente.

Desde que Freud constatou que a pessoa possui duas instâncias afetivas, o consciente e o inconsciente, verificamos que uma parte de nossa personalidade está oculta da consciência.

Ou seja, a totalidade dos sentimentos, medos, culpas e outros fatores que compõem a personalidade permanecem inacessíveis ao consciente, no jogo das realidades interiores e as expressões exteriores na vida da pessoa.

Reflito, todavia, nesse inconsciente dentro da Teoria Espírita da Evolução e os segmentos reencarnatórios que a compõe.

O ser espiritual constitui uma individualidade permanente, imortal e progressiva. Ele estrutura uma mente onde se localizam os conteúdos das experiências afetivo-racionais de sua vivência nos constantes processos reencarnatórios.

O processo evolutivo da individualidade espiritual é elaborado em cada segmento encarnatório, resultando uma penosa relação de aprendizado que se sedimenta como base de seu caráter. Considerando ainda que há a possibilidade de mudança de sexo em encarnações sequenciais, com todas as consequências dessa mutação orgânico-mental-afetiva, compreendemos que tudo isso compõe um quadro de difícil definição.

Em cada encarnação, essa individualidade se exterioriza no mundo corpóreo, atendendo os fatores hereditários e recebendo as pressões ambientais em que se localiza, criando uma personalidade apropriada para o momento vivencial que experiencia.

Entretanto, sua estrutura mental não se apresenta totalmente na consciência. Certos fatores de ordem afetiva na estrutura mental da individualidade, muitas vezes são negados na personalidade consciente.

Poderíamos pensar num inconsciente espírita para designar com propriedade o repertório mento-afetivo resultante das experiências significativas do Espírito em sua estrutura mental permanente. Aí seria o lugar onde se fixam os traços mnêmicos, com imagens e sensações correspondentes, residuais, da sua vivência. Essas vivências serão a base e se projetam na personalidade de cada encarnação como idéias inatas, tendências genéticas para alguns, personalidades complexas e sentimentos confusos.

Daí, na minha visão, ser difícil realizar um completo autoconhecimento, porque a construção da individualidade é realizada num processo helicoidal, na repetição de experiências, na fragmentação de sentimentos e composição de grades de insegurança, medo, autodefesas virulentas e patológicas que criam uma personalidade típica. Por isso a personalidade existencial é elástica ou rígida, às vezes pouco delineada, difusa. Essa a razão por na Psicologia existem muitas Teorias da Personalidade segundo as premissas de seus autores.

Em resumo, cada pessoa é uma individualidade espiritual definida em sua essência, mas complexa e inacabada em sua estrutura. E que se exprime na vida corpórea por uma personalidade que apresenta lacunas, retratando as complexidades do Espírito como unidade intelecto-afetiva, em processo de crescimento.



NR – Artigo original foi apresentado por Jaci Régis no XVIII Congresso Espírita Pana-americano, em 2000 na cidade de Porto Alegre. O trabalho integral pode ser acessado pelo site da CEPA - http://www.cepainfo.org/

Joaquim Barbosa vai se aposentar e sua relação com o Espiritismo, por Alexandre Cardia Machado

Barbosa vai se aposentar


Creio que boa parte da população brasileira ficou decepcionada, afinal, depois de muito tempo tivemos um “paladino da justiça” uma pessoa séria, de gestos exagerados mas com firmeza de propósitos.

Joaquim Barbosa sofre de uma doença degenerativa que lhe cause mauitas dores, tornando um sacrifício participar dos longos debates que ocorrem no Supremo Tribunal Federal - STF, certamente será uma grande perda para a justiça brasileira.



Qual a razão real da aposentadoria? Teria sido a dor, mesmo ou a falta de motivação para Barbosa antecipar sua aposentadoria? Ou o fato de ele estar um tanto isolado na presidencia do Supremo, com posições destoantes da maioria dos juízes o maior fator gerador da decisão?

Acreditamos que pela sua trajetória, não teria sido este último motivo, o principal, Barbosa deve ter seus planos futuros, quem sabe embalado pela alta popularidade. Talvez não se aproveite dela neste momento quando ainda não está resolvido o chamado “mensalão” e, quem sabe, saindo antes, não ficaria comprometido com o resultado final de todas as revisões processuais.

Seu par no STF, o ministro Marco Aurélio Mello disse “lamentar a saída do presidente do STF e entende devido ao seu estado de saúde. “(Barbosa) Veio a ser relator de uma ação penal importantíssima no que o supremo como colegiado acabou por reafirmar que a lei é lei para todos, indistintamente. Acabou por revelar que o processo em si não tem capa, processo tem conteúdo”, disse Mello, referindo-se ao julgamento do mensalão” Segundo o portal Terra.

A verdade que fica é que por alguns anos tivemos uma luz brilhando em Brasília, não o vimos como perfeito, mas pelo menos víamos um baluarte contra a corrupção.

O Livro dos Espíritos nos ensina que devemos trabalhar até o limite de nossas forças, Barbosa não é espírita, mas é um homem de bem, ele certamente se aposentará, mas não parará de trabalhar, aguardemos seus próximos passos.

Quanto ao STF, a Presidência da República terá oportunidade de indicar o seu substituto, como reza a constituição brasileira, se pensarmos bem, este dispositivo deveria ser modificado, quem sabe um modelo mais democrático, onde a população de alguma forma pudesse participar.

Vemos em outros países supremas cortes que simplesmente ali estão para aprovar atos do Executivo, não estamos assim no Brasil, seria injusto nos referirmos aos nossos ministros, desta maneira, temos sim escolas distintas de formação que neste momento, em sua maioria, não seguem o mesmo caminho de Joaquim Barbosa.

Como espíritas e cidadãos nos interessa um judiciário forte, capaz de usar do seu poder de decisão, na forma mais equilibrada possível. Ficaremos atentos.

 

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Tudo pronto para o XIII SBPE - Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita


Marque na agenda XIII SBPE em outubro - tudo pronto só falta a sua inscrição!

O Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita será realizado de 25 a 27 de outubro, em Santos, na Avenida Francisco Glicério, 261 – Gonzaga.

Estamos quase lá! Os trabalhos a serem apresentados e autores já estão definidos. Vejam abaixo que serão 12 temas distintos, ou abordados de forma diferente.

A programação do evento será feita de forma que todos os participantes possam assistir a qualquer trabalho, sem precisar escolher entre eles.

Como nesta edição serão apenas três dias, ao contrário dos encontros anteriores que eram realizados em feriados, buscamos favorecer a ampla participação. Ainda há tempo de se inscrever e os detalhes podem ser encontrados no blog do ICKS: http://icksantos.blogspot.com.br ou pelo telefone da secretaria do evento (13) 3321-3452.

Haverá um bom equilíbrio entre estudos individuais (nove) e trabalhos produzidos por grupos de estudos (três), demonstrando que a cada dia mais grupos se dedicam ao estudo contínuo da Doutrina Kardecista.

Relação de trabalhos:

AUTOR TÍTULO CIDADE
Ademar Arthur Chioro dos Reis Politicas publicas para  álcool e drogas e o papel dos espiritas Santos -SP
Alcione Moreno Sexualidade e Espiritismo São Paulo - SP
Alexandre Cardia Machado O desenvolvimento do Espírito, até o surgimento da vida na Terra, uma hipótese livre pensadora Kardecista Santos -SP
Eugenio Lara Os Desertores de Kardec São Vicente -SP
Eugenio Lara Uma análise Kardecista da desobediência civil São Vicente -SP
Grupo Livre Pensador Pesquisa Mediúnica sobre Reencarnação São Paulo - SP
Herivelto Carvalho A Filosofia Espírita de Torres-Solanot Ibatiba -ES
ICKS - Grupo de Estudos Pode o espiritismo ser considerado ciência da alma?  - Uma análise epistemológica da  proposta do pensador espírita Jaci Régis  Santos -SP
Mocidade Espírita Estudantes da Verdade Direito à Vida Santos -SP
Reinaldo di Lucia Livre Arbítrio Santos -SP
Ricardo Nunes Jaci Régis e o Jardim de Epícuro Guarujá -SP
Roberto Rufo O Livre Arbítrio e os seus inimigos Santos -SP