O que significa Xenoglossia?
Este termo foi criado por Charle Richet, em seu livro Tratado de Metapsíquica, fato este que motivou o famoso cientista Ernesto Bozzano mais tarde, a também escrever um livro com este mesmo nome.
Nessa obra de Bozzano são narrados os fenômenos de Xenoglossia, ou mediunidade poliglota, nos quais um espírito se manifesta através de um médium, falando ou escrevendo em idioma desconhecido aos presentes ou ao próprio medium. O livro discorre sobre casos mediúnicos divididos em quatro categorias, definidas pelo autor como: automatismo falante; psicografia; escrita direta e voz direta. O termo “xenoglossia” proposto pelo professor Richet, com o intuito de distinguir, de modo preciso, a mediunidade poliglota propriamente dita, pela qual os médiuns falam ou escrevem em línguas que eles ignoram totalmente e, às vezes, ignoradas de todos os presentes, dos casos afins, mas radicalmente diversos, de “glossolalia”, nos quais os pacientes sonambúlicos falam ou escrevem em pseudolínguas inexistentes, elaboradas nos recessos de suas subconsciências, pseudolínguas que não raro se revelam orgânicas, por serem conformes às regras gramaticais.
O professor Richet ao estudar alguns casos, não encontrou evidências absolutas sobre o não conhecimento de linguas extrangeiras, assim se referindo: “ nenhum dos casos expostos apresenta suficiente valor probante... Segue-se que não é possível se lhes conceda direito de cidadania no vasto domínio da metapsíquica subjetiva. Seja, porém, como for, inclino-me a crer que um dia, talvez não distante, se terá de reconhecer autêntico algum caso de tal natureza. Nessa expectativa, cumpre se apresentem exemplos melhores, que venham relatados de forma menos fragmentária, menos imperfeita do que a que se nota nos até agora conhecidos...” (Tratado de Metapsíquica, pág. 280 da primeira edição.)”
Nos anos 90 do século passado, quando ainda fazíamos parte do GPCEB – Grupo de Pesquisas Científicas Ernesto Bozanno, aqui em Santos no Centro Espírita Allan Kardec, fomos testemunha de um fenômeno que se parecia com Xenoglossia, mas que após testes não se confirmaram.
Um dos médiuns do centro passou a receber comunicação de um espírito que se auuo denominou Abdul Al Abdul, servo de Alá. O mesmo deu uma série de comunicações em perfeito português, mas dizía falar ao médium em lingua Universal.
- Pensamos então em fazer uma prova e gravamos uma frase em árabe, um amigo de descendência árabe de um dos membros a fêz, gravou a mensagem e escreveu o seu significado em um envelope fechado.
O espírito voltou e ligamos o gravador e pedimos que dissesse o que estava gravado. Abdul – disse que se tratava de uma frase de amor e nos proporcionou a tradução.
Terminada a reunião, abrimos o envelope lacrada e “surpresa” – a mensagem era algo bem banal, sobre uma atividade diária simples. Conclusão: ainda que o fenônomeno que presenciamos tratar-se de um pseudosábio e portanto uma farsa do espírito, nenhuma prova deste tipo foi feita nos fenômenos relatados por Bozzano e Richet.
Por isto a dúvida levantada pelo último. Mediunidade precisa, sim ser testada o tempo todo.
Para abrir a mente: Busquem em sua biblioteca espírita por Tratado de Metapsíquica – Charles Richet e Xenoglossia de Ernesto Bozzano
Este artigo foi publicado no jornal ABERTURA de janeiro-fevereiro de 2018, gostou do texto, quer ler o Jornal Completo?
Nenhum comentário:
Postar um comentário