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terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Quem roubou a nossa água? - por Alexandre Machado

Quem roubou a nossa água? - por Alexandre Machado

Este título pode ser considerado uma paródia ao nome de um best seller e livro de auto-ajuda gerencial “ Quem roubou o meu queijo?”. Parece ter sentido, pois quando consumimos a água encanada, em nossas casas, em geral não nos preocupamos muito com o como obtivemos e tratamos a mesma, geralmente consideramos a água como um recurso infinito.

No dia 28.11.2014 o ICKS recebeu  o Sr. Rodolfo José Bonafim, Engenheiro e membro da ONG Amigos da Água que muito nos ajudou a compreender a problemática que passaremos a relatar.
Aínda que a água seja abundante na Terra pois 2/3 da sua superfície está coberta por água do mar, a água doce corresponde a  uma parcela muito pequena, 3% apenas incluíndo aí as geleiras e as calotas polares, portanto toda a atenção é necessária a este recurso limitado.

Historicamente, lutar por mananciais aquíferos fez parte de nossa geopolítica, muitas fronteiras entre países foram definidas por rios que na antiguidade eram um obstáculo difícil de ser superado por exércitos e fácil de ser defendido por aqueles que estavam fortificados na outra margem. O controle da água significava o sucesso ou não de uma nação.

Sabemos também que sem água, não vivemos, após algumas horas já podemos morrer por desidratação, dependendo das condições ambientais. Com todo o exposto deveríamos dar muito mais importância a como, nossos governos cuidam do acúmulo, uso e tratamento da água e como cidadãos vigiar-nos enquanto consumidores.

Como espíritos, precisamos de corpos em boas condições e de um ambiente saudável para exercermos plenamente nosso livre arbítrio e com isto evoluírmos.

O estado de São Paulo, vive uma grande crise de falta de chuvas, comparadas às médias anuais, enfrentamos um período de 2 anos de seca, ora na Região Sudeste, é justamente  onde se concentram as principais hidroelétricas do país, o uso da água doce, fica então dividido entre o consumo humano e a geração de energia.

Para os nordestinos este problema sempre esteve na agenda dos governantes, mas no sudeste do Brasil, isto é uma novidade. Pensando nisto optamos por trazer o assunto à pauta, pois cada um de nós precisa se conscientizar e multiplicar as boas práticas de consumo consciente. Evoluímos como sociedade, mas precisamos discutir mais os problemas que nos afetam e juntos contribuírmos para a sua solução.

Temos, como espíritos encarnados a inteligencia como nosso mais forte fator de mudança, repetimos isto o tempo todo, mas parece que não conseguimos dar um exemplo prático de sua aplicação no dia a dia, assim aqui vai um: reduzir o consumo, eliminar o desperdício por vazamentos e influenciar os nossos deputados, é isso mesmo, acabamos de elegê-los, mandemos mensagens aos nossos deputados.


Temos o  poder para acelerar as medidas de engenharia necessarias para aumentar a captação de água. Não poderemos esperar que 20 milhões de pessoas fiquem sem água para agirmos, temos que dar o sentido de urgência.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Pela Liberdade de Imprensa por Marcelo Régis

Escreve um artigo, me pede o editor e líder do Abertura, Alexandre. Confesso que tenho sido relapso e não tenho contribuído tanto quanto gostaria para o Abertura. Porém o  chamamento acima me remeteu a reflexão sobre a imprensa espírita, liberdade de imprensa e o privilégio de viver em um país onde a liberdade de expressão está garantida, pelo menos por agora.

Digo privilégio, pois liberdade de imprensa é exceção no contexto global. O mais recente relatório da ONG americana Freedom House, revela que a liberdade de imprensa atingiu o nível mais baixo em dez anos. Segundo esse estudo em 2013 apenas 14% da população vivia em países onde a imprensa é livre (Noruega, Suécia, Dinamarca e Holanda por exemplo). Entre os 197 países analisados, 63 foram classificados como livres (quase toda a Europa ocidental, Austrália, Japão, mais EUA e Canadá nesse grupo),  68 como parcialmente livres (Brasil, Índia e Argentina estão nesse grupo) e 66 como não livres (Cuba, Rússia, Coréia do Norte, China e Venezuela nesse grupo). Segundo a ONG, a  piora da liberdade de imprensa se deve ao desejo dos governos de controlar a informação por meio de intimidação física a jornalistas, restrições ao trabalho de repórteres estrangeiros e mais impedimentos aos veículos online. No Brasil a ONG cita a morte de três jornalistas em 2013, muitos outros atacados durante os protestos populares, ameaças na justiça contra blogueiros e alto número de pedidos governamentais para a retirada de conteúdo online.

No Brasil, o debate sobre controle da mídia, império da mídia e outras denominações está sempre presente nos discursos de partidos e candidatos. É patente que seria muito mais fácil para governantes corruptos que 100% da mídia fosse chapa branca e amiga – assim nunca nenhuma falcatrua seria divulgada e o país seria um verdadeiro mar de rosas. Nos últimos tempos, em que ninguém assume por seus erros ou malfeitos, mesmo quando o flagrante é óbvio, a guerra de versões e afirmações falsas repetidas ao infinito superam qualquer análise de fatos mais ponderada.  A proliferação de blogs, páginas online e do facebook auxilia ou dificulta o processo? No meio espírita, não temos realmente uma imprensa livre, pois cada periódico segue a linha editorial e doutrinária de seu grupo patrocinador e pouco espaço (se algum) é aberto a confrontação de idéias ou ao outro lado da moeda. No final nossos periódicos falam o que o público assinante quer ouvir, ou seja doutrinamos a nós mesmos. A imprensa espírita é de fato um instrumento de doutrinação e confirmação das idéias de seus editores e grupos patrocinadores. Felizmente temos uma gama grande de periódicos o que permite aos leitores realmente interessados compreender a diversidade de pensamento no movimento espírita. Mais recentemente as listas de discussão e blogs espíritas entraram no circuito, mas também reproduzem o mesmo panorama. Além do mais, por sua própria natureza, as listas de discussão via email ou internet propiciam debates intermináveis e quase sem nenhuma conclusão ou fechamento dos assuntos, dificultando o aprofundamento de tópicos e o avanço das idéias.


Qual o futuro da imprensa escrita? Estariam os periódicos fadados ao declínio e morte? E a imprensa espírita? Penso que a imprensa escrita, jornal deve sim estar com seus dias contados. Provavelmente em alguns anos 100% da comunicação será através de meios digitais e os jornais impressos devem desaparecer. A informação estaria disponível através de sites, e outros meios digitais online, com maior rapidez. Essa massificação de meios, provavelmente vai gerar num primeiro momento uma redução da qualidade, pois todos terão meios de expressar suas verdades e opiniões, e repetir ao infinito suas convicções, sejam elas embasadas em fatos, ciência ou não. Com o tempo, somente a credibilidade e independência de alguns deve prevalecer. Quanto a imprensa espírita deve seguir o mesmo caminho, ou seja da proliferação de meios, pessoas e grupos expressando suas idéias. Se teremos público para consumir todo esse material, isso é outra conversa. Uma certeza fica, o Espiritismo, como ciência da alma, progressista e confiante no progresso da humanidade necessita da liberdade de expressão e de imprensa para florescer. Assim os verdadeiros espíritas deveriam ser defensores ferrenhos desse direito, acima de outras convicções ideológicas ou partidárias. Só pode existir Espiritismo progressista, científico num ambiente de liberdade de expressão e debates de idéias. Sem esse ambiente o espiritismo morrerá ou virará uma religião dogmática e fechada.

Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Junho de 2014

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Liberdade de Imprensa - Jaci Régis. Pode-se também ver o mesmo texto em espanhol na tradução de Jon Aizpúrua

Jaci Régis desencarnou em Dezembro 2010, buscamos suas sábias considerações para abrilhantar a discussão sobre este tão importante tema para a sociedade. Deixe o seu comentário em nosso blog.

Liberdade de Imprensa


Volta e meia políticos de tendência totalitária, tentam cercear a liberdade de imprensa no Brasil. Durante a ditadura Vargas, durante a ditadura militar, a imprensa foi censurada, perseguida.

Como a história nos ensinou e em tempo bem curto, os regimes totalitários de qualquer tendência primam por amordaçar qualquer oposição, tem aversão à crítica. A palavra democracia que tanto pronunciam tem o sentido de escárnio em suas bocas.

Quando da experiência da União Soviética e dos países da cortina de ferro vimos que “povo” é palavra que eles usurpam e nunca esteve no poder, mesmo que as repúblicas fossem designadas como populares. Como foi denunciado por dirigentes o que houve foi a instalação de uma oligarquia composta de indivíduos que se perpetuam no poder e não titubeiam em matar, prender, expulsar quem seja contra seu domínio. Os registros históricos são recentes.

Aqui no Brasil, um grupo remanscente das lutas armadas que pretendia instalar uma ditadura socialista no páis e que se agruparam em partidos legais, usufruindo da democracia real, assumiram a direção de órgãos que podem propor e mobilizar em favor da censura à imprensa.

Não devemos esquecer que em todos os países ditatoriais de esquerda, a imprensa foi simplesmente liquidada restando jornais oficiais, como atualmente em Cuba, China, Coréia do Norte e em parte na Venezuela.

A imprensa nesses regimes é meio de manipulação dos fatos. Tratam de dar sempre a versão do governo e das ideologias que defendem. Nunca publicam fatos e acontecimentos que não interessam ao poder central. E muio menos fazem críticas.

O argumento é conhecido.

De um lado estão eles, em nome do povo, dos pobres, dos excluídos. No meio a população que pretendem “preservar” das idéias liberais, democráticas. De outro, os tubarões, no caso, os donos dos meios de comunicação que são alicerces da democracias.

Como são postulantes da ditadura proletária, odeiam o capitalismo, que não foi derrotado, acusando, contudo, que o regime é dominado por burgueses e pequenos burgueses, obstáculo a serem derrubados no juízo marxista. Embora os que estão em altos postos sejam burgueses bem situados. Não titubeiam em usufruir os benefícios do capital.

Po que estamos tratando deste assunto?

Porque o Espiritismo é totalmente contrário à ditadura. A liberdade é um dos seus alicerces e não fora a França, na época de Kardec, um país liberal e o Espiritismo não teria chance porque também a Igreja exerceu a censura, amordaçou enquanto pode. E o fez no Brasil, onde o Espiritismo foi perseguido por cerca de 100 anos.

As bandeiras da esquerda são, intencionalmente, generosas, falam da igualdade, da fraternidade. Todavia, não podemos confundir nossa generosidade, nosso igualdade, nosso fraternidade com o materialismo e com grupos que representam a tradição de sangue e morte.

Jaci Régis


Nota da redação: Artigo publicado no Abertura de julho de 2010 e repetido em abril de 2014.

Com muito gosto acrescentamos esta tradução ao Espanhol  e nota de Jon Aizpúrua, referente a este texto.


COMPAÑEROS DE C.E.P.A.  :   me permito traducir un artículo escrito por nuestro inolvidable amigo Jaci Regis (Santos, SP, Brasil) notable pensador espírita, y que fuera publicado en  “Abertura”, el periódico por él fundado y dirigido hasta el momento de su desencarnación, y que hoy continúa publicándose en la ciudad de Santos, como órgano del Instituto Cultural Kardecista, bajo la dirección de Alexandre Cardia y contando con el respaldo intelectual de un selecto grupo de estudiosos del Espiritismo que siguen divulgando y profundizando una visión espírita, nítidamente kardecista, laica, librepensadora, humanista, progresista.

En este breve artículo Jaci expresa sin rodeos su postura contraria a los sistemas totalitarios de cualquier signo y en especial a las dictaduras de izquierda que son especialistas en manipulación propagandística y que en nombre de la justicia social acaban empobreciendo a los pueblos que sojuzgan y les niegan los más elementales derechos a la libertad de expresión, de organización y de conciencia.
Creo que vale la pena leerlo, estudiarlo y difundirlo.

Jon  Aizpúrua 

LIBERTAD  DE  PRENSA

Por  JACI  REGIS


Están a la vuelta políticos de tendencia totalitaria que intentan cercenar la libertad de prensa en Brasil. Durante la dictadura de Getulio Vargas, la prensa fue censura y perseguida.

Como la historia nos ha enseñado, y en tiempo muy corto, los regímenes totalitarios de cualquier tendencia se empeñan en amordazar cualquier oposición, puesto que tienen aversión a la crítica. La palabra democracia que tanto pronuncian tiene el significado de escarnio en sus bocas.

Durante la experiencia de la Unión Soviética y de los países de la cortina de hierro, vimos que “pueblo” es la palabra que ellos usurpan y sin embargo nunca estuvo el pueblo en el poder y eso que las repúblicas se designaban como “populares”. Como ya fue denunciado por dirigentes lo que sucedió fue la instalación de una oligarquía formada por individuos que se perpetúan en el poder y no titubean en matar, encarcelar o expulsar a cualquiera que esté contra su dominio. Los registros históricos son recientes.

Aquí en Brasil, grupos remanentes de las luchas armadas que pretendían instalar una dictadura socialista en el país y que se agruparon en partidos legales, usufructuando la democracia real, asumieron la dirección de organismos que podían proponer y movilizar a favor de la censura a la prensa.

No debemos olvidar que en todas las dictaduras de izquierda, la prensa fue simplemente liquidada, quedando solamente órganos oficiales como sucede actualmente en Cuba, China, Corea del Norte, y en parte en Venezuela. La prensa en estos regímenes es un instrumento de manipulación de los hechos en el que siempre se da la versión del gobierno y de las ideologías que defienden. Nunca publican hechos o acontecimientos que no interesen al poder central y mucho menos hacen críticas.
El argumento es conocido: de un lado están aquellos que hablan en nombre del pueblo, de los pobres o de los excluidos. En el medio se halla la población a la que pretenden “preservar” de las ideas liberales y democráticas. Del otro lado, están los “tiburones”, es decir, los dueños de los medios de comunicación que constituyen las bases de la democracia.

Los primeros son promotores de la dictadura proletaria, odian el capitalismo, régimen dominado por burgueses y pequeñoburgueses que deberán ser derrumbados en el juicio marxista. Sin embargo, no titubean cuando se trata de disfrutar de los beneficios del capital.

¿Por qué estamos tratando de este asunto?

Porque el Espiritismo es totalmente contrario a la dictadura. La libertad es uno de sus pilares, y si Francia, en la época de Kardec, no hubiese sido un país liberal el Espiritismo no hubiera tenido oportunidad, ya que también la Iglesia ejercía la censura y lo amordazó cuanto pudo. Y lo hizo en Brasil, donde el Espiritismo fue perseguido durante cerca de cien años.


Las banderas de la izquierda son aparentemente generosas ya que hablan de igualdad y de fraternidad. Sin embargo, no debemos confundir nuestra generosidad, nuestra igualdad o nuestra fraternidad con el materialismo y con agrupaciones que representan la tradición de la sangre y de la muerte.  

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O Boom da Literatura Espírita

Alguns dados interessantes sobre a venda de livros espíritas, que são classificados no Brasil como literatura religiosa. Com um  percentual declarado em censo de 2% da população, nós espíritas consumimos 33% do mercado religioso.

Um fenômeno recente foi a descoberta, deste mercado, pelas grandes produtoras de livros  que provocou a elevação do preço médio do livro espírita, tornando-o o mais caro , na média 30% que os católicos e evangélicos.

Alguns dados de venda obtidos em diversos sites, via pesquisa livre pelo google:

Chico Xavier – 50 milhões de livros; (450 títulos psicografados)
Zíbia Gasparetto – 16 milhões de livros; (30 títulos psicografados )
Allan Kardec – 12 milhões de livros ; (8 títulos organizados por ele, incluíndo a Revista Espírita como um só )
Vera Lúcia Marizenck de Carvalho – 3,5 milhões de livros. (26 títulos picografados)

Não estamos considerando nesta relação a Bíblia que junto com O Livro Vermelho de Mao Tse-Tung são os livros mais vendidos ou de maior edição no mundo com cerca de 900 milhões de cópias, cada um deles. Como refêrencia ao nosso leitor,  o livro brasileiro mais vendido é O Alquimista  de Paulo Coelho, com 66 milhões de cópias, nada menos que o 24° livro mais vendido de mundo.


Concluímos que lemos bastante, mas discutimos muito pouco, a maioria das casas espíritas não valoriza a discussão, preferindo o tradicional modelo de cursos discursivos, mas ao menos estão lendo sobre imortalidade, mediunidade e evolução, quem sabe, com o passar do tempo passem a discutir com a sociedade e não simplesmente entre paredes.

NR: Originalmente publicado no Jornal Abertura de outubro de 2014

Alexandre Machado

Livros publicados pelo ICKS: livros do ICKS

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Joaquim Barbosa vai se aposentar e sua relação com o Espiritismo, por Alexandre Cardia Machado

Barbosa vai se aposentar


Creio que boa parte da população brasileira ficou decepcionada, afinal, depois de muito tempo tivemos um “paladino da justiça” uma pessoa séria, de gestos exagerados mas com firmeza de propósitos.

Joaquim Barbosa sofre de uma doença degenerativa que lhe cause mauitas dores, tornando um sacrifício participar dos longos debates que ocorrem no Supremo Tribunal Federal - STF, certamente será uma grande perda para a justiça brasileira.



Qual a razão real da aposentadoria? Teria sido a dor, mesmo ou a falta de motivação para Barbosa antecipar sua aposentadoria? Ou o fato de ele estar um tanto isolado na presidencia do Supremo, com posições destoantes da maioria dos juízes o maior fator gerador da decisão?

Acreditamos que pela sua trajetória, não teria sido este último motivo, o principal, Barbosa deve ter seus planos futuros, quem sabe embalado pela alta popularidade. Talvez não se aproveite dela neste momento quando ainda não está resolvido o chamado “mensalão” e, quem sabe, saindo antes, não ficaria comprometido com o resultado final de todas as revisões processuais.

Seu par no STF, o ministro Marco Aurélio Mello disse “lamentar a saída do presidente do STF e entende devido ao seu estado de saúde. “(Barbosa) Veio a ser relator de uma ação penal importantíssima no que o supremo como colegiado acabou por reafirmar que a lei é lei para todos, indistintamente. Acabou por revelar que o processo em si não tem capa, processo tem conteúdo”, disse Mello, referindo-se ao julgamento do mensalão” Segundo o portal Terra.

A verdade que fica é que por alguns anos tivemos uma luz brilhando em Brasília, não o vimos como perfeito, mas pelo menos víamos um baluarte contra a corrupção.

O Livro dos Espíritos nos ensina que devemos trabalhar até o limite de nossas forças, Barbosa não é espírita, mas é um homem de bem, ele certamente se aposentará, mas não parará de trabalhar, aguardemos seus próximos passos.

Quanto ao STF, a Presidência da República terá oportunidade de indicar o seu substituto, como reza a constituição brasileira, se pensarmos bem, este dispositivo deveria ser modificado, quem sabe um modelo mais democrático, onde a população de alguma forma pudesse participar.

Vemos em outros países supremas cortes que simplesmente ali estão para aprovar atos do Executivo, não estamos assim no Brasil, seria injusto nos referirmos aos nossos ministros, desta maneira, temos sim escolas distintas de formação que neste momento, em sua maioria, não seguem o mesmo caminho de Joaquim Barbosa.

Como espíritas e cidadãos nos interessa um judiciário forte, capaz de usar do seu poder de decisão, na forma mais equilibrada possível. Ficaremos atentos.

 

sábado, 22 de setembro de 2012

Jornal ABERTURA "on line" - excepcionalmente face a greve dos correios

Caros assinantes do Jornal ABERTURA, excepcionalmente estamos publicando no blog o jornal ABERTURA de Setembro de 2012, número 281, ano XXVII, em face da greve dos Correios. Os exemplares de assinantes foram entregues ontem, dia 20 de Setembro na agência dos Correios, é possível que experimentemos algum atraso em função da greve parcial do mesmo. Por esta razão, sensíveis aos nossos leitores o estamos apresentando na íntegra aqui.

Aos internautas que gostarem da leitura e se interessarem por assinar o jornal e recebê-lo comodamente em sua residência, podem deixar um comentário aqui mesmo com seus dados, nome, endereço e email.

A assinatura anual ( 11 exemplares) representa um investimento de R$ 45,00.

Se preferirem podem enviar um email para ickardecista1@terra.com.br, venha participar da família ABERTURA!

Capa: Para visualizar melhor, basta clicar na foto.


Página 2 - Coluna ciência da Alma - homenagem póstuma a Jaci Régis espaço destinado à divulgação de seu pensamento progressista.


Página 3 - Editoriais - Mensalão - Primeiras condenações animam população brasileira e Jogos Paralímpicos

Página 4 - XXI Congresso Espírita Pan-americano cobertura completa.


Página 5 - Continuação da cobertura e participação do ICKS.

Página 6 - colunas de Carolina Régis & Reinaldo di Luccia e Milton Medran

Página 7 - Revista Espírita por Egydio Régis, Cartas Abertas e Brincando com Kadu de Cláudia Régis Machado - lembrando que o resultado das brinadeiras pode ser encontrado no blog do ICKS.

Página 8 - O Abismo entre ricos e pobres por Roberto Rufo e os Classificados com nossos patrocinadores, Lopestur - Viagens e Turismo, Ganev - corretora de seguros, Homeopatia - Dr. josé Nilson Nunes Freire , Oswaldo Ótica e Evolução - Contabilidade e Gestão Empresarial

Degustem a vontade o nosso ABERTURA - um jornal de Cultura Espírita, livre pensador e laico.

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25 anos do Jornal Abertura nas palavras de seus leitores


http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8190435979242028935#editor/target=post;postID=2945592657402052578


quinta-feira, 3 de maio de 2012

25 anos do Jornal Abertura na palavra de seus leitores

25 anos de Jornal Abertura! O significado deste jornal para alguns de nossos assinantes e colaboradores está expressada nas mensagens abaixo, publicadas sem qualquer corte, deixando que a expressão dos autores possa ser absorvida na íntegra, por nossos leitores. Muito obrigada! Vocês são a essência de nossa existência jornalística!
Camila Regis – Santos/SP
O Abertura representa a oportunidade do livre-pensar espírita e a possibilidade de se discutir a Doutrina além do que é habitualmente dito. Representa, principalmente, a luta e dedicação de meu avô - Jaci Regis - em difundir, discutir e engrandecer o Espiritismo. Sem dúvida a edição mais marcante para mim foi aquela em homenagem à Jaci, após seu desencarne.
Ciro Pirondi – São Paulo/SP
O Abertura é a memória de uma indignação, sentida há 25 anos, quando iniciamos um movimento, liderado pelo Jaci, contra o marasmo do Espiritismo. Gisela Régis – Rio Claro/SP
Eu tenho três matérias muito importantes para mim: 1-A ressurreição de Lázaro, de Jaci Regis (junho/2003); 2- 60 anos, de Jaci Régis (novembro/2007); 3- Princípios da Doutrina Kardecista (junho/ 2006). O Abertura representa a vanguarda da Doutrina Kardecista. E para mim, é o único veículo que realmente pensa e discute a doutrina!
Marcelo Henrique – Florianópolis/SC
Olá, Alexandre. Cumprimentamos você e a equipe pela feliz iniciativa. Vida longa ao ABERTURA!
Marcelo Régis – Cidade do Panamá/Panamá
O Abertura representou e representa um sopro de ar fresco e renovador na Doutrina Espírita. Receber o Abertura todo mês mantém minha ligação com o movimento, a Doutrina Kardecista e também me reconecta com seu criador, pensador e meu pai Jaci Regis.
Além de várias matérias sensíveis e marcantes escritas pelo Jaci Regis, sempre na página 2, a matéria que mais me marcou foi uma que eu mesmo escrevi assim que voltei de minha primeira visita ao túmulo de Allan Kardec, no Cemitério Père Lachaise, em Paris. A emoção que senti e penso que consegui transmitir no artigo foram, talvez, o ponto alto de minha contribuição ao jornal. Milton Medran Moreira – Porto Alegre/RS
Posso dizer que acompanho o Abertura desde antes de ele existir. Conheci as ideias materializadas nesse projeto quando ainda eram gestadas no extinto jornal Espiritismo e Unificação, também editado pelo Jaci, juntamente com José Rodrigues. Se o anterior jornal representou o duro momento da ruptura com o espiritismo evangélico, aquele que o sucederia e que, agora, completa 25 anos, significa o amadurecimento e a consolidação de uma nova proposta espírita, compatível com nosso tempo e fiel aos objetivos progressistas de Allan Kardec.
Exatamente essa forma de assimilar as ideias espíritas como propostas de mudança é que me encantou no projeto jornalístico posto em prática por Jaci Regis. Como ele, minha trajetória no jornalismo espírita se deu, primeiro, como editor de um boletim espírita do chamado movimento unificador, na Federação Espírita do Rio Grande do Sul. Acompanhei, no tempo e nas ideias, espelhando-me nestas, as ações de Jaci, migrando do movimento federativo para uma proposta livre-pensadora, magnificamente liderada por Abertura, no Brasil. Toda a coragem e a combatividade de Jaci se expressaram magnificamente no Abertura, ao curso destes 25 anos. Para mim, e, certamente, para todos os que ousam pensar o espiritismo com liberdade, o Abertura significa um permanente estímulo à humanização e à dessacralização do espiritismo.
É difícil apontar uma matéria como marcante por si própria. É que o Abertura se caracteriza justamente pela concatenação de ideias num ritmo progressivo e progressista, capaz de conduzir o leitor a uma nova postura perante a vida e, especialmente, perante a proposta espírita. Mesmo com uma visão muito clara acerca da proposta filosófica espírita, Jaci, no Abertura, estava numa constante busca de novas formas de verbalizar sua proposta de futuro para o espiritismo. Em lapso temporal bastante curto, fluiu da proposta de "espiritização" para a de "doutrina kardecista" e desta para a "ciência do espírito", nominações diferentes para um consistente e claro projeto de mudança do qual fazia do Abertura um verdadeiro laboratório de ideias. Estas se concatenam admiravelmente no conjunto editorial que faz a história do jornal.
Se, no entanto, tenho dificuldade de apontar uma matéria isoladamente como marcante na história do Abertura, não teria qualquer dúvida em identificar os últimos anos da vida física de Jaci como de extrema superação em sua capacidade de trabalho. Ele esteve sempre, pessoalmente, à testa do projeto editorial do jornal até os últimos dias de sua vida física. De tal forma e com tanta intensidade, coragem e garra, que, pessoalmente, eu temia pela extinção do jornal, imediatamente após a sua partida. Com alegria, vejo, hoje, que o projeto continua com a mesma qualidade, graças à soma de esforços de seus familiares, alguns amigos e o firme suporte institucional do ICKS. Um legado dessa qualidade precisa, efetivamente, ser preservado. Parabéns a vocês, pelos 25 anos do Abertura.
Ricardo Nunes – Santos/SP
O Abertura tem feito parte de minha vida em todos estes anos. Já é um costume aguardar todos os meses a chegada do jornal em casa. O Abertura é verdadeiramente um jornal espírita livre pensador, no qual a polêmica não é evitada, mas sim desejada. Não a polêmica pela polêmica, mas sim a polêmica que visa discutir seriamente os variados temas do pensamento espírita com o propósito de tornar a filosofia espírita aberta aos novos tempos. Infelizmente, a maioria dos jornais espíritas é "doutrinante", "evangelizante" e "alienante". O Abertura é uma das poucas honrosas exceções neste universo de tradições carolas que se tornou a maior parte da imprensa espírita brasileira. Cláudia Régis Machado – Santos/SP
O Jornal Abertura representou para mim e ainda representa a grande possibilidade de abrir a mente para o novo. Saber que nele encontraria ideias espíritas de vanguarda e da atualidade. Representou a consistência e a profundidade da prática do Espiritismo. Vários temas me encantaram porque me fizeram refletir e buscar saber mais, dentre eles destaco os que levantaram a bandeira sobre o fato de que o Espiritismo não é religião, sobre a Espiritização e o Espiritismo pós-cristão. Outros me emocionaram porque tocaram a minha alma, como Bruna e eu no século XXI, e a chance de ter uma coluna no renomado jornal, chamada Brincando com Kadu.
Reinaldo de Luccia – Santos/SP
O Abertura é o Jornal Espírita de maior arrojo e que tem a mesma importância fundamental do SBPE no âmbito de trabalhos e de pensamento, só que na área da Imprensa Espírita. Ocupa um lugar de destaque neste meio, junto com o Opinião e o Pense.
Carol Régis – Santos/SP
Quando estava na Infância Espírita, achava o máximo aqueles pensadores que debatiam, por escrito, temas interessantes, com pontos de vista distintos e discussões, por vezes, acaloradas. Nunca imaginei que um dia teria a oportunidade de estar entre essas pessoas, assinando uma coluna do Jornal Abertura, presente de Jaci Régis, que tanto admirei por seus textos históricos. Poderia citar inúmeras contribuições de pensadores que passaram pelas minhas leituras, mas não posso deixar de lembrar da repercussão de um dos meus primeiros textos, que me motivaram a continuar escrevendo para o Jornal. O tema era filme Brokeback Mountain, que trata da questão do homossexualismo. A repercussão foi bastante positiva, com retorno de leitores de todo o Brasil, e gerou um convite para escrever em outro veículo, a Revista Delphos, também Espírita. Pra mim, o fato retrata a seriedade, a repercussão e a liberdade de expressão, símbolos do Jornal Abertura.

Para assinar ou obter números avulsos do Jornal entre em contato pelo email: ickardecista1@terra.com.br. Assinatura do Abertura R$ 45,00 ou US$ 30,00 se no exterior.


Números avulsos R$ 4,50 mais custo do correio.

Comente aqui também !   Artigos Relacionados:   Um ano sem a presença física de Jaci Régis

http://icksantos.blogspot.com/2011/12/um-ano-sem-presenca-fisica-de-jaci.html

 

sábado, 25 de fevereiro de 2012

O espírita e o mês de dezembro - Imprensa Espírita

Recebemos diversos jornais e revistas espíritas enviados por nossos companheiros do Brasil inteiro e, como sempre fazemos, procuramos encontrar sinais comuns entre eles, ou então matérias que merecessem uma maior análise. Como em sua maioria tratavam-se de jornais de dezembro, o assunto que predominou foi o Natal.
O Opinião, de Porto Alegre trouxe Jesus, um homem entre muitos mitos. A matéria apresenta a questão mítica da data herdada de outras crenças e, seu editorial “Nós e o Natal” analisa como estas questões mitológicas chegaram até hoje, e justifica o destaque dado à data por tratar-se do “momento maior, de nossa cultura , para se celebrar a confraternização ...”. O Reformador traz na capa a chamada: Onde e quando nasceu Jesus. O periódico A Flama Espírita apresenta a Súplica de Natal; o Seareiro, de conteúdo predominantemente Cristão, escreve sobre a Comemoração do Natal – Passado, Presente e Futuro. O Mundo Espírita, do Paraná, trata das Ressonâncias do Natal, por Joanna de Ângelis e, finalmente, Resenha Espírita tem 90% da revista dedicada ao Natal.
Esta ênfase na necessidade, por um lado, de explicar o fenômeno de marketing que o Natal representa – que sabemos ser o responsável por até 30% das vendas anuais do comércio de produtos eletrônicos, por exemplo – e que vem ganhando, portanto, cada vez mais destaque pela imposição da troca social de presentes tem, por outro lado, a necessidade de reforçar, como bem fez o Jornal Opinião, a questão da confraternização e do amor. No entanto, muitos dos artigos apenas demonstram a intensão de louvar a Jesus.
Neste sentido, a curiosidade acendeu a dúvida: como Kardec trataria do Natal? Neste caso, temos a nosso favor onze edições de dezembro da Revista Espírita e convido os leitores a fazerem uma busca. Não encontrarão absolutamente nada sobre o Natal.
Logo, há um explícito contraste entre quase 100% da mídia espírita, ao eleger este assunto não só de grande interesse, como em sua maioria, matéria de capa e, de outro lado, Allan Kardec que não fez menção alguma em nenhuma das muitas oportunidades que teve ao seu dispor. Como analisar isto? Só podemos concluir que Kardec não achava o tópico Natal, dentro da análise científica que o mesmo fazia do papel de Jesus na história, algo que merecesse destaque. Fica aqui o convite à reflexão.

Da Redação do Jornal Abertura - Edição Jan/Fev 2012

sábado, 1 de outubro de 2011

Jaci Régis biografia e vida - por Ademar Arthur Chioro dos Reis

Jaci Regis Um Radical Discípulo de Kardec 




 O espaço destinado a Jaci Regis na história do Espiritismo depende de quem conta a história. O que não se pode negar, entretanto, é que ele é uma das personalidades mais marcantes da história contemporânea do Espiritismo. Um homem que conseguiu questionar e abalar as estruturas do movimento espírita oficial, introduzindo a crítica fundamentada, numa obra profunda, contundente, consistente, contra-hegemônica e..., portanto, profundamente polêmica. Polêmico por natureza, personificou a contradição em toda sua essência. Era, ao mesmo tempo, um homem sensível, culto, repleto de ternura, explosivo, ríspido e autoritário. Acessível às novas idéias, progressista, estimulou e defendeu a adoção de comportamentos responsáveis e livres de preconceitos no que diz respeito à sexualidade e à liberdade, fundamentais para a construção da felicidade humana, que compreendia como diretamente ligada à busca do prazer. 

Por outro lado, era politicamente conservador, um liberal clássico na acepção da palavra, que nutria exagerada antipatia ao socialismo e a esquerda em geral. Filho de Octávio Regis e Izolina Adriano Regis, espíritas praticantes, nasceu em Florianópolis, em 30 de outubro de 1932, sendo o sexto filho de uma prole composta por oito irmãos: Otávio, Arnaldo, Francisco, Albertina, Mariazinha (já falecidos), além de Ivon, Luci e Egydio. Fez o curso primário nesta cidade catarinense, onde começou a frequentar o Catecismo Espírita e, mais tarde, a Mocidade Espírita. No início de 1947 veio para Santos com a família e em novembro deste ano entrou para a Juventude Espírita de Santos, recém-fundada pelo Centro Espírita Manoel Gonçalves.

 A partir daí começa a sua exitosa trajetória de líder, divulgador e pensador espírita, destacando-se pela sua inteligência, impulsividade e criatividade. Em 1949, quando a Juventude, já então denominada Mocidade Espírita Estudantes da Verdade (MEEV), mudou-se para o Centro Beneficente Evangélico, assumiu a liderança da mesma (tinha então 17 anos) com a transferência de Alexandre Soares Barbosa, fundador e grande polarizador dos jovens, para a cidade de Araraquara. Em 1952 liderou o movimento que assumiu a direção do Centro Beneficente Evangélico. A partir daí esse centro tomaria um rumo diferenciado dos demais. 

Por sua sugestão, a casa mudou o nome para Centro Espírita Allan Kardec (CEAK). Em 1962 liderou outro movimento composto por um grupo de jovens que assumiu a direção da Comunidade Assistencial Espírita Lar Veneranda, fundada em 1954, da qual foi presidente por 32 anos. Sua gestão foi marcada por grandes realizações, culminando com a construção de um belo prédio, sede da creche que atende hoje 130 crianças e 80 mães, e outro para a escola (posteriormente vendido) que continua atendendo 60 crianças. Participou destacadamente do movimento juvenil no Estado de São Paulo, sempre combativo e inovador. Foi um dos fundadores da União Municipal Espírita de Santos (UMES), em 1951, sendo seu primeiro vice-presidente. Foi idealizador e presidente da Divulgação Cultural Espírita (Dicesp), órgão da UMES, desenvolvendo um grande trabalho de divulgação. Jovens da MEEV, editavam o jornal Espiritismo, que posteriormente fundiu-se com o jornal Mensageiro da União, órgão da UMES, surgindo o "Espiritismo e Unificação", do qual foi diretor e editor por mais de 23 anos, em companhia de José Rodrigues, que faleceu também em 2010. 

A partir das divergências e disputas encetadas com o segmento religioso da UMES, fundou a Livraria Cultural Espírita (Licespe), vinculada ao Lar Veneranda. E o Jornal ABERTURA, em 1987, do qual foi presidente e redator até o seu desencarne. Por cinco décadas foi membro do Conselho Diretor e participou de atividades doutrinárias no CEAK, do qual foi presidente por 12 anos. Em 1999, afastou-se do CEAK e fundou o Instituto Cultural Kardecista de Santos (ICKS), entidade ligada ao Lar Veneranda, que presidiu até o seu desencarne. Também presidia, desde 1994, o Conselho Deliberativo do Lar Veneranda. 

Sempre empreendedor, criou em 2009 uma OCIP, denominada Lar Ven, para cuidar dos cursos profissionalizantes ministrados no Edifício Jaci Régis, pertencente ao Lar Veneranda e sede do ICKS e do Lar Ven. 

 Escreveu as seguintes obras: A Mulher na Dimensão Espírita, em parceria com Nancy Puhlmann Di Girolamo e Marlene Rossi Severino Nobre (1975), Amor, Casamento & Família (1977), Comportamento Espírita (1981), O Poder no Movimento Espírita (1981), Uma Nova Visão do Homem e do Mundo (1984), Caminhos da Liberdade (1990), o romance As Muralhas do Passado (1993) Introdução À Doutrina Kardecista (1997), A Delicada Questão do Sexo e do Amor (1999), Doutrina Kardecista - Uma releitura da Obra de Allan Kardec (2005), Novas Idéias - Textos Reescritos (2007), Doutrina Kardecista - Modelo conceitual (2008) e Novo Pensar - Deus, Homem e Mundo (2009). 

Dirigente, orador, divulgador do Espiritismo, escritor, jornalista, por décadas dedicou-se à causa espírita, desempenhando inúmeros e relevantes papéis. Poucos, entretanto, sabem que Jaci, muito embora tenha cedo iniciado seu contato com a mediunidade, dirigindo reuniões por muitos anos, tardiamente desenvolveu faculdades mediúnicas, tendo contribuído por muitos anos como médium em reuniões de desobsessão, assistência espiritual e de pesquisa mediúnica no CEAK. Por 17 anos interrompeu suas atividades mediúnicas, mas há pouco mais de um ano as tinha retomando nas reuniões do Gabinete Psico-Mediúnico do ICKS. 

Era casado com Palmyra há 57 anos, companheira dedicada que conheceu na época de mocidade espírita e com a qual teve 6 filhos: Valéria (pedagoga), Rosana (assistente social), Gisela (bióloga), Cláudia (psicóloga), Fernando Augusto (médico) e Marcelo (engenheiro). Seus genros, Junior Oliveira, Roberto Rufo e Alexandre Machado, inspirados em seu exemplo e dedicação, tornaram-se militantes espíritas muito valorosos. A maioria dos seus 11 netos participa ativamente da MEEV. Atualmente o Lar Veneranda é dirigido por sua filha, Valéria Regis Silva, e sua numerosa e devotada família participa ativamente na gestão desta entidade, bem como do Jornal Abertura, do Lar Ven e do ICKS. Trabalhou durante 30 anos, até aposentar-se, na Refinaria Presidente Bernardes - Petrobrás, chegando a cargos de chefia de departamentos. Formou-se em Economia, Jornalismo e Psicologia. Freudiano assumido, era psicólogo clínico e até o seu desencarne exercia intensa atividade profissional, que influiu decisivamente para que se dedicasse a abordagem de temas relacionados ao comportamento humano, a sexualidade, a família, a personalidade humana e suas relações com os problemas afetivos e psíquicos. 

Desenvolveu, ao longo da década de 90 do século passado, uma teoria a que denominou Espiritossomática, procurando estabelecer pontos de confluência e a construção de uma práxis terapêutica a partir das contribuições doutrinárias do Espiritismo e de outras áreas da Psicologia, em particular a psicanálise. 

Era expositor e autor que fazia (e continuará fazendo) muito sucesso entre os jovens e espíritas livre-pensadores, desprovidos de preconceitos, tocados pelos argumentos e pela abordagem moderna, aberta, fundamentada e consistente com quem lidava com os mais diversos temas doutrinários e problemas humanos. Um autor que possuía um estilo peculiar, de reconhecida competência. Sua pena produzia há décadas ensaios e crônicas, publicadas em jornais e livros, de rara sensibilidade e ternura, que tocam as mais profundas fímbrias de nossos corações e mentes. Um texto sensível e criativo, sem que recorresse à mesmice que caracteriza a literatura espírita. Ao mesmo tempo, era capaz de produzir artigos, trabalhos, textos e livros de cunho doutrinários que se constituíram em verdadeiros clássicos da literatura espírita contemporânea, indispensáveis aos estudiosos da Doutrina Espírita. Desenvolveu uma linha de raciocínio e argumentação extremamente fundamentada e consistente, a partir dos postulados de Kardec – que conhecia como poucos. 

Era um líder nato e grande realizador. Não há dúvidas de que o Lar Veneranda foi a grande obra de sua vida, pois embora tenha tido inúmeros e valorosos colaboradores, sua obstinação, competência e liderança foram fundamentais para erguer e consolidar esta instituição modelar. Sua contribuição intelectual ao pensamento espírita, por outro lado, foi sendo desenvolvida e aperfeiçoada num processo no qual se destacam três fatos de fundamental importância na definição de sua obra: a "descoberta" de Freud e sua formação psicanalítica, no curso de Psicologia; o acesso às informações contidas na Revista Espírita, o que lhe permitiu um aprofundamento e a contextualização do pensamento de Kardec; e, por fim, a elaboração de uma proposta de re-leitura de Kardec, uma reconceituação das atividades doutrinárias, de modo a adequá-las aos princípios e objetivos do Espiritismo, num movimento criado e difundido a partir de 1978, ao qual denominou "Espiritização", que alcançou grande repercussão no movimento espírita. Constituiu-se, sem dúvida, no mais contundente e consistente crítico do Espiritismo evangélico/cristão e do não assumido roustanguismo da Federação Espírita Brasileira.

Denunciou a concentração de poder nas mãos dos conservadores dirigentes das federativas e suas nefastas consequências. Impulsionou, a partir de meados da década de 80, a discussão em torno do caráter religioso do espiritismo, defendendo vigorosamente que o espiritismo não é uma religião, combatendo a incorporação de práticas e rituais religiosos pelo movimento e as distorções no uso e prática da mediunidade. Foi um dos líderes, em 1986, da chapa de oposição à USE-SP, que terminou amplamente derrotada. A este processo seguiu-se uma verdadeira caça às bruxas, que objetivava isolar todos aqueles que de alguma forma estavam próximos ao "Grupo de Santos", ou seja, os influenciados e/ou liderados por Jaci Regis. Foi deliberadamente satanizado, rotulado de obsedado por seus "fraternos" inimigos. A divulgação do jornal por ele dirigido e de seus livros foram proibidos. 

Deixou de ser convidado para proferir palestras e conferências. As entidades do movimento de unificação do Espiritismo brasileiro procuraram isolá-lo, crentes que desta forma conseguiriam sufocar a crítica à deturpação do Espiritismo por eles transformado em uma religião conservadora e assim sufocar a retomada de um movimento genuinamente kardecista, progressista e laico. Buscando construir uma estratégia que pudesse romper o isolamento dos espíritas kardecistas que haviam sido excluídos e marginalizados (ou que se auto-excluíram por não suportarem mais as condições impostas pelo movimento oficial), idealizou e realizou em 1989 o I Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita (SBPE), bianual, destinado a estimular a produção doutrinária de espíritas encarnados, que este ano atingirá a sua 12a edição ininterrupta. Jaci Regis proporcionou com o SBPE um reencontro de antigos líderes espíritas e o surgimento de uma nova e promissora geração de dirigentes espíritas. Com isto, houve um grande fortalecimento e a definitiva capilarização da CEPA em todo o território nacional, que culminou com a criação da CEPABrasil, que tradicionalmente realiza suas assembléias durante esse evento. Proferiu palestras e conferências em vários eventos internacionais realizados pela CEPA.

Assim, tornou-se conhecido (e suas idéias reconhecidas) na Argentina, Venezuela, Espanha, etc., bem como seus livros e artigos traduzidos para o espanhol. Inicialmente manteve uma posição de autonomia em relação à entidade, mas aos poucos foi se aproximando, culminando com a adesão do ICKS à CEPA e a sua participação, em parceria com Milton Medran, da Secretaria Editorial do Conselho Executivo da CEPA, eleito em Porto Rico, para a gestão 2008-2012. Embora tenha participado ativamente de seus eventos e seja responsável por vasta contribuição intelectual ao debate de ideias no seio desta instituição, manteve sempre uma relação extremamente tensionada, quase conflituosa. Na última década “sacudiu” o movimento espírita laico dirigido pela CEPA, a quem prioritariamente procurava estabelecer um diálogo, ao propor novos rumos para o espiritismo a partir de algumas ideias que sintetizam parte dos consensos construídos no interior deste movimento nos últimos anos com outros conceitos e propostas instigantes e polêmicas. 

Concebeu um Novo Modelo Conceitual, com o qual se propunha a reescrever o modelo espírita, e a Doutrina Kardecista, que finalmente vinha denominando Ciência da Alma. Em setembro de 2010 esteve presente no II Encontro Nacional da CEPABrasil, em Bento Gonçalves, discutindo em toda a radicalidade o seu Modelo Conceitual e a Ciência da Alma. Tratam-se de contribuições fundamentais que devem ser amplamente debatidas e aprofundadas, dado o alcance e repercussões das proposituras ali contidas. Era sem dúvida um espírito complexo e profundamente polêmico: íntegro, direto, inquieto, impulsivo, autoritário, muitas vezes ríspido. 

Ao mesmo tempo era um homem sensível, sereno, amável, carinhoso e profundamente benemerente. Entre os adeptos do Espiritismo e dirigentes espíritas, é admirado por muitos, odiado por tantos outros, mas respeitado por todos. Um espírita que ousou romper a mediocridade reinante. Alguém que contribuiu como poucos (e ainda contribuirá por muito tempo) com o estudo e a divulgação do Espiritismo, comprometido de fato com o pensamento de Kardec, numa dinâmica libertária, capaz de produzir uma nova visão do homem e do mundo. 

Um dirigente espírita influenciou profundamente a cada um dos que com ele conviveu ou teve acesso a suas ideias e pensamentos. Um líder na essência da palavra, com seus erros e acertos, defeitos e virtudes. Uma vida dedicada com amor e paixão ao Espiritismo. Inquestionavelmente, uma das grandes personalidades espíritas do século 20 e da primeira década do 21. Até a véspera de sua internação na Santa Casa de Santos, em decorrência de insuficiência renal crônica, vinha trabalhando normalmente em seu consultório e em suas atividades doutrinárias. Mas o corpo cansado, embora tenha deixado a UTI por 2 dias, não mais resistiu. Jaci Regis desencarnou no dia 13 de dezembro de 2010, aos 78 anos de vida, em Santos, após 45 dias de hospitalização. Retornou ao mundo dos espíritos, onde queridos companheiros devem (em festa) tê-lo recebido. 

Deixa-nos, entretanto, com a firme convicção de que a partir desta data o clima de contemplação e tranquilidade idealizado por muitos para caracterizar o mundo dos espíritos estará com os dias contados. Em breve, o mais radical discípulo de Kardec estará de volta, com toda a sua genialidade e inquietude, produzindo entre encarnados e desencarnados novas reflexões, desmobilizando o conservadorismo reinante, instigando a todos a dar continuidade à permanente atualização do pensamento espírita, a buscar incansavelmente o conhecimento e o crescimento espiritual. E, ao mesmo tempo, envolvido nas tarefas de acolhimento aos que padecem de sofrimentos psíquicos e morais e que necessitarem de sua ajuda qualificada e amorosa. 

O desencarne de Jaci Regis, por tudo que ele representa para incontáveis espíritas em todo o mundo, não será o fim de uma história. Não extinguirá a trincheira libertária que ele abriu nas mentes de várias gerações de espíritas. O movimento emancipatório que ele liderou terá continuidade. Caberá a cada um de nós, que ao longo de nossas vidas nos iluminamos a partir de suas ideias, dar continuidade, de alguma forma, às diversas frentes que esse homem (insubstituível) plantou, cultivou e viu florescer. Cuidar desse imenso jardim não é tarefa para poucos, mas terá continuidade. 

 Ademar Arthur Chioro dos Reis

Jaci Régis e o  seu legado


Jaci Régis Biografia - por Ademar Arthur Chioro dos Reis



Homenagem a Jaci Régis e José Rodrigues - XXI Congresso Espírita Panamericano em Santos 2012





Nota: Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.

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