Nos últimos anos,
quando já pensávamos que a humanidade havia passado o limite da barbárie,
alguns conflitos com base religiosa teimam em nos provar ao contrário, nos
obrigando a comentar e tomar partido.
Nos anos 90, o
desmanche da Iugoslávia, nos mostrou cenas absurdas de extermínios causados por
cristãos sobre muçulmanos, que resultou com a intervenção da OTAN, para evitar
o pior.
Cenas como estas
repetem-se ainda hoje em alguns países africanos, como por exemplo o Sudão que
dividido por lutas religiosas em dois países, continuam matando e causando
terror nas populações interioranas. Na década de 80, também do século passado
no Camboja, tivemos, quem sabe o pior dos piores regimes liderado pelo Kmer
Vermelho, que recrutava crianças para seu exército.
Vemos com muita
preocupação o que se passa no Oriente Médio, protagonizado pelo chamado ISIS ou Estado Islâmico – grupo formado
por muçulmanos sunitas, que pretendem estabelecer um califado na região onde hoje
existem a Síria e o Iraque.
Esta região foi
dividida, não por povos ou facções muçulmanas, mas sim pela queda do domínio colonial europeu, criando uma geopolítica já
com um grande potencial de litígio, some-se a isto todos os interesses
relacionados ao fator petróleo.
Todas as semanas
recebemos notícias de que o Estado Islâmico decapitou alguns homens aqui, algumas mulheres lá – provocando pânico nas
populações, usando da mesma formula que tantos outros grupos fizeram no passado,
como já citado, ao lutar contra governos poderosos. Hoje toda esta problemática
se multiplica pela instantâneadade que a internet possibiliza, cenas de
decapitação ao vivo, para provocar o medo não apenas localmente, mas
globalmente.
A reação do ocidente,
desta vez apoiado por vários governos islâmicos locais não poderia ser outra,
segue-se o protocolo, leva-se o problema ao Conselho de segurança da ONU e
inicia-se um bombardeio aéreo. O mundo civilizado, estabelece regras mínimas de
ética a ser aplicada em situações de guerra, é a chamada Convenção de Genebra,
que evidentemente estes grupos não se submetem.
Allan Kardec, na questão 749 do Livro dos Espíritos,
nos oferece o esclarecimento dado pelos Espíritos, em 1858 com relação à
validade desta prática odiosa.
749. Tem o homem
culpa dos assassínios que pratica durante a guerra?
“Não, quando constrangido pela força; mas é culpado das crueldades que
cometa, sendo-lhe também levado em conta o sentimento de humanidade com que
proceda.”
Não existe, sob esta
ótica, justificativa para execução sumária, sem julgamente e amplo direito de
defesa, de prisioneiros de guerra, ou de qualquer outro tipo de execução por
discordância de pensamento.
Segundo o diretor da
entidade oposicionista - Observatório Sírio de Direitos Humanos - Rami Abdulrahman, disse que, na última semana de setembro que cinco
combatentes curdos que lutavam contra o Estado Islâmico, incluindo três
mulheres, e mais quatro rebeldes árabes sírios foram capturados e decapitados
na terça-feira em um local 14 quilômetros a oeste de Kobani, uma cidade curda
cercada pelo Estado Islâmico, nas proximidades da fronteira turca.
"Não sei por que
foram presos e decapitados. Somente o Estado Islâmico sabe o por quê. Eles
querem assustar as pessoas", disse ele.
Não há como concordar
com isto e ao não concordar, infelizmente somos obrigados a apoiar a
intervenção militar, apesar de todos os problemas e perdas de vida que a mesma
provoca.
Texto Originalmente publicado como Editorial no Jorna Abertura em Outubro de 2014.
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Caro Alexandre,
ResponderExcluirsou totalmente favorável a intervenção militar, que você ´propõe no final do seu texto (nos estados islâmicos) alias, se acontecer já não será sem tempo; porém a minha preocupação, também se estende ao nosso querido Brasil, em se tratando da violência que está imperando (assassinatos de
empresários, estupros em jovens indefesas, assassinatos de turistas que na melhor das intenções vem conhecer o nosso Belo País
Abraços
Toninho