Tolerância, diversidade e as
próximas eleições
O jornal ABERTURA mudou o seu
logotipo, invertendo o B em março de 2017. Fizemos isto como forma explícita de
apoio à diversidade e a tolerância, ao novo e ao menos comum, mas também
natural. Aceitar que todos tenham direito às suas próprias escolhas. A
sociedade plural funciona, desde que todos respeitem os limites de seu livre
arbítrio, entendendo que o direito de um termina, onde começa o direito do
outro.
Apoiar a diversidade significa
dizer que independente de nossas escolhas devemos respeitar, no sentido mais
amplo, as escolhas dos outros. Isto vale para ideias conservadoras e também
para ideias liberais, pois a sociedade é plural, sempre teremos diferenças e
isto nos faz melhores.
Sobre a intolerância recorro a
um trecho do artigo Intolerância e Falta
de Conhecimento da coluna Mundo Atual do Abertura de junho de 2017 de
Reinado di Lucia e Carolina Régis di Lucia: “ Se há algo que é completamente
incompatível com o Espiritismo é essa não aceitação da possibilidade de haver
pensamentos distintos daqueles que abraçamos. Tal postura, revelando consciente
ou inconscientemente a certeza de ser possuidor de uma “verdade absoluta”, é
inconciliável com a proposta da evolução contínua que constitui o cerne da Filosofia
Espírita”.
Próximas eleições
Que estamos com o nosso país
dividido não há dúvidas, isto nada mais é do que democracia em essência. Estar
dividido no campo das ideias, mas respeitando a ética nas relações entre as
partes é normal e desejável. O debate
que daí nasce é o que produzirá soluções mas abrangentes e possíveis de
implementação. A democracia propõe o melhoramento contínuo, não é uma forma de
mudança revolucionária. Ainda que aqui e ali, em condições especiais, face a
crises importantes, os estados possam tomar medidas mais radicais, com apoio
popular e de seus representantes mas idealmente deveríamos mudar aos poucos e
incessantemente, ou seja monitorar as condições socias e ir agindo para
melhorar. Este é o que se espera de uma democracia.
Volto a citar num editorial um
trecho atribuído a Allan Kardec em Obras Póstumas – As Aristocracias: “ ...dizemos primeiro que os bons, sobre a Terra,
não são inteiramente tão raros quanto se crê; os maus são número, isto
infelizmente é verdade; mas o que os faz parecer ainda mais numerosos, é que
são audazes, e sentem que esta audácia mesma lhes é necessária para triunfarem
... os bons ao contrário, não exibem as suas boas qualidades; não se colocam em
evidência e eis porque parecem tão pouco numerosos ...”
Nos últimos 15 anos a
revolução digital mudou um pouco isto, hoje as pessoas se expõe muito mais nas
redes sociais, existem formas novas de influenciar o mundo ao nosso redor.
Portanto está mais do que na hora de fazermos algo, participarmos mais, sem criar
fake news, mas sabendo detalhes da
atuação dos candidatos, a que grupos está associado, sobre como se portou no
passado. Os candidatos querem o seu
voto, sim seu voto irá para quem você decidir outorgar seu poder.
Dar de ombros e votar em
qualquer um, ou pior, nem votar, não ajuda a resolver os problemas de nosso
estado, nem do país. A solução passa pela decisão de cada um de nós.
Começe a sua lição de casa
agora, assista aos debates, informe-se, converse com seus amigos, participe. No
final do processo, urnas abertas, aceite as divergências. O congresso, as
assembléias representarão o conjunto de ideias e varições da nossa sociedade e
não apenas as nossas crenças e valores.
Este artigo foi publicado no editorial do jornal ABERTURA de agosto de 2018.
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