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segunda-feira, 16 de abril de 2018

A mulher, seu dia, seu mês, sempre mulher! Na Ótica Espírita - por Alexandre Cardia Machado


A mulher, seu dia, seu mês, sempre mulher!
Um pouco de história: O Dia Internacional da Mulher é celebrado em 8 de março. A história de lutas por direitos iguais inicia-se no século XIX, é sustentada por movimentos socialistas na europa e Estados Unidos durante a primeira metade do século XX e finalmente é reconhecida pela ONU, na década de 70, no ano de 1975. Foi designado como o Ano Internacional da Mulher e o dia 8 de março foi adotado como o Dia Internacional da Mulher.. Seu objetivo é lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres, independente de divisões nacionais, étnicas, linguísticas, religiosas, culturais, econômicas ou políticas.
Transcrevo um texto que não tem autor identificado, do blog espírita “ letraespírita”
“A história do empoderamento feminino é mais antiga do que você pode imaginar. Diferente do que muitos pensam, não é uma causa de uma pessoa ou organização. Empoderar uma mulher engloba tudo o que qualquer pessoa pode fazer para fortalecer as mulheres e desenvolver a igualdade de gênero nos âmbitos onde as mulheres são a minoria.

Este artigo foi publicado no jornal ABERTURA de março de 2018: Baixe aqui!



Quais são os 7 princípios do empoderamento feminino?

Desde 2010, existe um documento chamado “Os Princípios de Empoderamento das Mulheres”, lançado pela Organização das Nações Unidas (ONU), para mostrar às empresas e comunidades como dar poder para as mulheres”.  As notas entre parenteses são do autor deste editorial:

“1. Estabelecer liderança corporativa, no mais alto nível, com sensibilidade à igualdade de gênero; ( O Livro dos Espíritos já antecipava isto ainda no meio do século XIX, em 1857)
2. Tratar todas as pessoas, independente do gênero, de maneira justa no ambiente de trabalho, com respeito e apoio aos direitos humanos e à não discriminação; (alinhada com o pensamento Espírita)
3. Garantir saúde, bem-estar e segurança para todas as mulheres e homens que fazem parte de uma organização profissional; (Lei de Igualdade)
4. Promover a educação, o desenvolvimento profissional e a capacitação a todas as mulheres; (medida esta universal, não cabendo somente à mulher)
5. Apoiar o empreendedorismo feminino e promover políticas que deem poder às mulheres por meio de cadeias de suprimento e marketing;
6. Promover a igualdade de gênero, por meio de ações direcionadas à comunidade e ao ativismo social;
7. Medir e documentar os progressos de qualquer empresa na promoção da igualdade de gênero. (grandes empresas, especialmente as multinacionais, costumam ter algum tipo de valorização forçada para minorias, mulhers, negras, latinas etc, como forma de diminuir a desigualdade)”
Mais detalhes sobre o empoderamento da mulher podem ser encontrados no link:
Qualquer artigo espírita sobre a mulher nos dias atuais deveria abordar pelo menos os seguintes assuntos: igualdade de direitos; igualdade de rendimentos, onde hoje vemos a mulher inserida em todas as profissões; igualdade de raças e em especial  o crescimento da valorização da mulher negra e de outras minorias; os abusos contra a mulher;  o papel da mulher na política e a participação da mulher no Movimento Espírita. O Espiritismo não pode se furtar desta discussão, que afeta 50% dos espíritos encarnados.
Não é concebível que ainda existam preconceitos quanto a capacidade da mulher, eles erram e acertam como os homens, hoje temos a presidência do Supremo Tribunal Federal, nas mãos da Ministra Carmen Lúcia, já tivemos uma presidente mulher eleita duas vezes, temos comandantes de navios, embarcadas em submarinos, médicas, engenheiras, presidindo casas espíritas enfim em todas as atividades possíveis e imagináveis.
Este jornal, como demonstrado no 15° Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita, sempre debateu as questões que afetam o emponderamento feminino, ainda, claro, sem conhecer este termo.
Viva a igualdade!

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

A História e o Espiritismo livre-pensador - por Roberto Rufo

A História e o Espiritismo livre-pensador  - por Roberto Rufo


" A diferença entre o capitalismo e o comunismo, é que o capitalismo é a exploração do homem pelo homem e o comunismo é o contrário " ( Millôr Fernandes )

" No casamento, cada pessoa deve realizar a função que lhe compete. O homem deve ganhar dinheiro, a mulher deve economizar " ( Martinho Lutero )

 Afinal o que seria um Espiritismo livre-pensador na prática?  Antes de tentar responder a essa pergunta gostaria de relembrar dois acontecimentos históricos importantes que tiveram suas datas simbólicas ocorridas em Outubro/2017.  Em 31.10.2017 celebrou-se os 500 anos da Reforma Protestante. Em 31.10.1517 Martinho Lutero pregou na porta da igreja de Wittemberg na Alemanha as 95 teses que revolucionaram o cristianismo, a igreja e a política. Lutero tornou-se referência para os anseios de reforma que ecoavam na Europa. Ele recebeu proteção de autoridades simpáticas à causa.
Um jovem aristocrata de 23 anos, Albrecht de Brandenburg, havia sido sagrado arcebispo. Para arcar com os custos devidos ao Vaticano, ele recebeu do papa a autorização para vender indulgências, uma espécie de créditos adquiridos pelos fiéis para aplacar dívidas de pecados já cometidos e por cometer. A ideia alastrou-se.
Mas a Reforma Protestante não foi apenas um marco religioso, foi também um movimento que mudou os cenários político, econômico e cultural naquele período. Mas ilude-se quem pensa que Lutero foi um liberal em matéria religiosa ou no comportamento moral. Vivia sob um dilema: em que consiste a justiça de Deus? Resposta: a justiça de Deus se revela nos textos sagrados e só é acessível pelos caminhos da fé. O controle absoluto pelos livros sagrados intensificou-se. Quinhentos anos depois o pastor reverendo Milton Ribeiro da Igreja Presbiteriana ( Doutor em Educação pela USP, Mestre em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, de onde já foi vice-reitor emitiu as seguintes opiniões em entrevista ao jornal A Tribuna de Santos:

1ª -  A igreja presbiteriana não aceita a união homoafetiva. A razão é simples. Os textos sagrados da Bíblia falam o contrário.
2ª -  Não aceitamos pastoras pela mesma razão.
Lutero, com certeza, assinaria essas assertivas há 500 anos atrás. A abertura a novas ideias é praticamente nula. O imobilismo uma certeza.

O mês de Outurbo marcou também os 100 anos da Revolução Bolchevique que levou ao surgimento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas ( URSS ) que trouxe inúmeros progressos a uma sociedade semi feudal russa. Alguns historiadores citam o surgimento do primeiro sistema universal de saúde, a participação da mulher no mercado de trabalho, a transformação educacional e a planificação da economia. No entanto, ainda segundo esses historiadores, o sistema de partido único criou um paradigma. O modelo que queria a busca da utopia na terra ( a sociedade sem classes ) queria também carta branca para decidir qual tipo de comportamento era o ideal para a sociedade. Transformou-se numa das mais sanguinárias experiências sociais da História da humanidade. Em 1.973 Alexander Soljenitsyn, Prêmio Nobel de Literatura, lançou o livro Arquipélago Gulag. Físico e matemático russo, Soljenitsyn passou 11 anos aprisionado em campos de trabalhos forçados na Sibéria sob a acusação de nas suas correspondências fazer críticas  ao ditador Stalin. No livro Arquipélago Gulag ele enumera dez traços ou comportamentos dos presos nos campos de " reeducação " na Sibéria. 

  1º  - O medo constante;   2º - Servidão e subjugação;   3º - Dissimulação e desconfiança;
  4º - Ignorância universal;   5º - O medo de ser delatado;   6º - A traição como forma de existência;   7º - Degradação moral;   8º - A mentira como parte de sua natureza;   9º -  Crueldade; 10º  -Psicologia de escravos.

Quem já leu o livro sabe as imagens chocantes e asustadoras relatadas da vida dos prisioneiros nos campos de concentração na Sibéria. Quarenta e quatro anos depois da primeira edição do livro ainda existem adultos bem formados que se dizem stalinistas e  defensores ferrenhos do total controle dos comportamentos humanos  pelo estado. 

Dessa forma fica muito difícil uma sociedade desse tipo estar aberta às evoluções do comportamento. O imobilismo estabeleceu-se.

Por sua vez o Espiritismo foi pensado como um modelo aberto às ideias progressistas, mesmo porque Allan Kardec aventou essa possibilidade de transformação doutrinária diante do contraditório dos fatos. Leiam-se sua declaração:
" Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrarem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificará nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará " ( A Gênese, capítulo I, Item 55 ).

Na edição de janeiro de 1867, da Revista Espírita, Kardec ainda esclareceu que essa natureza contingente do conhecimento espírita deve ser garantida pelo exercício do livre-pensar de seus adeptos:
“Toda crença eclética pertence ao livre pensamento; todo homem que não se guia na fé cega é, por isto mesmo, livre-pensador; a esse título, os Espíritas são também livres-pensadores”.
Em resumo, o exercício do livre pensar espírita torna-se condição essencial para que o aspecto progressivo do Espiritismo seja mantido. Dependerá sempre, é claro, da utilização de critérios racionais que evitem o imobilismo. É um fator de sobrevivência doutrinária. Finalizemos com Obras Póstumas, II dos Cismas, cap. XXXVII:


" O princípio progressivo, que a doutrina espírita inscreve no seu código, será salvaguarda da sua perenidade e a sua unidade se manterá, exatamente porque ela não se assenta no princípio da imobilidade ".

domingo, 5 de novembro de 2017

15° SBPE Sucesso de Sempre

15° SBPE –  um simpósio que olha para o futuro

Foram  dois anos de preparação que se realizou em uma festa de conhecimento, amor e amizade. Mais de 70 pessoas puderam comparecer e desfrutar desta tertúlia espírita kardecista. Estiveram reunidos de 2 a 4 de novembro, nas dependências do Colégio Angelus Domus, apoiador cultural do Jornal Abertura.
Fotos de uma parte do grupo presente




Roberto Rufo deu as boas vindas a todos
A abertura do evento foi feita pelo Presidente do ICKS, Roberto Rufo que agradesceu a presença de todos e desejou que pudessemos realizar um excelente evento. A seguir para dar a conotação deste simpósio de transformar ideias ( lâmpada) em amor ( coração), como expresso no cartaz de boas vindas. A organização do evento apresentou duas músicas através de animações no data show.
What a wonderful world - cantada por Israel Kamakawrwo’ole, havaiano já desencarnado e mostrando imagens da abertura do documentário – Planeta Azul – da BBC, que clama pelo respeito a diversidade da vida selvagem e sua preservação.

Perhaps Love – Cantada por Plácido Domingo e John Denver – com uma animação sobre o amor de uma criança pelos seus sonhos.


Após esta abertura artística, tivemos a apresentação do trabalho do ICKS - Somos Progressistas? – que focou a cargo de Alexandre Cardia Machado representar todo o grupo de estudos do ICKS.
A pesquisa realizada pelo grupo de estudos do ICKS – formado por 10 pessoas, Alexandre Cardia Machado, Antonio Ventura, Cláudia Régis Machado, Lizette Silva Saldanha Conde, Lucy Régis Conde, do lar,Maria de Lourdes Rodrigues Silva, Mauricy Antonio da Silva, Palmyra Coimbra Régis, Roberto Luiz Rufo e Silva, Valéria Régis e Silva. Buscava responder a pregunta proposta no título, através de uma pesquisa em todos os números do Jornal Espiritismo e Unificação e Jornal Abertura. Ao todo 420 artigos foram revisados sobre temas que hoje se constituem atividades foco do progressismo social.

Coquetel de abertura:

Um tradicional coquetel foi oferecido aos participantes do 15°SBPE, pois apesar de todas as multiplas atividades que todo este grupo tem, conseguir estar aqui, muitos pela 15ª vez é algo a comemorar, são 28 anos de história, desde o remoto ano de 1989, onde começamos esta jornada.


Sexta-feira 3 de novembro - segundo dia do evento.


Primeira palestra: Da crise moral da humanidade a transição do planeta   - pelo Engenheiro José Carlos de Souza. O tema discorre sobre o momento do planeta Terra da hipótese de transição planetária, que só ocorrerá através do esforço pessoal de cada espírito encarnado na Terra, ainda que o mundo dos Espíritos nos envie mensajeiros mais evoluídos para nos influenciar.


José Carlos de Souza a direita e Marco Videira dividiram o primeiro bloco de sexta-feira



A segunda palestra foi proferida pelo Administrador de Empresas Marco Videira que apresentou seu trabalho - Jesus, este mito que me atormenta. Videira percorreu os caminhos da criação do mito “ Jesus x Cristo”, tendo ele nascido católico e se tornado espírita, pode ver muito bem as diferenças na visão espírita e em especial na visão laica espírita. Todos os apresentadores do SBPE tiveram 30 minutos para apresentar seus trabalhos e a cada bloco, 20 minutos foram dedicados a responder perguntas formuladas pelos presentes.


Intervalos – coffe-breake

Este é um momento muito esperado nos simpósios, pois é o momento de conversar, fazer contatos, aprofundar a amizade, foram váriso durante o evento.

Muita conversa, compra de livros e animação


Segundo bloco: O senso de justiça e de cidadania a partir do ethos espírita por Jacira Jacinto da Silva e Quem foi padre Germano? Por Marissol Castelo Branco, coordenadas por Cláudia Régis Machado.

Jacira, Marissol e Cláudia

Neste bloco pudemos saborear dois trabalhos com objetos bem distintos, Jacira propõe uma nova Justiça, baseada numa visão mais social em suas palavras:

 Houve um passeio por alguns conceitos básicos da filosofia espírita com o fito de suscitar a indagação sobre a relação que temos mantido, a despeito do convívio com essas lições, com as questões relacionadas com justiça e cidadania, e uma suposta ética construída com base nesses postulados. 
Uma tímida investigação à visão contemporânea de direito/justiça permitiu questionar a possibilidade de desconstruir as velhas bases sobre as quais se sustenta a Justiça ainda nos tempos atuais.
O estudo da ética limitou-se a parcas pesquisas que mais serviram a compreender o significado da palavra e algo sobre a construção do conceito do ponto de vista social e jurídico, abrindo a possibilidade de trabalhar as contribuições trazidas pela filosofia espírita, em especial os principais parâmetros extraídos das Leis Morais de O Livro dos Espíritos.”

Marissol faz uma pesquisa sobre a vida do Padre Germano, em suas palavras:

Sempre houve a preocupação em comprovar a imortalidade da alma e a comunicabilidade com os espíritos encarnados e desencarnados através do mecanismo da mediunidade. Muitos livros são escritos através da mediunidade onde um espírito desencarnado é o autor, mas não há como saber com certeza se realmente foi um espírito desencarnado ou apenas uma manifestação anímica.
Um padre católico francês com o pseudônimo Germano escreveu vários capítulos de um romance de maneira mediúnica na Espanha anos após a sua morte. Contou episódios de sua última existência onde as circunstâncias na qual se encontrava não o permitiram revelar a verdade enquanto encarnado. Apesar do cuidado em não revelar os nomes verdadeiros das pessoas, às vezes, deixava escapar o nome de uma cidade e descrevia cenários e locais que ainda hoje foram preservados.
Nesse trabalho procurei encontrar qual personagem verdadeiro na história francesa que pudesse coincidir com os relatos do espírito Germano em “Memórias do padre Germano”. Após a identificação, levantei várias biografias que se fizeram ao longo dos séculos XIX e XX sobre o pároco francês. E após essa garimpagem pude encontrar muitas coincidências que levaram a uma mesma personalidade: o Cura de Ars.”


Terceiro bloco – aquí tivemos duas apresentações muito interesantes sobre os temas: “Reflexões acerca do Homem e da Natureza” pelo arquiteto Ciro Pirondi e Ricardo de Moreas Nunes – “O papel dos espíritas frente as questões sociais e políticas”.


Ciro Pirondi de pé e Ricardo Nunes sentado

De Ciro extraímos este parágrafo de seu trabalho:

“Nós temos de surpreender a natureza, inventar coisas a partir de sua contemplação, como se a víssemos pela primeira vez. Como dizia o poeta T.S. Eliot:
“– Não deixaremos de explorar. E o fim de toda a nossa exploração será chegar aonde começamos. E conhecer o lugar pela primeira vez (...)”.

Penso ser a ideia contínua e itinerante da vida um saber de fronteiras, uma forma peculiar de construção de esperança e paz. Ao mesmo tempo, uma inquietação e uma responsabilidade, pois há um só tempo estamos mergulhados, em um presente contínuo perpétuo, nos relacionamos com o passado e com o futuro, inevitavelmente, neste presente.”

Ricardo reflete sobre a necessidade de trazer para dentro das casas espíritas as discussões sobre que país queremos:
“É evidente, como já foi dito anteriormente neste artigo, que a corrupção é um câncer que fragiliza o organismo social e deve ser combatido sem trégua.
Porém, defendo nesta reflexão que talvez este não seja o maior problema da vida social brasileira no momento. Entendo que o fortalecimento do neoliberalismo com a sua insaciável busca de destruição do chamado Estado de bem-estar social, que foi uma conquista importante da humanidade no século XX, é o principal perigo que vivem as sociedades do Brasil e do mundo no momento. E este perigo normalmente é silenciado nos principais meios de comunicação.
Finalmente, pensar o neoliberalismo é pensar o capitalismo em sua face mais agressiva. E esta reflexão nos leva necessariamente a uma questão mais profunda. Chegamos ao fim da história? O sistema capitalista de produção é o que de melhor a humanidade pode atingir? Devemos nos conformar com a eterna separação entre uma pequena minoria de incluídos e uma grande maioria de excluídos dos benefícios da civilização? Um dia teremos um mundo sem explorados e exploradores? Neste início do século XXI este mundo melhor é uma utopia, mas muitas vezes a utopia de hoje se torna a realidade de amanhã”.


Quarto bloco


Neste bloco a médica Alcione Moreno a o Engenheiro Agrônomo Argentino Gustavo Molfino apresentaram respectivamente os seguintes temas: “Pensamento Sistêmico e Espíritismo” e “Desenvolvimento sustentável x desenvolvimento consciente”.




Roberto Rufo coordenando Alcione e Gustavo


Alcione nos proporcionou refletir sobre o pensamento sistémico, apenas uma gota de seu trabalho para degustação:
De acordo com a visão sistêmica, as propriedades essenciais de um organismo, ou sistema vivo, são propriedades do todo, propriedades que nenhuma das partes possui. Elas surgem das interações e relações entre as partes. Estas partes não são isoladas, e a natureza do todo é sempre diferente da mera soma das suas partes.
Desta forma podemos pensar na integração do meio físico com o extra físico, ou como nos ensina Kardec do mundo corpóreo para o incorpóreo, do plano físico e do plano espiritual, tudo se integra numa grande rede, a Teia da Vida.
Esta teia consiste em redes dentro de redes, vida corpórea e vida espiritual integrada e ligada uma as outras, interagindo com outros sistemas.
Utilizei também como referência bibliográfica a autora Ana Maria Llamazares, numa tradução livre de minha parte.
Minha pretensão é que possamos entender o pensamento sistêmico e colocar o Espiritismo nesta grande teia da vida, pois o espírito é imortal, tudo está conectado, em conexão, em contínuo aprendizado, contínua modificação, contínua evolução”.

Gustavo Molfino, em espanhol nos trouxe sua visão sobre o desenvolvimento consciente, sua apresentação foi traduzida para o portugues por Jaílson Mendonça, extraímos:

“O desafio é importante e compremete toda a humanidade, seu resultado determinará o destino comum de nossa espécie e dos que dividem o planeta conosco.
Como seres pensantes e espíritos com esperiência encarnatória nos corresponde tomar nossas próprias decisões, elas determinarão o ritmo de nosso progresso, a qualidade e profundidade de nossa mudança moral e em definitivo refletirão nossa própria capacidade de adaptação às condições que se impõe neste plano.
Este grande aporte que recebemos do mundo espiritual nesta tarefa é sem dúvida, a força e energía do amor universal que está ao nosso lado, impulsionando e motivando a renovação e o progresso.
Sejamos sábios, apliquemos este precioso conhecimento espírita que nos foi deixado e analizemos sem  prejuizo a complexa realidade, este mundo que nos cabe moldar, respeitar, cuidar e melhorar”.


 Mesa Redonda

Espiritismo Livre-pensador na prática. Convidados: Reinaldo di Lucia, Roberto Rufo, Ademar Chioro dos Reis, Homero Ward




Roberto Rufo – Homero Ward – Reinaldo di Lucia – Ademar dos Reis

Mesa Redonda

Espiritismo Livre-pensador na prática. Convidados: Reinaldo di Lucia, Roberto Rufo, Ademar Chioro dos Reis, Homero Ward



Foi um execelente momento onde pensamos o futuro do nosso movimento, no campo prático, uma dicussão que apenas inicia. Várias foram as propostas que precisarão ser mais exploradas, quem sabe em Foruns do Livre-Pensar.

Um momento interessante foi a fila de pessoas que queriam fazer perguntas, ou propor assuntos.


Roseli Régis – Mauro Spinola – Ciro Pirondi – Jacira Jacinto – Sandra Chioro


3° dia – Primeiro bloco

No último dia tivemos 3 trabalhos sendo apresentados num mesmo bloco, seguido do encerramento do evento.

O Espiritismo que queremos – por Caról Regis di Lucia, uma oficina sobre - Revisão sistemática da literatura e outras ferramentas modernas para apoio à pesquisa espírita por Mauro Spínola e do discurso à ação e o comportamento Espírita por Jaílson Mendonça.



Carol – Mauro - Jaílson

Caról Regis assim descreveu a motivação que lhe acometeu para desenvolver este exercício.

Foi uma constante inquietação que norteou as bases para o surgimento deste trabalho. Um sentimento não recente, fruto de vivências, observações, diálogos, leituras, alimentado por um olhar sobre o Espiritismo pratico diário, as casas, os Espíritas, as relações, as instituições. Uma observação filosófica sobre o caminho que estamos trilhando, com um amedrontado vislumbre do caminho que temos pela frente. Qual o foco do Espiritismo atual? E, principalmente, qual foco ele deveria ter daqui pra frente?

As respostas a esses questionamentos passam por inúmeros pontos: a Doutrina em si, sua tão necessária atualização, seus pontos imutáveis (ou não), a comunicação usada para transmiti-la, o comportamento – em grupo e individual – daqueles que escolheram o Espiritismo como filosofia a ser seguida, o planejamento para as próximas décadas e o trabalho com as próximas gerações. Mas passa, principalmente, por um ajustar de lentes, uma definição de foco sobre um tema imediato, urgente e aparentemente generalizada: a retomada da humanização do Espiritismo, colocar o Espírito encarnado como personagem principal da prática doutrinaria”.

Mauro Spínola nos trouxe uma introdução aos métodos modernos de pesquisa de textos, imprescindível para trabalhos científicos e que pode sim, ser usado no espiritismo na produção de trabalhos.

“Revisão sistemática da literatura como instrumento de pesquisa com temática espírita. Crescentemente utilizado nas várias áreas da ciência, a revisão sistemática contribui para compreender o estado da arte de uma área ou um tópico de conhecimento, com base em pesquisas qualificadas já realizadas e publicadas.
Inicialmente, é a apresentada a discutido o método de revisão sistemática. Em seguida, é discutida a sua aplicação em pesquisa espírita. Um exemplo é apresentado, visando a compreender o processo e os seus potenciais resultados.
O estudo é inicial e deixa várias questões em aberto, em especial as relacionadas com a aplicação prática do método, mas contribui para que se possa avaliar o potencial desse método para o conhecimento espírita”.

Jaílson Mendonça inicia desta forma seu trabalho:

“Consideramos interessante a capacidade que temos de nos indignar momentaneamente quando recebemos uma notícia ou um post nas redes de informação em especial as sociais, as quais muitas vezes nos causam tristeza, revolta mesmo, enquanto em outros nos levam à reflexão sobre nossa própria vida, valores, potencialidades e limitações.
Em alguns casos no sentido positivo, nos embebêssemos de uma vontade que antes não estava presente, como se fora um impulso, um pensar o que não havíamos pensado, um querer assumir e acreditar que somos capazes de realizar. Em outros, no sentido negativo, nos sentimos fragilizados, as vezes impotentes, mas que nos incita pra fazer, mudar, realizar, mas que no geral se vai esvaindo e voltamos ao nosso estado de ser tentando nos conformar de que não podemos fazer mais do que já estamos fazendo. Será?!”.

Este espaço não permite a reprodução de todos os trabalhos apresentados, são mais de 240 páginas, mas se você tem interesse em ler na sua forma integral, entre em contato com o ICKS.





Redação Jornal Abertura 



domingo, 1 de outubro de 2017

O Valor de Uma Biblioteca Espírita - redação Jornal Abertura

Fazendo a Diferença: O Valor de Uma Biblioteca

Estamos em tempos novos, onde tudo ou quase tudo é digital, as pessoas não querem mais ter bibliotecas e descartam com facilidade os livros que leram. É compreensível, não que todos sejam iguais, mas aqueles que guardam seus livros muitas vezes são chamados de acumuladores.
Mas não foi sempre assim e bibliotecas, tem sim, um papel importante na história do conhecimento humano e em sua universalização.

Com toda a modernidade, computadores,  “smartphones” e “tablets”, a velocidade de aceso a conteúdo livre é enorme, não resta nenhuma dúvida que isto é incrível e que facilita em muito a nossa vida, no entanto, ainda há espaço para o conhecimento impresso. Podemos citar vários exemplos práticos, mesmo em instalações super modernas como plantas de geração de energia, ou centrais nucleares, é impressindível ter os documentos críticos impressos, para os casos de emergência, como falta de energia ou ataque cibernético. Num momento destes os desenhos impressos são os mais indicados.

Na história, principalmente nos séculos XIV e XV quando a civilização européia, pelo contato com os árabes que a estavam invadindo pela península hibérica ou pelos balcãs, puderam voltar a entrar em contato com obras originais gregas, que eram mantidas fora do alcance dos pensadores europeus pela centralização do conhecimento pela Igreja Católica. Ao serem traduzidas, causaram a segunda grande revolução do conhecimento humano, o renascimento. A primeira foi sem dúvida o desenvolvimento da escrita que nos tirou da pré-história. Este conhecimento de obras dadas como perdidas de grandes filósofos gregos, só foi possível pela existência da grande biblioteca de Alexandria, no Egito e por outras menores espalhadas por seus sudanatos.

A importância dada ao conhecimento no oriente contrastava com o que ocorria na Europa no mesmo período, pensar sobre isto hoje, nos demonstra que o livre-pensamento é importantíssimo e que a religião como forma de opressão do pensamento é também capaz de produzir uma inversão cultural entre ocidente o oriente, hoje na área dominada pelo Islã, em muitos países, livros são queimados, por serem considerados impúros, tremenda ironia.

Biblioteca da Cidade do Nova Iorque


É verdade que quase ninguém quer ter, nos dias de hoje enciclopédias, pois a velocidade do crescimento do conhecimento, torna uma obra destas obsoleta muito rapidamente. Para aqueles que cresceram ao lado delas e que gostavam de ler, ou pesquisar nas enciclopédias, sabem bem como era legal descobrir as coisas, ficar maravilhado. Isto, é verdade, não acabou, podemos fazer isto usando os navegadores da internet, apenas precisamos tomar o devido cuidado de verificar as fontes pois dizem que 50% do que está publicado na web é de conteúdo duvidoso.

O mesmo acontece com jornais e revistas que sofrem ao competir com o conteúdo “online”. Nosso jornal necessita buscar o tempo todo por novos leitores, para se manter viável, sites de grandes jornais limitam o acesso ao seu conteúdo online como forma de buscar mais assinantes, ou alguma forma de compensação. Agora qualidade tem preço, bons conteúdos, científicos, para serem acionados é preciso que as pessoas se inscrevam e paguem por isto. As bibliotecas virtuais, profissionais, custam muito dinheiro, pois precisam funcionar 24 horas por dia, 7 dias por semana, com velocidade de busca, ocupando grandes espaços virtuais, que custam dinheiro.

A elaboração de trabalhos científicos, obriga a leitura e referência de artigos confiáveis, recentes, isto seria impossível, nos dias de hoje, se eles não fossem de acesso virtual, no entanto grandes cidades como Nova Iorque, Paris ou São Paulo, possuem grandes bibliotecas reais, com acervos e coleções importantes de livros originais, registros históricos importantíssimos e que não puderam ser digitalizados.

Institutos como o Instituto Cultural Kardecista de Santos, por exemplo, possuem acervo de trabalhos e obras produzidas por seus sócios, bem como uma pequena biblioteca espírita e de assuntos correlatos, para suas pesquisas, possuímos também o acervo completo dos jornais publicados pelos periódicos espíritas Espiritismo e Unificação e Abertura. Pequisadores podem acessar com hora marcada, bastando entrar em contato pelo email do ICKS. Mesmo entre nós, muitos se perguntam, mas por que guardar tudo isto?

A resposta é simples, para que não cometamos os mesmos erros do passado, para manter acesa a chama da busca permanente do conhecimento e do desenvolvimento do livre-pensar.

Artigos importantes de nosso jornal, são publicaos em nosso blog, assim em qualquer lugar do planeta, podem ser lidos, mas não temos recursos suficientes para digitalizar tudo, de uma forma que permita uma consulta por palavras como por exemplo podemos fazer no “google”, mas quem sabe, não possamos um dia vir a ter isto também. Quem sabe usando resumos dos textos que sim poderiam ser encontrados por navegadores e desta forma asceder a uma cópia digital mais simples do artigo.
Na pesquisa que estamos realizando para o trabalho do ICKS no 15° SBPE, coletamos muito material, digitalizamos e em algum momento poderemos disponibilizar. São artigos relativos a assuntos onde nosso grupo de pensadores tem demonstrado serem progressistas.

Jornais são também marcadores do tempo. Pensem nisso. Só não se esqueçam de um pequeno detalhe, para que tudo isso seja viável, há que ter gente que o faça.

Nota: Artigo publicado no Jornal Abertura - Agosto de 2017


sábado, 8 de julho de 2017

Não existem duas pessoas iguais por Alexandre Cardia Machado


Não existem duas pessoas iguais

Se pararmos para pensar, não existem mesmo, nem mesmo gêmeos univitelíneos são iguais, portanto a regra geral para  humanidade é, somos todos diferentes.

Ora, se somos todos diferentes por que estamos o tempo todo discutindo, brigando, querendo convencer outras pessoas a serem iguais a nós, a pensarem da mesma forma que pensamos?

Porque todos nós, seres humanos, nos acostumamos a enxergar padrões, buscamos semelhanças, nosso cérebro foi treinado durante gerações a buscar estes padrões, eliminando ou não levando em considerações muitas informações secundárias, focando na semelhança. Esta forma de pensar, parece ter sido capaz de nos fazer evoluir, pois nos ajuda a identificar riscos, é a tal regra de aprendizado conhecida como tentativa e erro, ao enfrentarmos uma situação semelhante onde tivemos insucesso tenderemos a mudar o comportamento para não errar novamente.

Isto foi também muito útil no desenvolvimento da cultura pré-histórica, mas com o desenvolvimento da civilização, novos componentes passaram a surgir com muito mais frequência, como a convivência multiracial ou multicultural. Não preciso nem comentar que nem sempre funcionou muito bem esta relação. Logo surgiram conflitos e a valorização de outros instintos humanos como o de enfrentar ou fugir, povos se degladiaram por riquezas, para apoderar-se da riqueza gerada pelo grupo rival, logo um grupo diferente, em alguns casos os vencedores matavam todos os rivais, em outros os escravizavam e em poucos casos os absorviam. Toda esta herança cultural nos chega através dos atuais preconceitos socias.

Excluíndo as ditaduras que cerceiam as liberdades individuais tais como: crenças, culturas, ou comportamentos, nos dias de hoje, no mundo livre, vivemos um momento historicamente muito importante que é o da busca pela aceitação das diferenças. As grandes empresas possuem políticas internas de inclusão, ninguém deve ser preterido, escolhido ou julgado por razões de sexo, raça, paixão clubística, convicção política ou religiosa, em contra partida ninguém deve expressar-se fortemente, no trabalho sobre estes pontos. Busca-se um meio termo que permita a convivência tranquila com as naturais diferenças.

Trago este assunto por que, logo após o resultado das eleições para Presidente da República, no Brasil surgiu uma forte confrontação nas mídias sociais eletrônicas, ideias separatistas, que em nada contribuem para o crescimento harmônico de nossa nação. Em uma eleição sempre alguém ganha e alguém perde, isto é da natureza do processo democrático.

Aos vencedores cabe o trabalho de reaglutinar as forças de oposição às que lhe suportam com vistas ao bem comum. O grande movimento de acensão da classe C no Brasil demonstra que posições políticas também mudam, o que era bom há quatro anos atrás talvez já não seja hoje tão bom, por isto o equilíbrio de forças que vimos neste pleito. Mais uma vez conviver com as diferenças, encontrando pontos em comum deverá ser o grande desafio. Se somos todos diferentes, ao mesmo tempo também somos todos humanos e isto nos iguala.

O que diferencia uma empresa de um país é o objetivo, na empresa está muito claro e todos focam suas ações em atender o que a empresa entende que seja este objetivo, quer seja vender um produto ou prestar um ou vários serviços. Para a Nação, cabe ao estadista eleito capitalizar as intenções de seu povo em uma determinada direção, para isto claro ouvindo o cliente, que nada mais é que o próprio povo.

Como espíritas acreditamos no progresso individual e da socidade, devemos ombrear os esforços para aceitação das diferenças, sempre que mantido o respeito às Leis Morais ou Naturais.
Publicado no jornal ABERTURA em Novembro de 2014