Desta guerra, você participa todos os dias!
Era apenas uma
manhã normal de segunda-feira, eu estava indo buscar minha esposa na academia
apenas poucas quadras de minha casa.
Para me deslocar de automóvel até la tenho que passar por algumas ruas de pouco
movimento e de velocidade máxima de 40 km/h.
Num cruzamento,
onde a preferencial era no meu sentido, alguma coisa, talvez um pressentimento
me fez reduzir muito a velociade e verificar se na outra via haviam placas de
pare, olhei pros dois lados e vi a placa e também a inscrição de pare no
asfalto. Foram quem sabe 2 segundos, segui em frente, neste momento passa uma
camionete de entrega a mais de 60 km/h, o motorista não quiz saber de nada,
passou direto, não deu importância aos sinais claros de trânsito, não parou.
Caso eu, que
estava na preferencial, não tivesse reduzido a velocidade potencialmente
estaria morto, pois o choque do mesmo seria na minha porta, este editorial só
seria possível por via mediúnica.
Este episódio me
fez pensar, onde estamos? Ciclistas, pedestres, motoqueiros e entregadores de
todos os tipos, simplesmente ignoram a sinalização de trânsito, transformando o
ato de dirigir um automóvel, numa verdadeira roleta russa.
Aqui nem se
trata da aplicação da lei do mais forte, é uma total insensatez, pois em geral
são veículos leves, altamente vulneráveis, dirigidos por pessoas irresponsáveis
que arriscam a sua própria vida e colocam a de outrem em risco também.
As vias de
circulação das cidades ficaram pequenas com o aumento astronômico do número de
veículos. Acidentes de trânsito e mortes por assassinato rivalizam no topo das
estatísticas de mortes evitáveis em nosso país.
Como dar um
basta a isto, existe um símbolo que está sendo adotado por cidadões
conscientes, que param nas faixas de pedestres e que tentam pelo exemplo
difundir um pouco de cidadania, mas a maioria não está nem aí! Os jornais
impressos ou televisivos mostram as cenas, fotos expõe a estatística mas nada
disso tem efeito prático, parece que todos tem muita pressa, mesmo que seja
para chegar logo e não fazer nada depois.
Precisamos
baixar a velocidade. Na capital paulista todas as vias de circulação, no
governo Kassab, tiveram a sua velocidade reduzida, mas cada um de nós, precisa
internalizar que, no espaço confinado de uma cidade, onde a população aumenta e
os meios de transportes individuais são múltiplos e em excesso, todos devem
saber viver e reduzir a velocidade.
Os dados acima
são obtidos através da requisição do DPVAT, não contém os mesmos dados do
ministério de saúde que são mais amplos,o DPVAT é aquele seguro obrigatório que
todos os proprietários de veículos pagam junto com o IPVA, está aqui para
demonstrar sem sombra de dúvidas que existe uma tendência de aumento no número
de vítimas, ora, como espíritas somos a favor da vida e não podemos ficar
calados.
A causa
principal é a imprudência, cerca de 90% dos casos esta é a razão do acidente,
excesso de velocidade, descuido com a sinalização, falta do uso de cinto de
segurança, dirigir embreagado e por aí vai.
Jaci Régis em
seu clássico livro Comportamento Espírita de 1981, assim se refere a nós
passageiros deste planeta “ ... o homem do nosso século (XX), como vimos, traz
uma história, uma ficha de aprendizagem, em que estão inculcadas normas,
regras, traumas e pressões a que tem sido submetido no transcorrer dos tempos ...” Estes espíritos que hoje estão encarnados
expressam o seu comportamento de uma forma complexa, transfere para o
automóvel, para a motocicleta a vontade de ser livre, poderoso, alienando-se
dos riscos envolvidos, tem o comportamento otimista, de que os outros são tolos
eles são espertos, bloqueiam a entrada em suas mentes às estatísticas, como se
jamais fossem atingidos por elas,
podemos esperar melhoras? É evidente que sim, chega uma hora em que mais
e mais pessoas acidentadas, portadoras de deficiências físicas e psíquicas
causadas pelos acidentes de transito se farão presentes, novas regras e ações
de engenharia nos obrigarão a reduzir a velocidade a força, o indivíduo pode
trasgredir, mas a sociedade termina por reagir e impor limites a liberdade.
Finalmente, como
Espíritas devemos dar o exemplo e mostar que é possível saber viver e ao dirigir,
ser cuidadoso, dirigir defensivamente – como diz Jaci, no livro citado fazendo
referencia a música de Geraldo Vandré – “quem sabe faz a hora não espera
acontecer”.