quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Liberdade de Imprensa - Jaci Régis. Pode-se também ver o mesmo texto em espanhol na tradução de Jon Aizpúrua

Jaci Régis desencarnou em Dezembro 2010, buscamos suas sábias considerações para abrilhantar a discussão sobre este tão importante tema para a sociedade. Deixe o seu comentário em nosso blog.

Liberdade de Imprensa


Volta e meia políticos de tendência totalitária, tentam cercear a liberdade de imprensa no Brasil. Durante a ditadura Vargas, durante a ditadura militar, a imprensa foi censurada, perseguida.

Como a história nos ensinou e em tempo bem curto, os regimes totalitários de qualquer tendência primam por amordaçar qualquer oposição, tem aversão à crítica. A palavra democracia que tanto pronunciam tem o sentido de escárnio em suas bocas.

Quando da experiência da União Soviética e dos países da cortina de ferro vimos que “povo” é palavra que eles usurpam e nunca esteve no poder, mesmo que as repúblicas fossem designadas como populares. Como foi denunciado por dirigentes o que houve foi a instalação de uma oligarquia composta de indivíduos que se perpetuam no poder e não titubeiam em matar, prender, expulsar quem seja contra seu domínio. Os registros históricos são recentes.

Aqui no Brasil, um grupo remanscente das lutas armadas que pretendia instalar uma ditadura socialista no páis e que se agruparam em partidos legais, usufruindo da democracia real, assumiram a direção de órgãos que podem propor e mobilizar em favor da censura à imprensa.

Não devemos esquecer que em todos os países ditatoriais de esquerda, a imprensa foi simplesmente liquidada restando jornais oficiais, como atualmente em Cuba, China, Coréia do Norte e em parte na Venezuela.

A imprensa nesses regimes é meio de manipulação dos fatos. Tratam de dar sempre a versão do governo e das ideologias que defendem. Nunca publicam fatos e acontecimentos que não interessam ao poder central. E muio menos fazem críticas.

O argumento é conhecido.

De um lado estão eles, em nome do povo, dos pobres, dos excluídos. No meio a população que pretendem “preservar” das idéias liberais, democráticas. De outro, os tubarões, no caso, os donos dos meios de comunicação que são alicerces da democracias.

Como são postulantes da ditadura proletária, odeiam o capitalismo, que não foi derrotado, acusando, contudo, que o regime é dominado por burgueses e pequenos burgueses, obstáculo a serem derrubados no juízo marxista. Embora os que estão em altos postos sejam burgueses bem situados. Não titubeiam em usufruir os benefícios do capital.

Po que estamos tratando deste assunto?

Porque o Espiritismo é totalmente contrário à ditadura. A liberdade é um dos seus alicerces e não fora a França, na época de Kardec, um país liberal e o Espiritismo não teria chance porque também a Igreja exerceu a censura, amordaçou enquanto pode. E o fez no Brasil, onde o Espiritismo foi perseguido por cerca de 100 anos.

As bandeiras da esquerda são, intencionalmente, generosas, falam da igualdade, da fraternidade. Todavia, não podemos confundir nossa generosidade, nosso igualdade, nosso fraternidade com o materialismo e com grupos que representam a tradição de sangue e morte.

Jaci Régis


Nota da redação: Artigo publicado no Abertura de julho de 2010 e repetido em abril de 2014.

Com muito gosto acrescentamos esta tradução ao Espanhol  e nota de Jon Aizpúrua, referente a este texto.


COMPAÑEROS DE C.E.P.A.  :   me permito traducir un artículo escrito por nuestro inolvidable amigo Jaci Regis (Santos, SP, Brasil) notable pensador espírita, y que fuera publicado en  “Abertura”, el periódico por él fundado y dirigido hasta el momento de su desencarnación, y que hoy continúa publicándose en la ciudad de Santos, como órgano del Instituto Cultural Kardecista, bajo la dirección de Alexandre Cardia y contando con el respaldo intelectual de un selecto grupo de estudiosos del Espiritismo que siguen divulgando y profundizando una visión espírita, nítidamente kardecista, laica, librepensadora, humanista, progresista.

En este breve artículo Jaci expresa sin rodeos su postura contraria a los sistemas totalitarios de cualquier signo y en especial a las dictaduras de izquierda que son especialistas en manipulación propagandística y que en nombre de la justicia social acaban empobreciendo a los pueblos que sojuzgan y les niegan los más elementales derechos a la libertad de expresión, de organización y de conciencia.
Creo que vale la pena leerlo, estudiarlo y difundirlo.

Jon  Aizpúrua 

LIBERTAD  DE  PRENSA

Por  JACI  REGIS


Están a la vuelta políticos de tendencia totalitaria que intentan cercenar la libertad de prensa en Brasil. Durante la dictadura de Getulio Vargas, la prensa fue censura y perseguida.

Como la historia nos ha enseñado, y en tiempo muy corto, los regímenes totalitarios de cualquier tendencia se empeñan en amordazar cualquier oposición, puesto que tienen aversión a la crítica. La palabra democracia que tanto pronuncian tiene el significado de escarnio en sus bocas.

Durante la experiencia de la Unión Soviética y de los países de la cortina de hierro, vimos que “pueblo” es la palabra que ellos usurpan y sin embargo nunca estuvo el pueblo en el poder y eso que las repúblicas se designaban como “populares”. Como ya fue denunciado por dirigentes lo que sucedió fue la instalación de una oligarquía formada por individuos que se perpetúan en el poder y no titubean en matar, encarcelar o expulsar a cualquiera que esté contra su dominio. Los registros históricos son recientes.

Aquí en Brasil, grupos remanentes de las luchas armadas que pretendían instalar una dictadura socialista en el país y que se agruparon en partidos legales, usufructuando la democracia real, asumieron la dirección de organismos que podían proponer y movilizar a favor de la censura a la prensa.

No debemos olvidar que en todas las dictaduras de izquierda, la prensa fue simplemente liquidada, quedando solamente órganos oficiales como sucede actualmente en Cuba, China, Corea del Norte, y en parte en Venezuela. La prensa en estos regímenes es un instrumento de manipulación de los hechos en el que siempre se da la versión del gobierno y de las ideologías que defienden. Nunca publican hechos o acontecimientos que no interesen al poder central y mucho menos hacen críticas.
El argumento es conocido: de un lado están aquellos que hablan en nombre del pueblo, de los pobres o de los excluidos. En el medio se halla la población a la que pretenden “preservar” de las ideas liberales y democráticas. Del otro lado, están los “tiburones”, es decir, los dueños de los medios de comunicación que constituyen las bases de la democracia.

Los primeros son promotores de la dictadura proletaria, odian el capitalismo, régimen dominado por burgueses y pequeñoburgueses que deberán ser derrumbados en el juicio marxista. Sin embargo, no titubean cuando se trata de disfrutar de los beneficios del capital.

¿Por qué estamos tratando de este asunto?

Porque el Espiritismo es totalmente contrario a la dictadura. La libertad es uno de sus pilares, y si Francia, en la época de Kardec, no hubiese sido un país liberal el Espiritismo no hubiera tenido oportunidad, ya que también la Iglesia ejercía la censura y lo amordazó cuanto pudo. Y lo hizo en Brasil, donde el Espiritismo fue perseguido durante cerca de cien años.


Las banderas de la izquierda son aparentemente generosas ya que hablan de igualdad y de fraternidad. Sin embargo, no debemos confundir nuestra generosidad, nuestra igualdad o nuestra fraternidad con el materialismo y con agrupaciones que representan la tradición de la sangre y de la muerte.  

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Como Conviver com a Barbarie? - Alexandre Cardia Machado

Nos últimos anos, quando já pensávamos que a humanidade havia passado o limite da barbárie, alguns conflitos com base religiosa teimam em nos provar ao contrário, nos obrigando a comentar e tomar partido.
Nos anos 90, o desmanche da Iugoslávia, nos mostrou cenas absurdas de extermínios causados por cristãos sobre muçulmanos, que resultou com a intervenção da OTAN, para evitar o pior.
Cenas como estas repetem-se ainda hoje em alguns países africanos, como por exemplo o Sudão que dividido por lutas religiosas em dois países, continuam matando e causando terror nas populações interioranas. Na década de 80, também do século passado no Camboja, tivemos, quem sabe o pior dos piores regimes liderado pelo Kmer Vermelho, que recrutava crianças para seu exército.
Vemos com muita preocupação o que se passa no Oriente Médio, protagonizado pelo  chamado ISIS ou Estado Islâmico – grupo formado por muçulmanos sunitas, que pretendem estabelecer um califado na região onde hoje existem a Síria e o Iraque.
Esta região foi dividida, não por povos ou facções muçulmanas, mas sim pela queda do domínio  colonial europeu, criando uma geopolítica já com um grande potencial de litígio, some-se a isto todos os interesses relacionados ao fator petróleo.
Todas as semanas recebemos notícias de que o Estado Islâmico decapitou alguns homens aqui,  algumas mulheres lá – provocando pânico nas populações, usando da mesma formula que tantos outros grupos fizeram no passado, como já citado, ao lutar contra governos poderosos. Hoje toda esta problemática se multiplica pela instantâneadade que a internet possibiliza, cenas de decapitação ao vivo, para provocar o medo não apenas localmente, mas globalmente.
A reação do ocidente, desta vez apoiado por vários governos islâmicos locais não poderia ser outra, segue-se o protocolo, leva-se o problema ao Conselho de segurança da ONU e inicia-se um bombardeio aéreo. O mundo civilizado, estabelece regras mínimas de ética a ser aplicada em situações de guerra, é a chamada Convenção de Genebra, que evidentemente estes grupos não se submetem.
Allan Kardec, na questão 749 do Livro dos Espíritos, nos oferece o esclarecimento dado pelos Espíritos, em 1858 com relação à validade desta prática odiosa.

 749. Tem o homem culpa dos assassínios que pratica durante a guerra?

“Não, quando constrangido pela força; mas é culpado das crueldades que cometa, sendo-lhe também levado em conta o sentimento de humanidade com que proceda.”

Não existe, sob esta ótica, justificativa para execução sumária, sem julgamente e amplo direito de defesa, de prisioneiros de guerra, ou de qualquer outro tipo de execução por discordância de pensamento.
Segundo o diretor da entidade oposicionista - Observatório Sírio de Direitos Humanos -  Rami Abdulrahman, disse  que, na última semana de setembro que cinco combatentes curdos que lutavam contra o Estado Islâmico, incluindo três mulheres, e mais quatro rebeldes árabes sírios foram capturados e decapitados na terça-feira em um local 14 quilômetros a oeste de Kobani, uma cidade curda cercada pelo Estado Islâmico, nas proximidades da fronteira turca.
"Não sei por que foram presos e decapitados. Somente o Estado Islâmico sabe o por quê. Eles querem assustar as pessoas", disse ele.

Não há como concordar com isto e ao não concordar, infelizmente somos obrigados a apoiar a intervenção militar, apesar de todos os problemas e perdas de vida que a mesma provoca.
Texto Originalmente publicado como Editorial no Jorna Abertura em Outubro de 2014.

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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

A Tragédia do Mundo Árabe - Marcelo Régis

Mil anos atrás, as maiores cidades mundiais, onde cultura, inovação e tolerância floresciam estavam quase todas no mundo islâmico. Bagdá, Damasco, Cairo e Córdoba eram centros dinâmicos de conhecimento, tolerância e comércio muito superiores e mais avançados que qualquer cidade ocidental. A tolerância religiosa sempre foi um marca do islamismo, onde judeus e cristãos eram respeitados e a conversão religiosa pela força não era uma marca – muito diferente do mundo ocidental com seus expurgos e perseguição sistemáticas principalmente aos judeus a longo da história. Hoje o mundo árabe islâmico se encontra quase que totalmente destruído, dominado pela miséria e fanatismo religioso que ameaça não só esses países como também a paz mundial. Os eventos capitaneados pelo grupo terrorista EI, com decapitação de inocentes transmitidas ao vivo e em cores, remete ao que pior pode oferecer a brutalidade da raça humana.



Por que os povos árabes islâmicos, têm falhado sistematicamente em criar países democráticos, abertos e mais felizes? Por que os mesmos não conseguem gerar riquezas e bem estar duradouro à uma população de mais de 350 milhões de pessoas, apesar da abundância de petróleo? O que faz essas sociedades tão susceptíveis a regimes totalitários e fanáticos? Com certeza esse atraso não tem nada a ver com a falta de habilidade, inteligência e outros atributos desses povos. Afinal somos todos espíritos providos das mesmas condições e anseios de liberdade e progresso.

A questão é complexa e não tenho a pretensão de analisar nesse artigo todas as interações e causas do problema. As mesmas são diversas, passando pelas consequências geopolíticas da 1a e 2a guerras mundiais que redefiniram de forma artificial fronteiras e domínios na área, o imperialismo ocidental e a influência soviética na área como consequência da guerra fria que definiram regimes e alianças, a transição rápida de uma sociedade rural e analfabeta para um mundo conectado onde as diferenças entre ricos e pobres são chocantemente visíveis e o abismo de riquezas imenso. Para piorar, tudo azeitado e inflamado pelas enormes reservas de petróleo existentes na área, colocando ainda mais lenha nessa fogueira ardente.

A questão que gostaria de ressaltar é como o fanatismo religioso desses estados tem uma clara influência causal na condição atual dos mesmos. O islamismo, ou as recentes interpretações da fé islâmica, está na raiz dos problemas desses povos. Na intepretação fundamentalista que domina a região, o estado laico não existe e estado e religião são intrinsicamente ligados, sendo que os representantes da fé definem leis e costumes. Também não existe separação clara entre a religião e poder judiciário, pois na maioria das vezes juízes são sacerdotes, os mesmos que fazem as leis, definem sua aplicação e punição aos desvios, criando uma sociedade tolhida e totalitária,  onde criatividade, diversidade e liberdade são inexistentes ou reprimidas aos máximo. Para piorar, mesmo entre os seguidores, são diversas as correntes de interpretação do Corão e parece que existe uma escalada absolutista entre os diversos grupos que lutam pelo poder e domínio na área, cada um oferecendo opções de sociedade mais totalitárias e bárbaras na tentativa de oferecer algum norte, algum caminho aos milhões de miseráveis que habitam a área. Esse norte politico-religioso também gerou economias de inspiração absolutistas, soviéticas onde o planejamento central e governamental domina a vida econômica. Como demonstrado em todas as experiências históricas, onde não existe liberdade econômica, onde o estado controla e planeja a sociedade com mão de ferro, onde não existe liberdade, também não existe crescimento, bem estar duradouro e progresso social.

Kardec sabiamente e há 157 anos atrás já vislumbrava os problemas que a mistura entre religião, estado e ciência ocasionava – afinal o ocidente teve séculos de experiência durante a Idade Média para experimentar na pele as mesmas. Por isso o mestre definiu o Espiritismo como ciência, separada da religião. A intenção era ver o mesmo livre da contaminação dogmática, absolutista que intrinsicamente toda e qualquer religião enseja – afinal não se pode criticar, ou alterar os dogmas aparentemente recebidos diretamente de Deus. Isso seria duvidar da onipotência e onisciência do Mesmo. Enquanto a Doutrina Espirita ainda discute o tema e a maioria de seus adeptos seguem a linha religiosa, o mundo ocidental, não sem muitos percalços e problemas, seguiu com a separação entre estado e religião, ciência e religião. Essa separação permitiu que a criatividade e inovação florescesse no ocidente a partir do Renascimento enquanto o mundo árabe islâmico fazia o caminho inverso.

Voltando ao mundo árabe islâmico, a situação é tão crítica, complexa e arraigada que é difícil vislumbrar uma melhoria a curto prazo. De fato, o risco é que a situação daquela área do globo, arraste o resto do planeta para uma grande crise e talvez algum conflito de proporções maiores.  Minha certeza é que somente os árabes podem mudar seu próprio destino e reverter o declínio de sua civilização. A esperança é que o acesso às mídias sociais, internet e mais informação possa causar uma mudança, que certamente passará pela revisão do papel da religião na sociedade e no estado, mais liberdade e tolerância tanto social quanto econômica.

Para nós espíritas, fica mais uma vez a lição de que a separação entre sagrado e profano, religião e ciência é um valor crucial para o progresso da humanidade e que o mesmo deve ser defendido  e propalado pelos espíritas, tanto dentro dos centros como na sociedade em geral. Kardec mostrou o caminho, cabe a nós seguí-lo e aperfeiçoá-lo. 

Artigo originalmente publicado no jornal ABERTURA em novembro de 2014.

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domingo, 11 de janeiro de 2015

Je suis Charlie - ABERTURA



E você?

Somos parte de uma organização cultural e nossa arma é a razão em suas várias expressões. Não podemos jamais concordar com atos terroristas, vivemos e defendemos a liberdade e os direitos fundamentais do Espírito.

O Jornal Abertura, o ICKS e seu blog demonstram claramente seu desagrado com o ocorrido em Paris, é preciso caminhar na direção do entendimento e da fraternidade.

Dê a sua opinião espírita sobre o ocorrido.

Alexandre Machado

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terça-feira, 6 de janeiro de 2015

A Educação e a Medalha Fields

A Educação e a medalha Fields

O matemático Artur Avila de 35 anos recebeu da União Internacional de Matemática a Medalha Fields,  cobiçada premiação que tem correspondencia a um Nobel de Matemática. Esta honra é definida a cada 4 anos e sempre é concedida a uma pessoa com menos de 40 anos de idade.
É a primeira vez que um brasileiro a recebe, nosso país que ainda não consegiu nenhum Nobel, desta forma esta pode ter sido a maior medalha ligada a educação ou melhor à preparação individual de um brasileiro.

Artur Avila segundo a revista Época começou a se dedicar fortemente a matemática na 5ª série, com 12 anos de idade, estudante do Colégio São Bento, no Rio de Janeiro, estimulado pelo casal de professores belgas Georges e Frédérique Papy , despertou a paixão pela matemática e também pelo francês.

“ A medalha Fields é um gol para a educação no Brasil, porque faz de Artur um exemplo para milhões de crianças, jovens e adolescentes de que existe, sim, um mundo de reconhecimento fora da cameras de TV, da fama do Facebook e dos gramados”. Um espírita não escreveria melhor, este texto de Bruno Astuto ex-colega de Artur na escola e também um apaixonado por matemática.

Os Espíritas lutam pela educação moral, intelectual e social da população terrestre pois, esta é a única forma de exercermos plenamente o nosso livre arbítrio. Só a razão permite o exercício da escolha consciente, que nada mais é do que livre pensar.

Alexandre Cardia Machado

domingo, 21 de dezembro de 2014

Uma revolução de amor - remédio uma análise - Da Redação

Mais um produto da fé 


                    Com o rótulo de um remédio convencional, o amorprazol é indicado para todas as famílias que buscam "uma revolução de amor". O nome soa comum aos ouvidos. Isso porque o produto gospel, espécie de jogo criado pelo Ministério Família Debaixo da Graça, com sede em Bragança Paulista (SP), foi inspirado no medicamento omeoprazol, usado para combater problemas gástricos. O poder antidivórcio, segundo o líder evangélico Josué Gonçalves, está dentro de cada uma das dez cápsulas, que guardam papéis com "princípios bíblicos ativos". 
                    Às vezes certas pessoas só não são mais ridículas por falta de espaço . Segundo o dramaturgo Nelson Rodrigues um dia o mundo seria dominado pelos cretinos fundamentais .  Casos como esse parecem indicar essa profecia.
                    Mas tranquilizo-me ao conhecer tantas pessoas de bom senso e de fazer parte de um grupo ( ICKS )  que prima pela racionalidade . Esse respeito à razão se deve ao constante contato e aprendizado com o  Espiritismo.
                    Soluções mágicas , palavras desconexas , pensamentos primários , não se coadunam com uma doutrina que é todo pensar , refletir e respeitar as decisões alheias .

Deixe a sua opinião!

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

A Falácia da Igualdade

               Nossa cultura latino-americana tem um traço muito forte de imediatismo, de busca de resultados rápidos através de atalhos que encurtem nossos caminhos. Falta-nos visão de longo prazo, paciencia e persistencia na busca de nossos objetivos. Um país de constrói ao longo de séculos, na melhor da hipóteses, ao longo de várias décadas.
               Quando analisamos os séculos de construção de alguns países bem-sucedidos, tidos como exemplos de igualdade e justiça social, tais como Holanda, Suécia, Dinamarca e Noruega, percebemos que a igualdade nunca foi um objetivo em si. A igualdade e justiça social que desfrutam foi, na verdade, consequencia da defesa intransigente da liberdade acima de tudo, da criação e manutenção de regras claras e instituições fortes para que os cidadãos pudessem sempre controlar o Estado, e não ao contrário, tudo isso ao longo de séculos.
               Alguns podem questionar, mas que liberdade é essa da qual você está falando? E a resposta, é melhor que seja a mais simples possível, a mais fácil de entender e que possa servir de fundamento para qualquer questão que envolva a relação entre um povo e seu governo. Estou falando de liberdade total, ampla e irrestrita, para fazer, pensar, falar, escrever, produzir, consumir, trabalhar, ir e vir, proferir sua fé, cuidar de sua família, errar, acertar, corrigir seus erros, até o limite que essa liberdade não interfira ou prejudique a liberdade e os direitos do próximo. É a liberdade com responsabilidade, aquela que você tem o direito de usufruir de toda riqueza que produz, assim como tem o dever e a obrigação de pagar pelos prejuízos que causa aqueles que estão a sua volta. E ao governo, caberá apenas garantir essa liberdade a seus cidadãos, a cada um individualmente e exatamente na mesma medida, sem nenhum privilégio a quem quer que seja, não importando a sua classe social, cor da pele, opção sexual, posição dentro ou fora do governo. Essa deve ser a única igualdade a ser perseguida e garantida pelo governo, a igualdade de todos os indivíduos perante a lei.
               Agora, vamos considerar a outra opção. Muitos podem e (ainda) tem a liberdade para discordar. São as pessoas que priorizam a busca da igualdade social, a defesa dos pobres e oprimidos como objetivo maior de qualquer governo. Sempre me faço as seguintes perguntas: quem define o nível certo de igualdade? Se as pessoas nascem diferentes, com características e habilidades distintas, qual critério deve ser usado para definir esse ponto de equílibrio em que todos estarão satisfeitos e felizes? Qual o momento certo de dizer "até aqui eu ajudo e daqui pra frente voce caminha sozinho? Onde isso acaba? E se não acaba? Será que existe alguém, algum partido político, algum grupo de pessoas tão superior e iluminado que seja capaz de coordenar esse processo e nos conduzir a esse estágio avançado de igualdade e equilibrio perfeitos?
               Os últimos que se julgaram iluminados e superiores, levaram milhões de pessoas a morte, alcançando a igualdade apenas na pobreza sendo o conceito de liberdade eliminado parcial ou integralmente.
               Eu escolhi defender um país livre. Acredito na liberdade, não acredito na igualdade. Nunca vi a igualdade funcionar nos últimos séculos. A liberdade não é perfeita, ela também causa dor e sofrimento em alguns momentos e a alguns grupos de pessoas, pois nem todos sabem usar essa liberdade, nem todos tem responsabilidade para administrar sua própria liberdade. Apesar de todas essas imperfeições, quando analisamos a história e a evolução dos países ao longo dos últimos séculos de maneira racional e sem preconceitos, fica claro e evidente que a liberdade já produziu mais riqueza, mais felicidadee, até mesmo, mais igualdade do que a própria igualdade foi capaz de produzir para si mesma.

Gisela Régis



sábado, 6 de dezembro de 2014

Entendendo Flávio Gikovate

Entendendo Flávio Gikovate

Em entrevista dada ao jornal o Estado de São Paulo para a divulgação de seu mais recente lançamento, o livro Mudar- Caminhos para a Transformação Verdadeira- o médico psiquiatra Flávio Gikovate fala das mudanças pessoais como transformações possíveis que podem ser verdadeiras, mas que são muito trabalhosas.
Coloca ainda que “graças a tecnologia as pessoas estão ficando mais individualistas e isto pode ser o fim do egoísmo”. Defende a tese que o egoísmo é necessariamente ruim e que sua matriz é a generosidade. O egoísta é aquele que recebe mais do que dá. E para que ele receba mais do que dá, alguém tem que dar mais do que recebe (generoso).
Tem fundamento esta colocação, mas será que o egoísta recebe mais necessariamente? E o generoso dá mais do que recebe?
Neste prisma que ele analisa principalmente nas relações parentais mais próximas isto pode ocorrer “uma mãe generosa tende a criar filhos egoístas, folgados naturalmente”. É uma possibilidade que pode ocorrer ou não. 



É próprio do egoísta não se colocar no lugar do outro, ele é um explorador que não tem sentimento de culpa.
Os avanços tecnológicos geram mudanças no estilo de vida, sendo a sociedade moderna individualista, cria a necessidade de autossuficiência e leva a situações não planejadas como o desenvolvimento de recursos próprios, desenvolvimento de habilidades, diminuindo a interdependência entre o egoísta e o generoso.
 O individualismo é o maior inimigo do egoísmo trazendo o seu fim.
Esta é uma análise do ponto de vista psicológico do egoísmo e não do ponto de vista moral.
O egoísmo nos dois aspectos não é nada bom, mas uma abordagem não obstrui a outra, pelo contrário, o entendimento fica mais consistente e amplo.
Mas e a generosidade? Como fica neste mundo de transformações.
Na Doutrina Kardecista onde a mudança e as transformações são traços necessários e fundamentais para a evolução do homem e do mundo, vemos as mudanças em relação ao servir ao próximo como possibilidade de abrir-se para outros prismas, tanto na atuação como no conceito.
Almejamos e trabalhamos para uma sociedade melhor que alcance outros patamares, onde a pobreza material não mais exista, onde não seja necessárias instituições de caridade, onde cada sociedade e indivíduo possa suprir suas necessidades e não necessitar de ajuda material.
O generoso, o solidário, o que gosta de servir terá um olhar diferente e mudará a sua forma de atuar.
Nós já começamos a observar essa mudança na atuação em muitos setores da sociedade, suprindo as mais diversas necessidades do ser humano que não ficam apenas no material. Muitos estilos de atuar para o bem comum que prezam acima de tudo a promoção social e não a interdependência que, é algo que diminui as possibilidades de cada um, e que não auxilia no crescimento pessoal e espiritual.

Cláudia Régis Machado

Resposta Brincadeiras do Kadu - Setembro de 2014

Setembro de 2014