terça-feira, 17 de fevereiro de 2015
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
Senso de Justiça - por Gisela Régis
O senso de Justiça, para alguns, é produto cultural, para outros, é inato ao ser humano. Não vamos entrar no mérito dessa questão porque, não há provas de uma ou de outra coisa, e sim meras especulações filosóficas. Para o Espiritismo, a idéia de Justiça abrange a possibilidade de sucessivas encarnações para a sua concretização.
O maior expoente da ciência no estudo científico das reencarnações é Ian Stevenson, da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, que conseguiu comprovar centenas de casos de reencarnação em diversos países ocidentais e orientais. Todavia, outras centenas de casos estudados ficaram sem comprovação. Assim, a reencarnação, sob o ponto de vista científico, continua sendo uma possibilidade aceita por alguns e refutada por outros, permanecendo mais como uma questão de fé do que de ciência. Cumpre observar, todavia, que não apenas o Espiritismo é reencarnacionista, mas também uma variada gama de outras religiões, principalmente orientais.
Pois bem. Tomemos como possível a existência de sucessivas reencarnações da alma, a fim de que possamos analisar a ideia espírita de Justiça. Allan Kardec, em “O Livro dos Espíritos”, questão 8751, pergunta aos espíritos como se deve definir a Justiça, ao que respondem: “A Justiça consiste no respeito aos direitos de cada um”. Essa definição não está inconforme com o Direito posto, ao longo dos séculos da história da Humanidade. Continuando, pergunta Kardec o que determina esses direitos e os espíritos respondem que “são determinados por duas coisas: a lei humana e a lei natural. Como os homens fizeram leis apropriadas aos seus costumes e ao seu caráter, essas leis podem variar com o progresso (...). O direito dos homens, portanto, nem sempre é conforme a Justiça. Só regula algumas relações sociais, enquanto na vida privada há uma infinidade de atos que são de competência exclusiva do tribunal da consciência”. Para Allan Kardec, a verdadeira lei de Justiça está associada ao amor e à caridade, razão porque acrescenta que “o critério da verdadeira Justiça é de fato o de se querer para os outros aquilo que se quer para si mesmo, e não de querer pra si o que se deseja para os outros, o que não é a mesma coisa”.
Algumas interpretações mais conservadoras da Doutrina Espírita entendem que se deve suportar as dores do mundo como obra da Justiça, decorrentes de atos faltosos da vida pregressa. Isso leva a um tipo de resignação descabida em nossos dias, quando a evolução da Humanidade nos ensina a lutar pelos nossos direitos. Assim, as correntes mais recentes da hermenêutica espírita põem a ênfase sobre o livre-arbítrio do homem, para reivindicar o que lhe for de direito e assim ir tecendo a sua história, com liberdade de decisão. Assim, vemos que a idéia de Justiça espírita abrange leis mais amplas do que as dos homens e a extrapola, incluindo a possibilidade de reencarnação, para a consecução dessa mesma idéia de Justiça.
por Gisela Régis
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Quem roubou a nossa água? - por Alexandre Machado
Quem roubou a nossa água? - por Alexandre Machado
Este título pode
ser considerado uma paródia ao nome de um best
seller e livro de auto-ajuda gerencial “ Quem roubou o meu queijo?”. Parece
ter sentido, pois quando consumimos a água encanada, em nossas casas, em geral
não nos preocupamos muito com o como obtivemos e tratamos a mesma, geralmente
consideramos a água como um recurso infinito.
No dia 28.11.2014 o ICKS recebeu o Sr. Rodolfo José Bonafim, Engenheiro e
membro da ONG Amigos da Água que muito nos ajudou a compreender a problemática
que passaremos a relatar.
Aínda que a água
seja abundante na Terra pois 2/3 da sua superfície está coberta por água do
mar, a água doce corresponde a uma
parcela muito pequena, 3% apenas incluíndo aí as geleiras e as calotas polares,
portanto toda a atenção é necessária a este recurso limitado.
Historicamente,
lutar por mananciais aquíferos fez parte de nossa geopolítica, muitas fronteiras
entre países foram definidas por rios que na antiguidade eram um obstáculo
difícil de ser superado por exércitos e fácil de ser defendido por aqueles que
estavam fortificados na outra margem. O controle da água significava o sucesso
ou não de uma nação.
Sabemos também
que sem água, não vivemos, após algumas horas já podemos morrer por
desidratação, dependendo das condições ambientais. Com todo o exposto
deveríamos dar muito mais importância a como, nossos governos cuidam do
acúmulo, uso e tratamento da água e como cidadãos vigiar-nos enquanto
consumidores.
Como espíritos,
precisamos de corpos em boas condições e de um ambiente saudável para
exercermos plenamente nosso livre arbítrio e com isto evoluírmos.
O estado de São
Paulo, vive uma grande crise de falta de chuvas, comparadas às médias anuais, enfrentamos
um período de 2 anos de seca, ora na Região Sudeste, é justamente onde se concentram as principais
hidroelétricas do país, o uso da água doce, fica então dividido entre o consumo
humano e a geração de energia.
Para os
nordestinos este problema sempre esteve na agenda dos governantes, mas no
sudeste do Brasil, isto é uma novidade. Pensando nisto optamos por trazer o
assunto à pauta, pois cada um de nós precisa se conscientizar e multiplicar as
boas práticas de consumo consciente. Evoluímos como sociedade, mas precisamos
discutir mais os problemas que nos afetam e juntos contribuírmos para a sua
solução.
Temos, como
espíritos encarnados a inteligencia como nosso mais forte fator de mudança, repetimos
isto o tempo todo, mas parece que não conseguimos dar um exemplo prático de sua
aplicação no dia a dia, assim aqui vai um: reduzir o consumo, eliminar o
desperdício por vazamentos e influenciar os nossos deputados, é isso mesmo,
acabamos de elegê-los, mandemos mensagens aos nossos deputados.
Temos o poder para acelerar as medidas de engenharia
necessarias para aumentar a captação de água. Não poderemos esperar que 20
milhões de pessoas fiquem sem água para agirmos, temos que dar o sentido de
urgência.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
O que é ser progressista? Por Alexandre Cardia Machado
Esta questão se
faz importante num momento em que a humanidade alcança avanços impressionantes
em todos os campos de conhecimento, a ciência a cada dia nos tráz novidades, a
medicina, a internet, os meios de comunicação. No campo das questões sociais
nos parece que o avanço é mais lento, pois esbarra em alguns pontos que
gostaríamos de discutir aqui.
O progresso
social depende da cultura, das características do país, da política, mas
principalmente da economia. Muitos dirão e com razão que tudo depende da
política, pois é neste campo que se discute as relações entre os poderes e suas
consequências no campo social e finalmente na vida de cada cidadão. Então para
ser progressista no campo social há que se permear a política. Nosso jornal
desde o seu nascimento teve uma proposta de abertura, ao pensamento espírita, a
atuação e participação social, à questão cultural em nosso campo de ação na
ruptura com a religião espírita.
Recentemente
fomos chamados por um companheiro espírita de não progressistas por termos uma
linha de editoriação que não se relaciona diretamente com a esquerda política.
Ficamos pensando, ah! então o termo progressista estaria ligado necessariamente
a uma ideologia? Mas como assim? Talvez a uma ideologia progressista? Acontece
que isto não existe, ideologias, sejam elas de esquerda ou de direita, elas,
assim como as religiões não são progressistas. Existem movimentos sociais
progressistas, que lutam por direitos humanos, como por exemplo no passado pela
maior participação feminina, pelo direito ao divórcio, pela redução das jornadas
de trabalho, nem todas ideias de esquerda, mas certamente nenhuma delas de
direita, daí talvez a ideia ou vontade da apropriação do conceito progressista.
O ABERTURA
sempre se posicionou contra os atos de desrespeito aos direitos humanos e aos
atos de fé sem raciocínio, sejam eles atos de fé religiosa ou ideológica. Este
jornal foi contra a invasão do Afeganistão pelos EUA inclusive colocando uma
faixa negra escrita paz em branco, em frente ao ICKS, pois foi um ato sem apoio
internacional. Mas também não fomos e não seremos favoráveis a nenhum ataque terrorista, pois
somos fundamentalmente a favor da paz.
Nos sentimos à
vontade de comentar qualquer ato de corrupção ativa ou passiva, sem nos
preocuparmos por qual partido está por tráz, a corrupção talvez seja o maior
mal que devemos nos livrar na sociedade atual. Ele carrega consigo toda uma
marginalidade, um desrespeito a todos os cidadões por aqueles que recebem o mandato
em seu nome. O ABERTURA defende o voto consciente, sem fazer campanha
partidária, que cada um analise e pense em qual candidato melhor representa o
seu conjunto de valores.
O ABERTURA
possui colunistas que assinam as suas matérias, não fazemos censura, desde que
o tema seja espírita ou relevante à sociedade e abordado sob a ótica espírita,
ele será publicado, os editoriais em sua grande maioria são publicados sem
assinatura por representarem a opinião do Jornal ABERTURA, normalmente escritos
pelo seu Editor-chefe, como fazem todos os veículos jornalísticos.
O nome Abertura
existe justamente por escrevermos sobre temas que outros jornais espíritas não
abordam, revisamos textos de Allan Kardec que precisam ser atualizados,
comparamos textos mediúnicos com textos de Allan Kardec para análise, algo que
todo espírita deveria fazer, lançamos temas novos, questões sociais, promovemos
debates, todo um conjunto de ações em nosso entender progressistas. Temos
consciência de manter um canal aberto contra a mesmice e por isto lutamos
constantemente para nos atualizarmos.
Mantemos o
convite permanente aos nossos leitores que nos escrevam, que nos ofereçam a sua
posição, através de nosso email ou de nosso blog, onde postamos algumas de
nossas matérias e outras questões mais polêmicas, em um meio mais livre como deve
ser o ambiente de internet. Temos um grande prazer em publicar as mensagens ou
matérias enviadas.
Se isto não é
ser progressista então talvez tenhamos que usar o termo aberto para nos definir,
pois em essência é o que somos.
O que é ser progressista
segundo algumas referências ? Na wikipédia uma definição livre é “O
progressismo é uma doutrina política ou corrente filosófica muitas vezes
relacionada ao evolucionismo e ao positivismo. O progressismo expressa a crença
ou o desejo de evolução, desenvolvimento, aperfeiçoamento, superação. Opõe-se
ao conservacionismo. Políticas
progressistas são aquelas que propõem mudanças sócio-econômicas radicais, para
o desenvolvimento e o progresso da sociedade.” – nestes dois sentidos somos
progressistas.
O diário online
de português assim define a palavra, casualmente da mesma forma que Aurélio
Buarque de Holanda –“que, ou pessoa que tem idéias políticas e sociais
avançadas. Favorável ao progresso; que não é conservador ou reacionário.” Neste
sentido o Abertura é progressista.
Publicado Originalmente no Jornal Abertura - Maio de 2014
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
Tolerância Religiosa - postado por Gisela Régis
Tolerância
Pierre Bayle, filósofo francês do século XVI, ensinou há mais de trezentos anos que "a tolerância deve ser praticada entre as religiões, e o Estado não pode ser instrumento de perseguição em nome de uma determinada fé."
Cerca de 4 milhões de pessoas foram as ruas contra jihadismo, o fascismo do século XXI, o "islamofascismo", neologismo que descreve com perfeição o fenomeno de intolerância e de imposição pelo terror do totalitarismo em nome da religião criada por Maomé no século VII da era cristã. Provando que o atentado teve efeito inverso ao pretendido. O fundamentalismo e o extremismo pereceram ante a indignação européia. Laços humanos se apertaram em torno de um ideal de liberdade que, naquele solo revolucionário, parece brotar nos momentos mais difícieis. Em suma, não houve vingança do profeta. A satisfação em um plano espiritual, jamais se completaria.
Surgiu, sim, o manto da solidariedade pairando acima da república mais significativa da história, formada contra um regime ainda mais tirânico e conspirador. Apesar do massacre, ainda existe esperança neste mundo. A civilidade venceu!
domingo, 18 de janeiro de 2015
É Preciso saber viver - por Alexandre Cardia Machado
É Preciso saber viver - por Alexandre Cardia Machado
Desta guerra, você participa todos os dias!
Era apenas uma
manhã normal de segunda-feira, eu estava indo buscar minha esposa na academia
apenas poucas quadras de minha casa.
Para me deslocar de automóvel até la tenho que passar por algumas ruas de pouco
movimento e de velocidade máxima de 40 km/h.
Num cruzamento,
onde a preferencial era no meu sentido, alguma coisa, talvez um pressentimento
me fez reduzir muito a velociade e verificar se na outra via haviam placas de
pare, olhei pros dois lados e vi a placa e também a inscrição de pare no
asfalto. Foram quem sabe 2 segundos, segui em frente, neste momento passa uma
camionete de entrega a mais de 60 km/h, o motorista não quiz saber de nada,
passou direto, não deu importância aos sinais claros de trânsito, não parou.
Caso eu, que
estava na preferencial, não tivesse reduzido a velocidade potencialmente
estaria morto, pois o choque do mesmo seria na minha porta, este editorial só
seria possível por via mediúnica.
Este episódio me
fez pensar, onde estamos? Ciclistas, pedestres, motoqueiros e entregadores de
todos os tipos, simplesmente ignoram a sinalização de trânsito, transformando o
ato de dirigir um automóvel, numa verdadeira roleta russa.
Aqui nem se
trata da aplicação da lei do mais forte, é uma total insensatez, pois em geral
são veículos leves, altamente vulneráveis, dirigidos por pessoas irresponsáveis
que arriscam a sua própria vida e colocam a de outrem em risco também.
As vias de
circulação das cidades ficaram pequenas com o aumento astronômico do número de
veículos. Acidentes de trânsito e mortes por assassinato rivalizam no topo das
estatísticas de mortes evitáveis em nosso país.
Como dar um
basta a isto, existe um símbolo que está sendo adotado por cidadões
conscientes, que param nas faixas de pedestres e que tentam pelo exemplo
difundir um pouco de cidadania, mas a maioria não está nem aí! Os jornais
impressos ou televisivos mostram as cenas, fotos expõe a estatística mas nada
disso tem efeito prático, parece que todos tem muita pressa, mesmo que seja
para chegar logo e não fazer nada depois.
Precisamos
baixar a velocidade. Na capital paulista todas as vias de circulação, no
governo Kassab, tiveram a sua velocidade reduzida, mas cada um de nós, precisa
internalizar que, no espaço confinado de uma cidade, onde a população aumenta e
os meios de transportes individuais são múltiplos e em excesso, todos devem
saber viver e reduzir a velocidade.
Os dados acima
são obtidos através da requisição do DPVAT, não contém os mesmos dados do
ministério de saúde que são mais amplos,o DPVAT é aquele seguro obrigatório que
todos os proprietários de veículos pagam junto com o IPVA, está aqui para
demonstrar sem sombra de dúvidas que existe uma tendência de aumento no número
de vítimas, ora, como espíritas somos a favor da vida e não podemos ficar
calados.
A causa
principal é a imprudência, cerca de 90% dos casos esta é a razão do acidente,
excesso de velocidade, descuido com a sinalização, falta do uso de cinto de
segurança, dirigir embreagado e por aí vai.
Jaci Régis em
seu clássico livro Comportamento Espírita de 1981, assim se refere a nós
passageiros deste planeta “ ... o homem do nosso século (XX), como vimos, traz
uma história, uma ficha de aprendizagem, em que estão inculcadas normas,
regras, traumas e pressões a que tem sido submetido no transcorrer dos tempos ...” Estes espíritos que hoje estão encarnados
expressam o seu comportamento de uma forma complexa, transfere para o
automóvel, para a motocicleta a vontade de ser livre, poderoso, alienando-se
dos riscos envolvidos, tem o comportamento otimista, de que os outros são tolos
eles são espertos, bloqueiam a entrada em suas mentes às estatísticas, como se
jamais fossem atingidos por elas,
podemos esperar melhoras? É evidente que sim, chega uma hora em que mais
e mais pessoas acidentadas, portadoras de deficiências físicas e psíquicas
causadas pelos acidentes de transito se farão presentes, novas regras e ações
de engenharia nos obrigarão a reduzir a velocidade a força, o indivíduo pode
trasgredir, mas a sociedade termina por reagir e impor limites a liberdade.
Finalmente, como
Espíritas devemos dar o exemplo e mostar que é possível saber viver e ao dirigir,
ser cuidadoso, dirigir defensivamente – como diz Jaci, no livro citado fazendo
referencia a música de Geraldo Vandré – “quem sabe faz a hora não espera
acontecer”.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
Pela Liberdade de Imprensa por Marcelo Régis
Escreve um artigo, me pede o editor e líder do Abertura, Alexandre.
Confesso que tenho sido relapso e não tenho contribuído tanto quanto gostaria para
o Abertura. Porém o chamamento acima me
remeteu a reflexão sobre a imprensa espírita, liberdade de imprensa e o
privilégio de viver em um país onde a liberdade de expressão está garantida,
pelo menos por agora.
Digo privilégio, pois liberdade de imprensa é exceção no contexto
global. O mais recente relatório da ONG americana Freedom House, revela que a
liberdade de imprensa atingiu o nível mais baixo em dez anos. Segundo esse
estudo em 2013 apenas 14% da população vivia em países onde a imprensa é livre
(Noruega, Suécia, Dinamarca e Holanda por exemplo). Entre os 197 países
analisados, 63 foram classificados como livres (quase toda a Europa ocidental, Austrália,
Japão, mais EUA e Canadá nesse grupo),
68 como parcialmente livres (Brasil, Índia e Argentina estão nesse grupo)
e 66 como não livres (Cuba, Rússia, Coréia do Norte, China e Venezuela nesse
grupo). Segundo a ONG, a piora da
liberdade de imprensa se deve ao desejo dos governos de controlar a informação
por meio de intimidação física a jornalistas, restrições ao trabalho de
repórteres estrangeiros e mais impedimentos aos veículos online. No Brasil a
ONG cita a morte de três jornalistas em 2013, muitos outros atacados durante os
protestos populares, ameaças na justiça contra blogueiros e alto número de
pedidos governamentais para a retirada de conteúdo online.
No Brasil, o debate sobre controle da mídia, império da mídia e outras
denominações está sempre presente nos discursos de partidos e candidatos. É
patente que seria muito mais fácil para governantes corruptos que 100% da mídia
fosse chapa branca e amiga – assim nunca nenhuma falcatrua seria divulgada e o
país seria um verdadeiro mar de rosas. Nos últimos tempos, em que ninguém
assume por seus erros ou malfeitos, mesmo quando o flagrante é óbvio, a guerra de
versões e afirmações falsas repetidas ao infinito superam qualquer análise de
fatos mais ponderada. A proliferação de
blogs, páginas online e do facebook auxilia ou dificulta o processo? No meio espírita,
não temos realmente uma imprensa livre, pois cada periódico segue a linha
editorial e doutrinária de seu grupo patrocinador e pouco espaço (se algum) é
aberto a confrontação de idéias ou ao outro lado da moeda. No final nossos
periódicos falam o que o público assinante quer ouvir, ou seja doutrinamos a nós
mesmos. A imprensa espírita é de fato um instrumento de doutrinação e
confirmação das idéias de seus editores e grupos patrocinadores. Felizmente
temos uma gama grande de periódicos o que permite aos leitores realmente
interessados compreender a diversidade de pensamento no movimento espírita.
Mais recentemente as listas de discussão e blogs espíritas entraram no
circuito, mas também reproduzem o mesmo panorama. Além do mais, por sua própria
natureza, as listas de discussão via email ou internet propiciam debates
intermináveis e quase sem nenhuma conclusão ou fechamento dos assuntos,
dificultando o aprofundamento de tópicos e o avanço das idéias.
Qual o futuro da imprensa escrita? Estariam os periódicos fadados ao
declínio e morte? E a imprensa espírita? Penso que a imprensa escrita, jornal
deve sim estar com seus dias contados. Provavelmente em alguns anos 100% da
comunicação será através de meios digitais e os jornais impressos devem
desaparecer. A informação estaria disponível através de sites, e outros meios
digitais online, com maior rapidez. Essa massificação de meios, provavelmente
vai gerar num primeiro momento uma redução da qualidade, pois todos terão meios
de expressar suas verdades e opiniões, e repetir ao infinito suas convicções, sejam
elas embasadas em fatos, ciência ou não. Com o tempo, somente a credibilidade e
independência de alguns deve prevalecer. Quanto a imprensa espírita deve seguir
o mesmo caminho, ou seja da proliferação de meios, pessoas e grupos expressando
suas idéias. Se teremos público para consumir todo esse material, isso é outra
conversa. Uma certeza fica, o Espiritismo, como ciência da alma, progressista e
confiante no progresso da humanidade necessita da liberdade de expressão e de
imprensa para florescer. Assim os verdadeiros espíritas deveriam ser defensores
ferrenhos desse direito, acima de outras convicções ideológicas ou partidárias.
Só pode existir Espiritismo progressista, científico num ambiente de liberdade
de expressão e debates de idéias. Sem esse ambiente o espiritismo morrerá ou
virará uma religião dogmática e fechada.
Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Junho de 2014
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
Liberdade de Imprensa - Jaci Régis. Pode-se também ver o mesmo texto em espanhol na tradução de Jon Aizpúrua
Jaci Régis desencarnou em Dezembro 2010, buscamos suas sábias considerações para abrilhantar a discussão sobre este tão importante tema para a sociedade. Deixe o seu comentário em nosso blog.
O argumento é
conhecido.
Liberdade de Imprensa
Volta e meia
políticos de tendência totalitária, tentam cercear a liberdade de imprensa no
Brasil. Durante a ditadura Vargas, durante a ditadura militar, a imprensa foi
censurada, perseguida.
Como a história
nos ensinou e em tempo bem curto, os regimes totalitários de qualquer tendência
primam por amordaçar qualquer oposição, tem aversão à crítica. A palavra
democracia que tanto pronunciam tem o sentido de escárnio em suas bocas.
Quando da
experiência da União Soviética e dos países da cortina de ferro vimos que
“povo” é palavra que eles usurpam e nunca esteve no poder, mesmo que as
repúblicas fossem designadas como populares. Como foi denunciado por dirigentes
o que houve foi a instalação de uma oligarquia composta de indivíduos que se
perpetuam no poder e não titubeiam em matar, prender, expulsar quem seja contra
seu domínio. Os registros históricos são recentes.
Aqui no Brasil,
um grupo remanscente das lutas armadas que pretendia instalar uma ditadura
socialista no páis e que se agruparam em partidos legais, usufruindo da
democracia real, assumiram a direção de órgãos que podem propor e mobilizar em
favor da censura à imprensa.
Não devemos
esquecer que em todos os países ditatoriais de esquerda, a imprensa foi
simplesmente liquidada restando jornais oficiais, como atualmente em Cuba,
China, Coréia do Norte e em parte na Venezuela.
A imprensa
nesses regimes é meio de manipulação dos fatos. Tratam de dar sempre a versão
do governo e das ideologias que defendem. Nunca publicam fatos e acontecimentos
que não interessam ao poder central. E muio menos fazem críticas.
De um lado estão
eles, em nome do povo, dos pobres, dos excluídos. No meio a população que
pretendem “preservar” das idéias liberais, democráticas. De outro, os tubarões,
no caso, os donos dos meios de comunicação que são alicerces da democracias.
Como são
postulantes da ditadura proletária, odeiam o capitalismo, que não foi
derrotado, acusando, contudo, que o regime é dominado por burgueses e pequenos
burgueses, obstáculo a serem derrubados no juízo marxista. Embora os que estão
em altos postos sejam burgueses bem situados. Não titubeiam em usufruir os
benefícios do capital.
Po que estamos
tratando deste assunto?
Porque o
Espiritismo é totalmente contrário à ditadura. A liberdade é um dos seus
alicerces e não fora a França, na época de Kardec, um país liberal e o
Espiritismo não teria chance porque também a Igreja exerceu a censura,
amordaçou enquanto pode. E o fez no Brasil, onde o Espiritismo foi perseguido
por cerca de 100 anos.
As bandeiras da
esquerda são, intencionalmente, generosas, falam da igualdade, da fraternidade.
Todavia, não podemos confundir nossa generosidade, nosso igualdade, nosso
fraternidade com o materialismo e com grupos que representam a tradição de
sangue e morte.
Jaci Régis
Nota da redação:
Artigo publicado no Abertura de julho de 2010 e repetido em abril de 2014.
Com muito gosto acrescentamos esta tradução ao Espanhol e nota de Jon Aizpúrua, referente a este texto.
Com muito gosto acrescentamos esta tradução ao Espanhol e nota de Jon Aizpúrua, referente a este texto.
COMPAÑEROS
DE C.E.P.A. : me permito traducir un artículo escrito por
nuestro inolvidable amigo Jaci Regis (Santos, SP, Brasil) notable pensador
espírita, y que fuera publicado en
“Abertura”, el periódico por él fundado y dirigido hasta el momento de su
desencarnación, y que hoy continúa publicándose en la ciudad de Santos, como
órgano del Instituto Cultural Kardecista, bajo la dirección de Alexandre Cardia
y contando con el respaldo intelectual de un selecto grupo de estudiosos del
Espiritismo que siguen divulgando y profundizando una visión espírita,
nítidamente kardecista, laica, librepensadora, humanista, progresista.
En
este breve artículo Jaci expresa sin rodeos su postura contraria a los sistemas
totalitarios de cualquier signo y en especial a las dictaduras de izquierda que
son especialistas en manipulación propagandística y que en nombre de la
justicia social acaban empobreciendo a los pueblos que sojuzgan y les niegan
los más elementales derechos a la libertad de expresión, de organización y de
conciencia.
Creo
que vale la pena leerlo, estudiarlo y difundirlo.
Jon Aizpúrua
LIBERTAD DE
PRENSA
Por JACI
REGIS
Están
a la vuelta políticos de tendencia totalitaria que intentan cercenar la libertad
de prensa en Brasil. Durante la dictadura de Getulio Vargas, la prensa fue
censura y perseguida.
Como
la historia nos ha enseñado, y en tiempo muy corto, los regímenes totalitarios
de cualquier tendencia se empeñan en amordazar cualquier oposición, puesto que
tienen aversión a la crítica. La palabra democracia que tanto pronuncian tiene
el significado de escarnio en sus bocas.
Durante
la experiencia de la Unión Soviética y de los países de la cortina de hierro,
vimos que “pueblo” es la palabra que ellos usurpan y sin embargo nunca estuvo
el pueblo en el poder y eso que las repúblicas se designaban como “populares”.
Como ya fue denunciado por dirigentes lo que sucedió fue la instalación de una
oligarquía formada por individuos que se perpetúan en el poder y no titubean en
matar, encarcelar o expulsar a cualquiera que esté contra su dominio. Los
registros históricos son recientes.
Aquí
en Brasil, grupos remanentes de las luchas armadas que pretendían instalar una
dictadura socialista en el país y que se agruparon en partidos legales,
usufructuando la democracia real, asumieron la dirección de organismos que
podían proponer y movilizar a favor de la censura a la prensa.
No
debemos olvidar que en todas las dictaduras de izquierda, la prensa fue
simplemente liquidada, quedando solamente órganos oficiales como sucede
actualmente en Cuba, China, Corea del Norte, y en parte en Venezuela. La prensa
en estos regímenes es un instrumento de manipulación de los hechos en el que
siempre se da la versión del gobierno y de las ideologías que defienden. Nunca
publican hechos o acontecimientos que no interesen al poder central y mucho
menos hacen críticas.
El
argumento es conocido: de un lado están aquellos que hablan en nombre del
pueblo, de los pobres o de los excluidos. En el medio se halla la población a
la que pretenden “preservar” de las ideas liberales y democráticas. Del otro
lado, están los “tiburones”, es decir, los dueños de los medios de comunicación
que constituyen las bases de la democracia.
Los
primeros son promotores de la dictadura proletaria, odian el capitalismo,
régimen dominado por burgueses y pequeñoburgueses que deberán ser derrumbados
en el juicio marxista. Sin embargo, no titubean cuando se trata de disfrutar de
los beneficios del capital.
¿Por
qué estamos tratando de este asunto?
Porque
el Espiritismo es totalmente contrario a la dictadura. La libertad es uno de
sus pilares, y si Francia, en la época de Kardec, no hubiese sido un país
liberal el Espiritismo no hubiera tenido oportunidad, ya que también la Iglesia
ejercía la censura y lo amordazó cuanto pudo. Y lo hizo en Brasil, donde el
Espiritismo fue perseguido durante cerca de cien años.
Las
banderas de la izquierda son aparentemente generosas ya que hablan de igualdad
y de fraternidad. Sin embargo, no debemos confundir nuestra generosidad,
nuestra igualdad o nuestra fraternidad con el materialismo y con agrupaciones
que representan la tradición de la sangre y de la muerte.
Marcadores:
Allan Kardec,
Artigos de Jaci Régis,
CEPA,
CEPA Brasil,
ciência da alma,
Espiritismo Livre pensador,
Imprensa Espírita
terça-feira, 13 de janeiro de 2015
Como Conviver com a Barbarie? - Alexandre Cardia Machado
Nos últimos anos,
quando já pensávamos que a humanidade havia passado o limite da barbárie,
alguns conflitos com base religiosa teimam em nos provar ao contrário, nos
obrigando a comentar e tomar partido.
Nos anos 90, o
desmanche da Iugoslávia, nos mostrou cenas absurdas de extermínios causados por
cristãos sobre muçulmanos, que resultou com a intervenção da OTAN, para evitar
o pior.
Cenas como estas
repetem-se ainda hoje em alguns países africanos, como por exemplo o Sudão que
dividido por lutas religiosas em dois países, continuam matando e causando
terror nas populações interioranas. Na década de 80, também do século passado
no Camboja, tivemos, quem sabe o pior dos piores regimes liderado pelo Kmer
Vermelho, que recrutava crianças para seu exército.
Vemos com muita
preocupação o que se passa no Oriente Médio, protagonizado pelo chamado ISIS ou Estado Islâmico – grupo formado
por muçulmanos sunitas, que pretendem estabelecer um califado na região onde hoje
existem a Síria e o Iraque.
Esta região foi
dividida, não por povos ou facções muçulmanas, mas sim pela queda do domínio colonial europeu, criando uma geopolítica já
com um grande potencial de litígio, some-se a isto todos os interesses
relacionados ao fator petróleo.
Todas as semanas
recebemos notícias de que o Estado Islâmico decapitou alguns homens aqui, algumas mulheres lá – provocando pânico nas
populações, usando da mesma formula que tantos outros grupos fizeram no passado,
como já citado, ao lutar contra governos poderosos. Hoje toda esta problemática
se multiplica pela instantâneadade que a internet possibiliza, cenas de
decapitação ao vivo, para provocar o medo não apenas localmente, mas
globalmente.
A reação do ocidente,
desta vez apoiado por vários governos islâmicos locais não poderia ser outra,
segue-se o protocolo, leva-se o problema ao Conselho de segurança da ONU e
inicia-se um bombardeio aéreo. O mundo civilizado, estabelece regras mínimas de
ética a ser aplicada em situações de guerra, é a chamada Convenção de Genebra,
que evidentemente estes grupos não se submetem.
Allan Kardec, na questão 749 do Livro dos Espíritos,
nos oferece o esclarecimento dado pelos Espíritos, em 1858 com relação à
validade desta prática odiosa.
749. Tem o homem
culpa dos assassínios que pratica durante a guerra?
“Não, quando constrangido pela força; mas é culpado das crueldades que
cometa, sendo-lhe também levado em conta o sentimento de humanidade com que
proceda.”
Não existe, sob esta
ótica, justificativa para execução sumária, sem julgamente e amplo direito de
defesa, de prisioneiros de guerra, ou de qualquer outro tipo de execução por
discordância de pensamento.
Segundo o diretor da
entidade oposicionista - Observatório Sírio de Direitos Humanos - Rami Abdulrahman, disse que, na última semana de setembro que cinco
combatentes curdos que lutavam contra o Estado Islâmico, incluindo três
mulheres, e mais quatro rebeldes árabes sírios foram capturados e decapitados
na terça-feira em um local 14 quilômetros a oeste de Kobani, uma cidade curda
cercada pelo Estado Islâmico, nas proximidades da fronteira turca.
"Não sei por que
foram presos e decapitados. Somente o Estado Islâmico sabe o por quê. Eles
querem assustar as pessoas", disse ele.
Não há como concordar
com isto e ao não concordar, infelizmente somos obrigados a apoiar a
intervenção militar, apesar de todos os problemas e perdas de vida que a mesma
provoca.
Texto Originalmente publicado como Editorial no Jorna Abertura em Outubro de 2014.
Artigos Relacionados:
segunda-feira, 12 de janeiro de 2015
A Tragédia do Mundo Árabe - Marcelo Régis
Mil anos
atrás, as maiores cidades mundiais, onde cultura, inovação e tolerância
floresciam estavam quase todas no mundo islâmico. Bagdá, Damasco, Cairo e Córdoba
eram centros dinâmicos de conhecimento, tolerância e comércio muito superiores
e mais avançados que qualquer cidade ocidental. A tolerância religiosa sempre
foi um marca do islamismo, onde judeus e cristãos eram respeitados e a
conversão religiosa pela força não era uma marca – muito diferente do mundo ocidental
com seus expurgos e perseguição sistemáticas principalmente aos judeus a longo
da história. Hoje o mundo árabe islâmico se encontra quase que totalmente
destruído, dominado pela miséria e fanatismo religioso que ameaça não só esses
países como também a paz mundial. Os eventos capitaneados pelo grupo terrorista
EI, com decapitação de inocentes transmitidas ao vivo e em cores, remete ao que
pior pode oferecer a brutalidade da raça humana.
Por que os
povos árabes islâmicos, têm falhado sistematicamente em criar países
democráticos, abertos e mais felizes? Por que os mesmos não conseguem gerar
riquezas e bem estar duradouro à uma população de mais de 350 milhões de
pessoas, apesar da abundância de petróleo? O que faz essas sociedades tão
susceptíveis a regimes totalitários e fanáticos? Com certeza esse atraso não
tem nada a ver com a falta de habilidade, inteligência e outros atributos
desses povos. Afinal somos todos espíritos providos das mesmas condições e
anseios de liberdade e progresso.
A questão é
complexa e não tenho a pretensão de analisar nesse artigo todas as interações e
causas do problema. As mesmas são diversas, passando pelas consequências geopolíticas
da 1a e 2a guerras mundiais que redefiniram de forma
artificial fronteiras e domínios na área, o imperialismo ocidental e a influência
soviética na área como consequência da guerra fria que definiram regimes e
alianças, a transição rápida de uma sociedade rural e analfabeta para um mundo
conectado onde as diferenças entre ricos e pobres são chocantemente visíveis e
o abismo de riquezas imenso. Para piorar, tudo azeitado e inflamado pelas
enormes reservas de petróleo existentes na área, colocando ainda mais lenha
nessa fogueira ardente.
A questão que
gostaria de ressaltar é como o fanatismo religioso desses estados tem uma clara
influência causal na condição atual dos mesmos. O islamismo, ou as recentes
interpretações da fé islâmica, está na raiz dos problemas desses povos. Na
intepretação fundamentalista que domina a região, o estado laico não existe e
estado e religião são intrinsicamente ligados, sendo que os representantes da
fé definem leis e costumes. Também não existe separação clara entre a religião
e poder judiciário, pois na maioria das vezes juízes são sacerdotes, os mesmos
que fazem as leis, definem sua aplicação e punição aos desvios, criando uma
sociedade tolhida e totalitária, onde criatividade,
diversidade e liberdade são inexistentes ou reprimidas aos máximo. Para piorar,
mesmo entre os seguidores, são diversas as correntes de interpretação do Corão
e parece que existe uma escalada absolutista entre os diversos grupos que lutam
pelo poder e domínio na área, cada um oferecendo opções de sociedade mais totalitárias
e bárbaras na tentativa de oferecer algum norte, algum caminho aos milhões de
miseráveis que habitam a área. Esse norte politico-religioso também gerou
economias de inspiração absolutistas, soviéticas onde o planejamento central e
governamental domina a vida econômica. Como demonstrado em todas as
experiências históricas, onde não existe liberdade econômica, onde o estado
controla e planeja a sociedade com mão de ferro, onde não existe liberdade,
também não existe crescimento, bem estar duradouro e progresso social.
Kardec
sabiamente e há 157 anos atrás já vislumbrava os problemas que a mistura entre
religião, estado e ciência ocasionava – afinal o ocidente teve séculos de
experiência durante a Idade Média para experimentar na pele as mesmas. Por isso
o mestre definiu o Espiritismo como ciência, separada da religião. A intenção
era ver o mesmo livre da contaminação dogmática, absolutista que
intrinsicamente toda e qualquer religião enseja – afinal não se pode criticar,
ou alterar os dogmas aparentemente recebidos diretamente de Deus. Isso seria
duvidar da onipotência e onisciência do Mesmo. Enquanto a Doutrina Espirita
ainda discute o tema e a maioria de seus adeptos seguem a linha religiosa, o
mundo ocidental, não sem muitos percalços e problemas, seguiu com a separação
entre estado e religião, ciência e religião. Essa separação permitiu que a
criatividade e inovação florescesse no ocidente a partir do Renascimento
enquanto o mundo árabe islâmico fazia o caminho inverso.
Voltando ao
mundo árabe islâmico, a situação é tão crítica, complexa e arraigada que é
difícil vislumbrar uma melhoria a curto prazo. De fato, o risco é que a
situação daquela área do globo, arraste o resto do planeta para uma grande
crise e talvez algum conflito de proporções maiores. Minha certeza é que somente os árabes podem
mudar seu próprio destino e reverter o declínio de sua civilização. A esperança
é que o acesso às mídias sociais, internet e mais informação possa causar uma
mudança, que certamente passará pela revisão do papel da religião na sociedade
e no estado, mais liberdade e tolerância tanto social quanto econômica.
Para nós espíritas,
fica mais uma vez a lição de que a separação entre sagrado e profano, religião
e ciência é um valor crucial para o progresso da humanidade e que o mesmo deve
ser defendido e propalado pelos espíritas,
tanto dentro dos centros como na sociedade em geral. Kardec mostrou o caminho,
cabe a nós seguí-lo e aperfeiçoá-lo.
Artigo originalmente publicado no jornal ABERTURA em novembro de 2014.
Artigos Relacionados:
Artigos Relacionados:
Assinar:
Postagens (Atom)