sábado, 15 de junho de 2024

O PAPEL DO ESPIRITISMO NO PROGRESSO- por Jaci Régis

 

O PAPEL DO ESPIRITISMO NO PROGRESSO

Na primeira parte de A Gênese, após dedicar  grande espaço para explicar os vários significados para a palavra revelação,  ele caracteriza o Espiritismo como uma  revelação cientifica, talvez porque insista que a doutrina baseia-se na observação dos fatos como fazem “as ciências positivas”.

Apesar disso, o Espiritismo é uma verdade revelada, tem inspiração divina “pois provem dos Espíritos”  como porta vozes de :Deus.



Em conseqüência, estabelece  o Espiritismo como a 3ª revelação, sucessora e reformadora do cristianismo, do evangelho, o Consolador Prometido, no sentido profético dado à missão de Jesus de Nazaré, dentro dos padrões criados pelo catolicismo.

Entretanto, na última parte do livro, tratando das mutações sociais que seriam promovidas no futuro, ele coloca  o Espiritismo como coadjuvante do processo evolutivo, no que, aliás, estava muito certo.  

“O Espiritismo não cria a renovação social”, afirma. Porque nenhuma instituição, movimento, ou pessoa, por si só, cria a renovação social. Ela se realiza em velocidades diferenciadas, acelerada, e forma desigual nas várias partes e civilizações, a partir da ruptura de algumas idéias cristalizadas, resultado complexo de ansiedades, decepções, sofrimentos e desilusões. Pois  são esses  fatores que mobilizam as mudanças, a busca de um novo sentido, um novo paradigma para a vida, nem sempre encontrado imediata ou mediatamente, demandando tempo de correção, reajuste e sofrendo o império de forças obscuras, desequilibradas, que se apresentam como escoadouro de frustrações apelando para a liberação sensual e  egoísta das pessoas.

 Quando, por conseguinte, a Humanidade está madura para subir um degrau, pode dizer-se que são chegados os temos marcados por Deus, como se pode dizer também que, em tal estação, eles chegam para a maturação dos frutos e sua colheita.” afirma Kardec..

É difícil, na atualidade, caracterizar essa “humanidade”,  pois as diferenças entre os povos, religiões e regiões, descompassadas, desniveladas, não estabelece uma unidade para o amadurecimento indicado. O que temos são etapas desiguais na apreensão e necessidade do progresso, embora a globalização dos meios de comunicação, a tecnologia  e as interelações entre povos tenda a acelerar, ao longo do tempo, uma mistura de  aspirações a caminho de uma certa nivelação do progresso

Tudo isso nos leva a revisar os conceitos revelados atribuindo a decisão divina para as  etapas do progresso e fazendo-as acontecer através de mecanismos extraordinários ou formas puramente externas que promoveriam, talvez pelo medo, a renovação das coisas..

Na realidade geralmente o progresso se faz e as coisas vão mudando sem o aparato espetacular que se propagava. Processa-se a evolução natural, etapas por etapas, com mutações progressivas. As mutações são feitas numa lenta engrenagem que demanda paciência e apresenta surpresas, a despeito das contradições e resistências..

. No jogo de xadrez da evolução, a partir da premissa de que há um planejamento em longo prazo para a evolução da humanidade, os mentores cristãos e, possivelmente o próprio Jesus, sabiam que ressuscitar a igreja era impossível porque a transição que viria no século vinte abriria outras portas para o entendimento humano, com o surgimento da verdade investigada, libertando do jugo da verdade revelada como única via da verdade.

Nesse jogo,  o Espiritismo tem seu papel. O que se reservava, sobretudo, ao Espiritismo era o uso da mediunidade, a exploração do fenômeno mediúnico para a prova da imortalidade. “Iniciando a humanidade no mundo invisível, (o Espiritismo) mostra-lhe o seu verdadeiro papel espiritual, como no estado corporal. O homem já não caminha às cegas: sabe de onde vem, para onde vai e por que está na Terra. O futuro se lhe revela em sua realidade despojado dos prejuízos da ignorância e da superstição” afirma o fundador do Espiritismo.

Entretanto,  a análise que o Espiritismo faz desses fenômenos  têm  critérios diferenciados do cristianismo e outras denominações religiosas, como o islamismo,, budismo, hinduismo, todas comprometidas com a visão mística e contraditória, sobre o ser humano, a divindade e o objetivo da existência.

A visão espírita é específica e contrária, na essência, aos conceitos dessas religiões que dominam o cenário mundial, formatando a mente de milhões de pessoas, ao  longo de milênios.. Espiritismo poderia ter desempenhando esse novo papel,  mas o próprio Kardec teve dificuldades em definir uma linha independente ao pensamento católico na análise das realidades psicológicas e, evolutivas das pessoas.

Seguiu a regra de que a vontade e a determinação tudo resolvem e que as verdades estavam a disposição de todos e que a humanidade não seguiu porque as pessoas eram desobedientes, preguiçosas e más.

Na sociedade  atual, há um espaço cada vez maior para a fenomenologia mediúnica, dramatizada e estilizada em filmes, séries de tv e livros, com o surgimento de gurus, seitas e  movimentos pessoais, fora dos limites doutrinário do Espiritismo e se afirma como uma atividade cada vez mais urgente, isto é, a definição da dimensão extra corpórea do ser humano.

Infelizmente, esses fatos  têm sido analisados dentro da visão da verdade revelada das igrejas, religiões, de cunho cristão ou não. Então, usa-se o fenômeno para ressuscitar o velho paradigma do catolicismo  do bem e do mal, do demônio e dos anjos, da culpa e do castigo, da impotência do ser humano, da ascendência irracional do divino sobre a pessoa e a aplicação de forças ocultas determinando o destino de cada um.

Essa é uma etapa que ainda deverá ser vencida para que a compreensão mais clara do porquê da vida, da intervenção divina, nos permita vislumbrar o prazer e a felicidade a ser construída, sem apelos à regeneração, á salvação, mas como afirma Kardec que o ser humano reconheça que “do que ele é hoje, qual se fez a si mesmo, poderá deduzir o que virá a ser um dia

 

segunda-feira, 10 de junho de 2024

Fato Espíria - Inteligência e Simplicidade por Eugenio Lara

Fato Espíria - Inteligência e Simplicidade

Eugenio Lara

NR: uma homenagem a Eugenio Lara

Há pessoas que são espíritas sem que tenham consciência disso. Pensam, sentem e vivenciam ideias e valores que muitos militantes espíritas “velhos de guerra” nem imaginam como fazê-lo, mergulhados que estão em seu próprio egoísmo. Normalmente, esse fenômeno acontece e mostra-se com mais evidência em pessoas que não tiveram, na atual existência, a oportunidade de se instruir, de aprimorar a inteligência através do estudo.



No processo evolutivo, o homem humilde, mas de bom coração, que não teve acesso ao estudo nessa vida, pode estar bem mais perto da perfeição relativa do que o sujeito extremamente intelectualizado, com um quociente de inteligência (Q.I.) altíssimo, mas que se mostra insensível e fechado em si mesmo, quando se trata de abrir seu coração para o outro.

Realmente, o Espiritismo é bem esclarecedor nesse aspecto. Afirmam os espíritos que “o homem simples, mas sincero, está mais adiantado no caminho de Deus do que aquele que aparenta o que não é.” (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, q. 828-a). A arrogância, o despeito e a vaidade tomam conta de suas atitudes, de seu comportamento que, visto sob o ponto de vista moral, mostra-se ridículo e patético. É o que Deolindo Amorim (1906-1984) chama de falsa cultura: “é exibicionista, mas a verdadeira cultura é temperada pela humildade, sem exagero, sem atitudes impressionantes.” (Evangelho e Cultura, em Ideias e Reminiscências Espíritas, Ed. Inst. Maria)

Todas as pompas e trejeitos sofisticados não fazem do homem culto e intelectualizado um verdadeiro homem de bem. Isso não significa, contudo, que devido a esse fato, tenhamos de valorizar a ignorância em detrimento do desenvolvimento intelectual. Como diz Deolindo Amorim no mesmo artigo citado: “ao invés de provocar o orgulho ou a empáfia, como tantas e tantas vezes se diz, a verdadeira cultura cria condições íntimas para a humildade, mas a humildade raciocinada e não a humildade convencional, que encobre a presunção recalcada”.

O Espiritismo nos ensina que o progresso intelectual é incessante, permanente e antecede ao progresso moral. É que o desenvolvimento da inteligência, da razão, abre portas para o desenvolvimento moral. Através do livre-arbítrio o ser humano delibera, exercita seu intelecto e cria situações, dilemas, promove conflitos que exigem decisões, definindo assim caminhos e escolhas morais.

Sem inteligência não há razão. E sem raciocínio não há livre-arbítrio. Não dá para pensar em ética, moral e valores sem a existência do livre-arbítrio. Não há o bem, nem o mal. Haveria apenas um ser que age sem consciência moral, ou o que é pior, age imaginando que está agindo com consciência, mas que, na prática, age como um animal, ainda mergulhado no estado natural.

Na verdade, os maiores obstáculos ao pleno desenvolvimento intelecto-moral são o egoísmo e a vaidade. Enquanto o sujeito permanecer bem no alto do pedestal de sua arrogância, não perceberá o quanto ainda tem que aprender. A sensação de superioridade intelectual ofusca a necessidade interna de progresso. É o sabe-tudo, o metido a sabichão, que não percebe o quanto ainda terá de caminhar para ser considerado um homem sábio.

A propósito, o exemplo do grande filósofo grego Sócrates (469 a.C. - 399 a.C) vem bem a calhar. Quando seu amigo Querefonte disse-lhe que para o Oráculo de Delfos, ele era o homem mais sábio de Atenas, mostrou-se surpreso: “Como posso ser o homem mais sábio de Atenas quando sei tão pouco?” Ao invés de se sentir o “special man”, o “number one” e tirar proveito disso, apenas dizia: “só sei que nada sei”. Essa atitude de humildade, oriunda do autoconhecimento, levou o grande filósofo a um permanente questionamento, à incessante busca da verdade, a se colocar sempre à disposição para debater suas ideias.

Deolindo Amorim tem, portanto, toda a razão quando afirma que “quanto mais culta é a criatura humana, mais humilde ela se torna, porque sabe, e não é mais necessário que alguém lhe diga, que o legítimo conhecimento só tem proveito para o espírito quando não se deixa influenciar pela vaidade, pela arrogância, pelo egoísmo”.

 

Eugenio Lara, arquiteto e designer gráfico e autor do livro Breve Ensaio Sobre o Humanismo Espírita.

Artigo publicado em setembro de 2013 no Jornal Abertura

domingo, 9 de junho de 2024

Jornal ABERTURA de junho 2024 online

 Jornal ABERTURA de junho 2024 online



                                                Jornal ABERTURA de junho 2024 online

Esta edição com 11 páginas, cobre três pontos importantes: 24° Congresso da CEPA em Porto Rico, os 70 anos da Comunidade Assistencial Espírita Lar Veneranda e a tragédia no Rio Grande do Sul. E um jornal que está muito bonito!

Leiam também:

Roberto Rufo - O momento de servir e o momento de pensar.

Milton Medran - A sensação de impotência ante a dor alheia.

Alexandre C. Machado - Abrindo a Mente - voltando às Teorias Cosmológicas.

Ricardo de Morais Nunes - Parabéns Jacira.

Memórias Inesquecíveis - Mauricy Silva.

Livraria Física e Virtual (livros em pdf grátis) do ICKS

Cláudia Régis Machado - Outono da Vida.

Todos os links no jornal são ativos.

Baixe o jornal aqui:

 https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/42-jornal-abertura-2024?download=306:jornal-abertura-junho-de-2024


sexta-feira, 7 de junho de 2024

Encanto, Desencanto e Inquietude - por Eugenio Lara

                             Encanto, Desencanto e Inquietude

 

Eugenio Lara

Nota da redação: Eugenio volta ao mundo dos Espíritos neste 7 de junho de 2024

 



De vez em quando surge em mim, de modo insidioso, um certo sentimento de desinteresse pelo Espiritismo, dentre outras coisas da vida. E sempre fico a me perguntar se é algo passageiro ou permanente, ainda que, no caso, tal sentimento carregue consigo uma razoável dose de desencanto.

Sim, desencanto, talvez seja essa a palavra mais exata, no momento, para definir o que há muito tempo sinto em relação ao Espiritismo. Não chega a ser decepção. Mas, do desencantamento à desilusão, à decepção é um pulo, um mero suspiro.

Todavia, a decepção pode permear os sentidos, o pensamento. Fico então a me perguntar, de modo metafórico: eu falhei com o Espiritismo ou foi o Espiritismo que falhou comigo?

Falsa questão, mas que, em termos poéticos, simbólicos, traduz um certo sentido.

Afinal, que é o Espiritismo senão um movimento social formado por pessoas, por seres humanos encarnados e desencarnados que te inserem numa situação natural de (con)vivência e vicissitude moral, interpessoal?

Por melhor que seja, nenhum ideário jamais será o suficiente para se moldar um laço duradouro, um elo, unir determinado grupo apenas pela comunhão de princípios e objetivos. Há fatores emocionais envolvidos que sempre devem ser considerados. Boas ideias com pessoas sem boa vontade, ambiciosas e de mau caráter não dão certo, não florescem, ainda que estas pessoas sejam aparentemente eficientes no que fazem. É a tal da figueira estéril da parábola evangélica.

Por conta disso, a decepção pode estar sempre presente, como a Espada de Dâmocles sobre nossa cabeça. Porém, há algo que se sobrepõe a tal circunstância: a ternura e a convicção.

Minha inserção no Espiritismo não perdura por fatores interpessoais, mas, sobretudo, por uma forte convicção filosófica, firmada em um tempo de estudo, experiência e leitura, difícil de se mensurar. Não foi da noite pro dia. Isso não significa que não possa sofrer turbulências e abalos sísmicos. Enquanto que a ternura pelo Espiritismo ainda é a mesma, desde o início, como aquele amor à primeira vista, sincero e inocente, que nunca será esquecido, mas que um dia pode acabar, como a paixão fugaz, passageira.

O desencanto é passageiro, fugidio, tanto quanto o próprio encanto, que se não for controlado, trabalhado pode redundar no fanatismo, em posturas fundamentalistas, dogmáticas e sectárias. O encanto desmedido, quando desmorona e se desvanece, quase sempre vira desilusão.

Porque o que sobra mesmo é o senso de dever, o profundo sentir, a paixão permanente, mesmo que adormecida. Pelas ideias. Por um ideal. Por uma forma de ser e estar no mundo que seja ao mesmo tempo livre e sensata, na busca da plenitude inalcançável, ainda que possível, porque o Espiritismo é também uma utopia.

“Lógica, razão e bom senso”, o pálio trinário de Allan Kardec, era sua bússola, a Pedra de Toque. Como os povos celtas, ele gostava do número três: “Trabalho, Solidariedade e Tolerância” também foi seu lema. Sob o ponto de vista intelectual e ético, a referência kardequiana ainda é o melhor antídoto contra qualquer tipo de desencanto, desânimo, de distorção doutrinária ou traição aos princípios nucleares da Filosofia Espírita.

Raramente escrevo em primeira pessoa, no entanto, creio que o momento exige, por isso compartilho com os leitores deste Opinião minha relação aparentemente conflitante e angustiada com a filosofia espírita. A angústia aí é aquele sentimento de algo inacabado, não conhecido. Não se trata daquela ansiedade pueril, incômoda e desagradável, mas, antes de tudo, de uma sinistra inquietude, que o Espiritismo provoca em nós de modo permanente, na medida em que nele adentramos.

Essa inquietude pode e deve ser o motor de propulsão, o estímulo permanente no manejo da ideia espírita, nem sempre tratada pelos próprios espíritas com o devido respeito, seriedade e profundidade que ela exige e merece.

Olho: O que sobra mesmo é o senso de dever, o profundo sentir, a paixão permanente, mesmo que adormecida. Pelas ideias. Por um ideal. Por uma forma de ser e estar no mundo. O Espiritismo é também uma utopia.

 

Eugenio Lara, arquiteto e designer gráfico, é membro-fundador do Centro de Pesquisa e Documentação Espírita (CPDoc) e autor, dentre outros livros, de Breve Ensaio Sobre o Humanismo Espírita - este artigo foi enviado em 2018 aoRedator do jornal Opiniãodo CCEPA e não foi publicado. Milton Medran disonibilizou nesta data 7/06/2024.
Milton Medran, esclarece as razões de não publicar, pois sendo o jornal Opinião um órgão de divulgação da Doutrina Espírita este "desabafo" que poderia ser temporário, não devia ser publicado naquele momento. " Mas acho que a refexão é totalmente apropriada para ser inseriada neste grupo de Whatssap, de pensadores maduros". 
NR: Como nosso blog só é acessado por pessoas que tem maturidade acreditamos que esta"despedida" deveria ser publicada.






segunda-feira, 3 de junho de 2024

18° Fórum Espírita Livre Pensar da Baixada Santista - abril 2024

 

18° Fórum Espírita Livre Pensar da Baixada Santista

Ocorreu com bastante participação das casas espíritas ligada à CEPA a décima oitava edição, no sábado 20 de abril, com o tema: Reflexões Sobre a Paz. Nossos Fóruns sempre são realizados próximo do dia 18 de abril. Este ano estamos comemorando 167 anos do lançamento da primeira edição do Livro dos Espíritos, que ocorreu em Paris no dia 18 de abril de 1857.


Assista em video um resumo:


                                         https://youtu.be/AVYWhfozIyE?si=oLObyaVkpzJi7rhA 



Nos reunimos nas dependências do CEBAP – Centro Espírita Beneficente Ângelo Prado. Estiveram presentes mais de 80 pessoas.

O evento constou de uma abertura feita pelo presidente do CEBAP Jaílson Mendonça e também coordenador do evento que convidou a nos brindar com algumas palavras a Presidente da CEPA – Associação Espírita Internacional – Jacira Jacinto da Silva e também o Presidente da CEPABrasil Ricardo de Moraes Nunes.


                            Ricardo Nunes, Jaílson Mendonça, Jacira Jacinto da Silva e Mauro Spinola

 A seguir tivemos a apresentação da Camerata Violões Manzione.


                                                        Camerata Violões Manzione

Inicialmente os participantes foram divididos em grupos, em oficinas, para refletir sobre a paz sobre a ótica espírita, quatro grupos receberam duas pergunta em comum e uma distintas. Foram 30 minutos de discussão, seguido das apresentações no auditório.

Na segunda parte, tivemos a presença de um convidado, Eduardo Valério que veio especialmente de São Paulo para conversar e refletir conosco sobre este tema.


                                                                        Eduardo Valério

Ao término foi oferecido um lanche a todos, com muita confraternização entre os presentes. Em paralelo havia duas bancadas, uma para venda de artesanato pelo CEBAP e outra para venda de livros espíritas pelo ICKS.


                                                            Cláudia Régis Machado

 Este artigo foi publicado no Jornal Abertura de maio de 2024.

Baixe aqui:

https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/42-jornal-abertura-2024?download=302:jornal-abertura-maio-de-2024


sábado, 1 de junho de 2024

24° Congresso da CEPA - apresentação de Alexandre Cardia Machado do ICKS

 Disponibilizamos aqui, o video da segunda parte, a tarde do domingo, segundo dia de apresentações, logo após os primeiros 3 minutos poderão assistir ao video da palestra de Alexandre Cardia Machado, presidente do ICKS - Instituto Cultural Kardecista de Santos.



Apresentou:Esforço de divulgação do ICKS de material espírita livre-pensador de forma gratuita.

https://www.youtube.com/live/n3hy_LKvI3s?si=2CtR_V_MLLUjbggr


Neste video as demais palestra da tarde estão também disponíveis: Jon Aizpúrua sobre Cultura Espírita e José Arroyo. Bem como uma sessão de perguntas e respostas e o encerramento.


Abaixo, todos os acessos aos diversos dias e eventos:

Los horarios presentados son en hora de Puerto Rico. Debe hacer el cambio al huso horario de su región.

 

1.   Link #1, para el jueves 16 de mayo @ 2:30pm = Palabras de Bienvenida, Discurso de Apertura, Panel de Artistas Espíritas.

 

o   Enlace de YouTube: https://youtube.com/live/o_nDJOBqUJU?feature=share

 

2.    Link  #2, para el sábado 18 de mayo @9am = Bloque de Conferencias de la mañana, hasta las 11am.

 

o   Enlace de YouTube: https://youtube.com/live/UWKUQxfbt4w?feature=share

 

3.    Link #3, para el sábado 18 de mayo @11:50am = Bloque de Conferencias pre-almuerzo, hasta las 2pm.


o   Enlace de YouTube: https://youtube.com/live/F2ikqXw1Nmo?feature=share

 

4.    Link #4, para el sábado 18 de mayo @3:15pm = Bloque de Conferencias de la tarde, hasta las 4:20pm.


o   Enlace de YouTube: https://youtube.com/live/-So9uvsbHMw?feature=share

 

 

5.    Link #5, para el domingo 19 de mayo @9am = Bloque de Conferencias de la mañana, hasta las 12:10pm.

 

o   Enlace de YouTube: https://youtube.com/live/TcgLti99VD8?feature=share

 

6.    Link #6, para el domingo 19 de mayo @2:15pm = Bloque de Conferencias de la tarde y Discurso de Cierre del Congreso, hasta las 6pm.

 

o   Enlace de YouTube: https://youtube.com/live/62ENCK5OQ1I?feature=share


quarta-feira, 29 de maio de 2024

Influências Místicas de Kardec por Jaci Régis

 

Influências Místicas de Kardec por Jaci Régis

 

“A princípio, eu só tinha em vista instruir-me. Mais tarde, quando vi que aquelas comunicações formavam um conjunto e tomavam as proporções de uma doutrina, tive a ideia de publicá-las para que todos se instruíssem”. Assim Allan Kardec relata como se decidiu iniciar a estruturação do Espiritismo.


 

A sequência de mensagens mediúnicas que foram dirigidas a Kardec é também de grande interesse.

- em 25 de março de 1856, manifestou-se um Espírito que se identificou como Verdade;

- em 30 de abril de 1856,  Um Espírito não identificado faria uma declaração bombástica. Não haverá mais religião, mas uma será necessária, porém verdadeira, grande, bela e digna do Criador (...) Os primeiros fundamentos já foram lançados. Rivail , é esta a tua missão”;

- em 7 de maio de 1856, o Espírito Hahnemann confirmou que ele tinha uma grande missão;

- em 12 de junho o Espírito a Verdade  além de confirmar sua missão disse “A missão dos reformadores é cheia de escolhos e perigos.A tua é rude, previno-te pois terás de revirar e transformar o mundo inteiro;

- em 5 de abril de 1860, uma mensagem recebido em Marselha assinada por “um Espírito”, dizia “O Espiritismo foi chamado a desempenhar um papel imenso na Terra. Reformará a legislação, tantas vezes contrária às leis divinas, retificará os erros da História, restaurará a religião do Cristo”;

- em 9 de agosto de 1863 após o lançamento do Evangelho Segundo o Espiritismo,  uma comunicação afirma !Aproxima-se a hora em que terás que declarar abertamente o que é o Espiritismo e mostrar a todos onde está a verdadeira doutrina ensinado pelo cristo.A hora em que à face do Céu e da Terra, deverás proclamar que o Espiritismo como a única tradição verdadeiramente cristã, a única instituição verdadeiramente divina e humana”

 

Para Herculano Pires, essa mensagem mostra sem réus, numa hora histórica do Espiritismo, que a natureza da doutrina é essencialmente religiosa. Em 30 de janeiro de 1866, assinado por “um Espírito”, uma mensagem anunciava os novos tempos “Regozijai-vos, portanto, vós todo os que aspiram à felicidade e que quereis que vossos irmãos a compartilhem convosco. O dia é chegado! A Terra palpita de alegria porque vai ver o inicio do reino da paz prometido pelo Cristo, o Divino Messias, reino cujos fundamentos ele veio lançar”.

 

Essa pequena transcrição do livro Obras Póstumas, mostra como o prof. Rivail foi cercado por Espíritos ligados efetivamente à religião. Eles criaram um ambiente de exaltação ao trabalho dele e afirmaram que os tempos eram chegados e dentro da mesma forma deslumbrante das profecias, profetizaram o sucesso ímpar do Espiritismo. E como em geral as profecias, estas também falharam.

Não tinham noção das revoluções sociais, humanas e cientificas que em menos de cem anos abalariam definitivamente o mundo. Estavam a alguns anos do século vinte e nele vislumbraram a implantação mística do reino de Deus, dentro do modelo cristão, católico.

 

A trajetória de Kardec é sinuosa.

 

Queria que o Espiritismo fosse uma ciência. Mas criou uma religião, sem querer que fosse religião.

Chamou o papel dos Espíritos de divino, mas ao mesmo tempo alertou: “Um dos primeiros resultados de minhas observações foi descobrir o fato de que os Espíritos nada mais sendo que as almas dos homens não possuíam nem a suprema sabedoria nem a suprema ciência. Agi com os Espíritos como teria feito com os homens. Foram para mim, desde o menorzinho até o maior deles, veículos de informações e não reveladores predestinados”.

 

Devemos reconhecer que com essa assessoria mística, católica, provinda do plano extrafísico, ele ainda assim saiu-se muito bem. Na verdade, resistiu a esse assédio como equilibrista da razão e da fé.

O século vinte um desponta como uma incógnita sob a liderança inconteste da ciência dura e coadjuvada pelas ciências humanas.

 

Nota da Redação – este texto foi recuperado do Disco Rígido do computador pessoal de Jaci Régis e apresentado agora no ABERTURA. Publicado no mês de maio de 2013.

 

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Desencarnação do meu tio Ivon Régis por Cláudia Régis Machado

 

Desencarnação do meu tio Ivon Régis

Já a algum tempo acompanhávamos e vibrávamos muito pelo tio Ivon, ele estava hospitalizado por duas semanas e em nossas vibrações pedíamos pelo melhor para ele, como Espírito.

Meu tio

Meu querido e amado tio Ivon. Irmão mais velho de meu pai Jaci, sempre com o semblante alegre apresentando muita disposição para realizar tarefas e ser presente em momentos importantes de nossas atividades espíritas e familiares.

Bons Momentos!

Gostava de dançar e me iniciou nesta balada em minha adolescência, parceiro de alguns bailes. No seu encontro sempre muita afetividade e carinho, um querido que deixa saudades com lembranças aprazíveis.

Um companheiro constante de WhatsApp de minha mãe, toda manhã enviava mensagem de otimismo para o bem viver.

Nosso Ivon era assinante do Jornal Abertura desde o primeiro dia, leitor apaixonando.

Foi tesoureiro do Lar Veneranda e Conselheiro por muitos anos, foi homenageado pelo Lar e pelo Abertura em setembro de 2017, ainda em vida.



Publicamos aqui também a mensagem carinhosa feita pelo CEAK



Parabéns a este Espírito trabalhador, dedicado a família e ao espiritismo.

Vai tio Ivon, encontre os que te amam, estaremos sempre com o pensamento unido e no futuro voltaremos a estar juntos.

 

sábado, 4 de maio de 2024

OS ESPÍRITAS E O ESTADO LAICO por Ricardo Nunes

 

OS ESPÍRITAS E O ESTADO LAICO por Ricardo de Morais Nunes

Uma das maiores conquistas do mundo ocidental foi o surgimento do Estado laico. Após um histórico de guerras religiosas sangrentas, as instituições políticas ocidentais se formataram segundo o princípio ético-jurídico da neutralidade do Estado em questões religiosas.

No passado ocorreram uma quantidade enorme de guerras religiosas. Para não me estender em demasia destaco aqui as cruzadas que colocaram em conflito cristãos e muçulmanos, e as guerras religiosas no ocidente que colocaram em conflito católicos e protestantes. O tristemente célebre massacre da noite de São Bartolomeu, em 1572, na França, manchou a história religiosa do mundo cristão.

Hoje em dia a ideia de “guerra santa” ainda persiste, misturando política, nacionalismo e religião em um caldo de cultura verdadeiramente explosivo. No mundo contemporâneo existem Estados teocráticos, nos quais o livro religioso e a palavra do chefe religioso se sobrepõem às leis civis do Estado nacional. 

É fácil perceber que um Estado que se declara religioso acaba por tomar partido entre os seus cidadãos e, como consequência, trata com menor interesse, para dizer o mínimo, aqueles que não aderem ao credo oficial. Do ponto de vista das liberdades democráticas traz para a arena política uma visão absolutista e dogmática restringindo o espaço para o debate alteritário.

No Brasil dos últimos anos, houve um crescimento da influência dos religiosos no Estado. Fala-se, hoje, inclusive, em uma “bancada da bíblia” no legislativo federal. Já foi falado por um presidente do passado recente sobre a necessidade de ser  nomeado, à instância máxima do judiciário brasileiro, um ministro “terrivelmente evangélico”.

No Brasil, ante o quadro político dos últimos anos, corremos o grave risco de misturar, irremediavelmente, religião e Estado, o que seria realmente um risco às liberdades democráticas de crença e manifestação da opinião.

Allan Kardec enfrentou problemas com a religião quando por ocasião do auto de fé de Barcelona. Nesse triste episódio, obscurantista, de caráter medieval, teve seus   livros espíritas queimados na Espanha por ordem de um bispo intolerante que se achou no direito de intervir nas questões alfandegárias do Estado Espanhol em sua relação com a França.

Penso que nós, espíritas livre-pensadores, devemos estar alertas para esse problema. Uma coisa são os adeptos de uma visão religiosa se manifestarem perante a sociedade civil sobre os variados temas políticos que existem na sociedade, exercendo, assim, seu legitimo direito à livre expressão, outra coisa é integrar as instituições do Estado, tendo como requisito fundamental para o exercício de um cargo público, não sua capacidade técnica, científica, administrativa ou política, mas a característica de ser religioso, profitente de uma determinada fé.

Isso resultará em uma imposição de valores e crenças aos que não comungam com a mesma visão, o que a longo prazo fará um estrago tremendo ao desenvolvimento científico, ético e cultural da sociedade. O Estado deve ser apenas um garantidor das múltiplas manifestações de crença e não crença, as quais representam os diferentes estados de consciência de uma nação.

Não há nenhuma conquista da humanidade que não pode ser perdida. O obscurantismo medieval está sempre à espreita e, não tenhamos dúvidas, pode voltar em novas roupagens. Dos espíritas, discípulos de Allan Kardec, um homem que acreditava na ciência, na razão e no desenvolvimento para melhor da humanidade, se espera que estejam atentos e que não embarquem nas canoas furadas do retrocesso.

Gostou do Artigo, ele foi publicado no jornal Abertura de abril de 2024, quer ler o jornal completo - baixe aqui:

https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/42-jornal-abertura-2024?download=300:jornal-abertura-abril-de-2024

 

 

 

 

terça-feira, 30 de abril de 2024

Hora da colheita no sentido de atingir metas por Cláudia Régis Machado

 Hora da Colheita por Cláudia Régis Machado


         Ano passado escrevi um artigo intitulado Metas, onde coloco que estas para mim têm um caráter instrutivo e são uma excelente forma de estabelecer um roteiro, um rumo no seu viver.

      Importante que sejam simples, objetivas e realistas trazendo objetivos claros, aproveitamento efetivo para vida e para trajetória evolutiva. Este enfoque tem respaldo na visão espírita onde utilizamos a existência-para aprender, servir e crescer.



     As pessoas que ainda estão na ativa profissionalmente talvez a questão das metas esteja mais presente, mas aqueles que não estão, é também interessante ter objetivos precisos a cumprir com prazos mais elásticos ou não, pois somos acometidos muitas vezes pelas tarefas do dia a dia ou pelas intempéries da vida como doenças, envelhecimento ou outras situações que possam vir a ocorrer, entramos no modo automático e nos perdemos com outros acontecimentos e assuntos.

         O relevante é escolher o que está em primeiro lugar, o que mais importa e agir sobre isso.

        No início do ano há vários artigos que destacam esse ponto - definir metas- mas gostaria de ver este assunto por outro ângulo, o da avaliação das coisas realizadas ou não, ao longo do ano, da semana ou do mês. Mas sugiro um exame com o olhar de apreciação do que fizemos de bom. Muitas vezes deixamos de valorizar as nossas conquistas porque o desapontamento realmente existe quando observamos o rol de metas não alcançadas, nos incriminando por não termos feito a coisa pensada com esforço e empenho.

    Porém neste artigo proponho aproveitar o início do ano para listar as coisas boas, os momentos especiais, os desafios conquistados e superados, o que você pôde assumir ao longo do ano, os momentos felizes com a família ou com os amigos, as realizações pequenas, mas que foram de ajuda para aqueles que as necessitavam.

    Podemos ainda colocar neste rol os eventos legais que aconteceram e que nos fizeram pensar e que trouxeram transformações pessoais ou sociais, os momentos que levaram às transições necessárias ou desejadas, os  itens que aprendidos e as coisas que foram abandonadas para termos uma vida mais simples e prazerosas. Comunicou-se melhor, teve mais cuidado com seus relacionamentos, foi mais afetivo ou carinhoso, desenvolveu uma habilidade? Todos esses pontos também interessantes e importantes para serem relevados.                                                                                                                            

    Seja cordial com você mesmo e celebre as pequenas felicidades que atravessaram seu caminho. Sentir orgulho de quem somos tudo isso como um presente amoroso e generoso para comemorar o quanto você pode evoluir.

     O processo pode ser satisfatório quando você entende que a felicidade pode estar no caminho e não só no destino final que transcende o período de uma análise anual.

     É muito bom saber que todo este olhar e reflexão pode ser embasado na Doutrina Espírita que nos traz abertura suficiente para enfrentar a vida e os momentos que dela advém com alegria, tranquilidade e consciência da importância da evolução, do servir, do ajudar. Compreendendo que o esforço, o empenho pessoal, têm resultados positivos no progresso e engrandecimento individual.

     Que o último ano – 2023 -  lhes tragam boas recordações!


Este artigo foi publicado no Jornal Abertura de janeiro - fevereiro de 2023, quer ler todo o jornal?

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