terça-feira, 6 de abril de 2021

O que fazer para não perder o rumo - por Cláudia Régis Machado

 

Perder o rumo

“A sinalização muda, o vento sopra em sentido contrário, o norte de repente vira sul, o leste vira oeste. É fácil sair do prumo, perder o rumo.”

Prumo ou rumo? Aqui não faz diferença. As duas expressões são válidas aqui, pois quando esta situação ocorre, sentimo-nos à deriva, frágeis e vulneráveis, ficamos perdidos.



A vida nos surpreender muitas vezes nos empurrando para fora do prumo; fazendo-nos perder o rumo.

Quem nunca perdeu o rumo? Muitas situações podem nos levar a este estado. Perdas de entes queridos, mudança de rotina, aposentadoria, o “ninho vazio”, doenças etc., são momentos ou melhor eventos que nos tiram o chão estabelecido, balançam a nossa estabilidade costumeira.

Na maioria das vezes não sabemos lidar com as surpresas da vida, porém perder o rumo faz parte da dinâmica da vida, porque ninguém está livre destes acontecimentos. Perder o rumo, sair do prumo não dever ser uma condição de permanência e sim uma situação que nos convida a exercitar novos olhares e sentimentos.

Pede reflexão de como e o que fazer para sair dessa, como voltar ao prumo, a sensatez, o discernimento e como alinhar-nos novamente.

Esta ocorrência acontece com os espíritas? É lógico que sim somos humanos, estamos inseridos na vida, sujeitos a todos os eventos que dela ocorrem. Mesmo os que tem compreensão espírita não são perfeitos, vacilam. O que pode fazer diferença para sair desta posição é a estrutura emocional, a filosofia e estilo de vida adotado que são recursos que facilitam melhores saídas para estes eventos.

A Doutrina Espírita nos ensina a olhar o mundo de forma diferente. A Doutrina Espírita, otimista na sua visão de mundo, com o seu primordial eixo - a evolução constante, mostra-nos a importância de superar a dificuldade com positividade e entrever o futuro com perspectiva de crescimento e aprendizagem.

Quantas vezes não falamos ou pensamos que precisamos de algo novo? Talvez seja uma ocasião oportuna para traçar um roteiro que renove as nossas energias, desapegar das coisas antigas é uma boa escolha. Tornemo-nos criativos em busca de soluções para uma vida mais alegre e voltadas para o bem.

O espiritismo nos impulsiona a agir no bem e com isto nossa frequência vibratória pode se ligar a pensamentos, discursos e ações do bem. Opte por algo que te deixe feliz e que seja mais fácil de realizar.

Vislumbre mais uma vez que a vida pode nos oferecer diversas coisas incríveis, se nos permitimos. Muitas vezes quando não conseguimos sozinhos podemos buscar ajuda do grupo e dos amigos espirituais (visíveis e invisíveis) ou de uma ajuda psicológica é uma chance de equilibrar-nos.

Encare como fim de um ciclo.

A Doutrina Espírita ajuda no entendimento e aperfeiçoamento do próprio indivíduo e uma ferramenta fundamental para o sustento da nossa existência e abrir novos horizontes.

Nesta busca para entrar no rumo o espiritismo instrumento poderoso para podermos alcançar a desejada paz interna, capaz de tranquilizar nossa mente e acalmar nossos corações.

 Cláudia Régis Machado

Nota: Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.

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terça-feira, 23 de março de 2021

Nosso mundo, nossa casa - editorial ABERTURA Janeiro-Fevereiro 2021 - Alexandre Cardia Machado

Nosso mundo, nossa casa 

A regra universal é o seguinte, a mudança é uma constante, se você não gosta disto infelizmente é assim que as coisas acontecem, no Espiritismo chamamos isto de Lei de Progresso, isto vale para o mundo físico e vale também para o mundo inteligente ou dos espíritos. 

O Abertura não poderia ser diferente. 

Mudanças no Abertura Em 2019 começamos a enviar a alguns assinantes o jornal Abertura em forma digital em arquivo PDF, fomos motivados pela paralização dos correios em muitas cidades e pelo fechamento de correspondências internacionais. 

O Jornal em PDF pode ser lido em celular, tablet ou no computador e se você estiver vendo em seu computador pode imprimir se preferir. 

Ao longo de 2021 avançaremos na construção de uma site onde será possível acessar a edição mensal além de muitas outras novidades que iremos anunciando na medida em que forem sendo implementadas. 

Nosso jornal terá muito mais visibilidade. 

Este mês temos algumas novidades, a coluna de Carolina Régis di Lucia e Reinaldo di Lucia muda de nome antes chamada “Mundo Atual”, passa agora a ser denominada de “Re-visão”, numa evolução natural proposta pelos próprios colunistas após atingirem 15 anos escrevendo neste jornal, sempre na página 6. No ano de 2019 dois colunistas Roberto Rufo e Silva e Ricardo de Morais Nunes tiveram suas colunas nominadas, Roberto Rufo sempre foi colunista, desde a primeira edição deste jornal, mas suas colunas não tinham um nome e Ricardo já há muitos anos também participava mensalmente. 

São as colunas “Fato Espírita” em abril de 2019 e “Utopias e Possibilidades” em agosto de 2019, assim como a Coluna de Egydio Régis que desde janeiro/fevereiro de 2019 mudou de “Revista Espírita em Foco” para “Dialogando com Jaci”. Desta forma garantimos que o nosso jornal Abertura esteja sempre progredindo. 

Jaci e Epicuro

Os pensamentos se alinharam na página 4, Roberto Rufo e Milton Medran abordam pontos distintos do cotidiano da humanidade, mas ambos se referem a esta comparação, fica aqui o convite a leitura. Isto acontece algumas vezes, nosso jornal não tem uma pauta definida, mas temos sim uma conexão de ideias. Jaci e Epicuro foi objeto de uma série de artigos de Ricardo Nunes, vocês podem acessar e rever no blog do ICKS. Abaixo o link para o artigo: JACI RÉGIS E O JARDIM DE EPICURO – por Ricardo Nunes. https://www.blogger.com/blog/post/edit/8190435979242028935/4199244752519247618

Aldeia global 

 A pandemia demonstrou que queiramos ou não o Planeta Terra é uma Aldeia Global, nome este cunhado pelo filósofo canadense Marshall McLuhan no ano de 1964, ele estava focado na questão das mídias, buscava explicar a tendência de evolução do sistema mediático como elo de ligação entre os indivíduos num mundo que ficava cada vez mais pequeno perante o efeito das novas tecnologias da comunicação. 

Passados 57 anos e com o aparecimento de um lado da instantaneidade da internet e por outro dos voos aéreos que transportam pessoas e cargas de um lado ao outro do planeta em menos de 24 horas, nossa nave espacial Terra, se tornou mesmo uma aldeia global. As notícias andam à velocidade da luz e os vírus se transportam quase na velocidade do som. Precisaremos nos acostumar a isto. Neste mundo relativamente menor outras pandemias virão, será que saberemos enfrentá-las de forma mais planejada e preparada? 

 Das liberdades individuais - O que aprendemos com o covid-19 A vitória da ciência, em menos de um ano diversas vacinas foram produzidas, testadas e já estão vacinando em caráter emergencial milhões de pessoas. No momento em que escrevo estas linhas o Brasil que saiu atrás já havia dado a primeira dose em 2,5 milhões de pessoas. Enfrentamos um repique da doença, nos levando aos patamares do meio do ano passado Teremos que nos manter resilientes, não será rápida a saída e a volta à normalidade. O comportamento social tem determinado a velocidade de propagação da Covid-19, não se descuidem, precisamos de nossos corpos físicos para evoluirmos, não se arrisquem, máscara e álcool gel ainda são as melhores barreiras até que a imunidade de rebanho chegue. 

Biden e o Capitólio 

A sucessão americana nos mostrou como ainda estamos longe da sonhada aristocracia intelecto moral, Kardec dizia que “o homem mais inteligente pode fazer péssimo uso de suas faculdades. De outro lado, a moralidade, isolada, pode, muita vez, ser incapaz. A reunião dessas duas faculdades, inteligência e moralidade, é, pois, necessária a criar uma preponderância legítima ...”. Vimos um ex-presidente Trump mimado, sem percepção da importância da transição de poder para uma democracia, desrespeitando o cerimonial e os bons modos, num momento de pura emoção quase provoca uma tragédia insuperável ao apoiar a marcha contra o Capitólio (Congresso Americano), como consequência 5 pessoas foram mortas e por pouco uma crise ainda maior não acontece. Que Biden tenha discernimento para que o mundo encontre um pouco mais de paz.

Nota: Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.

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sexta-feira, 12 de março de 2021

15º FÓRUM ESPÍRITA DO LIVRE-PENSAR DA BAIXADA SANTISTA - evento online

 

                15º FÓRUM ESPÍRITA DO LIVRE-PENSAR DA BAIXADA SANTISTA 

 

O ESPIRITISMO ANTE OS DESAFIOS HUMANOS

Apresentações virtuais – Via Zoom - das 19h45 às 21h30

 

 

Dia 14/04/2021

Tema: O Espiritismo na Perspectiva Laica e Livre-Pensadora

(Apresentação pelos autores do primeiro livro da Coleção Livre-Pensar Espírita).

Milton Medran e Salomão Benchaya

Moderação: Alexandre Cardia

 

 

Dia 21/04/2021

Tema: O Espiritismo ante os desafios humanos na perspectiva da:

Liberdade:       Arthur Chioro

Igualdade:       Ricardo Nunes

Fraternidade: Mauro Spínola

            Moderação: Márcia Rahabani

                                   

 

Dia 28/04/2021

Tema: O Espiritismo ante os desafios humanos

(Tema do XXIII Congresso Espírita da CEPA a ser realizado de 08 a 11/10/2021)

Painel com os ex-presidentes e a presidente da CEPA: Jon Aizpurua, Milton Medran, Dante Lopez e Jacira da Silva

Moderação: Jailson Mendonça

                       

Realização: Instituições espíritas vinculadas à CEPA na Baixada Santista

Apoio: CEPA – Associação Espírita Internacional e CEPABrasil

quinta-feira, 4 de março de 2021

ABERTURA será online em 2022

 

Comunicado aos assinantes - ABERTURA online

Este ano de 2021 será o último ano que produziremos o Jornal Abertura de forma impressa, passaremos a desenvolver e manter o Abertura apenas de forma online.

A mudança foi acelerada pela pandemia, muitos de nossos assinantes começaram a nos pedir para receber o jornal em formato pdf, acabamos por decidir por adotar em 2022 apenas o jornal online.

Você já pode baixar o Jornal Abertura diretamente, basta clicar sobre a foto do Jornal logo na entrada em nosso blog do ICKS à direita,  logo ao entrar na página da CEPA Internacional verá nossos aberturas de 2021.

Você poderá acessar todos os Aberturas de 2021 que já estão, em sua versão digital, com mais cores.

Pense em suas contas. Quantas você recebe por e-mail e paga com o celular ou pelo computador, ou ainda mais você as recebe diretamente na sua conta corrente via DDA. Admirável mundo novo, não?

 


Nosso jornal está cercado por novas tecnologias, quantos aparelhos ligados à internet você tem em sua casa? Vamos pensar juntos: TV a cabo, wireless (Wi-Fi) da operadora de TV a cabo, celulares, computador, o telefone fixo, 90% é via internet, você pode não usar mas geladeira, micro-ondas e até a iluminação se você quiser podem ser controladas remotamente. O medidor de água de prédios novos, é tudo pela internet, em alguns meses o ABERTURA também será.

Como já comunicamos, muitos de nossos assinantes começaram a nos pedir para receber o jornal em formato pdf.  Decidimos então e adotaremos em 2022 apenas o jornal online.

Se alguém quiser antecipar o recebimento do jornal via e-mail ou whats app no  formato pdf é fácil,  é só entrar em contato pelo e-mail -ickardecista1@terra.com.br. E nós faremos isto por você.

Este jornal em pdf poderá ser impresso por aqueles que assim o quiserem em sua própria casa.

Você poderá encontrar o ABERTURA online na página da CEPA Internacional:    https://cepainternacional.org/site/pt/publicacoes

Desta forma conforme a data de vencimento de sua assinatura a renovação será proporcional aos exemplares que você ainda receberá até dezembro de 2021.

Informaremos ao longo do ano como acessar as edições eletrônicas do jornal, teremos uma nova homepage na internet, que estamos criando, onde não apenas a edição mensal estará disponível, muito mais poderá ser acessado.  Acreditamos que poderemos atingir um número de pessoas muito maior e com isto contribuir para o progresso da Doutrina Espírita.

Obrigado pelo seu apoio e companhia todos estes anos e contamos com a continuidade de nossa relação.

Desta forma conforme a data de vencimento de sua assinatura a renovação será proporcional aos exemplares que você ainda receberá até dezembro de 2021.

Vejam os valores por mês de vencimento:

Mês

Valor da renovação em R$

Janeiro -Fevereiro

60,00

março

55,00

abril

50,00

maio

45,00

junho

40,00

julho

35,00

agosto

30,00

setembro

25,00

outubro

20,00

novembro

15,00

dezembro

10,00

 

terça-feira, 2 de março de 2021

O CANCELAMENTO E O MOVIMENTO ESPÍRITA – por Saulo de Meira Albach

 

O CANCELAMENTO E O MOVIMENTO ESPÍRITA – por Saulo de Meira Albach

 

Na sociedade contemporânea, marcada pelo uso das redes sociais, uma prática tem sido destacada diante da polarização e da radicalização do debate, especialmente na esfera da política: o cancelamento.

 “Funciona assim: um usuário de mídias sociais, como Twitter e Facebook, presencia um ato que considera errado, registra em vídeo ou foto e posta em sua conta, com o cuidado de marcar a empresa empregadora do denunciado e autoridades públicas ou outros influenciadores digitais que possam amplificar o alcance da mensagem. É comum que, em questão de horas, o post tenha sido replicado milhares de vezes.” (1)

 Como toda prática política o cancelamento, mal utilizado, pode gerar injustiças e excessos. Afinal de contas, uma tendência decorrente da polarização extrema na qual vivemos hoje é por fim ao debate, ao diálogo.

 O psicanalista e professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo Christian Dunker pontua que há um uso um tanto quanto exagerado do cancelamento, mas isso não significa que ele deva ser invalidado. “Há que se distinguir o cancelamento, ato político e estrategicamente bem-posto, do cancelamento autocrático, que produz a sensação de moralismo. Toda vez que cancelo simplesmente porque ‘eu não faria assim’, pressupondo que o outro deva agir exatamente como eu ajo, eu estou indo contra a inclusão, a universalização do diálogo. E, ainda mais grave, ao me retirar do debate, o cancelado pode se beneficiar e criar um ambiente ainda mais tóxico, machista, violento e, portanto, aumentar a coerência identitária do seu grupo, o que seria péssimo.” (2)

 Interessante observar que tal procedimento assemelha-se a uma prática que ocorre no movimento espírita brasileiro há muito tempo. Uma espécie de cancelamento.

 Alguns adeptos - por assumirem alguma postura ou linha de pensamento contrária àquela do grupo dominante - tem sua memória apagada pela história oficial das instituições espíritas.

 Um caso antigo é o do Professor Angeli Torteroli, ativista espírita de destaque no Rio de Janeiro que fez oposição à linha denominada mística na disputa de poder que marcou o movimento espírita do final do século XIX e início do XX, reduzida historicamente a “místicos x científicos”.

  

O historiador Mauro Quintella e o escritor Eugênio Lara resgataram a memória do professor Torteroli. (3)

 O “apagamento” neste caso chegou ao ponto de suprimir qualquer referência ao trabalho do “encrenqueiro” e, quando não havia como deixar de citá-lo o faziam de forma cifrada: o professor T.

 Outro “cancelado” é o jornalista, psicólogo e escritor espírita Jaci Régis (1932 – 2010). Catarinense, radicado em Santos (SP), escreveu inúmeras obras espíritas, dirigiu e editou o jornal Espiritismo e Unificação por 23 anos, criou e dirigiu o jornal “Abertura” que circula até hoje, foi diretor da Comunidade Assistencial Espírita Lar Veneranda por 32 anos e fundador do ICKS – Instituto de Cultura Kardecista de Santos, um dos fundadores da União Municipal Espírita de Santos (UMES), em 1951, dentro outras atividades no meio espírita. 

 Ao assumir a linha do espiritismo laico e disputar eleição para a presidência da USE, Jaci que trabalhou por décadas no movimento dito “de unificação”, foi retirado da história oficial.

 Exemplo recente deste apagamento está na edição de 179 – setembro/outubro do jornal DIRIGENTE ESPÍRITA, órgão de divulgação da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo. Em artigo sobre a imprensa espírita, a articulista cita espíritas que se destacaram na divulgação do Espiritismo através da imprensa: Olímpio Teles, Cairbar Schutel, Bezerra de Menezes, Pedro Camargo (Vinícius), Batuíra, Herculano Pires, Deolindo Amorim, Jorge Rizzini, Anália Franco, Eduardo Carvalho Monteiro, Edgard Armond e tantos outros.

 Estaria meu saudoso amigo Jaci incluído nos “tantos outros”?

 Enfim, há muitos outros episódios envolvendo Jaci Régis e há muitos outros casos espalhados pelo nosso país (Krishnamurti de Carvalho Dias, Waldo Vieira, Gasparetto, etc.). Isso revela a dificuldade do movimento espírita em aceitar o debate, a crítica, o questionamento, especialmente quando se trata da questão religiosa.

 A carência de preservação da história dentro do movimento espírita pode ser vista como uma das causas desses apagamentos. Mas, também se identifica uma estratégia – e aqui o fato é mais lamentável - visando impedir que se conheça o pensamento daqueles que em algum momento ousaram romper com o pensamento hegemônico ou dominante, ainda que tenham feito parte da instituição.

 A professora Maria Letícia Mazucchi Ferreira leciona em artigo publicado na Revista Aurora (Revista de Arte, Mídia e Política), n. 10 (2011):

Johannn Michel em seu texto “Podemos falar de uma política do esquecimento”(2010) estabelece uma tipologia do esquecimento indo daquele abordado como omissão, que decorre de descartes funcionais tanto no indivíduo quanto na sociedade; a negação, que ao contrário do descarte involuntário é uma patologia da memória ligada à traumas que não foram superados mas que não podem ficar na esfera do consciente; a manipulação do esquecimento, fortemente marcada pela ação de atores públicos encarregados de transmitir a memória oficial. Ainda que compreendidos em separado, esses são como tipos ideais e podem atuar concomitantemente, pois estão condicionados aos contextos nos quais são gerados.(4)

A manipulação do esquecimento é prática incompatível com a filosofia espírita posto que falseia a verdade.  Seria melhor citar o agente que fez história e criticá-lo ou declinar os motivos pelos quais se contesta o seu pensamento do que excluí-lo, apagá-lo, cancelá-lo. Mas quase como regra geral, em matéria de atuação interna o movimento espírita tem preferido o caminho autoritário ao alteritário; o excludente ao includente.

Assim se fomenta a divisão e não vejo no horizonte estreito da minha visão, possibilidade de reversão deste quadro a curto ou médio prazo. 

 

Desculpe-nos, Kardec!

 

1-In BBC News: https://www.bbc.com/portuguese/geral-53537542, acesso em 05.09.2020.

2- In Carta Capital: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/cancelamento-nas-redes-sociais-vai-da-represalia-ao-linchamento/ acesso em 05.09.2020.

3- In Biografia de Afonso Angeli Torteroli, acessada no site www.autoresespiritasclassicos.com e História Ilustrada do Espiritismo no Brasil, acesso em www.cpdocespirita.com.br .

4- Políticas da Memória e Políticas do Esquecimento. In: D:/Meus%20Arquivos/Downloads/4500-11653-1-PB.pdf

 

Saulo de Meira Albach - publicado no Jornal Abertura Janeiro -Fevereiro 2021

 Nota: Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.

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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Metodologia para provar as curas espirituais Dr. Abrahão Rotberg, 1986 – 7° congresso Espírita estadual – USE

 

Metodologia para provar as curas espirituais

Dr. Abrahão Rotberg, 1986 – 7° congresso Espírita estadual – USE

Durante a realização do 7° Congresso Espírita Estadual, o dr. Abrahão Rotberg, professor de Dermatologia e 2° vice-presidente da associação Médica Espírita de São Paulo, apresentou trabalho sobre “Metodologia da Avaliação das Curas por entidades Espirituais”. Os conceitos do dr. Rotberg causaram repercussões negativas em muitos congressistas, que diante do rigor da metodologia apresentada, chegaram até a perguntar, se ele era realmente espírita. Isso é explicado pela falta absoluta de qualquer rigor científico na análise dos fenômenos mediúnicos ocorridos nos Centros Espíritas e a facilidade com que a maioria se entrega, deslumbrada, a médiuns curadores que, vez por outra, surgem como portadores de cura de todas as doenças, fazendo operações, inclusive com instrumentos cirúrgicos.

O Jornal Espiritismo e Unificação, antecessor de nosso ABERTURA em outubro de 1986 publicou um resumo que disponibilizaremos no blog do ICKS para revisão de nossos leitores.

O trabalho do dr. Rotberg é sério, calcado em princípios rígidos, que na verdade são os que, efetivamente podem levar a uma avaliação correta e segura se a cura é realmente proveniente de entidades espirituais. Neste artigo faz-se um resumo da tese do dr. Rotberg.

Introdução

Segundo o dr. Abrahão, a cura de doenças orgânicas e funcionais por ação de entidades espirituais é francamente admitida pelo Espiritismo kardequiano. Por isso, afirma que “o médico espírita admite, portanto, a possibilidade da intervenção do mundo espiritual nos mecanismos, ainda que apenas por coerência com a doutrina que abraçou”.

Entretanto, adverte que “transformar essa possibilidade em probabilidade ou certeza, é problema completamente diferente. “Será necessário, como em todas as outras ciências, instituir uma metodologia de trabalho que possa produzir provas satisfatórias desse tipo de atividade espiritual”.

Metodologia

O dr. Rotberg formulou uma série de exigências criando uma tentativa de metodologia, que guiaria os pesquisadores especializados na investigação médico-espírita.

O que ele propunha em 1986

Exigência n°1 - O diagnóstico correto e preciso da doença a tratar é fundamental  para o estudo da mediunidade curadora, incluindo além da observação clínica, exames laboratoriais e instrumentais adequados. “Diagnósticos falhos ou incompletos não permitem apreciar a evolução do processo.”

Exigência n°2 - Exclusão de doenças espontaneamente involutivas, ou seja, doenças involutivas por mecanismos imunológicos, salvas algumas exceções por ele informadas. Tais como: “ o herpes zóster (observação nossa – hoje já existe vacina para isto desde 2017, mas não havia em 1986) espontaneamente involutivas por mecanismos imunológicos, não é aceitável para a observação. Porém a neurite zoster crônica, que sobrevive às manifestações cutâneas e que se tenha manifestado rebelde a todos os tratamentos médicos tentados, poderá ser admitida no estudo”

Exigência n° 3 - Exclusão de doenças psicossomáticas e/ou influenciáveis por psicoterapia

A fama do médium, a fé do paciente e o ambiente em que se realizam os trabalhos são formas muito ativas de psicoterapia que inutilizam a comprovação da atividade mediúnica.

Exigência n° 4 – ausência de terapêutica paralela.  Se o paciente receber terapêutica ortodoxa considerada útil para seu caso, paralelamente à ação mediúnica, a comprovação do valor desta última estará obviamente prejudicada. Esta é uma das maiores dificuldades práticas no estudo da mediunidade curadora.

Exigência n° 5 – Exclusão da possível atividade curadora direta do próprio médium, ou seja, o médium pode ser capaz de animicamente ajudar pelo passe a cura do doente.

Exigência n° 6 – exigência de acompanhamento da evolução por médico especialista – A avaliação dos resultados do tratamento deverá ser feita a curto e longo prazos e se valerá de todos os dados clínicos, laboratórios e instrumentais adequados para o caso em estudo. A análise da evolução deve ser feita por um médico especialista.

Exigência n° 7 – exigência de ambiente reservado e calmo

Exigência n° 8 – exigência de documentação científica e comunicação ética

Conclusão

Estas exigências podem ser excessivas e rigorosas, mas, haja visto o que é feito pela ANVISA no caso das vacinas de COVID-19, nada do que se pede aqui está em desacordo com a ciência, se quiséssemos determinar a validade de um tratamento espiritual de cura, todo este processo deveria ser seguido.

Resumido por Alexandre Cardia Machado

Ler também: 

https://www.blogger.com/blog/statspost/all_time/8190435979242028935/8282481180970786547

Aplicação de passe em plantas - estudo estatístico

 Nota: Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.

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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

O Dilema das Redes Sociais e o Espiritismo por Alexandre Cardia Machado

 

O dilema das redes sociais e o espiritismo

Não existe jantar de graça! – Ulisses Guimarães



Na página 8 desta edição Roberto Rufo nos chama a atenção a este problema no artigo - O controle da opinião pública e o livre-arbítrio - e cita alguns livros que nos ajudam a entender o problema em que estamos metidos.

Gosto muito de citar o refrão de Roberto Carlos “se o bem e o mal existem, você pode escolher”, mas talvez isto já não aconteça mais assim. Vamos tentar mostrar porque.

O documentário da Netflix - O Dilema das Redes – vai direto ao cerne do problema, talvez não tenhamos mais a capacidade de exercer plenamente o nosso livre arbítrio. O interessante é que fiquei sabendo do mesmo através de minha filha Beatriz que comentou justamente no WhatsApp da família.

O problema que quero discutir aqui não é novo, já em 2016, Rafael Régis dos Reis então presidente da MEEV – Mocidade Espírita Estudantes da Verdade, apresentou um trabalho no XXII Congresso Espírita Pan-americano da CEPA que foi realizado em Rosário, Argentina. Neste trabalho denominado:  A Internet contra o livre pensar – ele trata profundamente este tema. Posteriormente convidamos Rafael a reapresentar e discutir no ICKS o seu trabalho. Aquela época Rafael já discorria sobre os algoritmos usados pelos sites de pesquisa e outras mídias sociais que nos acompanham, a cada clique que damos, cada like é acompanhado pela rede, pela matriz. De um lado a rede nos oferece amigos, vídeos, reportagens que nos mantem conectados. De outro lado também nos oferecem coisas que não estamos necessariamente buscando, portanto de muito tempo sabemos que os serviços gratuitos ou não da Internet não são jantares de graça.

O documentário O Dilema das Redes vai mais além, traz as pessoas que trabalharam em postos chave nas grandes empresas digitais, como Google, Facebook, LinkedIn, Instagram fazendo confissões de como atuavam e usando dos recurso cinematográficos, traçam um narrativa contundente do que está por trás de todas estas facilidades.

Quando ligamos de Santos para Porto Alegre, por exemplo, usando a vídeo conferência pelo WhatsApp, Skype ou Zoom, de graça, significa que, alguém está pagando por isso. Ora, no mundo capitalista, onde estas empresas estão inseridas, sendo elas as maiores na bolsa de valores da americana – NASDAQ, elas não ofereceriam serviços tão baratos à toa, elas ganham dos anunciantes ou de qualquer um que queira impulsionar uma ideia, produto, ideologia ou religião. Não importa, tudo está à venda.

Não resta dúvida que estes serviços nos conectaram, nos facilitaram o acesso à informação, aos amigos de infância o que é muito bom. No entanto é preciso saber que enormes bancos de dados que guardam estas informações, também guardam, todo o tempo os sites que entramos, todos os produtos que procuramos, todos as páginas da internet que acessamos a cada movimento nosso na internet. Nós somos acompanhados pelos algoritmos todo o tempo. E precisamos saber que usam esta informação para impulsionar os anunciantes e monetizar os nossos cliques.

Do documentário extraí esta frase “ só dois tipos de atividades chamam seus clientes de usuários – o de informática e o de drogas ilícitas “ é uma frase de efeito, mas cada vez mais passamos mais tempo na frente das telinhas: TV a Cabo, Netflix, Celular, tablet, computador, notebook. Nos elevadores de prédios comerciais, nas salas de espera, nas padarias da moda, sempre tem alguém expondo um produto, uma ideia, uma notícia nas telinhas.

Se você checa o seu celular antes de dar bom dia, se você leva o celular para o quarto na hora de dormir, se não aguenta escutar qualquer notificação sem consultar, cuidado.

Estar informado,  tudo bem, temos interesse, o problema e daí o nome dilema é que os algoritmos sabem o que nos interessa e o que não nos interessa, o documentário é excelente em mostrar como isto é feito, e então acontece a mágica, ou melhor o ilusionismo, você gostaria de comprar um carro, pesquisa nos sites de classificados e de repente, começa a receber ofertas nas suas telas. Faça um teste – abra um site como o Terra, ao mesmo tempo no seu celular e no de sua esposa ou filhos, o que conteúdo que aparecerá lá não é igual, cada um recebe, ou acessa o que mais busca, personalizado.

Parece ótimo e tem suas vantagens, mas em assuntos polêmicos como por exemplo na política ou em todos os assuntos que envolvem o seu perfil político, aí a coisa pega, pois as redes socias, não são ferramentas, são caça níqueis e querem que nós fiquemos clicando o máximo de tempo possível, portanto reforçam o nosso interesse.

Assim quem é mais à direita acessa sem pedir o conteúdo favorável às suas ideias, pois aí enquanto a pessoa fica lendo ou vendo vídeos, aparecem as oportunidades de vender mais, o mesmo ocorre para quem é mais à esquerda. Como consequência direta disso estamos cada vez mais divididos e radicais.

Fica aqui o convite para que assistam o documentário, como espíritas e livres-pensadores não há nada mais importante do que o livre-arbítrio e ele está correndo perigo.

Portanto quando você der um “google” tome alguns cuidados:

·         Provavelmente as duas primeiras páginas são conteúdos pagos ou impulsionados, vá mais fundo;

·         Depois da primeira pesquisa, refine mais a busca, acrescente algumas palavras-chave a mais;

·         Leia, mais de um, pelo menos três artigos e use o seu bom senso.

Regulação:

Em suma, alguma regulação precisa ser imposta às redes sociais, elas têm um produto a venda e este produto é o “seu perfil, o meu perfil, os nossos perfis”.

No Brasil, passou a entrar em vigor a LGPD à partir de 15 de agosto de 2020, trata-se da Lei de Proteção de Dados – Lei n° 13.709/18 que regulamenta a política de proteção de dados pessoais e privacidade, modifica alguns dos artigos do Marco Civil da Internet  e impacta outras normas, transformando drasticamente a maneira como empresas e órgãos públicos tratam a privacidade e a segurança das informações de usuários e clientes.

Na Europa, a General Data Protection Regulation – inspiração para a lei brasileira – vigora desde 25 de maio de 2018, fazendo com que entidades e empresas na União Europeia tivessem de se adaptar antes de sua vigência. Isto está ocorrendo no Brasil, todos estão recebendo e-mails de mudanças de políticas dos sites,

Esta lei define o que milhares de empresas brasileiras que trabalham de forma direta ou indireta com dados pessoais de clientes vão fazer com estes dados. Em algumas dezenas de milhares, esses dados são vitais para o funcionamento do próprio negócio, como bancos, seguradoras, e-commerces. Não é exagero dizer que a segurança das informações dos consumidores é essencial para todas as transações realizadas por essas companhias.

A legislação é categórica: todos os dados tratados por pessoas jurídicas de direito público e privado, cujos titulares estejam no território nacional; ou a sua coleta se deu no país; ou ainda que tenha por finalidade a oferta de produtos ou serviços no Brasil, devem estar preparadas.

Assim, não se trata de uma opção, mas de uma obrigação das empresas em se adequarem às normas brasileiras de proteção de dados pessoais.

Do mesmo modo, caso se trate de uma simples pessoa ela terá sua privacidade e liberdade protegidas contra eventual violação de segurança que importe em risco de exposição ou vazamento de dados, por exemplo; ou o direito de ter seus dados apagados de determinado banco de informações, dentre outras possibilidades.

Não foi à toa que o TSE – Tribunal Superior Eleitoral reuniu-se com as gigantes já mencionadas anteriormente e estabeleceu um protocolo de uso de dados e combate a fake news durante a campanha eleitoral agora para as próximas eleições.

Não deixe que sua capacidade de pensar e tomar decisões seja terceirizada, como muito bem nos explicam os Espíritos no Livro dos Espíritos, na questão 843 “– Visto que ele (o ser humano) tem a liberdade de pensar, tem a de agir. Sem Livre-arbítrio o homem seria uma máquina.” Portanto segue um bom conselho, sempre que possível, cheque suas ideias com o contraditório, pode ser que o melhor caminho seja o do meio.

 

Curiosidade - O que significa a palavra google? Bom, ela surgiu como um trocadilho em cima da palavra "googol", um termo matemático para o número representado pelo dígito 1 seguido de cem dígitos 0. Larry Page e Sergey Brin, os criadores do Google, usaram esse termo para mostrar que a quantidade de informações no buscador é aparentemente infinita. E o Google foi chamado assim pela primeira vez em 1997, quando ainda era um mecanismo de busca que funcionava somente internamente na Universidade de Stanford.

 Alexandre Cardia Machado

Nota: Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.

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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Eleições na sociedade do espetáculo - por Alexandre Cardia Machado

 Eleições na sociedade do espetáculo

EUA fim da era Trump

Tudo indica, quando escrevemos este editorial, que o candidato Americano à presidência Joe Biden será declarado vencedor nas eleições, nos livraremos deste personagem totalmente heterodoxo que preside os EUA por quatro anos. Trump não respeitava protocolos, é politicamente incorreto e aumentou as tensões mundiais.

Nada nos garante que Joe Biden seja melhor, mas ao menos a alternância no poder, característica importantíssima de uma democracia, pode ser exercida.

Fatores em jogo

Republicanos e democratas defendem ideias distintas quanto a pontos importantes, citamos abaixo alguns. Sabemos que o ideário político é uma direção, mas governar requer apoio do Congresso, tanto lá nos EUA como aqui no Brasil há sempre um jogo político a ser bem jogado.

Republicanos x democratas as principais diferenças:

América em primeiro lugar x abertura econômica;

Tolerância aos preconceitos sociais x busca de uma sociedade mais equilibrada;

Menos intervencionismo internacional x EUA ocupando mais espaço mundial;

Desalinhamento de organizações ligadas a ONU x integração na aldeia global;

Economia liberal x visão mais social da economia;

Falta de preocupação ambiental x forte visão ecológica;

Maior geração de empregos x maior aporte social do estado;

Saúde individual x sistema mais amplo de cobertura à saúde;

E daí? Por que isto é importante ao Brasil, ou ao resto do mundo? E em especial aos espíritas?

Considerando que os EUA detêm 25% da riqueza mundial (PIB), uma pessoa que consiga ver o planeta Terra em seu governo, comparada a uma outra pessoa que é totalmente voltada apenas para os interesses próximos dos Estados Unidos já pode ser considerado benéfico.

Nosso medo é que os presidentes Democratas, recentemente fizeram, ou deram continuidade a mais conflitos bélicos que os Republicanos, Barack Obama recebeu o Prêmio Nobel da Paz e em seguida aumentou as forças no Iraque e no Afeganistão. Apesar do discurso jamais fechou a base americana de Guantánamo, em Cuba, onde sabidamente direitos humanos básicos não são respeitados. Quando se trata de segurança nacional, todos os presidentes de lá são parecidos.

Biden em seus discursos, nestes dias de apuração se propõe ser o presidente de todos os americanos, pretende construir pontes, ao invés de muros. Isto sim, se bem executado, será um exemplo a ser seguido, aqui nas terras Tupiniquins.

A Doutrina Espírita por defender o progresso das leis, da sociedade e claro dos espíritos encarnados e considerando também que para que haja progresso individual é necessário o progresso social, só podemos torcer para a distensão entre os países, pela busca de uma tranquilidade maior, por um ambiente mais aberto ao diálogo à redução da violência, de todas as formas de violência.

Neste sentido, ficaremos mais tranquilos com o novo presidente Biden.

Cobertura demais esgota a audiência

Hoje os jornais televisivos passaram mais a ser um show, o que Vargas Llosa considera que “tem mudado de investigativo para espetaculoso”. Quem acompanhou a apuração - voto a voto – da eleição americana, percebeu claramente a torcida por um dos candidatos, na CNN o âncora chegou a declarar “a mudança na tendência na Pensilvânia é bom pra nós”! No Brasil, as emissoras de TV ainda não chegaram a este ponto de declararem-se a favor, deste ou de outro candidato ou partido político.

Volto a recorrer num editorial a Wilson Garcia que em 2003 no VIII SBPE – Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita apresentou um trabalho Espiritismo na Sociedade do Espetáculo.  Destaco mais uma vez um parágrafo: “ O espetáculo, contudo, predomina sobre a informação ou até mesmo por conta da informação, e está presente nas imagens e acima de tudo como ideologia consumada por um consenso de prática, como a dizer que só é possível ser eficiente na conquista de mentes e corações se a produção e a veiculação de mensagens obedecer aos critérios que o sentido do espetáculo impõe”.

Não podemos cair na tentação, o papel do jornalismo é informar, checar a informação, trazer fatos ao debate, até abrindo espaço para os opostos em debates, ou pelo menos deveria ser assim.

No entanto, os analistas políticos e econômicos, tendem a ser anarquistas “se hay gobierno , soy contra “ – se existe um governo, sou contra. Isto porque, fazer previsões que não se concretam, causa desgaste, então é melhor criticar tudo, já que eles, os analistas, não são responsáveis pela implementação dos planos ou ideias que apresentam.

Desta forma em eleições onde não existem debates, ou os que existem, são muito cheio de regras, o que as empresas de comunicação fazem é só mostrar o pior de todos.

No Brasil, no próximo final de semana, haverá eleições para prefeituras e câmaras municipais, salvo um ou outro local, não empolgam, somente nos últimos dias que vemos bandeiras e cabos eleitorais circulando pelas cidades.

Rosana Regis e Oliveira, em 2014, escreveu neste jornal, um artigo denominado: “Voto Consciente -visão espírita” 14° artigo mais lido em nosso blog – por isto que gostaríamos de reproduzir aqui seu ponto principal.       

               “O artigo da escritora Lya Luft, publicado na revista Veja do dia 26 de fevereiro de 2014, resume tudo o que penso sobre o poder do voto consciente. Diz a escritora: ..."Podemos ser mais dignos? Podemos melhorar de vida?......Podemos uma porção de coisas melhores em nossa tumultuada vida? Podemos ser mais dignos e altivos? Não sabemos para que lado nos virar, onde procurar, a quem recorrer.Talvez a esperança seja não a destruição de ônibus, a quebradeira de lojas, a insensatez desatada. A esperança pode estar no gesto mais simples, breve, pequeno, porém transformador, desde que a gente saiba o que está fazendo, o que deve fazer: 

O Voto. Para que o voto seja esta esperança transformadora é preciso se informar, debater e descobrir algum nome a quem confiar esse voto ou acabará significando nada. Precisamos melhorar logo, para que o país não lembre uma nau sem rumo."

É isto, que as brumas de serenidade nos atinjam e que nossas ações bem pensadas nos protejam. Nosso voto é a nossa força, o exerçam com sabedoria.

Nota: Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de Santos.

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