quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Abrindo a Mente: Telescópio James Webb um novo túnel do tempo por Alexandre Cardia Machado

 

Abrindo a Mente

Telescópio James Webb um novo túnel do tempo

 

Toda a vez que olhamos por um telescópio, na verdade fazemos uma viagem no tempo, em direção ao passado. Quando apontamos para uma estrela, como por exemplo a estrela Alfa de Centauro, uma estrela dupla, a mais próxima do Sol e consequentemente de nós terrestres, ela está a 4 anos luz de distância e o que vemos é a luz emitida há 4 anos. Ou seja, estamos vendo o passado.


Crédito fotográfico – NASA, ESA, CSA e STScl.

O Telescópio Espacial James Webb, lançado ao espaço este ano, está posicionado no ponto de Lagrange – L2 a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, é uma posição no espaço onde o telescópio fica em equilíbrio gravitacional entre a Terra e o Sol. Neste mesmo local outros 2 telescópios espaciais já ficaram por lá, foram eles o Herschel e o Observatório Plank.

Este telescópio custou 10 bilhões de dólares, e por que gastamos tanto com um projeto como este? Porque ele tem objetivos de grande interesse científico, nos ajudará a entender melhor nossa história. Seu primeiro objeto de pesquisa foi a fotografia em infravermelho de uma estrela muito distante com uma idade aproximada de 700 milhões de anos após o Big Bang, ou seja, a luz emitida por ela está navegando pelo espaço há cerca de 13 bilhões de anos e de igual maneira fazemos uma viagem no tempo de 13 bilhões de anos.

O Telescópio James Webb foi construído por um consórcio entre a NASA (EUA), ESA (Europeia e a Agência Espacial Canadense, contou com a ajuda de 300 universidades, desde o projeto e execução do telescópio, foguete e objetivos. Tem a previsão de operação de 5 anos, podendo operar por mais 5, dependendo do consumo de combustível.

Os principais objetivos são, revisitar exoplanetas já identificados, buscando fotografar em espectro de infravermelho, buscar as primeiras luzes do Universo, que como sabemos levou bastante tempo até que esfriasse o suficiente para que a matéria pudesse dar início a formação de estrelas e fotografar as nebulosas, buscando entender o nascimento de estrelas.

Um outro telescópio espacial o Kepler, lançado em 2009, encontrou 2,6 mil planetas fora do sistema solar (exoplanetas). Ele operou até 2018, hoje vaga no espaço e um dia se chocará com o Sol. Dentre estes planetas, 30 são os que requerem mais atenção do Webb, são os que tem até duas vezes o diâmetro da Terra e estão localizados nas zonas de habitabilidade de suas estrelas.


Crédito fotográfico – NASA, ESA, CSA e STScl.

Sendo a Pluralidade dos Mundos Habitados um princípio Espírita, ainda que nem todos os planetas sejam habitados, alguns devem ser, logo, acompanhar o desenrolar desta missão Webb, passa a ser um objetivo desta coluna e de tempos em tempos vamos atualizando os nossos leitores.

Para abrir mais a sua mente: vá ao site da Nasa específico para esta missão - https://www.nasa.gov/mission_pages/webb/main/index.html

 Artigo publicado no jornal ABERTURA de SETEMBRO DO 2022. Os dois últimos parágrafos não saíram por erro na edição. Caso você tenha gostado deste artigo e queira ler o jornal Abertura na integra, clique no link abaixo:

Já está disponível gratuitamente o exemplar de setembro de 2022, no link abaixo, no site da CEPA:

 

 https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/22-jornal-abertura-2022?download=198:jornal-abertura-setembro-de-2022




quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Abertura setembro 2022 - já está disponível online

 

Caros Amigos,

O jornal ABERTURA segue a todo o vapor na forma online.

 Queremos nos conectar com vocês que já foram nossos assinantes, agora o ABERTURA é grátis, mas não menos importante!


Já está disponível gratuitamente o exemplar de setembro de 2022, no link abaixo, no site da CEPA:

 

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Desfrute, caso tenha interesse em adquirir algum livro editado pelo Icks entre em contato pelo e-mail: ickardecista1@terra.com.br 

 

Além disto disponibilizamos também todos os ABERTURAS de 2020, 2021 e os de 2022 na página da CEPA:

https://cepainternacional.org/site/pt/publicacoes 

 

Como acredito que já saibam, estamos disponibilizando o jornal no site da CEPA – Confederação Espírita Internacional

  

O nosso Abertura, colorido, está totalmente grátis e disponível desde janeiro de 2022 e com acesso livre em qualquer parte do mundo.

 Você já pode baixar o Jornal Abertura digital diretamente, basta clicar sobre a foto no Blog do ICKS à direita,no menu principal. Aqui no nosso Blog: https://icksantos.blogspot.com/



sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Geraldo Spínola - desencarnado em 8/09/2022 uma homenagem

 Seu Geraldo como o conhecíamos foi até o ano passado assinante do nosso Jornal Abertura, quando passamos a ser apenas online, sempre foi um grande amigo e companheiro.

Como homenagem a ele e a sua família de numerosos espíritas, republicamos esta entrevista de 2005 feita por Marçal Gouveia. àquela época o Sr. Geraldo Spínola estava com 79 anos, tendo desencarnado ontem, aos 96 anos no mesmo dia e com a mesma idade da Raínha Elisabeth.

Geraldo Spínola em 2011, em Santos no XXII SBPE



Autor: Marçal Gouveia

Apresentação: Geraldo Spínola, morador do bairro da Penha em São Paulo (desde 1942), 79 anos, casado com a Sra. Neide, pai de sete filhos (Mauro, Emiliana, Álvaro, Marcelo, Paula, Cláudia e Rogério). Secretário Geral do Centro de Estudos Espíritas José Herculano Pires e Vice-Presidente da Comissão Executiva da USE Distrital Penha.

 Para o nosso conhecimento, faça alguns comentários sobre a sua participação no movimento espírita.

Eu sou espírita desde a infância, meus pais já eram. Começamos no espiritismo na cidade de Tambaú – SP. Quando mudamos para a Capital, começamos a participar de um Centro com o objetivo de receber assistência, porque eu estava doente na época. Depois de algum tempo minha mãe desencarnou, eu já estava próximo de 25 anos; nós começamos a participar de um grupo que minha irmã estava iniciando, devido a sua mediunidade, então passamos para o estudo do  Evangelho e prática da mediunidade, baseado em Allan Kardec. Esse grupo quando assumi, passou a ter outra dimensão, foi crescendo e tendo a participação de outros companheiros. Pensamos em ter acomodações melhores, passamos então a ocupar a casa de meu pai que vivia sozinho, e aí o grupo começou a tomar jeito de Centro Espírita. Fizemos um registro oficial, nomeamos a primeira diretoria, eu como Presidente, depois ingressamos na USE – Distrital da Penha, com muito entusiasmo, fiz alguns cursos na Federação Espírita do Estado de São Paulo, exerci algumas tarefas no serviço de assistência social e infância espírita. Ingressei na USE, na comissão executiva da Distrital da Penha, como Secretário. Fui presidente em mais de uma oportunidade – representando a Penha, na USE Regional, que na época era Conselho Metropolitano Espírita, também assumi como Secretário da Diretoria Executiva, por pelo menos dois mandatos e depois como Secretário Geral. Enquanto isso o centro Herculano Pires continuou a crescer na divulgação da doutrina. Ingressamos na Confederação Espírita Pan-americana (CEPA), que envolve todas as Américas. Continuamos participando de diversas atividades do movimento espírita. Nossa preocupação  sempre foi a Doutrina Espírita.

O sr. participou das atividades de Mocidade Espírita?

Eu tinha 16 anos, nós não tínhamos nenhuma atividade de Mocidade na minha cidade, o que existia era o Centro Espírita, chamava-se Centro Espírita Paula Vitor. Quanto a Mocidade naquela época não tinha, quando eu vim para São Paulo é que começaram a ser criadas; o centro começou a se interessar, cresceram o interesse e o volume de Mocidades em São Paulo. Me parece que a USE ai cumpriu um papel relevante, porque a USE começou a organizar encontros de Mocidades, confraternizações de mocidades. Foi crescendo o interesse do jovens, meus filhos inclusive participaram e assumiram diversos cargos dentro do movimento de jovens. Enfim o trabalho de Mocidades quando começou, trouxe uma mudança muito grande em todo movimento espírita que nós procuramos sempre apoiar.

Como se organizavam?

 Aqui na Penha nós tivemos a MEVE – MOCIDADE ESPÍRITA DE VILA ESPERANÇA –era um grupo muito destacado. Ela tinha personalidade jurídica, não era ligada a nenhum centro, mas utilizava os centros da região, como utilizou o Centro Herculano Pires como sede. Mauro, Emiliana, Marcelo, Álvaro (filhos), participavam e nós dávamos todo apoio. Eu também freqüentava as reuniões da MEVE – era sábado a noite. A MEVE tinha no seu estatuto a nomeação de uma pessoa que tivesse condições de ser uma espécie de mentor do grupo, então eu fui mentor da Mocidade em várias oportunidades; gostava muito e incentivava bastante. A MEVE também passou a integrar o movimento espírita da capital, do estado e ai começaram a surgir outras Mocidades aqui na Penha. A MEVE foi uma das pioneiras do movimento de Mocidade Espírita.

Como o sr. percebe a participação do jovem no movimento espírita?

 Eu sempre tenho dito que os melhores espíritas do estado de São Paulo são oriundos de Mocidades, citaria por exemplo o presidente da FEB: “Nestor Mazotti”, com quem eu tive atividades espíritas na Diretoria Executiva da USE. Nestor Mazotti é oriundo de Mocidade Espírita, eu estou citando o nome dele, porque considero hoje que os espíritas que tiveram a  Mocidade por primeira atividade, e depois passaram a integrar os Centros Espíritas tem uma preparação melhor. Então vejo a mocidade uma etapa de “formação” para ser um espírita, principalmente pelo interesse das mocidades em manusear livros, em estudar, em organizar atividades espíritas, inclusive da Unificação. O aproveitamento dos moços é indispensável para o movimento espírita como foi em épocas de ouro do Espiritismo em São Paulo. Os moços vêem desempenhando um papel relevante na minha opinião.

O sr. conhece os trabalhos das Semanas dos Jovens Espíritas?

 Eu sou um entusiasta desse trabalho, já participei de confraternizações de Mocidades, como adulto, ajudando, participando, orientando em alguns casos, dando minha contribuição no trabalho de execução, colaborando para que o sucesso fosse o maior possível, assim como a SEJESPAR por exemplo, que é realizado aqui na Penha. No Tatuapé também há um encontro… SEJEST, até assisti algumas atividades. Todos esses eventos são uma grande oportunidade de manter os jovens unidos, manter a chama viva do entusiasmo pelo trabalho dos moços dentro do Centro Espírita. Então, esse trabalho deve ser apoiado.

Como o sr. enxerga o movimento espírita daqui para frente ?

             Sou obrigado a falar que ainda há muito “igrejeirismo” nos Centros Espíritas, com muitas exceções, mas ainda prevalece as pessoas buscando o centro espírita com o interesse na transmissão de energia ou passe, como queiram chamar. Muito poucos se interessam em estudar o espiritismo. A doutrina espírita só pode ser desenvolvida estudando, pesquisando e até formando grupos de pesquisas espíritas. Allan Kardec até previu e fez muitas observações nesse sentido, então vejo que o futuro nas mãos dos moços. Boa parte dos jovens, hoje fazem Faculdade, estão num nível de cultura muito maior e melhor do que no tempo em que nós iniciamos. O Centro Espírita não é mais aquela casa onde as pessoas só sabem ouvir. Hoje os moços sabem escrever, sabem falar, podendo oferecer uma produção melhor. Cabe a todos nós colocarmos o Espiritismo onde Allan Kardec desejou. Nós temos esperança que o espiritismo possa ser a grande alavanca dos seres humanos no nosso planeta, para que os homens esclarecidos pelos assuntos espirituais, pelo reconhecimento dos princípios básicos do espiritismo, possam desenvolver melhores condições de viver. Um mundo que terá paz, progresso, igualdade social, sem guerras, sem terrorismo – como o ataque que aconteceu na cidade de Londres, na Inglaterra. Isso deixou a todos nós tristes e preocupados, com aquela pergunta: – Quando é que vamos acabar com isso? Atitudes violentas de homens que querem impor suas idéias. Então por essa razão e por tudo isso eu vejo o espiritismo, muito mais que outras doutrinas, em condições de cumprir um papel para que o mundo possa ser melhor. Vejo que esse é um papel nosso, de dirigentes, integrantes de Grupos Espíritas e de Mocidades Espíritas.

Fala MEU! Edição 29, ano 2005 

terça-feira, 6 de setembro de 2022

Abrindo a mente Evolução intelectual x evolução moral por Alexandre Cardia Machado

 

Abrindo a mente

Evolução intelectual x evolução moral

Por que avançamos tanto no conhecimento geral e não temos uma evolução social e moral equivalente?



Me animei a escrever novamente sobre este tema, tão complexo após assistir na TV Cultura, o programa Linhas Cruzadas onde a jornalista Thaís Oyama entrevista Luiz Felipe Pondé, tendo como tema “O conhecimento faz uma pessoa melhor?”. Todos conhecem o filósofo e professor Pondé, que tem uma abordagem centrada no conhecimento que cita diversas correntes de pensamento, mas raramente ou até melhor nunca se refere ao Espiritismo.

Fui buscar um artigo que escrevi aqui no jornal ABERTURA em outubro de 1989 e que  está disponível no blog do ICKS intitulado “A Trajetória da Ciência Espírita”, onde discorri a respeito da evolução intelectual da humanidade e uma comparação com o mesmo processo nas religiões e na filosofia. Vou trazer aqui a alguns aspectos do artigo.

A principal característica do conhecimento científico é que ele é autocorretivo, “capaz de colocar em dúvida, antigas “verdades” quando encontra provas mais adequadas, corrigindo-se, progredindo, aperfeiçoando-se”. (*)

Sobre esta característica Kardec concorda e tece o seguinte comentário “Há”, todavia, capital diferença entre a marcha do Espiritismo e a das Ciências; a de que estas não atingiram o ponto que alcançaram, senão após longos intervalos, ao passo que alguns anos bastaram ao Espiritismo, quanto não a galgar o ponto culminante, pelo menos a recolher uma soma de observações bem grande para formar uma Doutrina”. (OLE). Claro Kardec apoiava-se no conhecimento, desde os seus primeiros passos.

Segundo Popper, “a melhor estratégia que um cientista deve seguir não é a de tentar comprovar uma hipótese”. Ao contrário, ele deve pensar sempre em realizar testes, isto é, quando resistir à refutação, será considerada pelos menos provisoriamente, como uma explicação adequada dos fatos, e pode até mesmo ser aceita ou adotada para fins práticos, ganhando inclusive o estatuto de uma lei científica. )
O que é filosofia, Prado, C- Série- Primeiros Passos).

Kardec entendia bem isto e muito antes de Popper declarou em A Gênese “Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque se as novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará”.

Portanto, Kardec tinha noção de que o Espiritismo haveria de evoluir o que, no entanto, não foi entendido por seus seguidores que elegeram a Doutrina escrita em 1857 como uma verdade acabada. Quase nada mais se acrescentou e incorreu-se no erro e no risco de passar-se de Científico para Pseudocientífico ou, nas palavras de Gewandsznajder “Não é por acaso que algumas pseudociências estagnaram e seus seguidores tenham se limitado a repetir as mesmas ideias, técnicas e princípios pretensamente verdadeiros de centenas até milhares de anos atrás. As pseudociências costumam se isolar-se da ciência. Seus seguidores ostentam às vezes completa indiferença para com as descobertas científicas, sustentando princípios e leis que frequentemente contradizem os princípios científicos”. (*)

Precisamos estar atentos quanto a isto, para não permitirmos que uma Doutrina de tamanha abrangência seja transformada em pseudociência por falta de produção cientifica. Este esforço tem sido feito pela corrente livre-pensadora.

Além disto a transposição do conhecimento para as mudanças sociais e morais é muito lento, pois a sociedade é o fruto das interações individuais, e os indivíduos estão em diferentes estágios de compreensão intelectual.  Portanto cada um tem sua própria visão de mundo. No entanto creio fortemente que é pelo conhecimento e educação que o mundo melhorará.

Para abrir mais a sua mente: leia A Trajetória da Ciência Espírita de Alexandre Cardia Machado – pesquise no blog do ICKS.  https://icksantos.blogspot.com/search?q=a+trajet%C3%B3ria+da+ci%C3%AAncia+esp%C3%ADrita

(*) Referência - Livro  -  O que é método científico, Gewandsznajder.

Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura de julho de 2022 - quer ler o jornal completo?

Baixe aqui:

https://cepainternacional.org/site/pt/cepa-downloads/category/22-jornal-abertura-2022?download=189:jornal-abertura-julho-de-2022



quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Compaixão, Solidariedade e Generosidade. Onde se situa o Espiritismo? por Roberto Rufo e Silva

 

Compaixão, Solidariedade e Generosidade. Onde se situa o Espiritismo?

 

"E disse Jesus: Ame o seu próximo como a si mesmo" ( Mateus 22:39).

 

"Amar ao próximo como a si mesmo é uma frase alienante. Por que eu deveria amar a quem eu nem conheço?" (Sigmund Freud).

 

Roberto Rufo e Silva no Lar Veneranda

 

Se não me falha a memória foi Frei Beto quem disse ser a compaixão a maior virtude do cristianismo. Meu grande amigo espírita e intelectual Ciro Felice Pirondi diz ser a generosidade a maior virtude que um ser humano pode aspirar. A solidariedade, diz ele, pode valer até para situações de autoritarismo como ser solidário ao nazismo por exemplo, lembrando que a solidariedade, na maior parte dos casos, está cercada de bons propósitos.

O Espiritismo no seu aspecto mais religioso se prende à prática da caridade, tanto que todo Centro Espírita que se preze sempre procura estar ligado a alguma Casa Assistencial.

Segundo o Espiritismo, o amor é o sentimento por excelência. Jesus promoveu o amor a lei maior a ser seguida.  Mas para praticar o amor qual a virtude maior que devemos possuir ou buscar em obtê-la?

Vamos a um exemplo: um homem sempre que ia ao supermercado notava que o rapaz que ajudava a guardar a compra tinha uma das mãos com os dedos todos fechados. Aquilo um dia o comoveu. Perguntou ao moço: você nasceu assim? Sim, respondeu o rapaz. Você já procurou tratamento? Sim, mas eu teria que fazer várias cirurgias segundo os médicos e depois realizar várias fisioterapias. Além de não ter dinheiro eu não posso parar de trabalhar.

Eu vou ajudar você disse o homem. Estaria ele movido pela compaixão, generosidade ou solidariedade? De que forma se manifestou neste homem o amor ao próximo? 

Esse homem pagou todas as cirurgias e fisioterapias e ao mesmo tempo deu uma ajuda financeira à família no período em que o rapaz não podia trabalhar. Depois de todo tratamento esse homem pensou: a mão dele agora está boa, mas para continuar fazendo o mesmo serviço de auxiliar de supermercado? Resolveu então o homem pagar ao rapaz um curso profissionalizante e lhe deu um empego na sua microempresa depois de terminado o curso. O rapaz, agora um homem, seguiu sua vida nova, inclusive se transferindo para um emprego melhor. Alguns dirão que o homem ajudou porque tinha dinheiro. Será apenas isso? Eu prefiro acreditar na virtude humana. A judia Anne Frank, morta pelos nazistas, em seu famoso diário escreveu que "apesar de tudo eu ainda acredito na bondade humana".

Amigos espíritas coloquei abaixo a definição de compaixão, solidariedade e generosidade obtidas no wikipedia. Em qual das três definições se encaixaria o homem que citei acima? Em qual delas você se coloca?

O corpo teórico do Espiritismo nos leva a qual comportamento após o desenvolvimento moral e intelectual apregoado pela Doutrina Espírita? Felicidades a todos.

 

Compaixão (do termo latino compassione)[1] pode ser descrito como uma compreensão do estado emocional de outra pessoa. Não deve ser confundida com empatia. A compaixão frequentemente combina-se a um desejo de aliviar ou minorar o sofrimento de outro ser senciente, bem como demonstrar especial gentileza para com aqueles que sofrem.

A compaixão pode levar alguém a sentir empatia pelo outro. A compaixão é, frequentemente, caracterizada através de ações, quando uma pessoa, agindo com espírito de compaixão, busca ajudar aqueles pelos quais se compadece.

Ter compaixão é permanecer num estado emotivo positivo, enquanto tenta-se compreender o outro, sem invadir, no entanto, o seu espaço.[2]

A compaixão diferencia-se de outras formas de comportamento prestativo humano no sentido de que seu foco primário é o alívio da dor e sofrimento alheios.[3] Atos de caridade que busquem principalmente conceder benefícios em vez de aliviar a dor e o sofrimento existentes, são mais corretamente classificados como atos de altruísmo, embora, neste sentido, a compaixão possa ser vista como um subconjunto do altruísmo, sendo definida como o tipo de comportamento que busca beneficiar os outros minorando o sofrimento destes.

 

Solidariedade é um ato de bondade e compreensão com o próximo ou um sentimento, uma união de simpatias, interesses ou propósitos entre os membros de um grupo:

1.    Cooperação mútua entre duas ou mais pessoas;

2.    Identidade entre seres;

3.    Interdependência de sentimentos, de ideias, de doutrinas.

Na sociologia, existe o conceito de solidariedade social, que subentende a ideia de que os seus praticantes se sintam integrantes de uma mesma comunidade e, portanto, sintam-se interdependentes.

 

O que forma a base da solidariedade e como ela é implementada varia entre as sociedades. Nas sociedades mais pobres, pode basear-se principalmente no parentesco e nos valores compartilhados, enquanto nas sociedades mais desenvolvidas acumulam-se várias teorias sobre o que contribui para um senso de solidariedade, também chamada de coesão social.

 

Generosidade é a virtude em que a pessoa tem quando acrescenta algo ao próximo. Ela se aplica também quando a pessoa que dá algo a alguém tem o suficiente para dividir ou não. Não se limita apenas em bens materiais. Generosos são tanto as pessoas que se sentem bem em dividir um tesouro com mais pessoas porque isso as fará bem, tanto quanto aquela pessoa que dividirá um tempo agradável para outros sem a necessidade de receber algo em troca.[carece de fontes]

Já segundo René Descartes, em Tratado das paixões e também nos Princípios de filosofia, a generosidade é apresentada como uma despertadora do real valor do eu e ao mesmo tempo como mediadora para que a vontade se disponha a aceitar o concurso do entendimento, acabando assim a causa do erro. Neste caso, passa a ser um conceito de mediação entre a vontade e o entendimento.[1]

 

                                                                                                                               Roberto Rufo.

Este artigo foi publicado no jornal Abertura de maio de 2022, você pode acessar o jornal na integra no link abaixo:

https://cepainternacional.org/site/pt/component/phocadownload/category/22-jornal-abertura-2022?download=174:jornal-abertura-maio-de-2022


quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Eu e a Bruna no século XXI – Jaci Régis

 

Eu e a Bruna no século XXI – Jaci Régis

Texto publicado no jornal Abertura em fevereiro de 1989.

Após a publicação do e-mail de Jaci Régis a Bruna quando de seus 15 anos de idade, isto no ano de 2003, no jornal Abertura de junho de 2022, muita gente perguntou sobre o referido artigo - Eu e a Bruna no século XXI – desta forma Cláudia e eu fizemos um mergulho no tempo, não tínhamos certeza de quando havia sido publicado, revisamos os jornais Abertura que temos encadernados e finalmente o encontramos. Bruna estava com apenas 7 meses de vida, nesta encarnação. Hoje tem 33 anos e no próximo mês dará à luz a Helena, sua primeira filha.

Bruna com 6 meses em 1989


Interessante é que Jaci diz que: quem sabe ele não reencarnaria como seu neto no fim do século XXI, claro que é uma previsão poética, mas quem saberá a verdade?

Fiquem com Jaci Régis:

“Este fim de século e de milênio apresenta-se com todos os sinais característicos de fim de ciclo e transição para nova era. Usos e costumes sociais apresentam-se contundentes, no seu existencialismo sufocante, onde objeto e o fim da existência são resumidos no gozo, no prazer e no bem-estar dos sentidos. Uma constância materialista invade os domínios das religiões neutralizando seus esforços no sentido de impor os seus ensinos morais. (...) Até onde chegará esta imensa chaga que alcança todas as coletividades, essa imoralidade crescente envolvendo as próprias crianças e adolescentes como protagonistas e vítimas?”

 Lia essas linhas tão pessimistas e preparatórias para dizer, afinal, que “somente uma doutrina abrangente e generosa como a Doutrina dos Espíritos revivendo o Cristianismo (...) será capaz de dar ao homem sofredor, renovado pela esperança, a visão de um mundo novo de justiça e equidade, de amor e compreensão ...” com minha neta Bruna, de apenas 6 meses, brincando no meu colo, rasgando papeis. Ela viverá plenamente no século vinte e um. Ela é o futuro.

Recordei a peça “Cerimônia do Adeus” que havia assistido na véspera. Trata-se do jogo entre o radicalismo teórico do existencialismo sartreano, bebidos nos livros de Jean Paul Sartre e sua companheira Simone de Beauvoir, vividos na fantasia de um jovem leitor e as colocações de um espírita, radicalmente centrada no além, na fé nos Espíritos.

A personagem não é caricata, mas a lídima impressão da maioria dos espíritas, as voltas com operações espirituais, pensando que fora Cleópatra ou tentando enquadrar-se num passado qualquer. Era a imagem do espírita comum, que acredita que Victor Hugo tivesse se comunicado em seu centro e que estivesse arrependido. Mesmo quando o personagem Simone de Beauvoir cita tudo o que ele fez e realizou no campo político, literário etc., a espírita afirma que para “Deus isso não vale nada”. O que parece ser aceito por quase a totalidade dos adeptos que não se admiram quando um grande escritor, poeta, inventor, se apresenta como um pobre diabo, sem talento, ditando coisas medíocres, como a dizer que “no lado de lá” se perde o entusiasmo, a criatividade. As intervenções do personagem espírita, faziam a plateia rir muito.

Esse tipo de espírita vai mudar o quê?

Ainda há quem procure sinais no céu. Tenho pensado que Deus é muito mais inteligente do que seus pretensos porta-vozes querem fazer nos crer. O século vinte e um vai acontecer como os demais vinte séculos atrás e todos os que vieram antes deles. Sem maiores traumas do que os traumas da vida.

O tão malsinado materialismo, foi a única saída honrosa para o pensamento humano, preso ao catecismo católico, sufocado pelo evangelismo protestante que estavam a pretexto de salvar o homem, conduzindo-o para o abismo. O malsinado materialismo foi a libertação.

Agora esse materialismo está apto a se “espiritualizar” sem submeter-se, todavia, aos modismos de um Espiritismo medíocre, igrejeiro, sem vibração timbre para ser ouvido. Se quisermos que ele seja ouvido, tenha vez, antes de ser sepultado por outras correntes mais abrangentes e ousadas, tem que libertar-se desses enfadonhos discursos sobre catástrofes, vingança divina. Precisa encarar a evolução como fruto do conflito, do gozo, do prazer, da sublimação, da reparação e continuidade.

O Espiritismo já poderia sim, se não tivesse sido abortado, ter exercido uma influência muito grande, porque abre uma compreensão maior da natureza humana. Talvez ainda reste uma esperança de fazê-lo. Não, porém, enquanto entre nós houver quem se considere entre os “observadores perplexos”, do momento que vivemos. Porque jovens e crianças, envolvidos nessa transição libertadora, são Espíritos que precisam superar lutas tremendas, parte inclusive por culpa dessa mentalidade medieval, que julga que o homem precisa ser salvo, que necessita de um Salvador e de Anjos, para guiá-los.

Minha neta, olhos castanhos muito vivos, sorri para mim. E eu para ela. Eu partirei deste mundo e ela ficará. Vivenciará seus anseios e temores e terá que optar num mundo cheio de percalços, por uma via de vida. Como eu enfrentei, quando vim para cá, há 56 anos atrás, nas vésperas da II Guerra Mundial e submetido ao explodir da parafernália eletrônica, ao desvendamento do cosmos, aos horrores do nazismo, das ditaduras de direita e da esquerda, ao surgimento dos hippies, o repúdio ao racismo, a personalidades como Hitler e Gorbatchev.

Se fosse diferente, eu teria o direito de pedir contas a Deus, porque com o seu poder de dizer “faça-se a luz” e a luz se fez, porque não coíbe “tanta insensibilidade, movida pelo egoísmo humano exacerbado” que na ótica do autor das linhas que lia, move o fim de século, que ele talvez espere cheio de morte e sangue.

Minha neta é um Espírito que volta ao mundo num momento privilegiado. Será informada e talvez formada em princípios espíritas. Eu espero que descubra a si mesma e que caminhe, entre lágrimas e sorrisos, construindo seu destino, eficiente e satisfatoriamente. E quem sabe, me afague no seu regaço, como um neto que volta, na continuidade da vida, lá pelo fim do século vinte e um.

Texto publicado no jornal Abertura de julho de 2022. veja o jornal na sua integra no link abaixo.

https://cepainternacional.org/site/pt/component/phocadownload/category/22-jornal-abertura-2022?download=189:jornal-abertura-julho-de-2022.



quinta-feira, 18 de agosto de 2022

o Tempo - por Alexandre Cardia Machado

 O Tempo

Palavra simples, tempo, algo difícil de explicar que, no entanto se torna fácil de perceber quando sentimos a falta de tempo.

O que a física moderna nos diz sobre o tempo é que o mesmo só existe à partir do big bang, ou simplificando, o tempo só existe depois que o universo foi criado a concepção criacionista, como a espírita, ou numa perspectiva materialista prefere dizer à partir do caos inicial criado pela expansão da matéria.


Para nós, simples espíritos imortais o tempo é um bem importantíssimo, o nosso próprio tempo. A humanidade criou convenções para medir a passagem do tempo, segundos, minutos, horas e assim por diante, o fez a partir de observações, físicas, como o dia, a noite, a mudança das estações.

Desde que nascemos e quem sabe, mesmo antes disto, já trazemos esta noção, de que ora estamos encarnados, ora estamos na erraticidade, podemos dizer que passamos um tempo aqui e outro lá.

Logo se quisermos evoluir como espíritos, adquirindo mais conhecimento e aprofundando nosso senso moral, precisaremos administrar o tempo, o nosso tempo. Não adianta reclamar da falta dele, temos que otimizar a utilização dele, pois de outra forma, não conseguiremos completar nossos projetos.

Nossas encarnações passam por fases, infância, juventude, período produtivo, normalmente na idade adulta e posteriormente um tempo com menos responsabilidades produtivas, mas que podem ser muito bem utilizada para doar tempo para o lazer, para o bem comum, para o aperfeiçoamento do espírito e também à benemerência. A chamada terceira idade se destina a isto.

Nos tempos passados, enquanto ainda não havíamos atingido o período da histórica chamada de civilizatório, os mais velhos, se destinavam a atividades de ensino. Contando os contos de  tradições, cuidando dos mais jovens, enquanto guerreiros e caçadores coletores saíam para obter comida. Hoje vivemos num mundo totalmente diferente, existem milhares de opções para a terceira idade, existe um mercado específico para estas pessoas.

Agora,  independente da fase de vida que estejamos, ainda temos tempo e nos cabe tentar usá-lo a nosso favor. Nossos projetos vão mudando a cada fase de nossa vida, a cada momento desta trajetória. De tal forma que precisamos também a cada período nos replanejarmos, adaptarmos para conseguirmos completar nossos desejos.

Encarnamos para sermos felizes e o que nos faz feliz? Façamos uma lista daquilo que pensamos que nos deixa feliz e tratemos de trabalhar nisto.

Uma das coisas que me fazem feliz é o estudo da Doutrina Espírita, no Livro dos Espíritos, na sua Introdução assim Kardec nos escreveu, como uma espécie de alerta “ Portanto não nos enganemos: o estudo de Espiritismo é imenso, toca em todas as questões da metafísica e da ordem social, e é todo um mundo que se abre diante de nós. Deve-se espantar que é preciso de tempo, e muito tempo, para adquiri-lo?”. Bem sabendo disto, não deixemos para depois.

O Livro dos Espíritos em seu capítulo sobre a Lei Natural - Lei do Trabalho, na resposta à pergunta 678, nos esclarece sobre a natureza do trabalho:

“... quanto menos as necessidades são materiais, menos o trabalho é material. Mas não creias, com isso, que o homem fica inativo e inútil: a ociosidade seria um suplício em lugar de ser um benefício.”

O conselho dos Espíritos é claro, trabalho faz bem a mente ou a alma. Busquem sempre alguma atividade proporcional à sua capacidade e energia.

Fazer um jornal dá trabalho, é verdade, no entanto nos dá muito mais prazer em oferecê-lo ao nosso público. Aproveitem o nosso jornal Abertura de junho de 2022.


Editorial do Jornal Abertura de junho de 2022.

Se queres ler o jornal vá ao link: Abertura Junho 2022
 

quarta-feira, 20 de julho de 2022

Espiritismo: Segunda opção - por Jaci Régis

 

Espiritismo: Segunda opção

Jaci Regis 

 

"É possível que a existência humana, tão complexa e rica, se dissolva quando o coração para?" é a pergunta que a reportagem especial da revista Veja faz. E conclui: "Com uma resposta prática para essa questão crucial e a promessa de comunicação com os mortos, o Espiritismo tornou-se a religião – ou, pelo menos, a segunda opção religiosa – de 40 milhões de brasileiros".

 

Há nisso um sincretismo religioso tipicamente brasileiro. De acordo com o IBGE, 74% dos brasileiros declaram-se católicos e a doutrina da Igreja Católica não concebe a comunicação direta entre mortos e vivos. Na prática, boa parte desse contingente católico também dirige sua fé ou sofre influência de outro credo sem expressão no exterior e que só cresce no Brasil: o Espiritismo.

 

"Segundo a Federação Espírita Brasileira", diz a reportagem, mais de 40 milhões de pessoas seguem a doutrina de Allan Kardec no Brasil. Apenas 2% dos brasileiros se dizem Espíritas, nos censos oficiais. A imensa maioria simplesmente acrescenta, sem dramas de consciência, os ensinamentos de Kardec, aos das religiões que professam oficialmente".



 

O QUE BUSCAM OS CATÓLICOS NO ESPIRITISMO?

Certamente é hipotético afirmar que quarenta milhões "seguem" a doutrina de Allan Kardec, no Brasil. O que acontece é que milhões de católicos, pois é pouco provável que protestantes o façam, frequentam algumas vezes ou seguidamente os centros espíritas em busca de serviços que eles oferecem à população, seja no campo da assistência social, seja no consolo espiritual, através de consultas e passes.

 

Essa multidão seria bem menor se os centros espíritas ensinassem efetivamente a doutrina de Allan Kardec, mas não uma adaptação religiosa e personalista dos princípios espíritas. Com isso a comunicação dos Espíritos e a reencarnação, não teriam o caráter folclórico que assumem, como se vê na reportagem.

Em muitos dos que se chamam de "centro espírita", lamentavelmente extremamente distantes do Espiritismo, esses católicos ficarão muito à vontade, porque neles se faz uma imitação medíocre do catolicismo, inclusive com preces católicas como ave-maria e outras. E, quando ali se discursa, os discursos não diferem do catolicismo, a não ser no que tange à comunicação com os Espíritos e uma tênue referência à reencarnação, moldada, contudo, no viés da punição e da purificação, bem ao gosto da doutrina católica.

Essa é a tal de multidão que acredita na reencarnação e na comunicação com os mortos. Para eles, não se trata apropriadamente de assumir o Espiritismo como uma segunda religião, como uma opção mais folclórica, mais ansiosa e supersticiosa sem qualquer reflexão filosófica ou prova científica.

 O que se pode dizer também de muitos que se dizem oficialmente espíritas.

 O QUE DEVERIA SER DADO AOS CATÓLICOS QUE BUSCAM O ESPIRITISMO


A transformação do Espiritismo numa religião formal, cada vez mais formal, acaba numa deformação do conteúdo doutrinário e numa traição aos projetos e finalidades dadas por Kardec à sua doutrina.

A reportagem de Veja, traduz que os católicos que procuram o Espiritismo querem informações concretas e objetivas sobre a reencarnação, a imortalidade e a comunicação com os mortos, onde eles vivem e como vivem.

Entretanto, não é isso que encontram nos centros espíritas. Estes, quase sempre, se formam com "principal finalidade será o estudo e a divulgação do evangelho de Jesus".

 O que marca a existência do Espiritismo é o seu conteúdo filosófico, seu esforço por provar cientificamente a existência e a evolução do Espírito, na qual a reencarnação se insere. Para isso utiliza a mediunidade como instrumento de prova da Imortalidade, da sobrevivência e comunicabilidade entre vivos e mortos. A partir dessa compreensão que o Espiritismo trará sua contribuição à humanidade. Ora, o "estudo do evangelho", é feito nas igrejas católicas e protestantes, diariamente. O que o Espiritismo brasileiro acrescenta ao fixar-se nesse estudo evangélico? Explicações sobre fatos ali narrados e acompanha, insensatamente, a sacralização feita pela Igreja da figura de Jesus Nazareno.

 A reportagem diz que "O que o Espiritismo tem de próprio, ainda que não seja um monopólio seu, é o fato de acenar com a certeza de que, no futuro, haverá outras vidas, quantas forem necessárias para tirar as manchas da alma".

 Aí entra a deformação básica do instituto da reencarnação, pois a transformação religiosa do pensamento espírita fixou-se, como era de esperar, na questão das penas e gozos futuros, de acordo com o viés judaico-católico, que se assenta na concepção do pecado original, na necessidade de purificação.

Mas a reencarnação no Espiritismo não é instrumento de resgate, de pagamento de dívidas de "outras vidas". Na essência, o processo evolutivo guarda a relação do Espírito consigo mesmo, na relação com os outros, sem estar ligado a erros pontuais ou severos de "outras vidas", como se cada capítulo do processo evolutivo, ficasse estanque e restrito, desconhecendo que o ser espiritual é uma individualidade permanente e que seu projeto é evoluir para compreender a si mesmo e sua inserção na vida.

 Fora dessa visão, tudo gira em torno de explicar de forma diferente as crenças, os castigos, as dores, os pecados.

 Na verdade, o próprio Kardec, devido às premências do seu tempo, utilizou-se de explicações para coonestar tradições judaico-cristãs.

Por exemplo, os anjos da guarda seriam Espíritos protetores. Os demônios, Espíritos obsessores. Os Anjos, Espíritos puros.

Foi um erro. Porque na verdade para o Espiritismo não existem anjos da guarda, demônio ou anjos, céu ou inferno. Nada disso tem qualquer respaldo na teoria espírita. Simplesmente não existem.

Tentar dar versão espírita a essas tradições só prejudica a separação necessária de nossos conceitos com o judaico-cristianismo, promovendo confusões e permitindo interligações conflitantes.

Então, o que poderíamos fazer e alguns estão fazendo, é limpar essa linguagem, caminhar para a pesquisa e para produção de uma filosofia capaz de suplantar o obscurantismo católico e protestante e afirmar o Espiritismo não como uma segunda opção, mas como a opção clara, despida de crendices e confusões.

Para isso é preciso um novo posicionamento.

 Kardec admitiu que o Espiritismo poderia ser uma auxiliar das religiões. Para isso, naturalmente, é preciso manter sua identidade, sua diferença e fazê-lo promíscuo com elas.

 Auxiliar é uma coisa, é dar subsídios, explicações para as religiões e não tornar-se satélite delas.

 Talvez para os dirigentes da Federação Brasileira e outros, ser a segunda opção da Igreja Católica, seja a gloria.

 

ARTIGO publicado originalmente no Jornal Abertura de junho de 2005 

Jaci Régis - Desencarnado em dezembro de 2010.

quarta-feira, 13 de julho de 2022

Abertura – online – disponibilizamos os Aberturas de 2020 - por Alexandre Cardia Machado

 

Abertura – online – disponibilizamos os Aberturas de 2020

O nosso Abertura, colorido, está totalmente grátis desde janeiro de 2022 e com acesso livre em qualquer parte do mundo.

Você já pode baixar o Jornal Abertura digital diretamente, basta clicar sobre a foto no Blog do ICKS à direita, conforme mostra o círculo, na foto abaixo, logo ao entrar na página. Você poderá acessar todos os Aberturas de 2021, coloridos. Aqui no  nosso Blog: https://icksantos.blogspot.com/ - ao lado basta clicar sobre a imagem do jornal.

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