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terça-feira, 24 de novembro de 2015

Não ao ódio


Antoine Leiris, francês que perdeu a esposa no atentado de Paris dia 14/11 escreve carta para terroristas e comove o mundo!


“Vocês não terão o meu ódio.


Na noite de sexta-feira vocês acabaram com a vida de um ser excepcional, o amor da minha vida, a mãe do meu filho, mas vocês não terão o meu ódio. Eu não sei quem são e não quero sabê-lo, são almas mortas. Se esse Deus pelo qual vocês matam cegamente nos fez à sua imagem, cada bala no corpo da minha mulher terá sido uma ferida no seu coração.Por isso, eu não vos darei esse presente de vos odiar. Vocês procuraram por isso, mas responder ao ódio com a cólera seria ceder à mesma ignorância que fez vocês serem quem são. Querem que eu tenha medo, que olhe para os meus conterrâneos com um olhar desconfiado, que eu sacrifique a minha liberdade pela segurança. Perderam. Continuamos a jogar da mesma maneira.


Eu a vi esta manhã. Finalmente, depois de noites e dias de espera. Ela ainda estava tão bela como quando partiu na noite de sexta-feira, tão bela como quando me apaixonei perdidamente por ela há mais de doze anos. Claro que estou devastado pela dor, concedo-vos esta pequena vitória, mas será de curta duração. Eu sei que ela vai nos acompanhar a cada dia e que nos vamos reencontrar no países das almas livres a que vocês nunca terão acesso.


Nós somos dois, eu e o meu filho, mas somos mais fortes do que todos os exércitos do mundo. Eu não tenho mais tempo a dar para vocês, eu quero juntar-me a Melvil que acorda de seu cochilo. Ele só tem 17 meses, vai comer como todos os dias, depois vamos brincar como fazemos todos os dias e durante toda a sua vida este rapaz vai fazer a vocês a afronta de ser feliz e livre. Porque não, vocês nunca terão o seu ódio”.

sábado, 8 de agosto de 2015

20 REFLEXÕES ESPÍRITAS PARA O BEM VIVER - por Ricardo Nunes

Ricardo de Morais Nunes


1 -   Amar o presente. O passado já passou. O futuro ainda não existe. É necessário vivermos na dimensão do agora.

2 -    Precisamos nos conscientizar da impermanência de todas as coisas. Devemos aprender a transitar.

3 -       O pressuposto do amor ao próximo é o amor a si mesmo.

4 -   É necessário nos livrarmos da ideia da culpa e do castigo. Nossas ações têm consequências.

5 -     Não devemos nos comparar com ninguém. Temos a nossa própria individualidade. Somos únicos.

6 -    Confiar na existência de um sentido profundo, de uma diretriz maior, para a realidade.  

7 -   Somos hoje o produto do que fizemos ontem. E amanhã seremos o produto do que fizermos hoje.

8 -    Somos, em essência, espíritos imortais neste universo complexo e misterioso.  
9 -  Devemos renunciar às nossas pretensões de segurança absoluta. Nossa jornada na terra é uma verdadeira “aventura existencial”.

10 - A reencarnação e o tempo são os instrumentos de nosso aprimoramento intelecto-moral.

11 -  É necessário distinguir entre as vitórias reais e as aparentes. Nem todos que aparentam sucesso são realmente bem sucedidos, segundo as leis maiores que regem a vida.

12 -   Não precisamos ficar procurando exaustivamente as causas da dor nas vidas anteriores. A dor é inerente ao fenômeno da vida. A reencarnação é uma flecha que nos lança para o futuro e não uma âncora a nos prender ao passado.

13 - O diferente não precisa ser nosso inimigo, pode ser alguém que nos proporciona outra maneira de enxergar a vida.

14 - A solidariedade é nos reconhecermos na pessoa do outro. A indiferença ao sofrimento alheio é próprio das almas ainda egocêntricas.

15 - A família e as amizades são os pequenos grupos onde exercitamos o amor que um dia teremos à humanidade.

16 - A vontade é o grande instrumento para transformação de nós mesmos e do mundo.

17 - O prazer é o que nos move para a ação.

18 - Para a nossa saúde emocional é necessário estabelecermos sintonia mental com as mensagens positivas, desligando-nos, o quanto possível, das mensagens negativas.

19 - Possuímos amigos no plano extra-físico que desejam o nosso bem, e atuam em nossa vida através da intuição, desde que nos coloquemos em sintonia mental com eles.

20 - Conhecer e amar são os objetivos fundamentais das existências sucessivas. A felicidade é o destino final da evolução. Porém, existe uma felicidade possível já neste mundo.


Ricardo Nunes

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Gente que faz - um garoto holandês e a poluição marinha - por Alexandre Machado

Gente que faz – um garoto holandês e a poluição marinha

A revista Superinteressante de janeiro de 2015, publica uma reportagem sobre um garoto holandês que, aos 16 anos de idade, em viagem de férias pela Grécia, percebe o mar repleto de plásticos boiando. Ao contrário da maioria das pessoas que só se lamentam, ele bolou um plano de como limpar os oceanos.

Anotem este nome: Boyan Slat. A história que começamos a relatar aconteceu em 2011, hoje este jovem, já com 20 anos, vem recebendo todos os prêmios possíveis, pois desenvolveu um projeto de ciência, com uma solução simples, capaz de capturar o lixo plástico que flutua nos oceanos. Ele criou um site na internet e com as contibuições voluntárias  contratou especialistas para desenvolverem o projeto, já agora, para aplicação global.

Do que se trata este projeto?  Boyan estudou as correntes marítimas cíclicas e percebeu que, com a utilização de boias extensas, em forma de “U”, com cerca de 100 km, localizadas em cada uma destas correntes,  poderíamos coletar  cerca de 16% do plástico já existente no oceano a cada 10 anos, ou seja, em pouco mais de 50 anos, praticamente limparíamos o oceano. O projeto se completa com a utilização de cargeiros que recolheriam este plástico para reciclagem.

Boyan já arrecadou cerca de 2 milhões de dolares, pela internet. Recebeu muitas críticas de especialistas, que se referiam principalmente em  como reciclar um plástico atacado pelo mar e pelos raios solares, ou pela dificuldade técnica de execução. Um exemplo disto seria  como fixar as boias ao fundo do oceano. Ele não se intimidou, contratou mais cientistas e elaborou um procedimento detalhado, com 530 páginas provando a viabilidade de sua empreitada.

O tempo nos mostrará se ele tem razão, pois o problema que ele busca atacar é real e muito maior do que pensamos. Todos os anos, nós humanos jogamos 6,4 milhóes de toneladas de plásticos no oceano.

Boyan certamente é uma pessoa determinada e, sem conhecer o espiritismo trata  aqui  de uma série de leis naturais aplicadas. São elas: lei da sobrevivência, da destruição e do progresso. Alguém motivado pode fazer uma grande diferença. A partir de sua iniciativa,  a Universidade de Caxias do Sul fez uma pesquisa e encontrou maneiras de limpar o plástico, rico em microorganismos vivos e assim, permitir a sua reciclagem. É o efeito dominó.

Se de um lado temos pessoas empenhadas, com ideias interessantes, de outro temos uma grande maioria de pessoas que não pensam nas consequências de seus atos:  a maior parte do lixo plástico que chega ao mar  vem carregado pelas chuvas. Nós não jogamos o plástico no mar, jogamos na rua e é  a chuva que leva ao oceano, ou seja, é uma poluição gerada pela ignorância, pela falta de educação ambiental.

Ver gente que faz a diferença nos demonstra que temos encarnados Espíritos mais adiantados, capazes de se diferenciar em muitas áreas de saber. Temos gênios em matemática, física, artes, mas também temos gênios na arte de melhorar a vida de nossos semelhantes, mesmo quando a grande maioria é incapaz de percebê-los.


Publicado originalmente no Jornal Abertura, na edição de Janeiro - Fevereiro de 2015 - seja assinante, entre em contato conosco pelo email: ickardecista1@terra.com.br.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Ainda precisamos de Deus - por Roberto Rufo

“Se Deus não existe então tudo é permitido“ (Dostoiévsky).


O diretor Woody Allen admitiu não ter razão para existir e que isso causa nele uma profunda tristeza.
Filho de mãe judia, Woody Allen se declara ateu. Durante uma coletiva de imprensa em Paris, na divulgação de seu último filme, ele disse que sua vida foi vazia, triste e sem sentido. “Por ser ateu e não acreditar numa razão para estarmos aqui, tive uma vida muito triste, sem esperança, assustadora’, confessou.

Kardec em comentário à pergunta de número 06 do Livro dos Espíritos afirma que “se o sentimento da existência de Deus não fosse senão o produto de um ensinamento, ele não seria universal, e não existiria, como as noções de ciência, senão naqueles que teriam podido receber esse ensinamento“.
Continuo achando que uma vida sem a existência de Deus, espiritualidade e vida futura, é um excelente caminho para a depressão e a melancolia, fenômeno esse que por coincidência acometeu diversos pensadores ateus do século XX.  Fico com Kardec no comentário à pergunta 09 de que “quaisquer que sejam os prodígios realizados pela inteligência humana, essa inteligência tem, ela mesma, uma causa, e quanto mais o que ela realiza é grande, mais a causa primeira deve ser grande. Esta inteligência é a causa primária de todas as coisas, qualquer que seja o nome sob o qual o homem a designe“.

 O que deixa os intelectuais modernos receosos em acreditar em Deus é a falta de argumentos científicos de sua existência, bem como o risco de serem incluídos entre os crédulos fanáticos. O que eles talvez não tenham entendido até hoje é que acreditar em Deus não precisa de argumentos científicos ou teológicos para existir e trazer resultados.

Tenho repetido que próximo dos 60 anos sinto algumas transformações em meu ser. Volto a afirmar a necessária presença de Deus e dos valores espirituais de forma equilibrada no dia a dia das pessoas. Diante do imenso aumento nos casos de depressão e consumo de entorpecentes no mundo dito civilizado, acho que Deus faz diferença em nossas vidas. É a marca do criador em nossa consciência como nos falam os espíritos.

Diante dos problemas acredito que faz muita diferença esse acreditar num ser superior.  São nos momentos difíceis que uma visão espiritual nos dá o suporte para que o ser humano tenha exatamente o que tem faltado a Woody Allen : felicidade , esperança e um projeto de vida como falava Jaci Regis.


                                                                                                                                                                                                                              Roberto Rufo.
Artigo originalmente publicado no Jornal Abertura - outubro 2014

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O que é ser progressista? Por Alexandre Cardia Machado

Esta questão se faz importante num momento em que a humanidade alcança avanços impressionantes em todos os campos de conhecimento, a ciência a cada dia nos tráz novidades, a medicina, a internet, os meios de comunicação. No campo das questões sociais nos parece que o avanço é mais lento, pois esbarra em alguns pontos que gostaríamos de discutir aqui.

O progresso social depende da cultura, das características do país, da política, mas principalmente da economia. Muitos dirão e com razão que tudo depende da política, pois é neste campo que se discute as relações entre os poderes e suas consequências no campo social e finalmente na vida de cada cidadão. Então para ser progressista no campo social há que se permear a política. Nosso jornal desde o seu nascimento teve uma proposta de abertura, ao pensamento espírita, a atuação e participação social, à questão cultural em nosso campo de ação na ruptura com a religião espírita.

Recentemente fomos chamados por um companheiro espírita de não progressistas por termos uma linha de editoriação que não se relaciona diretamente com a esquerda política. Ficamos pensando, ah! então o termo progressista estaria ligado necessariamente a uma ideologia? Mas como assim? Talvez a uma ideologia progressista? Acontece que isto não existe, ideologias, sejam elas de esquerda ou de direita, elas, assim como as religiões não são progressistas. Existem movimentos sociais progressistas, que lutam por direitos humanos, como por exemplo no passado pela maior participação feminina, pelo  direito ao divórcio, pela redução das jornadas de trabalho, nem todas ideias de esquerda, mas certamente nenhuma delas de direita, daí talvez a ideia ou vontade da apropriação do conceito progressista.

O ABERTURA sempre se posicionou contra os atos de desrespeito aos direitos humanos e aos atos de fé sem raciocínio, sejam eles atos de fé religiosa ou ideológica. Este jornal foi contra a invasão do Afeganistão pelos EUA inclusive colocando uma faixa negra escrita paz em branco, em frente ao ICKS, pois foi um ato sem apoio internacional. Mas também não fomos e não seremos  favoráveis a nenhum ataque terrorista, pois somos fundamentalmente a favor da paz.

Nos sentimos à vontade de comentar qualquer ato de corrupção ativa ou passiva, sem nos preocuparmos por qual partido está por tráz, a corrupção talvez seja o maior mal que devemos nos livrar na sociedade atual. Ele carrega consigo toda uma marginalidade, um desrespeito a todos os cidadões por aqueles que recebem o mandato em seu nome. O ABERTURA defende o voto consciente, sem fazer campanha partidária, que cada um analise e pense em qual candidato melhor representa o seu conjunto de valores.

O ABERTURA possui colunistas que assinam as suas matérias, não fazemos censura, desde que o tema seja espírita ou relevante à sociedade e abordado sob a ótica espírita, ele será publicado, os editoriais em sua grande maioria são publicados sem assinatura por representarem a opinião do Jornal ABERTURA, normalmente escritos pelo seu Editor-chefe, como fazem todos os veículos jornalísticos.

O nome Abertura existe justamente por escrevermos sobre temas que outros jornais espíritas não abordam, revisamos textos de Allan Kardec que precisam ser atualizados, comparamos textos mediúnicos com textos de Allan Kardec para análise, algo que todo espírita deveria fazer, lançamos temas novos, questões sociais, promovemos debates, todo um conjunto de ações em nosso entender progressistas. Temos consciência de manter um canal aberto contra a mesmice e por isto lutamos constantemente para nos atualizarmos.

Mantemos o convite permanente aos nossos leitores que nos escrevam, que nos ofereçam a sua posição, através de nosso email ou de nosso blog, onde postamos algumas de nossas matérias e outras questões mais polêmicas, em um meio mais livre como deve ser o ambiente de internet. Temos um grande prazer em publicar as mensagens ou matérias enviadas.

Se isto não é ser progressista então talvez tenhamos que usar o termo aberto para nos definir, pois em essência é o que somos.

O que é ser progressista segundo algumas referências ? Na wikipédia uma definição livre é “O progressismo é uma doutrina política ou corrente filosófica muitas vezes relacionada ao evolucionismo e ao positivismo. O progressismo expressa a crença ou o desejo de evolução, desenvolvimento, aperfeiçoamento, superação. Opõe-se ao conservacionismo.   Políticas progressistas são aquelas que propõem mudanças sócio-econômicas radicais, para o desenvolvimento e o progresso da sociedade.” – nestes dois sentidos somos progressistas.


O diário online de português assim define a palavra, casualmente da mesma forma que Aurélio Buarque de Holanda –“que, ou pessoa que tem idéias políticas e sociais avançadas. Favorável ao progresso; que não é conservador ou reacionário.” Neste sentido o Abertura é progressista.

Publicado Originalmente no Jornal Abertura - Maio de 2014

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

A Educação e a Medalha Fields

A Educação e a medalha Fields

O matemático Artur Avila de 35 anos recebeu da União Internacional de Matemática a Medalha Fields,  cobiçada premiação que tem correspondencia a um Nobel de Matemática. Esta honra é definida a cada 4 anos e sempre é concedida a uma pessoa com menos de 40 anos de idade.
É a primeira vez que um brasileiro a recebe, nosso país que ainda não consegiu nenhum Nobel, desta forma esta pode ter sido a maior medalha ligada a educação ou melhor à preparação individual de um brasileiro.

Artur Avila segundo a revista Época começou a se dedicar fortemente a matemática na 5ª série, com 12 anos de idade, estudante do Colégio São Bento, no Rio de Janeiro, estimulado pelo casal de professores belgas Georges e Frédérique Papy , despertou a paixão pela matemática e também pelo francês.

“ A medalha Fields é um gol para a educação no Brasil, porque faz de Artur um exemplo para milhões de crianças, jovens e adolescentes de que existe, sim, um mundo de reconhecimento fora da cameras de TV, da fama do Facebook e dos gramados”. Um espírita não escreveria melhor, este texto de Bruno Astuto ex-colega de Artur na escola e também um apaixonado por matemática.

Os Espíritas lutam pela educação moral, intelectual e social da população terrestre pois, esta é a única forma de exercermos plenamente o nosso livre arbítrio. Só a razão permite o exercício da escolha consciente, que nada mais é do que livre pensar.

Alexandre Cardia Machado

sábado, 6 de dezembro de 2014

Entendendo Flávio Gikovate

Entendendo Flávio Gikovate

Em entrevista dada ao jornal o Estado de São Paulo para a divulgação de seu mais recente lançamento, o livro Mudar- Caminhos para a Transformação Verdadeira- o médico psiquiatra Flávio Gikovate fala das mudanças pessoais como transformações possíveis que podem ser verdadeiras, mas que são muito trabalhosas.
Coloca ainda que “graças a tecnologia as pessoas estão ficando mais individualistas e isto pode ser o fim do egoísmo”. Defende a tese que o egoísmo é necessariamente ruim e que sua matriz é a generosidade. O egoísta é aquele que recebe mais do que dá. E para que ele receba mais do que dá, alguém tem que dar mais do que recebe (generoso).
Tem fundamento esta colocação, mas será que o egoísta recebe mais necessariamente? E o generoso dá mais do que recebe?
Neste prisma que ele analisa principalmente nas relações parentais mais próximas isto pode ocorrer “uma mãe generosa tende a criar filhos egoístas, folgados naturalmente”. É uma possibilidade que pode ocorrer ou não. 



É próprio do egoísta não se colocar no lugar do outro, ele é um explorador que não tem sentimento de culpa.
Os avanços tecnológicos geram mudanças no estilo de vida, sendo a sociedade moderna individualista, cria a necessidade de autossuficiência e leva a situações não planejadas como o desenvolvimento de recursos próprios, desenvolvimento de habilidades, diminuindo a interdependência entre o egoísta e o generoso.
 O individualismo é o maior inimigo do egoísmo trazendo o seu fim.
Esta é uma análise do ponto de vista psicológico do egoísmo e não do ponto de vista moral.
O egoísmo nos dois aspectos não é nada bom, mas uma abordagem não obstrui a outra, pelo contrário, o entendimento fica mais consistente e amplo.
Mas e a generosidade? Como fica neste mundo de transformações.
Na Doutrina Kardecista onde a mudança e as transformações são traços necessários e fundamentais para a evolução do homem e do mundo, vemos as mudanças em relação ao servir ao próximo como possibilidade de abrir-se para outros prismas, tanto na atuação como no conceito.
Almejamos e trabalhamos para uma sociedade melhor que alcance outros patamares, onde a pobreza material não mais exista, onde não seja necessárias instituições de caridade, onde cada sociedade e indivíduo possa suprir suas necessidades e não necessitar de ajuda material.
O generoso, o solidário, o que gosta de servir terá um olhar diferente e mudará a sua forma de atuar.
Nós já começamos a observar essa mudança na atuação em muitos setores da sociedade, suprindo as mais diversas necessidades do ser humano que não ficam apenas no material. Muitos estilos de atuar para o bem comum que prezam acima de tudo a promoção social e não a interdependência que, é algo que diminui as possibilidades de cada um, e que não auxilia no crescimento pessoal e espiritual.

Cláudia Régis Machado

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

3 anos sem Jaci Régis


Hoje, 13 de dezembro faz 3 anos da desencarnação de Jaci Régis. Jaci como o chamávamos em nosso grupo do ICKS foi o idealizador e fundador do Instituto Cultural kardecista de Santos e seu Presidente, desde a fundação em 3 de outubro de 1999.
Jaci Régis escritor, psicólogo, economista e jornalista, foi presidente da Comunidade Assistencial Espírita Lar Veneranda, do Centro Espírita Allan Kardec  ambos de Santos. Escritor de diversos livros e  um grande pensador que deixa uma vasta obra para as futuras gerações.
Para saber mais de Jaci Régis, veja sua biografia, aqui mesmo no nosso blog.

Deixe suas lembranças desta grande personalidade em forma de comentários neste blog.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

20 Princípios da Ciência da Alma - Ricardo Nunes


20 princípios da ciência da alma.

Estamos muito próximos do XIII Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita e, no último encontro, fui convidado a falar em uma mesa redonda sobre a tese da “ciência da alma”, de Jaci Régis. À época, elaborei alguns princípios que, segundo meu entendimento, resumem algumas ideias fundamentais desta importante proposta ao movimento espírita. Seguem abaixo 20 princípios da ciência da alma:

1- Ter consciência da importância da linguagem no trato das questões teóricas do Espiritismo. Como dizia Jaci, “anjo não pode ser sinônimo de espírito superior”.

2- Conscientizar-se que o objetivo da vida é o prazer, que se realiza através de uma existência útil, produtiva e direcionada ao bem. A ciência da alma postula que devemos nos afastar da cultura da dor, que desvaloriza a vida terrena.

3- Aplicar o “critério kardecista” na análise dos temas espíritas. Este “critério kardecista” nos convida à racionalidade, bom senso e equilíbrio na resolução das questões doutrinárias.

4- Abandonar a pretensão de o Espiritismo ter explicação para todas as coisas. O Espiritismo tem um objeto de estudo.

5- Manter equilíbrio entre a racionalidade e a afetividade. O homem é um ser de razão e emoção, devendo haver harmonia entre estas duas faculdades humanas.

6- Abandonar a ideia de que o Espiritismo seria ciência, filosofia e moral ou religião, por entender superada esta concepção.  O Espiritismo é um conhecimento.

7- A ciência da alma postula a existência de Deus. Não um Deus antropomórfico, mas um Deus que se revela na perfeição da lei natural. A lei divina ou natural possui flexibilidade para o erro e o acerto na realização dos processos naturais, sendo que tais processos objetivam, teleologicamente, a vida e a evolução.

8- Enxergar no planeta Terra um lindo “planeta azul”, uma apropriada escola evolutiva, e não um mundo de provas e expiações, um vale de lágrimas, segundo a orientação geral do cristianismo seguida pelo Espiritismo.

9- Compreender a frase de Allan Kardec “o verdadeiro espírita se reconhece por sua transformação moral” não de forma restritiva, apenas em um sentido moralista, mas sim em relação à capacidade que o espírita deve ter de mudar em todos os sentidos, inclusive, convicções, crenças e mentalidade.

10- Ter consciência que o Espiritismo nasce no caldo de cultura cristão que acaba por deturpar, em muitos aspectos, o potencial revolucionário das ideias espíritas. É necessário desvincular o Espiritismo da influência cristã para que ele possa desenvolver todas as suas possibilidades.

11- É necessário realizar um permanente exercício de atualização do Espiritismo. Porém, neste processo de atualização, não deveremos caminhar muito apressadamente, cedendo a utopias, e nem ficarmos retardados ante os reais avanços dos conhecimentos.

12- Ver em Jesus, filho de Maria e José, um sábio, a inspirar caminhos e atitudes.

13- A ciência da alma deverá se organizar como uma ciência humana e não como uma ciência da natureza.

14- A ciência da alma busca resgatar o papel da mediunidade como instrumento de comprovação da imortalidade da alma e diz não à ritualização do exercício mediúnico e consequente idolatria de médiuns e espíritos.

15- A ciência da alma nos convida a não esquecer que os espíritos nada mais são do que homens desencarnados em suas variadas condições evolutivas, portanto, não devem ser idealizados apenas por sua condição de desencarnados.

16- Manter uma postura de fidelidade e crítica a Allan Kardec, em um processo de permanente releitura do Espiritismo.

17- Quanto à tese da reencarnação, a ciência da alma propõe a reencarnação como instrumento de evolução e felicidade, e não como forma de punição e expiação. A ciência da alma não vê o homem maculado pelo “pecado originário” de suas reencarnações anteriores.

18- A ciência da alma não nega o sofrimento, porém não se perde na inócua procura de suas hipotéticas causas anteriores. A ciência da alma busca a superação do sofrimento.

19- A ciência da alma distingue Espiritismo de cristianismo e não vê no Espiritismo uma forma de “cristianismo redivivo” ou “reforma do cristianismo”.

20- A ciência da alma ou doutrina kardecista tem uma visão otimista sobre os temas Deus, homem e mundo. Afinal, como dizia Jaci Régis: “Não quer Deus o sorriso?”.

 

 

Ricardo Nunes

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Encontrado fóssil de um australopiteco de 2 milhões de anos que pode ter sido um elo evolutivo de nossa espécie - Alexandre Cardia Machado


Encontrado fóssil de um australopiteco de 2 milhões de anos que pode ter sido um elo evolutivo de nossa espécie

Alexandre Cardia Machado

 

O Australopithecus sediba, descoberto em 2008, pode ser o ancestral direto do gênero Homo. É o que afirmam pesquisadores da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul, e da Universidade de Zurique, na Suíça, depois que análises de ossos fossilizados de pré-humanos encontrados em Malapa  - um sítio ao norte de Joanesburgo, na África do Sul - revelaram uma idade de 1,98 milhão de anos. Ele é velho suficiente para ter dado origem ao Homo erectus - que viveu há 1,9 milhão de anos - espécie que é aceita pelos paleoantropólogos como ancestral direto do gênero humano.

Esta evidência da cadeia evolutiva, que levou ao desenvolvimento do homem moderno, nos mostra que nossa espécie passou por várias etapas num processo longo de evolução, em um mundo onde a mudança climática era o principal componente a acelerar a evolução das espécies.

Algumas características deste proto-humano que o coloca na linha de montagem do ser humano:

• Cérebro - A região do polo frontal e a área do bulbo olfatório são semelhantes aos de humanos. Isso pode indicar que a reorganização dos neurônios observada em espécies Homo pode ter ocorrido antes do aumento do cérebro.

• Mãos – Dedos menores, mas polegares longos. Além disso, um metacarpo (a parte da mão anterior aos dedos) robusto. Por essas características, o exemplar teria condições de usar ferramentas com mais facilidade até do que o Homo habilis - considerada a primeira espécie a dominar instrumentos -, primeiro representante do gênero Homo. Ao mesmo tempo, demonstra habilidades especiais para escalar árvores.

• Pelve (bacia) – Antes, acreditava-se que o aumento da pelve estava associado ao nascimento de indivíduos com cérebros maiores. Mas o espécime apresenta uma pelve bastante desenvolvida, sugerindo que o bipedismo mudou essa estrutura antes do aumento no volume cerebral. 

A equipe descobriu que o Australopithecus sediba reúne várias características que não são observadas em outros possíveis ancestrais do gênero humano. O fóssil mostra um cérebro surpreendentemente moderno – ainda que pequeno –, mãos desenvolvidas com polegares longos, uma pelve muito parecida com a de humanos e formato de pés e tornozelos misturando traços humanos e primatas.  Sua característica mais impressionante é suas mãos, cujos dedos polegares eram fortes suficientes para subir árvores, mas também se parecem com as mãos humanas, capazes de usar ferramentas com precisão. Até agora, este posto pertencia apenas ao Homo habilis, que viveu há cerca de 2 milhões de anos também.

Salientamos este ponto, pois o ser humano parece não ser um projeto, mas sim uma sequencia de adaptações, nos demonstrando que os caminhos que fizeram com que chagássemos ao que somos são curvos, como em si é a natureza.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Povo nas Ruas e o Brasil acordou - Uma visão Kardecista

Difícil até buscar um título para este editorial, tamanha a variação de aspectos que podem ser atribuidos ao movimento iniciado à partir da indignação de alguns jóvens organizados entorno do movimento pelo passe livre.


Na medida em que a velocidade com que o número de manifestantes e cidades onde ocorreriam passeatas aumentavam, também a pauta de reinvindicações se diversificava, de comum, apenas o grito de cidania e a constatação da falta de conexão entre os diversos órgãos de estado e da população, pois fica evidente pelos cartazes que a quantidade de problemas e propostas justas é enorme.


Foto obtida do site Terra


Houveram partidos políticos que participaram das primeiras manifestações, mas logo quando todas as fatias da sociedade aderiram aos protestos, ali só havia um partido – o partido do Brasil – um partido suigeneris multifacetado que agrega desde os pacifistas até os aproveitadores de plantão que se escondidos no meio do movimento legítimo tratam de por para fora a raiva contida, destruindo o patromônio público e em uma minoria ainda mais radical praticando furtos.

De uma forma geral protesta-se contra a corrupção, contra a impunidade, contra os modelo político-partidário, contra a FIFA, mas ao mesmo tempo reinvindicando escolas, serviços públicos e hospitais padrão neste mesmo padrão, protestam claro, contra a alta da inflação, contra os gastos elevados e quem sabe superfaturados dos estádios novos ou reformados.

Somos contra o uso abusivo de violência popular e o ataque frontal ao estado de direito quando alguns pedem o impedimento de autoridades do executivo ou quando atacam direito do cidadão de ir e vir que estas manifestações provocam, mas ao mesmo tempo, ficamos felizes ao ver que o brasileiro tem sim uma tradição de luta por um país melhor, conforme comprova a nossa história repleta de revoltas, revoluções contra os mais variados tipos de desmando.

Os governantes sentiram o golpe, em todos os escalões e em todos os partidos políticos e estão anunciando medidas, reduzindo o preço das passagem num esforço de acalmar a população. Como sempre acontece, basta ver os movimentos iniciados na primavera árabe de 2011, é muito difícil prever o resultado de uma movimentação de massas sem uma liderança capaz de negociar, de representar os anseios populares, mas dá para imaginar que após um determinado tempo alguns partidos acabarão por se apoderar da lista de reivindicações e passarão a representar novamente a sociedade aliás papel que de verdade lhes cabe. Ainda que na história movimentos de massa que agitaram milhões de pessoas em geral duraram pouco tempo, ao menos antes do advento das redes sociais e da capacidade de comunicação via celular que hoje 100% da população dispõe.

As tentativas de invasão ao Congresso Federal e ao Palácio do Itamarati apesar de graves ataques à democracia, devem ter chacoalhado a estrutura morosa do poder, algo de bom em que pese a violência poderá sair de tudo isto,pricipalmente se o movimento seguir sem violência e com persistência, sem interromper a vida dos que estão tentando trabalhar, poderemos estar pela primeira vez neste século usando de toda a nossa capacidade individual política, onde cada indivíduo leva a sua idéia à frente.

Como Kardecistas progressistas não podemos nos calar, acreditamos na melhora da sociedade pela ação responsável, pela educação, pela atuação na sociedade, legitimamos o grito, mas pedimos cautela na ação, porque acima de tudo, precisamos respeitar o outro. Somos a favor da lei de Justiça e Caridade, mas não podemos aceitar a dormência do Judiciário, todo cidadão honesto gostaria de ver atrás das grades o mais rápido possível os poderosos sabidamente corruptos, a hora deles há de chegar, o tempo dos recursos se esgotará.

Quem sabe acordando a todos os brasileiros terminemos por mudar o país para melhor.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

O ICKS funciona na nova sede, por Redação

O ICKS começa a reforma da nova sede




A nova sede será no bairro Embaré, na Rua Paraguassú, 18 em Santos é claro, as obras de adaptação da casa, que durante muitos anos foi o consultório psicológico do Dr. Jaci Régis, esta sede nos foi doada pelo casal Jaci e Palmyra Régis ,com o objetivo de dar mais autonomia ao Instituto.

Nosso cronograma prevê o início das atividades na nova sede já em Julho. Aguardem a programação de inauguração.

Atualizando esta postagem, já estamos funcionando em nossa sede!


domingo, 12 de maio de 2013

O Dilema dos Laicos – Jaci Régis

Os espíritas que acreditam que o Espiritismo é uma religião estão definidos. Eles, sejam simples pessoas ou acadêmicos e doutores, aceitam a religião e, ao revés de Kardec, afirmam: “a nossa fé (verdadeira) despreza a razão em qualquer época da humanidade”. Não temos, todavia, nada com isso. É o caminho escolhido e certamente toda generalização é cruel e falsa.




Mas e quanto aos laicos?

O laicismo é, por definição, a separação do Estado e da religião. Isso porque a religião, aqui entendida como instituição física e espiritual, se impôs sobre o Estado, talvez porque, na verdade, representava a nação.

Os espíritas laicos não são religiosos e, às vezes, contra a religião. Todavia, será possível desligá-lo, na prática, dos religiosos?

Não apenas em suas instituições que, de maneira geral, seguem o modelo tradicional dos centros espíritas religiosos, como na mentalidade.

Devido a isso, fizemos a proposta de denominar os “laicos” como espíritas kardecistas. Aí as controvérsias repousam na semântica, do gostar ou não de substituir “espiritismo” genericamente, por “kardecista”, especificamente.

Às vezes, como disse o rei Herodes Agripa para Paulo de Tarso: “as muitas letras”.

Isso pode acontecer a miúde entre os intelectuais laicos, não raro pelejando sobre palavras e ditando doutrina sobre exceções.

O que precisamos é uma mínima identidade de vista para que nosso segmento seja claramente distinguido dos religiosos, porque somos diferentes e nada mais que isso.

Diferentes porque temos um modelo distinto para nortear nosso entendimento.

Somos minoria e aceitar essa condição impõe, também, a não dispersão de forças.

Todavia, o ponto crucial desse problema é evitar o centralismo e manter a relação de entendimento.

Aliás, é o que queria Kardec na sua Constituição do Espiritismo. Unidade de vista, abertura mental. O que também levanta outro problema, porque exige flexibilidade de estar aberto ao novo, sem desprezar as raízes.

Há entre certos espíritas a tendência de acreditar na infalibilidade da ciência e questionar as bases da Doutrina, chegando quase ao materialismo espiritual, se isso fosse possível.

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Jaci Régis biografia e vida – por Ademar Arthur Chioro dos Reis

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Ligação espírito cérebro

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quinta-feira, 4 de abril de 2013

Abrindo a Mente - Matéria Escura e o Fluído Cósmico Universal? por Alexandre Cardia Machado

Os cientistas estão buscando, ainda sem sucesso por uma explicação para o fato do Universo estar em expansão,a uma velocidade diferente daquele que seria de se esperar levando em consideração a massa observável existente no Universo. Os primeiros indícios foram observados ainda na década de 30 do século XX.




Hoje acredita-se que esta matéria exista, mas que teria características estranhas, por não interagir com a matéria normal, pelo menos não diretamente, mas atuaria sim na gravidade ou através da gravidade. Todos os experimentos realizados até agora, não obtiveram exito, fato este que fez os físicos apelidarem as possíveis partículas de matéria escura de “chatas” e as suas características de “chatice”. Muitos espíritas tem defendido que a matéria escura, assim como a sua também companheira energia escura nada mais sejam do que o Fluído Cósmico Universal. Trateremos da Energia Escura na próxima edição do Jornal.



Muita expectativa, relativa à matéria escura está associada às experiências que estão sendo realizados no acelerador de partículas CERN ( Grande Colisor de Hadrons) na Suiça. Estão atrás das partículas de Higgs ou Super WIMPS – partículas que teriam surgido nos primeiros instantes após o Big Bang e que não interagem com a matéria, mas que por possuir massa, afetam a gravidade.



O que não combina muito com a idéia do FCU é que sempre fomos informados de que o FCU seria a matéria quintessenciada que nos levaria a pensar em algo muito leve ou muito energético. No entanto a matéria escura seria 100 vezes mais densa que a matéria comum e não interagir com a matéria normal (mundo material) não parece realmente fazer nenhum sentido imaginá-la como sendo o FCU. Entretando o fato de muitos cientistas de ponta acreditarem na existência de alguma coisa que ainda não foi diretamente detectada, e que tenha características tão “estranhas”, certamente é um passo para a aceitação de que outras formas de matéria ou energia, ainda não detectadas pelos experimentos científicos possam também existir, como o plano espiritual e as energias espirituais por exemplo.



Este sim me parece ser o mote que nós estudiosos da Teoria Kardecista deveríamos adotar. Seguindo esta linha, nos interessa realçar que os cientistas admitem que a materia escura não tenha sido detectada por produzir radiações ainda desconhecidas por nós e que portanto não fomos capazes de montar os equipamentos para isto. Este é exatamente argumento não aceitado por outros cientístas quando se referem às questões paranormais. Aqui mais uma vez nos interessa aproveitar esta abertura e por aí postularmos, pois é exatamente isto que repetimos há 150 anos com relação ao mundo espiritual.

Não creio que o plano espiritual seja feito de matéria escura, mas sim de algo muito mais sutil, no entanto poderíamos defender da mesma forma a sua detecção direta inda não é possível, poderíamos modelar a sua descrição pelos seus efeitos. Sobre estes efeitos, temos 150 anos de história a nosso favor – que é interação espírito matéria.



Para abrir mais a sua mente leia: Criação Imperfeita – Gleiser, Marcelo ed. Record 2010; O tecido do Cosmo – Greene, Brian. EdCompanhia das Letras 2004; Scientific American – Mundos Ocultos de Matéria Escura – número 103, Dezembro 2010.

Posteriormente, em abril de 2013 Alexandre Cardia Machado escreve um novo artigo sobre o assunto que copiamos abaixo.

Em Março de 2011, publicamos nesta coluna um artigo, hoje disponível no blog do ICKS – Matéria escura e o Fluído Cósmico Universal – onde claramente demonstramos que a tese hoje corrente entre os espíritas pseudocientíficos, de que a ainda não encontrada matéria escura possa ser o que os Espíritos chamam de Fluído Cósmico Universal.

O FCU é definido como intermediário entre espírito e matéria, o que não combina com a matéria escura que não interage com a matéria (conceito básico do FCU) e por extremamente pesada.

Este mes o Cern publicou o relato positivo de um investimento feito junto com a Estação Espacial Internacional,  o projeto orçado quem sabe poderá explicar um dos maiores mistérios do universo. Uma equipe internacional de cientistas afirmou nesta quarta-feira que o detector de raios cósmicos encontrou o primeiro indício da matéria escura, algo que nunca foi observado.

Do portal Terra assim relata “ O Nobel de física Samuel Ting, que lidera a equipe do laboratório europeu localizado nas proximidades de Genebra, na Suíça, disse que espera uma resposta mais conclusiva nos próximos meses. O anúncio se baseia na descoberta de um excesso de pósitrons - partículas subatômicas com carga positiva, equivalentes ao elétron da matéria escura. Cerca de 400 mil pósitrons foram encontrados pelo AMS.

A matéria escura não emite luz e não pode ser detectada por telescópios - é uma matéria invisível misteriosa que só pode ser detectada de modo indireto pela força gravitacional que exerce. Especialistas sugerem que ela é formada por partícula massivas que interagem fracamente (WIMPs, na sigla em inglês) - que praticamente nunca interagem com partículas normais de matéria. Acredita-se que essa substância constitui mais de 80% de toda a matéria do universo.”

Os cientistas afirmam que observaram muitos novos fenômenos nesse espectro de pósitrons. Em breve, garantem, a origem desse excesso será compreendida. A matéria escura é uma parte integrante das teorias que explicam como é que as galáxias se formam e evoluem.

O experimento foi realizado no espaço depois que todas as tentativas de detecção de matéria escura em laboratórios na Terra falharam. Desde maio de 2011, o detector do espectrômetro já mediu 6,8 milhões de pósitrons e elétrons. 

Para abrir mais a sua mente leia: Blog do ICKS: Matéria escura e o Fluído Cósmico Universal – Alexandre Cardia Machado http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8190435979242028935#editor/target=post;postID=8417213531583493724


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O Ser Humano e a Evolução- - Uma análise pré-histórica por Alexandre Cardia Machado

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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Vamos nos encontrar no XIII SBPE? Por Camila Regis

Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita tem, para mim, significado de encontro. Encontro de ideias e pensamentos, encontro de objetivos, encontro de amigos.



Foto tirada no VII SBPE em 2001 - Cajamar - SP


Criada em família espírita e, consequentemente, no meio espírita, acompanho desde os meus 7 anos este encontro idealizado por meu avô, Jaci Regis, em sua trilha para disseminar o Espiritismo de forma simples e direta, como uma doutrina livre-pensadora.


Das muitas vezes em que participei, recordo-me bastante dos encontros em Cajamar (SP), em um espaço muito amplo, onde além das palestras, estudos e atividades em grupo, havia o tradicional baile, os jantares, além de um espaço agradável para esportes, onde nós jovens da Mocidade Espírita Estudantes da Verdade, na época, nos reunimos em uma das noites para uma roda de conversa em volta da fogueira. A divisão dos quartos também era uma forma de convivência muito boa e, depois dessa interação, a amizade com jovens de outros estados se estreitava e sempre esperávamos o próximo encontro para poder revê-los e curtir aquela atmosfera boa que pairava sobre o SBPE.


Hoje, já adulta, posso ver claramente tudo o que envolve a organização deste encontro já consolidado na cultura espírita. O Simpósio é composto de muito trabalho, planejamento, esforço e doação de uma equipe de pessoas que se dedica para que o evento seja um sucesso, e o grupo do ICKS vem realizando este trabalho de forma impecável. Os parceiros também são fundamentais, desde aquele que doa o pó de café para os lanches tão gostosos, como nossos amigos espíritas que divulgam o SBPE aos quatro ventos. Por isso que Simpósio é encontro. Pessoas com propósitos comuns, ideias afins, vontades idem, que vão ao encontro umas das outras, com vontade de ajudar, colaborar, unir, estudar, discutir, crescer.


Este ano mais um SBPE vem aí, o segundo sem a presença de Jaci que, com certeza, está orgulhoso por ver seu trabalho indo adiante.



Espero, em 2013, encontrar com todos lá!




Camila Regis é jornalista, integrante do ICKS e revisora do Jornal Abertura ,reside em Santos.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Sobre o Pseudônimo de Rivail - Eugenio Lara

Artigo originalmente publicado no Jornal ABERTURA - Agosto de 2012

Deixe o seu comentário, qual teria sido afinal a orígem do nome Allan Kardec?


Sobre o Pseudônimo de Rivail - Eugenio Lara

Já perdi a conta das vezes que me perguntaram, durante a palestra em centros espíritas, sobre a origem do pseudônimo Allan Kardec, adotado pelo grande pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804-1869) na assinatura de sua obra espírita. Teria sido mesmo ele um druida? Em que época viveu? Por que Rivail adotou esse estranho pseudônimo? Trata-se de um tema controverso, principalmente devido à carência de fontes fidedignas.


Nós, espíritas, aceitamos que Allan Kardec foi uma das encarnações de Rivail, mais pela tradição oral, pelo argumento de autoridade do que pela escrita. O primeiro biógrafo de Rivail, Henri Sausse (1851-1923), afirmou em uma conferência comemorativa da desencarnação de Kardec, em 1896, que o fundador do Espiritismo teria tido uma encarnação entre os celtas: “segundo lhe revelara o guia, ele tivera ao tempo dos Druidas.” Um detalhe: esse guia a que Sausse se refere é o Zéfiro (ou Zephyr), espírito protetor de Rivail.

Sausse não cita a fonte dessa informação e nem afirma que ele teria sido um druida. Muito provavelmente teve acesso a dados biográficos compartilhados por contemporâneos e amigos mais íntimos de Rivail, à sua correspondência e seus manuscritos, ainda intactos, mas que seriam em quase sua totalidade destruídos durante a II Guerra Mundial, quando os nazistas invadiram a França, ocuparam Paris e destruíram quase todo o legado kardequiano.

Todavia, Sausse não é a única fonte. Se formos confrontá-la com outras disponíveis, a compreensão torna-se mais obscura ainda, controversa, deixando o tema ainda em aberto.

A seguir, o leitor poderá apreciar um panorama das fontes existentes, de fontes primárias, apesar de contraditórias, que evitariam afirmações equivocadas e pouco fiéis acerca da origem do pseudônimo do fundador do Espiritismo.



HENRI SAUSSE

“Esse livro [O Livro dos Espíritos] era em formato grande, in-4, em duas colunas, uma para as perguntas e outra, em frente, para as respostas. No momento de publicá-lo, o autor ficou muito embaraçado em resolver como o assinaria, se com o seu nome — Denizard-Hippolyte-Léon Rivail, ou com um pseudônimo. Sendo o seu nome muito conhecido do mundo científico, em virtude dos seus trabalhos anteriores, e podendo originar uma confusão, talvez mesmo prejudicar o êxito do empreendimento, ele adotou o alvitre de o assinar com o nome de Allan Kardec que, segundo lhe revelara o guia, ele tivera ao tempo dos Druidas.”



“Assim, também, se deu a respeito do seu pseudônimo. Numerosas comunicações, procedentes dos mais diversos pontos, vieram reafirmar e corroborar a primeira comunicação obtida a esse respeito.”

(Biografia de Allan Kardec - FEB – Grifo meu).



CANUTO ABREU

“Uma noite veio o Professor com Madame RIVAIL. Nosso Guia os recebeu amistosamente, saudando o professor com estas palavras: — ‘Salve, caro Pontífice, três vezes salve!’. Lida, em voz alta, a saudação, todos rimos. Para nós, ZEPHYR estava pilheriando. Papai, então, explicou ao Professor o costume do Espírito Familiar apelidar quase todos os visitantes. O senhor RIVAIL não se agastou e respondeu ao Guia, sorrindo — ‘Minha bênção apostólica, prezado filho’. Nova risada geral. ZEPHYR, porém, respondeu ter feito uma saudação respeitosa, a um verdadeiro pontífice, pois RIVAIL havia sido, no tempo de Júlio CÉSAR, um chefe druídico.”



“— UMA NOITE, INESPERADAMENTE, disse-nos ZEPHYR: — Vocês irão brevemente para Paris. BAUDIN arrumará os seus negócios; Emile entrará na Escola Naval; Caroline e Julie tomarão professoras mais competentes e... encontrarão seus noivos; e eu, ZEPHYR, procurarei contato com um velho amigo e chefe desde o ‘nosso’ tempo de Druidas.” (O Livro dos Espíritos e Sua Tradição Histórica e Lendária - Ed. LFU – grifo meu).



LÉON DENIS

O continuador da obra kardequiana, Léon Denis (1846-1927), sustenta que Allan Kardec não teria encarnado como druida na Bretanha, mas sim na Escócia. O próprio Denis considerava-se um druida reencarnado, chamado por Arthur Conan Doyle de “O Druida de Lorena”:

“Foi nessas profundas fontes que Allan Kardec ilustrara seu espírito; foi com meios idênticos que ele viveu outrora. Não na Bretanha, talvez, mas antes na Escócia, segundo a indicação de seus guias.”

(...)

“Kardec ali aprendeu a filosofia dos Druidas; preparava-se no estudo e na meditação para as grandes empresas futuras.”

“(...) Até o nome de Allan Kardec, que escolheu, até este dólmen erigido no seu túmulo por sua expressa vontade, tudo, digo eu, lembra o homem do visco do carvalho, que voltou a esta Gália para despertar a fé extinta e fazer reviver nas almas o sentimento da imortalidade.” (O Mundo Invisível e a Guerra, cap. VI - Ed. CELD).



ALEXANDRE DELANNE

O pai de Gabriel Delanne, grande amigo, vizinho de Rivail, ao lado do filho e da esposa, médium da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas (SPEE), fundam o periódico Le Spiritisme, em março de 1883. Em um artigo deste periódico, Alexandre Delanne revela um dado bem interessante, que destoa das fontes conhecidas:

“Há ainda um outro detalhe que temos do próprio autor [Kardec]. Veja como ele apresenta o pseudônimo que haveria de assinar seus escritos: Você tomará o nome de Allan Kardec, que nós te damos. Não se preocupe com isto, ele é seu, você já propiciou muita dignidade em uma encarnação anterior, quando vivia na antiga Armórica.” (Le Spiritism, maio de 1888 – Grifo meu).

Na Antiguidade, Armórica era o nome de uma região da lendária Gália, território dos celtas gauleses, que incluía a península da Bretanha, localizada a oeste da atual França.



AMÉLIE BOUDET

“— Todos os literatos – responde Madame Kardec – adotam pseudônimos. Meu marido jamais pilhou coisa alguma”. Em resposta à insinuação do promotor público de que Rivail teria retirado o pseudônimo Allan Kardec de um manual de magia negra. (Mme. Leymarie - Processo dos Espíritas - FEB).



GEORGES D’HEILLY

O escritor francês Georges D'Heilly publicou um interessante livro em 1867, intitulado Dicionário de Pseudônimos. O autor afirma que o próprio Rivail contou-lhe a origem de seu codinome:

“Quanto à escolha de seu pseudônimo, ele próprio [Rivail] contou sua origem. Tinha-lhe sido revelado, diz ele, pelos espíritos, que numa encarnação bem anterior à vida presente, chamava-se realmente assim, e também, como tal, foi chefe de um clã bretão no século XII.” (Dictionnaire des Pseudonymes, recueillis par Georges D'Heilly, p. 7 - 2ª ed. E.Dentu, Libraire-Éditeur - Libraire de la Société des Gens de Lettres, Paris-France [1869]. Tradução de Eugenio Lara.)=







ALLAN KARDEC

Não há fonte mais convincente do que ouvir do próprio Rivail o que ele tem a dizer sobre seu pseudônimo. Entretanto, ele sempre foi discreto quanto à sua origem. Nada consta em sua obra publicada. Pelo fato de seu nome civil ser muito notório e reconhecido nos meios culturais e científicos franceses, o fundador do Espiritismo preferiu assinar com outro nome, um pseudônimo, a exemplo de escritores e literatos, a fim de não causar confusão. Como sempre fazia, consultou os espíritos, certamente O Espírito de Verdade, seu guia espiritual. Todos os biógrafos de Kardec são unânimes quanto a esse seu procedimento.

O ideal seria termos acesso à correspondência e manuscritos de Rivail. No entanto, o que não foi destruído também não é divulgado. Boa parte do patrimônio kardequiano encontra-se em poder da família do historiador e tradutor Silvino Canuto Abreu (1892-1980). O Museu Espírita de São Paulo, localizado na Lapa, Grande São Paulo, fundado e dirigido por Paulo Toledo Machado, expõe uma pequena parte deste patrimônio, doado pela família.

Deste acervo, temos acesso a uma carta de Rivail ao barão e empresário Tiedeman, “amigo seu e dos espíritas”, segundo o biógrafo André Moreil, que hesitou em investir no projeto da Revista Espírita:

“Duas palavras ainda a propósito do pseudônimo. Direi primeiramente que neste assunto lancei mão de um artifício, uma vez que dentre 100 escritores há sempre ¾ que não são conhecidos por seus nomes verdadeiros, com a só diferença de que a maior parte toma apelidos de pura fantasia, enquanto que o pseudônimo Allan Kardec guarda uma certa significação, podendo eu reivindicá-lo como próprio em nome da Doutrina. Digo mais: ele engloba todo um ensinamento cujo conhecimento por parte do público reservo-me o direito de protelar... Existe, ainda, um motivo que a tudo orienta: não tomei esta atitude sem consultar os Espíritos, uma vez que nada faço sem lhes ouvir a opinião. E isto o fiz por diversas vezes e através de diferentes médiuns, e não somente eles autorizaram esta medida, como também a aprovaram.” (Zeus WANTUIL e Francisco THIESEN, Allan Kardec - vol. II, p. 76).



ANNA BLACKWELL

A jornalista, poetisa e tradutora inglesa Anna Blackwell (1834-1900) conheceu pessoalmente, na intimidade, o casal Rivail. Tornou-se correspondente da Revista Espírita na Inglaterra, em 1869. Verteu O Livro dos Espíritos para o inglês, em 1875, tradução esta dedicada à esposa de Rivail, Amélie Boudet:

“E você o publicará [O Livro dos Espíritos], não com seu próprio nome, mas sob o pseudônimo de Allan Kardec (*). Guarde seu próprio nome Rivail para seus próprios livros já publicados, mas tome e guarde o nome que agora lhe demos para o livro que você irá publicar sob nossa ordem, e em geral, para todos os trabalhos que você terá no desempenho da missão que, como já dissemos, lhe foi confiada pela Providência e que será gradualmente aberto a você na medida em que prosseguir nele, sob nossa orientação”.

(*) “Um antigo nome Bretão da família de sua mãe.”

(Prefácio à tradução inglesa, de Anna Blackwell em The Spirit’s Book - FEB, tradução de Myrian de Domênico Rodrigues).



ALEXANDRE AKSAKOF

A partir de depoimentos pessoais de Ruth Celina Japhet, médium colaboradora de Kardec, o pesquisador russo Alexandre Aksakof (1832-1903) publica um artigo em 1875, onde critica a formulação do conceito de reencarnação na França. Editado por ocasião do lançamento da tradução inglesa de O Livro dos Espíritos, por Anna Blackwell, o artigo causou, na época, muita celeuma. Pierre Gaëtan Leymarie e Anna Blackwell contestaram Aksakof de forma contundente. O médium citado, Roze, era membro da SPEE, assim como Japhet:

“Como ele [O Livro dos Espíritos] também foi anexado a um jornal importante, o L’Univers, ele [Rivail] publicou seu livro com os nomes que ele teria tido em suas duas existências anteriores. Um destes nomes era Allan — revelado a ele pela senhora Japhet, e o outro nome, Kardec, foi revelado a ele pelo médium Roze.”

(Pesquisas Sobre a Origem Histórica das Especulações Reencarnacionistas dos Espiritualistas Franceses, artigo originalmente publicado no periódico londrino “The Spiritualist Newspaper”, em 1875. Tradução de Vital Cruvinel – Grifo meu).



JACQUES LANTIER

O sociólogo francês realizou um interessante e abrangente estudo histórico-sociológico sobre o Espiritismo, onde cita trecho de uma carta redigida por Allan Kardec sobre seu pseudônimo:

“O Sr. Leymarie, editor e livreiro, na rua Saint-Jacques nº 32, herdeiro de Pierre-Gaëtan Leymarie, um dos pioneiros do espiritismo, fez-me saber que possuía um documento manuscrito de Allan Kardec, até hoje inédito, no qual este explica a “verdadeira” origem do seu pseudônimo: Rollon, primeiro duque dos Normandos, no século IX, teve um filho que foi curado por um chefe de comunidade que se chamava Allan Kardec. (O Espiritismo, p. 71. - Edições 70 – Grifo meu).



CARLOS IMBASSAHY

Para finalizar, citamos o grande escritor espírita brasileiro Carlos Imbassahy, não por ser uma fonte primária, mas porque seu depoimento é imprescindível neste caso, como argumento de autoridade, que corrobora a existência do misterioso acervo kardequiano, o qual teve acesso, em função da amizade com Canuto Abreu:

“Revelaram os espíritos que Denizard Rivail, em encarnações anteriores, vivera na Gália, onde se chamara Allan Kardec. Daí a proveniência do pseudônimo que adotou. Em nova encarnação fora o infortunado João Huss.”

“A notícia de que Allan Kardec tivera uma existência ao tempo de Júlio César data de 1856; a de ter sido João Huss veio em 1857.”

“Revelaram os Espíritos que Denizard Rivail, em encarnações anteriores, vivera na Gália, onde se chamara Allan Kardec. Daí a proveniência do pseudônimo que adotou. Em nova encarnação fora o infortunado Jean Huss. A notícia de que Allan Kardec tivera uma existência ao tempo de Júlio César data de 1856 e a de ter sido Jean Huss veio em 1857; ambas por via medianímica: a primeira pela cestinha escrevente de Baudin, com a médium Caroline; a última por psicografia de Ermance Dufaux.”

“As fontes preciosíssimas – esclarece o Dr. Canuto Abreu – estavam, em 1921, na Livraria de Leymarie, onde ele as copiara na sua quase totalidade. Passaram em 1925 para o arquivo da Maison des Spirites, onde os alemães, durante a invasão de Paris, as destruíram em 1940.”

Carlos Imbassahy ainda cita uma enciclopédia inglesa que consideramos oportuno transcrever:

“His pseudonym originated in mediumistic communications. Both Allan and Kardec were said to have been his names in previous incarnations”.

“Seu pseudônimo é originado de comunicações medianímicas. Diz-se que Allan e Kardec foram os seus nomes em encarnações anteriores.”

(A Missão de Allan Kardec - Ed. FEP).



Como se vê, as informações são contraditórias. Em encarnação anterior, teria vivido Rivail na Escócia ou na antiga Bretanha? Mas, e a reencarnação como Jean Huss, como fica? Foi druida ou chefe de comunidade? Allan Kardec é um nome próprio ou é junção de Allan com Kardec? A questão se complica ainda mais se formos analisar a origem etimológica do nome próprio Allan Kardec. Não é de origem céltica, porque provem do germânico, melhor dizendo, dos normandos, oriundos da atual Dinamarca. O nome Allan Kardec é de origem normanda, viking. Fosse gaulesa, teria de ser Alan Karderix. Ou seja, nunca existiu um druida de nome Allan Kardec. Mas, essa é uma questão para ser abordada em outra oportunidade...



Eugenio Lara, arquiteto e designer gráfico, é fundador e editor do site PENSE - Pensamento Social Espírita [www.viasantos.com/pense], membro-fundador do Centro de Pesquisa e Documentação Espírita (CPDoc) e autor dos livros em edição digital: Racismo e Espiritismo; Milenarismo e Espiritismo; Amélie Boudet, uma Mulher de Verdade - Ensaio Biográfico; Conceito Espírita de Evolução e Os Quatro Espíritos de Kardec.

E-mail: eugenlara@hotmail.com

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Entrevista com Eugenio Lara - “O inimigo não está mais lá fora, está aqui dentro”

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