terça-feira, 24 de novembro de 2015
sábado, 8 de agosto de 2015
20 REFLEXÕES ESPÍRITAS PARA O BEM VIVER - por Ricardo Nunes
quinta-feira, 30 de julho de 2015
Gente que faz - um garoto holandês e a poluição marinha - por Alexandre Machado
segunda-feira, 9 de março de 2015
Ainda precisamos de Deus - por Roberto Rufo
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
O que é ser progressista? Por Alexandre Cardia Machado
terça-feira, 6 de janeiro de 2015
A Educação e a Medalha Fields
sábado, 6 de dezembro de 2014
Entendendo Flávio Gikovate
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
3 anos sem Jaci Régis
Hoje, 13 de dezembro faz 3 anos da desencarnação de Jaci Régis. Jaci como o chamávamos em nosso grupo do ICKS foi o idealizador e fundador do Instituto Cultural kardecista de Santos e seu Presidente, desde a fundação em 3 de outubro de 1999.
Jaci Régis escritor, psicólogo, economista e jornalista, foi presidente da Comunidade Assistencial Espírita Lar Veneranda, do Centro Espírita Allan Kardec ambos de Santos. Escritor de diversos livros e um grande pensador que deixa uma vasta obra para as futuras gerações.
Para saber mais de Jaci Régis, veja sua biografia, aqui mesmo no nosso blog.
Deixe suas lembranças desta grande personalidade em forma de comentários neste blog.
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
20 Princípios da Ciência da Alma - Ricardo Nunes
terça-feira, 1 de outubro de 2013
Encontrado fóssil de um australopiteco de 2 milhões de anos que pode ter sido um elo evolutivo de nossa espécie - Alexandre Cardia Machado
segunda-feira, 24 de junho de 2013
Povo nas Ruas e o Brasil acordou - Uma visão Kardecista
Na medida em que a velocidade com que o número de manifestantes e cidades onde ocorreriam passeatas aumentavam, também a pauta de reinvindicações se diversificava, de comum, apenas o grito de cidania e a constatação da falta de conexão entre os diversos órgãos de estado e da população, pois fica evidente pelos cartazes que a quantidade de problemas e propostas justas é enorme.
Houveram partidos políticos que participaram das primeiras manifestações, mas logo quando todas as fatias da sociedade aderiram aos protestos, ali só havia um partido – o partido do Brasil – um partido suigeneris multifacetado que agrega desde os pacifistas até os aproveitadores de plantão que se escondidos no meio do movimento legítimo tratam de por para fora a raiva contida, destruindo o patromônio público e em uma minoria ainda mais radical praticando furtos.
De uma forma geral protesta-se contra a corrupção, contra a impunidade, contra os modelo político-partidário, contra a FIFA, mas ao mesmo tempo reinvindicando escolas, serviços públicos e hospitais padrão neste mesmo padrão, protestam claro, contra a alta da inflação, contra os gastos elevados e quem sabe superfaturados dos estádios novos ou reformados.
Somos contra o uso abusivo de violência popular e o ataque frontal ao estado de direito quando alguns pedem o impedimento de autoridades do executivo ou quando atacam direito do cidadão de ir e vir que estas manifestações provocam, mas ao mesmo tempo, ficamos felizes ao ver que o brasileiro tem sim uma tradição de luta por um país melhor, conforme comprova a nossa história repleta de revoltas, revoluções contra os mais variados tipos de desmando.
Os governantes sentiram o golpe, em todos os escalões e em todos os partidos políticos e estão anunciando medidas, reduzindo o preço das passagem num esforço de acalmar a população. Como sempre acontece, basta ver os movimentos iniciados na primavera árabe de 2011, é muito difícil prever o resultado de uma movimentação de massas sem uma liderança capaz de negociar, de representar os anseios populares, mas dá para imaginar que após um determinado tempo alguns partidos acabarão por se apoderar da lista de reivindicações e passarão a representar novamente a sociedade aliás papel que de verdade lhes cabe. Ainda que na história movimentos de massa que agitaram milhões de pessoas em geral duraram pouco tempo, ao menos antes do advento das redes sociais e da capacidade de comunicação via celular que hoje 100% da população dispõe.
As tentativas de invasão ao Congresso Federal e ao Palácio do Itamarati apesar de graves ataques à democracia, devem ter chacoalhado a estrutura morosa do poder, algo de bom em que pese a violência poderá sair de tudo isto,pricipalmente se o movimento seguir sem violência e com persistência, sem interromper a vida dos que estão tentando trabalhar, poderemos estar pela primeira vez neste século usando de toda a nossa capacidade individual política, onde cada indivíduo leva a sua idéia à frente.
Como Kardecistas progressistas não podemos nos calar, acreditamos na melhora da sociedade pela ação responsável, pela educação, pela atuação na sociedade, legitimamos o grito, mas pedimos cautela na ação, porque acima de tudo, precisamos respeitar o outro. Somos a favor da lei de Justiça e Caridade, mas não podemos aceitar a dormência do Judiciário, todo cidadão honesto gostaria de ver atrás das grades o mais rápido possível os poderosos sabidamente corruptos, a hora deles há de chegar, o tempo dos recursos se esgotará.
Quem sabe acordando a todos os brasileiros terminemos por mudar o país para melhor.
segunda-feira, 10 de junho de 2013
O ICKS funciona na nova sede, por Redação
A nova sede será no bairro Embaré, na Rua Paraguassú, 18 em Santos é claro, as obras de adaptação da casa, que durante muitos anos foi o consultório psicológico do Dr. Jaci Régis, esta sede nos foi doada pelo casal Jaci e Palmyra Régis ,com o objetivo de dar mais autonomia ao Instituto.
Nosso cronograma prevê o início das atividades na nova sede já em Julho. Aguardem a programação de inauguração.
Atualizando esta postagem, já estamos funcionando em nossa sede!
domingo, 12 de maio de 2013
O Dilema dos Laicos – Jaci Régis
Mas e quanto aos laicos?
O laicismo é, por definição, a separação do Estado e da religião. Isso porque a religião, aqui entendida como instituição física e espiritual, se impôs sobre o Estado, talvez porque, na verdade, representava a nação.
Os espíritas laicos não são religiosos e, às vezes, contra a religião. Todavia, será possível desligá-lo, na prática, dos religiosos?
Não apenas em suas instituições que, de maneira geral, seguem o modelo tradicional dos centros espíritas religiosos, como na mentalidade.
Devido a isso, fizemos a proposta de denominar os “laicos” como espíritas kardecistas. Aí as controvérsias repousam na semântica, do gostar ou não de substituir “espiritismo” genericamente, por “kardecista”, especificamente.
Às vezes, como disse o rei Herodes Agripa para Paulo de Tarso: “as muitas letras”.
Isso pode acontecer a miúde entre os intelectuais laicos, não raro pelejando sobre palavras e ditando doutrina sobre exceções.
O que precisamos é uma mínima identidade de vista para que nosso segmento seja claramente distinguido dos religiosos, porque somos diferentes e nada mais que isso.
Diferentes porque temos um modelo distinto para nortear nosso entendimento.
Somos minoria e aceitar essa condição impõe, também, a não dispersão de forças.
Todavia, o ponto crucial desse problema é evitar o centralismo e manter a relação de entendimento.
Aliás, é o que queria Kardec na sua Constituição do Espiritismo. Unidade de vista, abertura mental. O que também levanta outro problema, porque exige flexibilidade de estar aberto ao novo, sem desprezar as raízes.
Há entre certos espíritas a tendência de acreditar na infalibilidade da ciência e questionar as bases da Doutrina, chegando quase ao materialismo espiritual, se isso fosse possível.
Outros artigos de Jaci Régis:
Livros de Jaci Régis a venda pela Internet:
http://icksantos.blogspot.com/2011/12/livros-de-jaci-regis-venda-pela.html
Um ano sem a presença física de Jaci Régis
http://icksantos.blogspot.com/2011/12/um-ano-sem-presenca-fisica-de-jaci.html
Do Jesus Pré-cristão ao Jesus Cristão - Jaci Régis
http://icksantos.blogspot.com/2011/10/do-jesus-pre-cristao-ao-jesus-cristao.html
Jaci Régis biografia e vida – por Ademar Arthur Chioro dos Reis
http://icksantos.blogspot.com/2011/10/jaci-regis-bibliografia.html
Ligação espírito cérebro
http://icksantos.blogspot.com/2009/08/ligacao-espirito-cerebro-jaci-regis.html
quinta-feira, 4 de abril de 2013
Abrindo a Mente - Matéria Escura e o Fluído Cósmico Universal? por Alexandre Cardia Machado
Hoje acredita-se que esta matéria exista, mas que teria características estranhas, por não interagir com a matéria normal, pelo menos não diretamente, mas atuaria sim na gravidade ou através da gravidade. Todos os experimentos realizados até agora, não obtiveram exito, fato este que fez os físicos apelidarem as possíveis partículas de matéria escura de “chatas” e as suas características de “chatice”. Muitos espíritas tem defendido que a matéria escura, assim como a sua também companheira energia escura nada mais sejam do que o Fluído Cósmico Universal. Trateremos da Energia Escura na próxima edição do Jornal.
Muita expectativa, relativa à matéria escura está associada às experiências que estão sendo realizados no acelerador de partículas CERN ( Grande Colisor de Hadrons) na Suiça. Estão atrás das partículas de Higgs ou Super WIMPS – partículas que teriam surgido nos primeiros instantes após o Big Bang e que não interagem com a matéria, mas que por possuir massa, afetam a gravidade.
O que não combina muito com a idéia do FCU é que sempre fomos informados de que o FCU seria a matéria quintessenciada que nos levaria a pensar em algo muito leve ou muito energético. No entanto a matéria escura seria 100 vezes mais densa que a matéria comum e não interagir com a matéria normal (mundo material) não parece realmente fazer nenhum sentido imaginá-la como sendo o FCU. Entretando o fato de muitos cientistas de ponta acreditarem na existência de alguma coisa que ainda não foi diretamente detectada, e que tenha características tão “estranhas”, certamente é um passo para a aceitação de que outras formas de matéria ou energia, ainda não detectadas pelos experimentos científicos possam também existir, como o plano espiritual e as energias espirituais por exemplo.
Este sim me parece ser o mote que nós estudiosos da Teoria Kardecista deveríamos adotar. Seguindo esta linha, nos interessa realçar que os cientistas admitem que a materia escura não tenha sido detectada por produzir radiações ainda desconhecidas por nós e que portanto não fomos capazes de montar os equipamentos para isto. Este é exatamente argumento não aceitado por outros cientístas quando se referem às questões paranormais. Aqui mais uma vez nos interessa aproveitar esta abertura e por aí postularmos, pois é exatamente isto que repetimos há 150 anos com relação ao mundo espiritual.
Não creio que o plano espiritual seja feito de matéria escura, mas sim de algo muito mais sutil, no entanto poderíamos defender da mesma forma a sua detecção direta inda não é possível, poderíamos modelar a sua descrição pelos seus efeitos. Sobre estes efeitos, temos 150 anos de história a nosso favor – que é interação espírito matéria.
Para abrir mais a sua mente leia: Criação Imperfeita – Gleiser, Marcelo ed. Record 2010; O tecido do Cosmo – Greene, Brian. EdCompanhia das Letras 2004; Scientific American – Mundos Ocultos de Matéria Escura – número 103, Dezembro 2010.
Em Março de
2011, publicamos nesta coluna um artigo, hoje disponível no blog do ICKS –
Matéria escura e o Fluído Cósmico Universal – onde claramente demonstramos que
a tese hoje corrente entre os espíritas pseudocientíficos, de que a ainda não encontrada
matéria escura possa ser o que os Espíritos chamam de Fluído Cósmico Universal.
O FCU é
definido como intermediário entre espírito e matéria, o que não combina com a
matéria escura que não interage com a matéria (conceito básico do FCU) e por extremamente
pesada.
Este mes o
Cern publicou o relato positivo de um investimento feito junto com a Estação
Espacial Internacional, o projeto orçado
quem sabe poderá explicar um dos maiores mistérios do universo. Uma equipe
internacional de cientistas afirmou nesta quarta-feira que o detector de
raios cósmicos encontrou o primeiro indício da matéria escura, algo que
nunca foi observado.
Do portal
Terra assim relata “ O Nobel de física Samuel Ting, que lidera a equipe do
laboratório europeu localizado nas proximidades de Genebra, na Suíça, disse que
espera uma resposta mais conclusiva nos próximos meses. O anúncio se
baseia na descoberta de um excesso de pósitrons - partículas
subatômicas com carga positiva, equivalentes ao elétron da matéria
escura. Cerca de 400 mil pósitrons foram encontrados pelo AMS.
A matéria
escura não emite luz e não pode ser detectada por telescópios - é
uma matéria invisível misteriosa que só pode ser detectada de modo
indireto pela força gravitacional que exerce. Especialistas sugerem que ela é
formada por partícula massivas que interagem fracamente (WIMPs, na sigla em
inglês) - que praticamente nunca interagem com partículas normais de
matéria. Acredita-se que essa substância constitui mais de 80% de toda a
matéria do universo.”
Os cientistas afirmam que observaram muitos novos fenômenos nesse espectro de pósitrons. Em breve, garantem, a origem desse excesso será compreendida. A matéria escura é uma parte integrante das teorias que explicam como é que as galáxias se formam e evoluem.
O experimento foi realizado
no espaço depois que todas as tentativas de detecção de matéria escura em
laboratórios na Terra falharam. Desde maio de 2011, o detector
do espectrômetro já mediu 6,8 milhões de pósitrons e
elétrons.
Para abrir mais a sua mente leia: Blog do ICKS: Matéria escura e o Fluído Cósmico Universal –
Alexandre Cardia Machado http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8190435979242028935#editor/target=post;postID=8417213531583493724
Outros artigos relacionados:
Reencarnação e o desenvolvimento do homem - Por Alexandre Cardia Machado
http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8190435979242028935#editor/target=post;postID=4264443337118614361
Abrindo a mente - A pluralidade dos mundos habitados e o critério de falseabilidade por Alexandre Cardia Machado
http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8190435979242028935#editor/target=post;postID=2096406799399550055
Abrindo a mente:60 bilhões de humanos – nossa história. Por Alexandre Cardia Machado
http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8190435979242028935#editor/target=post;postID=1617735720002438799
O Ser Humano e a Evolução- - Uma análise pré-histórica por Alexandre Cardia Machado
http://icksantos.blogspot.com/2011/12/o-ser-humano-e-evolucao-uma-analise-pre.html
O Terceiro Chimpanzé - Marcelo Régis
http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8190435979242028935#editor/target=post;postID=9211824297486829196
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
Vamos nos encontrar no XIII SBPE? Por Camila Regis
Criada em família espírita e, consequentemente, no meio espírita, acompanho desde os meus 7 anos este encontro idealizado por meu avô, Jaci Regis, em sua trilha para disseminar o Espiritismo de forma simples e direta, como uma doutrina livre-pensadora.
Das muitas vezes em que participei, recordo-me bastante dos encontros em Cajamar (SP), em um espaço muito amplo, onde além das palestras, estudos e atividades em grupo, havia o tradicional baile, os jantares, além de um espaço agradável para esportes, onde nós jovens da Mocidade Espírita Estudantes da Verdade, na época, nos reunimos em uma das noites para uma roda de conversa em volta da fogueira. A divisão dos quartos também era uma forma de convivência muito boa e, depois dessa interação, a amizade com jovens de outros estados se estreitava e sempre esperávamos o próximo encontro para poder revê-los e curtir aquela atmosfera boa que pairava sobre o SBPE.
Hoje, já adulta, posso ver claramente tudo o que envolve a organização deste encontro já consolidado na cultura espírita. O Simpósio é composto de muito trabalho, planejamento, esforço e doação de uma equipe de pessoas que se dedica para que o evento seja um sucesso, e o grupo do ICKS vem realizando este trabalho de forma impecável. Os parceiros também são fundamentais, desde aquele que doa o pó de café para os lanches tão gostosos, como nossos amigos espíritas que divulgam o SBPE aos quatro ventos. Por isso que Simpósio é encontro. Pessoas com propósitos comuns, ideias afins, vontades idem, que vão ao encontro umas das outras, com vontade de ajudar, colaborar, unir, estudar, discutir, crescer.
Este ano mais um SBPE vem aí, o segundo sem a presença de Jaci que, com certeza, está orgulhoso por ver seu trabalho indo adiante.
Espero, em 2013, encontrar com todos lá!
Camila Regis é jornalista, integrante do ICKS e revisora do Jornal Abertura ,reside em Santos.
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
Sobre o Pseudônimo de Rivail - Eugenio Lara
Deixe o seu comentário, qual teria sido afinal a orígem do nome Allan Kardec?
Sobre o Pseudônimo de Rivail - Eugenio Lara
Já perdi a conta das vezes que me perguntaram, durante a palestra em centros espíritas, sobre a origem do pseudônimo Allan Kardec, adotado pelo grande pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804-1869) na assinatura de sua obra espírita. Teria sido mesmo ele um druida? Em que época viveu? Por que Rivail adotou esse estranho pseudônimo? Trata-se de um tema controverso, principalmente devido à carência de fontes fidedignas.
Nós, espíritas, aceitamos que Allan Kardec foi uma das encarnações de Rivail, mais pela tradição oral, pelo argumento de autoridade do que pela escrita. O primeiro biógrafo de Rivail, Henri Sausse (1851-1923), afirmou em uma conferência comemorativa da desencarnação de Kardec, em 1896, que o fundador do Espiritismo teria tido uma encarnação entre os celtas: “segundo lhe revelara o guia, ele tivera ao tempo dos Druidas.” Um detalhe: esse guia a que Sausse se refere é o Zéfiro (ou Zephyr), espírito protetor de Rivail.
Sausse não cita a fonte dessa informação e nem afirma que ele teria sido um druida. Muito provavelmente teve acesso a dados biográficos compartilhados por contemporâneos e amigos mais íntimos de Rivail, à sua correspondência e seus manuscritos, ainda intactos, mas que seriam em quase sua totalidade destruídos durante a II Guerra Mundial, quando os nazistas invadiram a França, ocuparam Paris e destruíram quase todo o legado kardequiano.
Todavia, Sausse não é a única fonte. Se formos confrontá-la com outras disponíveis, a compreensão torna-se mais obscura ainda, controversa, deixando o tema ainda em aberto.
A seguir, o leitor poderá apreciar um panorama das fontes existentes, de fontes primárias, apesar de contraditórias, que evitariam afirmações equivocadas e pouco fiéis acerca da origem do pseudônimo do fundador do Espiritismo.
HENRI SAUSSE
“Esse livro [O Livro dos Espíritos] era em formato grande, in-4, em duas colunas, uma para as perguntas e outra, em frente, para as respostas. No momento de publicá-lo, o autor ficou muito embaraçado em resolver como o assinaria, se com o seu nome — Denizard-Hippolyte-Léon Rivail, ou com um pseudônimo. Sendo o seu nome muito conhecido do mundo científico, em virtude dos seus trabalhos anteriores, e podendo originar uma confusão, talvez mesmo prejudicar o êxito do empreendimento, ele adotou o alvitre de o assinar com o nome de Allan Kardec que, segundo lhe revelara o guia, ele tivera ao tempo dos Druidas.”
“Assim, também, se deu a respeito do seu pseudônimo. Numerosas comunicações, procedentes dos mais diversos pontos, vieram reafirmar e corroborar a primeira comunicação obtida a esse respeito.”
(Biografia de Allan Kardec - FEB – Grifo meu).
CANUTO ABREU
“Uma noite veio o Professor com Madame RIVAIL. Nosso Guia os recebeu amistosamente, saudando o professor com estas palavras: — ‘Salve, caro Pontífice, três vezes salve!’. Lida, em voz alta, a saudação, todos rimos. Para nós, ZEPHYR estava pilheriando. Papai, então, explicou ao Professor o costume do Espírito Familiar apelidar quase todos os visitantes. O senhor RIVAIL não se agastou e respondeu ao Guia, sorrindo — ‘Minha bênção apostólica, prezado filho’. Nova risada geral. ZEPHYR, porém, respondeu ter feito uma saudação respeitosa, a um verdadeiro pontífice, pois RIVAIL havia sido, no tempo de Júlio CÉSAR, um chefe druídico.”
“— UMA NOITE, INESPERADAMENTE, disse-nos ZEPHYR: — Vocês irão brevemente para Paris. BAUDIN arrumará os seus negócios; Emile entrará na Escola Naval; Caroline e Julie tomarão professoras mais competentes e... encontrarão seus noivos; e eu, ZEPHYR, procurarei contato com um velho amigo e chefe desde o ‘nosso’ tempo de Druidas.” (O Livro dos Espíritos e Sua Tradição Histórica e Lendária - Ed. LFU – grifo meu).
LÉON DENIS
O continuador da obra kardequiana, Léon Denis (1846-1927), sustenta que Allan Kardec não teria encarnado como druida na Bretanha, mas sim na Escócia. O próprio Denis considerava-se um druida reencarnado, chamado por Arthur Conan Doyle de “O Druida de Lorena”:
“Foi nessas profundas fontes que Allan Kardec ilustrara seu espírito; foi com meios idênticos que ele viveu outrora. Não na Bretanha, talvez, mas antes na Escócia, segundo a indicação de seus guias.”
(...)
“Kardec ali aprendeu a filosofia dos Druidas; preparava-se no estudo e na meditação para as grandes empresas futuras.”
“(...) Até o nome de Allan Kardec, que escolheu, até este dólmen erigido no seu túmulo por sua expressa vontade, tudo, digo eu, lembra o homem do visco do carvalho, que voltou a esta Gália para despertar a fé extinta e fazer reviver nas almas o sentimento da imortalidade.” (O Mundo Invisível e a Guerra, cap. VI - Ed. CELD).
ALEXANDRE DELANNE
O pai de Gabriel Delanne, grande amigo, vizinho de Rivail, ao lado do filho e da esposa, médium da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas (SPEE), fundam o periódico Le Spiritisme, em março de 1883. Em um artigo deste periódico, Alexandre Delanne revela um dado bem interessante, que destoa das fontes conhecidas:
“Há ainda um outro detalhe que temos do próprio autor [Kardec]. Veja como ele apresenta o pseudônimo que haveria de assinar seus escritos: Você tomará o nome de Allan Kardec, que nós te damos. Não se preocupe com isto, ele é seu, você já propiciou muita dignidade em uma encarnação anterior, quando vivia na antiga Armórica.” (Le Spiritism, maio de 1888 – Grifo meu).
Na Antiguidade, Armórica era o nome de uma região da lendária Gália, território dos celtas gauleses, que incluía a península da Bretanha, localizada a oeste da atual França.
AMÉLIE BOUDET
“— Todos os literatos – responde Madame Kardec – adotam pseudônimos. Meu marido jamais pilhou coisa alguma”. Em resposta à insinuação do promotor público de que Rivail teria retirado o pseudônimo Allan Kardec de um manual de magia negra. (Mme. Leymarie - Processo dos Espíritas - FEB).
GEORGES D’HEILLY
O escritor francês Georges D'Heilly publicou um interessante livro em 1867, intitulado Dicionário de Pseudônimos. O autor afirma que o próprio Rivail contou-lhe a origem de seu codinome:
“Quanto à escolha de seu pseudônimo, ele próprio [Rivail] contou sua origem. Tinha-lhe sido revelado, diz ele, pelos espíritos, que numa encarnação bem anterior à vida presente, chamava-se realmente assim, e também, como tal, foi chefe de um clã bretão no século XII.” (Dictionnaire des Pseudonymes, recueillis par Georges D'Heilly, p. 7 - 2ª ed. E.Dentu, Libraire-Éditeur - Libraire de la Société des Gens de Lettres, Paris-France [1869]. Tradução de Eugenio Lara.)=
ALLAN KARDEC
Não há fonte mais convincente do que ouvir do próprio Rivail o que ele tem a dizer sobre seu pseudônimo. Entretanto, ele sempre foi discreto quanto à sua origem. Nada consta em sua obra publicada. Pelo fato de seu nome civil ser muito notório e reconhecido nos meios culturais e científicos franceses, o fundador do Espiritismo preferiu assinar com outro nome, um pseudônimo, a exemplo de escritores e literatos, a fim de não causar confusão. Como sempre fazia, consultou os espíritos, certamente O Espírito de Verdade, seu guia espiritual. Todos os biógrafos de Kardec são unânimes quanto a esse seu procedimento.
O ideal seria termos acesso à correspondência e manuscritos de Rivail. No entanto, o que não foi destruído também não é divulgado. Boa parte do patrimônio kardequiano encontra-se em poder da família do historiador e tradutor Silvino Canuto Abreu (1892-1980). O Museu Espírita de São Paulo, localizado na Lapa, Grande São Paulo, fundado e dirigido por Paulo Toledo Machado, expõe uma pequena parte deste patrimônio, doado pela família.
Deste acervo, temos acesso a uma carta de Rivail ao barão e empresário Tiedeman, “amigo seu e dos espíritas”, segundo o biógrafo André Moreil, que hesitou em investir no projeto da Revista Espírita:
“Duas palavras ainda a propósito do pseudônimo. Direi primeiramente que neste assunto lancei mão de um artifício, uma vez que dentre 100 escritores há sempre ¾ que não são conhecidos por seus nomes verdadeiros, com a só diferença de que a maior parte toma apelidos de pura fantasia, enquanto que o pseudônimo Allan Kardec guarda uma certa significação, podendo eu reivindicá-lo como próprio em nome da Doutrina. Digo mais: ele engloba todo um ensinamento cujo conhecimento por parte do público reservo-me o direito de protelar... Existe, ainda, um motivo que a tudo orienta: não tomei esta atitude sem consultar os Espíritos, uma vez que nada faço sem lhes ouvir a opinião. E isto o fiz por diversas vezes e através de diferentes médiuns, e não somente eles autorizaram esta medida, como também a aprovaram.” (Zeus WANTUIL e Francisco THIESEN, Allan Kardec - vol. II, p. 76).
ANNA BLACKWELL
A jornalista, poetisa e tradutora inglesa Anna Blackwell (1834-1900) conheceu pessoalmente, na intimidade, o casal Rivail. Tornou-se correspondente da Revista Espírita na Inglaterra, em 1869. Verteu O Livro dos Espíritos para o inglês, em 1875, tradução esta dedicada à esposa de Rivail, Amélie Boudet:
“E você o publicará [O Livro dos Espíritos], não com seu próprio nome, mas sob o pseudônimo de Allan Kardec (*). Guarde seu próprio nome Rivail para seus próprios livros já publicados, mas tome e guarde o nome que agora lhe demos para o livro que você irá publicar sob nossa ordem, e em geral, para todos os trabalhos que você terá no desempenho da missão que, como já dissemos, lhe foi confiada pela Providência e que será gradualmente aberto a você na medida em que prosseguir nele, sob nossa orientação”.
(*) “Um antigo nome Bretão da família de sua mãe.”
(Prefácio à tradução inglesa, de Anna Blackwell em The Spirit’s Book - FEB, tradução de Myrian de Domênico Rodrigues).
ALEXANDRE AKSAKOF
A partir de depoimentos pessoais de Ruth Celina Japhet, médium colaboradora de Kardec, o pesquisador russo Alexandre Aksakof (1832-1903) publica um artigo em 1875, onde critica a formulação do conceito de reencarnação na França. Editado por ocasião do lançamento da tradução inglesa de O Livro dos Espíritos, por Anna Blackwell, o artigo causou, na época, muita celeuma. Pierre Gaëtan Leymarie e Anna Blackwell contestaram Aksakof de forma contundente. O médium citado, Roze, era membro da SPEE, assim como Japhet:
“Como ele [O Livro dos Espíritos] também foi anexado a um jornal importante, o L’Univers, ele [Rivail] publicou seu livro com os nomes que ele teria tido em suas duas existências anteriores. Um destes nomes era Allan — revelado a ele pela senhora Japhet, e o outro nome, Kardec, foi revelado a ele pelo médium Roze.”
(Pesquisas Sobre a Origem Histórica das Especulações Reencarnacionistas dos Espiritualistas Franceses, artigo originalmente publicado no periódico londrino “The Spiritualist Newspaper”, em 1875. Tradução de Vital Cruvinel – Grifo meu).
JACQUES LANTIER
O sociólogo francês realizou um interessante e abrangente estudo histórico-sociológico sobre o Espiritismo, onde cita trecho de uma carta redigida por Allan Kardec sobre seu pseudônimo:
“O Sr. Leymarie, editor e livreiro, na rua Saint-Jacques nº 32, herdeiro de Pierre-Gaëtan Leymarie, um dos pioneiros do espiritismo, fez-me saber que possuía um documento manuscrito de Allan Kardec, até hoje inédito, no qual este explica a “verdadeira” origem do seu pseudônimo: Rollon, primeiro duque dos Normandos, no século IX, teve um filho que foi curado por um chefe de comunidade que se chamava Allan Kardec. (O Espiritismo, p. 71. - Edições 70 – Grifo meu).
CARLOS IMBASSAHY
Para finalizar, citamos o grande escritor espírita brasileiro Carlos Imbassahy, não por ser uma fonte primária, mas porque seu depoimento é imprescindível neste caso, como argumento de autoridade, que corrobora a existência do misterioso acervo kardequiano, o qual teve acesso, em função da amizade com Canuto Abreu:
“Revelaram os espíritos que Denizard Rivail, em encarnações anteriores, vivera na Gália, onde se chamara Allan Kardec. Daí a proveniência do pseudônimo que adotou. Em nova encarnação fora o infortunado João Huss.”
“A notícia de que Allan Kardec tivera uma existência ao tempo de Júlio César data de 1856; a de ter sido João Huss veio em 1857.”
“Revelaram os Espíritos que Denizard Rivail, em encarnações anteriores, vivera na Gália, onde se chamara Allan Kardec. Daí a proveniência do pseudônimo que adotou. Em nova encarnação fora o infortunado Jean Huss. A notícia de que Allan Kardec tivera uma existência ao tempo de Júlio César data de 1856 e a de ter sido Jean Huss veio em 1857; ambas por via medianímica: a primeira pela cestinha escrevente de Baudin, com a médium Caroline; a última por psicografia de Ermance Dufaux.”
“As fontes preciosíssimas – esclarece o Dr. Canuto Abreu – estavam, em 1921, na Livraria de Leymarie, onde ele as copiara na sua quase totalidade. Passaram em 1925 para o arquivo da Maison des Spirites, onde os alemães, durante a invasão de Paris, as destruíram em 1940.”
Carlos Imbassahy ainda cita uma enciclopédia inglesa que consideramos oportuno transcrever:
“His pseudonym originated in mediumistic communications. Both Allan and Kardec were said to have been his names in previous incarnations”.
“Seu pseudônimo é originado de comunicações medianímicas. Diz-se que Allan e Kardec foram os seus nomes em encarnações anteriores.”
(A Missão de Allan Kardec - Ed. FEP).
Como se vê, as informações são contraditórias. Em encarnação anterior, teria vivido Rivail na Escócia ou na antiga Bretanha? Mas, e a reencarnação como Jean Huss, como fica? Foi druida ou chefe de comunidade? Allan Kardec é um nome próprio ou é junção de Allan com Kardec? A questão se complica ainda mais se formos analisar a origem etimológica do nome próprio Allan Kardec. Não é de origem céltica, porque provem do germânico, melhor dizendo, dos normandos, oriundos da atual Dinamarca. O nome Allan Kardec é de origem normanda, viking. Fosse gaulesa, teria de ser Alan Karderix. Ou seja, nunca existiu um druida de nome Allan Kardec. Mas, essa é uma questão para ser abordada em outra oportunidade...
Eugenio Lara, arquiteto e designer gráfico, é fundador e editor do site PENSE - Pensamento Social Espírita [www.viasantos.com/pense], membro-fundador do Centro de Pesquisa e Documentação Espírita (CPDoc) e autor dos livros em edição digital: Racismo e Espiritismo; Milenarismo e Espiritismo; Amélie Boudet, uma Mulher de Verdade - Ensaio Biográfico; Conceito Espírita de Evolução e Os Quatro Espíritos de Kardec.
E-mail: eugenlara@hotmail.com
Outros artigos de Eugenio Lara:
O Humanismo Espírita - Eugenio Lara
http://icksantos.blogspot.com/2011/10/o-humanismo-espirita-eugenio-lara.html
Entrevista com Eugenio Lara - “O inimigo não está mais lá fora, está aqui dentro”
http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8190435979242028935#editor/target=post;postID=8811987568475862799