É Hora da Autonomia Individual
" Quando uma ideologia fica bem velhinha , vem morar no Brasil " ( Millôr Fernandes )
A professora Mara Chiari, quando esteve no ICKS, nos
colocou em contato com um pensador polonês de nome Sygmunt Bauman e sua
obra Modernidade Líquida. Desencarnou neste janeiro de 2017 esse grande
pensador. Ele aponta com muita propriedade que "Devido à sua
preocupação com a eficácia, a administração da vida, a modernidade deixou
recuar cada vez mais a consciência moral".
A corrosão das crenças,
instituições e valores já causou muitos danos, diz ele. Localizar o
"objetivamente satisfatório" é muito difícil pois exige o crescimento
da emancipação individual e as pessoas gostam de padrões e rotinas.
Uma coisa é certa, o fracasso do socialismo, nas
palavras do crítico de literatura, Alfredo Monte (Jornal A Tribuna), não ajudou
muito a aspirar um "objetivamente satisfatório" que seja alternativa
válida para a sociedade de consumo, onde o capitalismo se apresenta com toda
sua força avassaladora. Lembremos que o capitalismo tem pouco apreço,
praticamente nenhum, na verdade, na base da pirâmide social.
O melhor caminho é
deixar florescer cada vez mais as iniciativas individuais. Com o tempo as
pessoas saberão definir melhor suas identidades. Vai doer, pois a ausencia de
normas nos angustia na luta do dia a dia.
Aí sim o Espiritismo é
de uma utilidade ímpar, como demonstra Paulo Henrique de
Figueiredo na sua obra "Revolução Espírita - A Teoria esquecida de
Allan Kardec" (Livro indicado por Jon Aizpurua - vide Jornal Opinião), ao
dizer que a doutrina dos Espíritos "defende e fundamenta uma
revolucionária moralidade descoberta na era moderna, a autonomia
moral ou o autogoverno". Segundo o autor, o espiritismo nega todas as
crenças enraizadas do velho mundo quanto às doutrinas que preconizam uma
última revolução sangrenta (própria do marxismo) para uma sociedade
igualitária.
Enfim, chega de teorias
e pensamentos coletivos. Assim como cansa ouvir de pastores evangélicos
expressões tais como, "Deus unirá o seu rebanho no dia do juízo
final", cansa mais a expressão "o coletivo da sociedade decidiu que...".
Roberto Rufo
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