Imortalidade e atemporalidade – Jaci Régis
Um novo pensar sobre o ser humano, nominado
“homem”, o definirá, essencialmente como um ser inteligente - um Espírito
- atemporal, temporariamente ligado a um
organismo físico.
Essa atemporalidade sugere que o ser
inteligente é permanentemente atual. Ele
não é de ontem, nem de amanhã, é de hoje. A atemporalidade o define como o ser
que vive sua atualidade constante.
As experiências vivenciadas podem ser
referidas ao passado e as projeções para o futuro. Mas são balisas temporais,
necessárias para estabelecer um limite de compreensão do fluxo dinâmico da
vida.
Essa condição explica sua imortalidade.
A
imortalidade sinaliza a natureza espiritual do ser inteligente. Ela o
define como um ente que permanece.
Analisando a experiência corpórea do ser
inteligente, compreendemos a perfeita
sintonia entre ele e seu corpo, indispensável e necessária para sua
atuação no campo das relações.
Esse ser atemporal, todavia, não depende de
um organismo para ser.
Ele é.
E vive a sua experiência no nível mental,
na expectativa de desenvolver potencialidades que lhe são inerentes.
A atemporalidade permite que o ser
inteligente transite pelos mecanismos do nascimento e da morte do corpo, pois
cada encarnação é sempre a primeira.
A seqüência evolutiva do principio inteligente
A condição de atemporalidade permite que
tenhamos uma visão evolutiva do ser espiritual.
Sendo um ser natural, o ser inteligente
percorre uma seqüência progressiva.
A Lei Natural estabelece uma seqüência fundamental
para o desenvolvimento dos seres:
sobrevivência, convivência e produtividade.
O ser inteligente, na sua condição de ente
espiritual permanente, possui estrutural e constitucionalmente, um impulso
agressivo, graças ao qual consegue evoluir.
Sequencialmente, o impulso agressivo
constitucional transforma-se em:
vontade, que lhe garante a sobrevivência, desejo
que permite a convivência e produtividade capaz de propiciar o prazer, em busca
da felicidade.
No início ele é um principio
Criado como um ser potencial, incorpóreo,
como um conjunto mental aberto, mas vazio. Para se tornar Espírito submete-se
ao processo evolutivo.
Inserido no universo material, com ele
interage, desenvolvendo um “corpo mental” como apêndice de armazenamento das
experiências.
Realiza sua curva evolutiva,
invariavelmente vivendo ligado a organismos que, em escala ascendente, lhe
permitem o longo aprendizado até alcançar o nível hominal.
Submetido à alternância da vida, morte e
renascimento nos organismos a que se liga, o ser inteligente mobiliza sua força
intrínseca, a agressividade constitucional, que instintivamente o faz buscar a
sobrevivência.
Esse
ligar-se a organismos e deles ser afastado pela morte destes, no decorrer do
processo, é o motor básico de sua evolução,
desde as primeiras manifestações como Princípio Inteligente.
Dentro dessa visão, a atmosfera da Terra
compreende um espaço e um
hiperespaço, ambos compostos dos mesmos
elementos atômicos, interagindo constante e permanentemente, embora de
características diferenciadas. O espaço terráqueo chamaremos de plano físico ou
corpóreo. O hiperespaço será chamado de plano extrafisico.
A descoberta do plano extrafísico ampliou o
sentido da imortalidade e integrou as dimensões em que se manifesta o ser
humano. O túmulo é receptáculo de um organismo que se desgastou. Com isso a
imortalidade ganha um novo sentido e um novo horizonte, com a seqüência natural
da pessoa, além do fenômeno da morte.
Essa reciclagem estabeleceu a continuidade
natural da vida pessoal e coletiva, embora com suas características bastante
diferentes e dá ao ser inteligente um
campo existencial praticamente ilimitado, em planos vibracionais ou dimensões
energéticas que se interligam e interagem.
A corporeidade no plano extrafísico
No plano extrafísico existe uma
corporeidade temporária constituída por um envoltório energético que Allan
Kardec chamou de perispírito.
O perispírito garante uma temporária corporeidade mantendo
o ambiente de relação possível entre os Espíritos no plano extrafísico.
O perispírito reproduz a forma do corpo
físico, o que permite a identificação no novo estágio vibracional. Ele é um
produto do Espírito e se desenvolve em cada encarnação juntamente com o
desenvolvimento do organismo físico do qual é uma espécie de clone, com características
vibracionais específicas.
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